sábado, 12 de dezembro de 2009

Ricos criticam proposta sobre clima

As críticas foram formalizadas pela União Europeia, Japão e Canadá. A principal queixa é sobre o capítulo que trata da redução das emissões de gases que provocam o efeito estufa nas grandes nações em desenvolvimento, entre elas a China, a Índia e o Brasil.

O países ricos buscam dos países em desenvolvimento uma meta para reduzir as emissões futuras de CO2, enquanto os países do G77 e a China aceitam assumir compromissos voluntários de diminuição, conforme está proposto no protocolo de Quioto.

Metas não definidas

Segundo o rascunho, que está em negociação, os países em desenvolvimento “devem” adotar medidas de mitigação, mas “poderão” ser submetidos à meta de frear as emissões até 2020, num patamar ainda não definido, que varia entre 15% e 30%. Já as nações desenvolvidas têm como meta, reafirmada no documento, reduzir as emissões, comparando com o nível de 1990, entre 25% e 40%, dentro de 11 anos.

Outro ponto que dificulta um acordo é o financiamento de longo prazo para combater o aquecimento global, que sequer foi mencionado no rascunho apresentado ontem. Um avanço, no entanto, foi a aprovação dos países produtores de petróleo, como a Arábia Saudita, que aplaudiram o esboço como “um bom documento para ser trabalhado”.

Brasil espera avanços

A delegação do Brasil reafirmou o apoio ao rascunho, que teve como um dos principais redatores o embaixador Luis Alberto Figueiredo. No entanto, a diplomacia brasileira espera avanços na negociação para criar fórmulas de adaptação das economias pobres às novas tecnologias para desenvolver ações contra o aquecimento global.

O presidente do grupo de trabalho, Michael Cutaia, também demonstrou otimismo, durante a plenária de hoje. “O trabalho vai considerar os elementos que foram postos ontem sobre à mesa. Sei que temos que avançar no tema da mitigação e do financiamento de longo prazo. Espero que até o fim do dia as consultas tenham uma figura melhor”, afirmou.

A presidente da Conferência, Connie Hedegaard, pediu que as discussões sejam transparentes na reta final da negociação. “As sugestões são boas. É importante que o texto final tenha transparência. Existem ainda muitas sugestões e preocupações em aberto”, admitiu.

Manifestações reprimidas

Enquanto isso, milhares de pessoas sairam às ruas em Copenhague exigindo ações concretas dos governos contra o aquecimento global.A manifestação foi duramente reprimida pelas forças policiais dinamarquesas.

Os manifestantes se reuniram a partir das 13h locais e pretendiam marchar em direção ao Bella Center, onde acontece a conferência climática. Segundo a organização, antes de se iniciar a caminhada, já havia 100 mil pessoas no protesto.

Com informações da Agência Brasil

Colonizadores Nazi-Israelitas Incendeiam Mesquita na Palestina!




As duas últimas guerras (ou melhor seria dizer: massacres) coloniais do mundo continuam sendo patrocinadas pelos EUA. Até quando Obama?

Do Jornal Português OJE:

OJE/Lusa

Colonos extremistas israelitas perpetraram hoje de madrugada actos de vandalismo numa mesquita palestiniana próxima de Nablus (norte da Cisjordânia), indicaram os serviços de segurança palestinianos.Segundo as autoridades locais palestinianas, os colonos deitaram fogo a livros de oração, entre os quais o Alcorão, e a um tapete na principal mesquita da localidade de Yassuf, depois de terem partido a porta.

Pintaram ainda a frase "Estejam preparados para pagar o preço" em hebreu, adiantaram as mesmas fontes.

Militares israelitas que se deslocaram hoje à localidade para investigar foram recebidos à pedrada, tendo ripostado com disparos de granadas de gás lacrimogéneo.

À saída da oração, ao início da tarde, cerca de 500 aldeões de Kfar Yassuf manifestaram-se diante do colonato judeu vizinho de Tapuach, de onde teriam vindo os autores dos actos de vandalismo.

Os manifestantes foram reprimidos por guardas-fronteiriços israelitas, que, segundo testemunhas, usaram gás lacrimogéneo.

O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, em visita à Jordânia "condenou muito vigorosamente" a agressão, acusando os colonos judeus de "ameaçarem a segurança e a estabilidade" nos territórios palestinianos, de acordo com o porta-voz Nabil Abu Rudeina.

Abbas responsabilizou pelo incidente o governo israelita e o exército e pediu-lhes para "pararem os ataques dos colonos".

A administração militar israelita, que recebeu uma queixa dos habitantes, denunciou os actos de vandalismo e prometeu perseguir os autores.

O exército disse à Autoridade Palestiniana que "considerava o incidente grave".

O ministro da Defesa israelita, Ehud Barak, afirmou que aquela agressão era "um gesto extremista para impedir as tentativas do governo de relançar o processo (de paz) para o futuro de Israel".

O presidente do Conselho dos Colonatos judeus na Cisjordânia (Yesha), Danny Dayan, citado pela rádio pública, também criticou um "acto estúpido e odioso", considerando que ele "é prejudicial à colonização".

Na semana passada, colonos da mesma região incendiaram uma casa e três veículos numa outra localidade próxima de Nablus.

Estes extremistas praticam uma política de represálias sistemáticas - chamada "preço a pagar" - que consiste em atacar alvos palestinianos sempre que as autoridades israelitas decidem medidas que eles consideram irem contra a colonização.

Estes incidentes ocorrem depois do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ter decidido suspender por 10 meses as novas construções nos colonatos da Cisjordânia.

Do blog Vensdedor de Bananas

São Paulo tem número recorde de civis mortos e a maioria das vítimas é pobre e negra


Se os verdadeiros animais circulam no nosso meio;De armamentos pesados, de fardamentos apertados;Racionais ou irracionais eu não sei, só sei;Que não se dão respeito e querem ser respeitados;Espécie de animais que deveriam estar enjaulados;Disseram que entre eles existem os bons e os ruins;Nunca foram bons pra mim, eu ainda quando criança;Presenciava os fatos e trago na lembrança;Quando invadiram a favela tumultuando a viela;Dando tiro nos barracos com a menor importância;Se lá houvessem crianças, mataram muita esperança;E na infância pela sua forma de profissionalismo;Ás tornaram vítimas, crianças recém-nascidas;Homens de mente assassina, psicopatas racistas;E vocês se tornaram um inimigo covarde;É um perigo pra sociedade.
"Rato Cinza Canalha"Consciência Humana



Blog do João Paulo Cunha



Dois dossiês recém-divulgados revelam dados alarmantes sobre a violência em São Paulo. O relatório Força Letal: Violência Policial e Segurança Pública no Rio de Janeiro e em São Paulo, divulgado ontem, afirma que parte “substancial” dos mais de 11 mil casos de resistência seguida de morte registrados nos Estados do Rio e de São Paulo desde 2003 podem ter sido, na verdade, execuções extrajudiciais.

Responsável pelo Relatório, a ONG Human Rights Watch afirma que as PMs dos dois estados brasileiros mataram, em 2008, mais do que os policiais mataram em toda a África do Sul, país com alto índice de violência policial.

O dossiê denominado "Mapas do Extermínio: Execuções Extrajudiciais e Mortes Pela Omissão do Estado de São Paulo", divulgado em novembro, revela que a polícia paulista tem usado a força letal de forma arbitrária e que o grau de extermínio de civis no estado é superior aos níveis mundiais.

Elaborado por 15 entidades da sociedade civil, com o apoio do deputado José Cândido, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, o documento retrata a criminalização da pobreza no Estado. As vítimas desta pena de morte ilegal e extrajudicial são jovens afrodescendentes e moradores da periferia.

O dossiê, que traz dados sobre o massacre de moradores de rua, assassinato de mulheres, internos da Fundação Casa e do sistema penitenciário, conclui que há uma política institucionalizada de criminalização da pobreza e extermínio no Estado de São Paulo. Leia aqui o dossiê “Mapas do Extermínio: execuções extrajudiciais e mortes pela omissão do estado de São Paulo”


Do blog do Cappacete

Macartismo Mineiro

Por Pedro Venceslau - Revista Forum

Nelson Rodrigues costumava dizer que toda unanimidade é burra. Em Minas Gerais, a unanimidade em torno do governador Aécio Neves vai mais longe. É, além de burra, truculenta, cega e venal. Nenhum outro governador brasileiro ostenta índices tão altos de aprovação e popularidade. Apontado como um dos favoritos ao Planalto em 2010, Aécio raramente aparece na mídia em situações desconfortáveis ou constrangedoras. Quando isso acontece, como no caso do “mensalão tucano”, a imprensa mineira é a última tocar no assunto. Via de regra, espera um sinal de fumaça do Palácio da Liberdade para entrar na pauta, sempre na esteira da defesa do governador. Mas de onde vem esse fervoroso engajamento jornalístico? Será bairrismo em torno da perspectiva de um mineiro na presidência? Ou é o fato de o governador ser jovem, boa pinta e austero com as finanças?

Nos bastidores do Palácio da Liberdade, sede do governo mineiro, existe uma azeitada máquina de comunicação e propaganda trabalhando a todo vapor para manter a imagem de Aécio intacta e em alta até as eleições de 2010. Esse projeto de poder, que começou a ser gestado em 2002, é baseado no binômio truculência e dinheiro. Em Minas, é proibido falar mal do governador. Casos de jornalistas que ousaram quebrar essa regra e foram demitidos ou ameaçados existem aos borbotões. O resultado, em muitos casos, é a opção pela auto-censura como forma de sobrevivência.


Esse consenso tem sido financiado por uma farta publicidade estatal. Não é a administração direta, mas as estatais que mais gastam em comunicação e publicidade. Com isso, fica mais difícil a fiscalização da Assembléia Legislativa, que ainda por cima conta com uma oposição pouco coesa. “Minas é um estado com alto grau de censura. A imprensa, aqui, é porta-voz do governo Aécio. Existem muitas denúncias de jornalistas perseguidos pelo Palácio da Liberdade. A intervenção do governo se dá de forma direta. Eles pedem a demissão de funcionários e, em muitos casos, são atendidos. Hoje, a censura é mais econômica, já que a cota de publicidade (estatal) nunca foi tão alta. O gasto de publicidade de Aécio cresceu 500% em relação a Itamar. Na execução fiscal de 2006, ele gastou 400% a mais que o previsto”, relata o deputado estadual Carlin Moura, do PCdoB.


A pedido da Fórum, Carlin enviou um requerimento ao governo pedindo uma planilha detalhada com todos os investimentos publicitários do estado, incluindo as estatais. Até o fechamento desta edição, esses dados ainda não haviam sido liberados. “Existe uma caixa preta, já que a maioria dos gastos é feita por empresas estatais, como a Cemig e a Copasa, sobre as quais a Assembléia não tem controle. Eles não dão as rubricas separadas”, conclui Carlin. Em tempo. Segundo dados do Diário Oficial de Minas, a Copasa gastou, só no primeiro trimestre de 2007, R$ 5.208.000. A estatal opera com duas agências, a 3P Comunicação e a RC Comunicação Ltda. No segundo trimestre, a estatal gastou mais R$ 6.615.000, sempre com as mesmas agências. “As empresas são obrigadas, por um dispositivo legal, a informar o volume de gastos, mas não temos como fazer o acompanhamento orçamentário”, informa um assessor da Assembléia Legislativa. O Diário Oficial informa, ainda, que, em 2007, a Secretaria de Estado de Governo já ultrapassou os R$ 30 mil.Matéria completa

Do blog Terror do Nordeste

Paulo Henrique Amorim: STF contraria o Estadão; o PiG tem delírio

Por 6 a 3, o Supremo considerou que o Estado não está sob censura. Que o Estado não tem o direito de publicar o que está em investigação sob sigilo. Que uma coisa é o fim da Lei de Imprensa e outra é o Estadão achar — como achou, neste episódio — que está acima da Lei.

Por Paulo Henrique Amorim, no Conversa Afiada

O Estadão achou que decidia pela Justiça Federal do Distrito Federal. Por quê? Ora, porque o Estadão é paulista… O Estadão come da farinha que ele próprio moeu. (Falo da farinha, porque o Mino Carta garante que o Dr Ruy Mesquita gosta muito de farofa.)

O Estadão é um dos mais ilustres membros do PiG (*). É um especialista em cercear a liberdade de expressão, em beneficio da liberdade da imprensa (ou seja, da liberdade do Estadão.)

O Estadão estava no Golpe de 64, que tirou do poder um presidente eleito segundo a Constituição. (É uma questão de hábito. Agora, em Honduras, o Estadão também apoiou o golpe.) O Estadão gosta muito de democracia — da democracia que ele, o Estadão, define.

O Estadão é um jornal de baixíssima qualidade técnica. Se fosse um jornal da Argentina, ninguém leria. O La Nación, também conservador, é melhor.

Não percebi que Thomas Jefferson tivesse vertido uma lágrima por causa da censura ao Estadão.

Ninguém, nem o Gilmar Dantas (Gilmar Mendes), a quem o Estadão dispensa um tratamento de Imperador Genial, se comoveu com a “censura”.

Triste fim do PiG (*).

(Já vai tarde.)


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Desfiliação de Arruda desmonta estratégia do DEM

A desfiliação do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, do DEM desmontou a estratégia organizada por um setor do partido que pretendia usar a expulsão do política como trunfo da defesa da ética e da moralidade. No entanto há membros da executiva nacional da legenda que defendem a manutenção do discurso como elemento de reação a eventuais ataques dos adversários.

Enviados como observadores estrangeiros para as eleições no Chile, quatro integrantes do Democratas afirmam que a decisão de cancelar a reunião que ocorreria nesta sexta (11) em Brasília indica que o objetivo é esvaziar o assunto e evitar que o tema volte ao debate. Eles reconhecem, porém, que é difícil neutralizar o assunto.

De acordo com os integrantes do partido, a orientação transmitida a Arruda é que ele conclua seu mandato como governador, mantendo as ações de sua gestão com apoio da popularidade, e busque a discrição. Segundo parlamentares experientes, o ideal seria o governador manter-se afastado dos debates políticos para evitar posteriores críticas.

Ontem Arruda enviou carta ao DEM anunciando sua desfiliação do partido, segundo ele, “para evitar constrangimentos”. A executiva nacional da legenda se reuniria hoje para avaliar a expulsão.

“Para evitar o constrangimento de ter que decidir se entre saciar a sede por atos radicais e midiáticos ou julgar com amplo direito de defesa e cumprimento do prazo estatutário”, afirmou ele, em entrevista coletiva.

“Tomo a difícil decisão de deixar a vida partidária desligando-me neste momento do partido democrata. Não disputarei a eleição do próximo ano”.

Arruda afirmou que vai dedicar-se dedicará ao governo e não pretende se candidatar em 2010 à reeleição, como já era certo. “Com as atuais regras eleitorais, não disputarei mais nenhuma eleição”.

O escândalo envolvendo as revelações da Operação Caixa de Pandora, realizada pela Polícia Federal, isolou Arruda no DEM. O agravante, segundo os integrantes do partido, foram as imagens que mostraram o governador negociando dinheiro supostamente ligado a um complexo esquema de corrupção no Distrito Federal.

Renata Giraldi,
Da Agência Brasil enviada especial a Santiago (Chile)

Do Portal Vermelho.org

O homem que assombra o mundo

Por JOSÉ LUIS RODRIGUEZ ZAPATERO *

10/12/2009

Tradução de Eduardo Guimarães

É um homem cabal e tenaz, pelo qual sinto uma profunda admiração. Conheci-o em setembro de 2004 por ocasião da incorporação da Espanha na aliança contra a fome que ele liderava em uma reunião de cúpula organizada pelas Nações Unidas em Nova Iorque. Não poderia ter sido em uma ocasião melhor.

Luiz Inácio Lula da Silva é o sétimo de oito filhos de um casal de lavradores analfabetos que viveram a fome e a miséria na zona mais pobre do Estado Nordestino brasileiro de Pernambuco.

Teve que intercalar seus estudos com o desempenho dos mais variados trabalhos e se viu obrigado a deixar a escola com apenas 14 anos para trabalhar em uma metalúrgica que se dedicava à produção de parafusos. Em 1968, em plena ditadura militar, deu um passo que marcou sua vida: filiou-se ao sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema.

Da mão deste homem, seguindo o atalho aberto por seu predecessor na Presidência Fernando Henrique Cardoso, o Brasil, em apenas 16 anos, deixou de ser o país do futuro que nunca chegava para se converter em uma formidável realidade com um brilhante porvir e uma projeção global e regional cada vez mais relevante. Por fim, o mundo se deu conta de que o Brasil é muito mais do que Carnaval, futebol e praias. É um dos países emergentes que conta com uma democracia consolidada e está sendo chamado a desempenhar, nas décadas seguintes, uma crescente liderança política e econômica no mundo, tal como já vem fazendo na América Latina com notável acerto.

Lula tem o imenso mérito de ter unido a sociedade brasileira em torno de uma reforma tão ambiciosa quanto tranqüila. Está sabendo, sobretudo, afrontar, com determinação e eficácia, os reptos da desigualdade, da pobreza e da violência que tanto macularam a história recente do país. Como conseqüência disso, sua liderança goza hoje no Brasil de respaldo e apreço majoritários, porém ainda mais importante é a irreversível aceitação social de que todos os brasileiros têm direito à dignidade e à auto-estima por meio do trabalho, da educação e da saúde.

Superando adversidades de toda ordem, Lula percorreu com êxito esse longo e difícil caminho que vai do interesse particular, em defesa dos direitos sindicais dos trabalhadores, ao interesse geral do país mais povoado do continente sul-americano. Sem deixar de ser Lula, nessa longa marcha conseguiu, ademais, dar esperanças a muitos milhões de seus concidadãos, em especial àqueles mais humilhados e ofendidos pelo açoite secular da miséria, proporcionando-lhes os meios materiais para começar a escapar das seqüelas daquele círculo vicioso.

Ao mesmo tempo, nos sete anos de sua Presidência o Brasil ganhou a confiança dos mercados financeiros internacionais, os quais valorizam a solvência de sua gestão, sua capacidade crescente de atrair investimentos diretos como os efetuados por várias companhias espanholas, e o rigor com que geriu as contas públicas. O resultado é uma economia que cresce a um ritmo anual de 5%, que resistiu aos embates da recessão mundial e está saindo mais forte da crise.

Depois de se converter no presidente que chegou ao cargo com o maior respaldo eleitoral, em sua quarta tentativa de se eleger, Lula manifestou ser inaceitável uma ordem econômica em que poucos podiam comer cinco vezes ao dia e na qual muitos ficavam sem saber se conseguiriam comer ao menos uma. E concluiu: “Se ao final do meu mandato todos os brasileiros puderem desjejuar, almoçar e jantar todos os dias, então terei realizado a missão de minha vida.

Nessa tentativa continua, esse homem honesto, íntegro, voluntarioso e admirável converteu-se em uma referência inegável para a esquerda do continente americano ao sul do Rio Grande. Tem uma visão do socialismo democrático focalizada na inclusão social e na justiça do meio ambiente para tornar possível uma sociedade mais justa, decente, fraterna e solidária.

Logo o Brasil ocupará um lugar no Conselho de Segurança das Nações Unidas, está a ponto de se converter em uma potência energética e em 2014 sediará a Copa do Mundo. Quando nos vimos em Copenhague, Lula chorava de felicidade, como uma criança grande, porque a cidade do Rio de Janeiro acabara de ser eleita para organizar os Jogos Olímpicos de 2016. A euforia que o inundava não o impediu de ter a dignidade necessária para vir me consolar porque Madrid não tinha sido eleita e para nos fundirmos em um abraço.

A mim não estranha que esse homem assombre o mundo.

* José Luis Rodriguez Zapatero é primeiro-ministro da Espanha.

Do blog Cidadania.com

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Lula sanciona lei que cria Fundo sobre Mudanças Climáticas

O fundo busca assegurar recursos para projetos e ações que contribuam para a mitigação da mudança do clima e à adaptação a seus efeitos. O texto da lei determina que o fundo ficará vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e será administrado por um comitê formado por representantes do governo federal e da sociedade civil.

Os recursos do Fundo Nacional sobre Mudanças do Clima, sob a forma de empréstimo ou apoio não reembolsável, poderão ser aplicados na análise de impactos, projetos de redução de gases de efeito estufa e na formulação de políticas públicas, entre outros.

De acordo com informações do Ministério do Meio Ambientes, dos 10% destinados ao ministério pela Lei nº 9.478, que regula a cadeia produtiva do petróleo, 6% irão para o novo fundo.

Ele será formado ainda por recursos de fontes como o orçamento da União, doações e empréstimos de entidades nacionais e internacionais, públicas e privadas. O agente financeiro será o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Leia também:

Brasil vai dar a tônica na reunião sobre clima em Copenhague

Rebatendo ricos, Brasil e outros países fazem carta alternativa

Do Portal Vermelho.org

Rodrigo Vianna: Serra pediu pra Globo pegar leve com o Arruda?

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador

Ontem, um dos senadores mais bem informados do Congresso (ele transita bem entre governistas, mas é de um partido que tem boas relações com a oposição) garantiu, numa conversa em “off” com jornalistas: “a Globo vai tirar o pé do escândalo, o Serra chamou a direção de jornalismo e 'pediu' (ênfase irônica) para baixar a bola, e não bater tanto no Arruda”.

Mas, por que, senador? “Isso respinga na minha candidatura”, teria dito o governador de São Paulo.

(Muita gente acha que Serra, de início, não achou tão ruim o escândalo. Seria mais fácil negociar com um DEM enfraquecido. O Serra acha que, do jeito que está, o DEM virá por gravidade. Mas, se a crise se arrastar e o noticiário continuar mostrando as cenas, o PSDB também perde. Lula e o PT passam a ser vistos como fiadores do combate à corrupção. Lula hoje já aproveitou a deixa: mandou para o Congresso um projeto de lei que transforma corrupção em crime hediondo.)

A conversa com o senador foi ontem. Hoje, quarta-feira, na hora do almoço, o pau quebrou em Brasília. Arruda mandou a polícia pra cima dos manifestantes da CUT e de partidos de esquerda.

No noticiário local, a Record ficou meia hora com as imagens da pancadaria, ao vivo. Na Globo, uma reportagem sobre um robô, no Japão.

É isso: “pedido” do Serra, não se discute. Cumpre-se!

Vamos ver como fica o noticiário nos próximos dias.

Nesta quarta, o “panetonegate” já tinha sumido também da primeira página da Folha. Será que a Folha vai esconder a pancadaria em Brasília?

Difícil ignorar um escândalo desses. Mas tudo é uma questão de ênfase jornalística. O pedido não foi pra sumir com o caso, mas pra baixar a bola... A conferir.

O que digo é o seguinte: o senador é fonte segura. Em julho, avisou a vários jornalistas que havia uma fita de Arruda pegando dinheiro. Poucos acreditaram. As fitas estão aí.

O senador — agora — avisa que a fita mais impactante ainda não foi divulgada. Arruda apareceria numa cena de “adoração monetária”, louvando as notas novinhas em folha.

“Eu vi a fita, ela existe. Só não sei se vai aparecer”.

Parece inacreditável. Mas, nesse caso, quase tudo parece inacreditável: das meias e cuecas à desculpa do panetone...

Eu já não duvido de mais nada.

Do Portal Vermelho.org

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Arrudagate:Patrimônio de Arruda cresceu mais de 1.000%

Agência Estado


BRASÍLIA - Acossado por denúncias de corrupção e filmado recebendo dinheiro vivo no escândalo do "mensalão do DEM", o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, tem hoje um patrimônio que, em apenas sete anos, cresceu 1.060%.

Nas declarações apresentadas à Justiça Eleitoral, em 2002 e 2006, a soma dos bens do governador não passava de R$ 600 mil. Agora, o patrimônio real da família Arruda, só em imóveis, em Brasília, acumulou um valor de mais de R$ 7 milhões.

Antes, o governador declarava R$ 598 mil em bens, que incluía apenas um imóvel em Brasília. As demais propriedades, um apartamento, uma casa e um lote, ficavam na cidade mineira de Itajubá, sua terra natal. Uma caminhonete, uma linha telefônica e uma conta com R$ 20 mil, no Banco do Brasil, completavam o patrimônio.

Da posse como governador do DF, em 2007, para cá, a maneira como as aquisições foram feitas levanta suspeita - em pelo menos dois casos, os imóveis foram comprados por terceiros e depois transferidos para filhos de Arruda. O hábito de registrar imóveis em nome dos filhos fez com que as declarações de bens apresentadas à Justiça Eleitoral ficassem modestas diante de seu patrimônio real.

A lista inclui aquisições recentes. Uma delas foi feita neste ano, após a gravação dos vídeos que mostram a farta distribuição de dinheiro do "mensalão do DEM". Em 17 de setembro, ele comprou cinco salas em um prédio comercial com localização nobre em Brasília, em frente ao Banco Central, ao preço de R$ 1,6 milhão. O negócio, registrado em nome do próprio governador, chama a atenção por várias razões.

Quem vendeu as salas foi a Brasal Incorporações e Construções, cujo dono é um correligionário do governador, o deputado federal Osório Adriano (DEM-DF), empresário de sucesso na cidade. De acordo com a escritura, pelas cinco salas, mais seis vagas de garagem, Arruda deu um sinal de R$ 350.000,08 e financiou a diferença direto com a construtora, em 91 prestações, sem juros.

A julgar pelas cifras previstas na escritura, o governador teria de comprometer uma parte considerável de seu salário só para pagar as prestações das salas. São R$ 9.999,98 por mês em prestações, quase dois terços dos R$ 16 mil que Arruda recebe como governador, mais as prestações intermediárias anuais de R$ 49.999,98.

Há mais negócios da família com a construtora do deputado-empresário Osório Adriano. Pouco depois da aquisição feita por Arruda, um de seus filhos comprou uma sala e duas garagens no mesmo prédio, por R$ 519 mil.

No rol de imóveis adquiridos nos últimos anos por Arruda há ainda uma casa em um condomínio do Setor de Mansões Dom Bosco, no Lago Sul de Brasília. A propriedade, avaliada em pelo menos R$ 2 milhões e comprada pelo governador em 2004, estava em nome dos filhos do primeiro casamento. Em outubro do ano passado, foi doada para a atriz Mariane Vicentini, com quem o governador teve um segundo casamento.As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

Do blog Terror do Nordeste

ÍCONES DOS DEMOCRATAS, ARRUDA EM BRASÍLIA E KASSAB EM SÃO PAULO DÃO "SHOW DE ADMINISTRAÇÃO".

Foto desmontagem - Da direita para a direita: Marco Maciel (Desde a ditadura de 64), Onix, Rodrigo filho de Cesar Maia, Arruda e Kassab.

São Paulo - A chuva (VERDADEIRO AGUACEIRO) que começou no início da noite de segunda-feira e continuou durante toda a madrugada, alagou mais de 20 regiões da capital paulista. O Rio Tietê transbordou, no bairro do Ipiranga, o Ribeirão dos Meninos transbordou, e na região, além do Itaim Paulista, da Marginal Tietê e da Marginal Pinheiros, foi decretado estado de alerta. O volume de chuva registrado durante a noite de segunda-feira e a madrugada de terça ultrapassou 40% da média mensal, sendo que na região do Piqueri, o volume de chuva ultrapassou 89 mm. O Instituto Climatempo informa que a instabilidade é provocada por uma frente fria que está no litoral paulista, deixando nuvens carregadas paradas sobre a Região Metropolitana, devendo prosseguir assim durante toda a semana.

As notícias não são boas, e além de muito prejuízo material, muitas pessoas estão feridas e ocorreram algumas mortes em deslizamentos e desabamentos.

Não existe “novidade” em nada disso, temporais, enchentes desse tipo são comuns em São Paulo e em várias cidades do Brasil e do mundo. Ocorre que observamos com preocupação e tristeza, que esses fatos vêm aumentando de forma assustadora na sua periodicidade e gravidade, sem que as autoridades dos sucessivos governos consigam ao menos amenizar o problema.

A maior Cidade brasileira, para, toda vez que chove um pouco mais forte, e, para tornar a situação mais angustiante, o Prefeito de São Paulo, Kassab, vem a público dizer que está tudo sob controle e que a Cidade suportou bem as chuvas.

Diante dessa declaração tão “realista” e “confortadora” para quem está ou ficou horas preso dentro de um carro ou ônibus esperando a chuva passar e a água baixar, para quem perdeu tudo, ou pior, para quem perdeu pessoas queridas, só resta à certeza de que o Cidadão paulista pagará com satisfação o aumento de IPTU QUE PODERÁ CHEGAR ao percentual de 60% no ano de 2010.

Ganha um Panetone do ARRUDA, quem discordar do KASSAB, eles são mesmo um “modelo” de administração pública, e ícones dos “Democratas”.



Do blog 007BONDEBLOG

Mercosul decide não reconhecer novo governo de Honduras

A postura foi definida em um "comunicado especial" emitido durante a cúpula do Mercosul, e foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelos chefes de Estados da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner; do Paraguai, Fernando Lugo; do Uruguai, Tabaré Vázquez, e da Venezuela, Hugo Chávez, como líder de país associado.

A postura foi definida em um "comunicado especial" emitido durante a cúpula do Mercosul, e foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelos chefes de Estados da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner; do Paraguai, Fernando Lugo; do Uruguai, Tabaré Vázquez, e da Venezuela, Hugo Chávez, como líder de país associado.

A declaração dos países-membros do bloco e da Venezuela, lida pelo presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, considera "inaceitáveis as graves violações dos direitos humanos e liberdades fundamentais do povo hondurenho".

"Diante da não restituição do presidente Manuel Zelaya no cargo para o qual foi democraticamente eleito pelo povo hondurenho, (os membros do Mercosul) manifestam o total e pleno desconhecimento do pleito eleitoral realizado em 29 de novembro pelo Governo de fato", acrescenta o documento.

Segundo o texto, esse pleito "ocorreu em um ambiente de inconstitucionalidade, ilegitimidade e ilegalidade, constituindo um duro golpe aos valores democráticos para a América Latina e o Caribe".

Além do "comunicado especial", na Cúpula do Mercosul, realizada hoje em Montevidéu, os líderes dos países-membros do bloco expressaram seu repúdio ao ocorrido em Honduras, em cada um de seus discursos.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, criticou os governos do Peru e da Colômbia por apoiarem a eleição de Porfírio Lobo em Honduras e defendeu uma posição energética do bloco. "Isso nos preocupa. Há países aqui sentados que reconhecem o novo governo", disse.

A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, que assumiu hoje a Presidência pro tempore do Mercosul, afirmou na cúpula semestral do bloco que a Organização dos Estados Americanos (OEA) "deveria tomar medidas econômicas" contra o novo governo de Honduras.

"Além da declaração clara e contundente feita hoje pelos presidentes do Mercosul, certamente haverá medidas econômicas e acho que a OEA também deveria tomá-las", afirmou Cristina, na entrevista coletiva com a qual encerrou a cúpula do Mercosul realizada em Montevidéu.

Colômbia

Na contramão das declarações dadas por seus vizinhos, o vice-presidente da Colômbia, Francisco Santos, afirmou que não se pode condenar Honduras ao isolamento. "Não podemos condenar um povo à solidão eterna por um problema institucional em determinado momento", disse, ao discursar no plenário da Cúpula do Mercosul em Montevidéu.

Santos afirmou que o referendo convocado pelo deposto presidente hondurenho, Manuel Zelaya, "foi negado" pela Corte Suprema e pelo Congresso de Honduras. Ele também reiterou que seu país quer "superar suas diferenças" com a Venezuela, "com base no respeito mútuo".

Afirmou que o acordo selado com os Estados Unidos para que as Forças Armadas dessa nação utilizem sete bases militares colombianas "jamais será utilizado para algum tipo de intervenção contra um país da região". O acordo gerou preocupação e crítica da grande maioria dos países da reghião, que considerama ampliação da presença militar norte-americana na América Latina uma ameaça à soberania.

Com agências

Leia mais: Zelaya diz que fica na embaixada enquanto o Brasil deixar

Do Portal Vermelho.org

Jornal vaza esboço de documento elitista em Copenhague

Segundo o The Guardian, o chamado Texto Dinamarquês, elaborado em segredo por um grupo que ficou conhecido como "círculo do compromisso", foi finalizado nesta semana e mostrado a um grupo muito restrito de países. O texto seria revelado apenas no final da conferência.

No texto, os líderes presentes ao encontro seriam convidados a assinar um acordo que dá mais poder aos países ricos e remete as Nações Unidas para um lugar secundário nas futuras negociações sobre alterações climáticas.

Além disso, estabelece limite diferentes para as emissões per capita de países desenvolvidos e em desenvolvimento até 2050. Ao segundo grupo de países será permitido emitir quase o dobro de gases, segundo revelou o jorna britânico.

O texto abandona os princípios do Protocolo de Quioto, no qual as nações ricas, responsáveis pela maior parte das emissões de CO2, assumiam a liderança no combate ao efeito de estufa, enquanto as nações mais pobres poderiam agir em menor escala.

O documento entrega ainda ao Banco Mundial a responsabilidade de financiar o combate às alterações climáticas.

Ongs criticam documento

Lumumba Stanislas Dia Ping, chefe da delegação sudanesa que atualmente preside o G77, grupo que reúne 130 países em desenvolvimento, afirmou que o projeto representa uma "ameaça". "Os membros do G77 não deixarão as negociações neste estágio. Não podemos nos permitir um fracasso em Copenhague", afirmou.

Organizações ambientais também criticaram o documento. "O texto proposto pelo primeiro-ministro dinamarquês é fraco e mostra a posição elitista e sem transparência da presidência dinamarquesa”, afirmou Kim Carstensen, da organização WWF.

"As táticas de negociações debaixo dos panos, sob a presidência dinamarquesa, querem agradar os países ricos em vez de servir à maioria das nações que pedem uma solução justa e ambiciosa", acrescentou.

Antonio Hill, da Oxfam International, pediu que os líderes se concentrem no texto negociado há meses por diferentes grupos de trabalho. "A proposta dinamarquesa não deve distrair (os participantes)", comentou.

Brasil cancela entrevista

A divulgação do tal documento fez com que a delegação do Brasil na COP-15 suspendesse uma entrevista coletiva sobre o andamento das negociações para iniciar conversações com Brasília; a China mudou sua entrevista para uma sala menor, informou o jornal O Globo.

Leia aqui, em inglês, o texto revelado pelo jornal britânico The Guardian


Do Portal Vermelho.org

As 'Realizações' do governo FHC!


Abaixo, relaciono algumas das principais 'realizações' do governo FHC.

1) Recorreu 3 vezes ao FMI, emprestando US$ 86,5 Bilhões apenas entre 1998/2002;

2) Acumulou um déficit comercial de US$ 8,7 Bilhões em 8 anos;

3) A taxa Selic chegou a 45% ao ano em Março de 1999;

4) A dívida pública aumentou de 30% (2002) para 55,5% do PIB (2008);

5) Os salários do funcionalismo público federal foram brutalmente arrochados, ficando 8 anos sem qualquer reajuste;

6) Os movimentos sociais foram criminalizados, principalmente o MST, com os quais o governo FHC recusava-se a dialogar;

7) Deu-se total prioridade para as relações diplomáticas e comerciais com os países ricos (incluindo a defesa da adesão do Brasil à ALCA e abandonando o Mercosul e o projeto de integração latino-americana);

8) O governo FHC condecorou o Ditador peruano, Alberto Fujimori;

9) O governo FHC apoiou o Golpe de Estado contra Hugo Chávez em Abril de 2002;

10) O volume de crédito na economia não passava de 22% do PIB em 2002;

11) O déficit público era de 4% do PIB em 2002;

12) A dívida externa representava 45% do PIB brasileiro em 2002;

13) O valor do PIB foi de apenas US$ 459 Bilhões em 2002, fazendo com que o Brasil fosse apenas a 2ª. Maior economia da A.Latina, ficando atrás do México, e se tornando apenas a 15ª. Maior economia do mundo;

14) O governo FHC, através de uma portaria assinada no final de 1998, proibiu o governo federal de construir escolas técnicas;

15) Privatizou dezenas de empresas estatais (como a Vale do Rio Doce, por exemplo) por valores extremamente reduzidos e que foram vendidas para grandes empresas privadas, nacionais e principalmente estrangeiras, e ainda financiou as privatizações dinheiro público, através de empréstimos do BNDES, com juros subsidiados;

16) Tentou alugar a Base de Alcântara para o governo dos EUA. O acordo previa que os brasileiros não poderiam entrar em grande parte da Base, que ficaria sob o controle direto dos EUA.


Com tudo isso, ainda existem pessoas que dizem que o governo Lula foi uma continuidade do governo FHC e que, por isso, teria feito um governo tão bom.

Mas, como isso poderia ser verdade, se o governo Lula não fez nada disso que está relacionado acima?

Do blog
Guerrilheiro do Entardecer

Se gritar pega ladrão...

'Castelo de Areia' envolve seis partidos


Caio Junqueira e Vandson Lima
Valor Econômico - 08/12/2009

O Ministério Público Federal em São Paulo elencou ontem obras suspeitas de irregularidades envolvendo a construtora Camargo Corrêa e diversas autoridades dos governos federal, paulista e municipal de São Paulo, tanto do Executivo como do Legislativo.

O que embasa os pedidos de investigação são documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a Operação Castelo de Areia. De acordo com o Ministério Público, "os documentos levantam suspeitas da prática de corrupção ativa e passiva, crimes financeiros, além de atos de improbidade administrativa e eventuais ilícitos eleitorais", ressaltando que "menções a pagamentos a autoridades com prerrogativa de foro ocorrem na maioria das obras".

O MP encaminhou as representações para os órgãos que considera competentes para prosseguirem com a apuração. À Procuradoria Geral da República, em Brasília, foram remetidos pedidos de investigação contra integrantes do Tribunal de Contas da União (TCU), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), dois senadores (um do PSB e outro do PCdoB), três deputados federais (dois do PSDB, outro do PR), membros do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, uma candidata do PT a deputada estadual no Paraná, diretor de engenharia da autarquia paulista Desenvolvimento Rodoviário SA (Dersa) e um integrante do PMDB.

À Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo, foram remetidos os pedidos que relacionam o secretário de Habitação da Prefeitura de São Paulo, um assessor especial da Prefeitura de Jundiaí, a Companhia de Abastecimento de Água de Campinas (Sanasa), o secretário de Planejamento de Campinas, membros e presidente da Câmara de Vereadores de São Paulo, o secretário de Infraestrutura Urbana e Obras da Prefeitura de São Paulo e o secretário-geral do Democratas (sem citar de qual diretório), um auditor e conselheiro do Tribunal de Contas de São Paulo, um integrante do Ministério Público do Estado e da Polícia Civil do Estado de São Paulo e dois diretores de Furnas.

À Procuradoria-Geral de Justiça do Rio de Janeiro, foi remetido um pedido de investigação de suposto envolvimento de secretário de Estado do Rio de Janeiro ligado ao Metrô. Diretores do Dnit foram mencionados ao Ministério Público do Distrito Federal. Houve ainda pedido de abertura de inquérito sobre outros executivos da Camargo Corrêa, por crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

O MP divulgou, porém, apenas os cargos, sem relacionar as pessoas. No quadro ao lado, o Valorinforma quais pessoas ocupam esses cargos atualmente. Como o inquérito corre em segredo de Justiça, não há como confirmar sua citação na representação. Todos os citados foram procurados pelo Valor.

O Ministério Público encaminhou ainda à Procuradoria Eleitoral de São Paulo uma planilha apreendida na qual constam nomes de políticos que teriam recebido contribuições eleitorais irregulares entre 1995 a 1998. Segundo informações divulgadas pelo jornal "O Estado de S. Paulo", o secretário da Casa Civil do Estado de São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), é um desses nomes, junto com "Palacio Band" e com o secretário municipal de Esportes de São Paulo, Walter Feldman (PSDB), além do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB). Ao jornal, Nunes Ferreira negou a informação, assim como Temer, que considerou a menção "uma infâmia". Ontem, ao Valor, Feldman disse se tratar de um "absurdo" e que ingressou com um habeas data para poder acompanhar as investigações, tendo, inclusive, colocado à disposição das autoridades seus sigilos fiscal, bancário e telefônico.

Em nota, a Camargo Corrêa informou que tomou conhecimento dos pedidos de informação pelo site do Ministério Público: "Mais uma vez, nos vemos alvo de acusações públicas sem que tenhamos tido acesso às informações que lhes deram origem e que são parte de processo judicial que corre em segredo de Justiça. Ressaltamos que, neste mesmo processo, houve denúncias divulgadas precipitadamente à imprensa que se mostraram infundadas. A Camargo Corrêa está convicta da licitude da sua conduta e espera ter acesso a essas informações para que possa fazer sua defesa, direito que constitui base fundamental de um Estado democrático".

O senador Renato Casagrande (PSB-ES), único capixaba no Senado, criticou a atitude do MP. "É uma irresponsabilidade muito grande o Ministério Público divulgar uma coisa dessas, sem dizer quem são os investigados, levantando suspeitas. Eu nunca tive relação alguma com a Camargo Corrêa, nunca recebi doações e minha única atuação em relação ao Aeroporto de Vitória foi buscar meios para que a obra, que estava parada, andasse e se fizesse uma nova licitação".

A Secretaria Estadual de Transportes do Rio informou que "na gestão atual (2007-2010), não há qualquer contrato em vigor ou relação comercial com a empresa Camargo Corrêa, tampouco temos ou contratamos obras metroviárias com a citada empresa". O Dnit informou que ainda não foi notificado: "O que nos impede, por enquanto, de qualquer manifestação". A prefeitura de Jundiaí, chefiada por Miguel Haddad (PSDB), disse não ter recebido intimação da Procuradoria Geral de Justiça a respeito do assunto e se manifestará somente após ter conhecimento dos fatos.

A assessoria de Furnas informou desconhecer a obra citada. A Eletronorte optou por não se manifestar. Em Campinas, nem a Sanasa nem a assessoria da prefeitura local foram localizadas. A Secretaria da Habitação de SP ainda não tinha sido notificada, mas a assessoria disse que a Pasta está disposta a colaborar com as investigações, mesma resposta adotada pela Dersa. A assessoria do senador Inácio Arruda informou que ele não tem envolvimento com o caso. A do deputado Chico Lopes não foi localizada.

Fátima: Não se faz médico a facão

Não há mistério; desde sempre, o ato médico é o fazer médico
"Quando você adoece e vai se consultar, a quem procura?"

FÁTIMA OLIVEIRA, em O Tempo
Médica - fatimaoliveira@ig.com.br

Quando aparecia alguém lá em casa para filar consulta, meu avô Braulino bradava: "Não se faz médico a facão. Eu sei!" Esbravejava: "Acham que doutora vive de brisa". Se pediam remédio, ele irava: "Oxente, e aqui virou farmácia?". A lembrança é a propósito da canseira inútil das acirradas e passionais discussões sobre a "lei do ato médico". De tão surreais perderam o prumo e beiram à insensatez. As medicinas, como Minas, são muitas, mas nunca encontrei quem não saiba o que faz um médico, desses que não são feitos a facão.

O senso comum jamais confunde o ato médico, pois as fronteiras da medicina - alcances e limites -, além de nitidez, gozam de reconhecimento público. À pergunta sobre o que acho do ato médico, mordo a língua e indago: "Quando você adoece e vai se consultar, quem procura?". A resposta é única: o médico. Arremato: "Para quê?", A resposta é sempre igual: "Pra dizer o que tenho e passar remédio". Quem sabe qual é o papel do médico, sabe o que é o ato médico!

A história da medicina é pródiga em comprovações de que a categoria médica - cada profissão origina uma categoria profissional e não uma classe, logo não há "classe médica", terminologia fora do escopo e arrogante - ergueu suas fronteiras na luta separatista entre medicina e religião e na apropriação de saberes de outras profissões, como as parteiras - história de lances indizíveis explicitadores da ojeriza que parte da categoria nutre pelas casas de parto, espaços para partos normais, que apoio. Há outras pelejas.

Leonard M. Martin, em "A Ética Diante do Paciente Terminal", é categórico: "No Ocidente, o surgimento da medicina científica como uma profissão e a separação crescente entre a religião e a medicina são fenômenos com consequências enormes. É um processo histórico complexo, marcado por tensões entre a medicina popular e a erudita, entre medicina de inspiração religiosa e a secularizada, entre medicina tecnológica e científica e uma mais humanística centrada no paciente individual".

Não é segredo, desde os primórdios da medicina científica, que o ato médico é aquele privativo do fazer médico; e que diagnóstico médico e prescrição médica são prerrogativas de quem se graduou em medicina, única profissão da saúde que habilita para formular hipóteses a partir de um conjunto de dados para chegar a uma linha de raciocínio definidora da propedêutica adequada ao diagnóstico e à prescrição.

Aventam que o ato médico desmonta a lógica do SUS e o trabalho em equipe! Como um modelo de assistência à saúde focado nas doenças, com vistas a diagnosticá-las e a tratá-las, prescinde do único profissional que diagnostica; prescreve, de medicamentos a procedimentos; interna e dá alta em hospitais; declara e emite atestado de óbito? A lógica do SUS é que não há SUS sem médico. Como um marco legal escrito da prática médica existente destruiria o trabalho em equipe multi, inter ou transdisciplinar, se o que as caracteriza é a riqueza que cada profissional aporta, através de saberes e habilidades técnicas e científicas específicas e diferenciadas?

A "lei do ato médico", como outras regulamentações de um campo profissional, impede, proíbe e criminaliza é a promiscuidade no agir profissional, configurada numa palavra que fala por si: charlatanismo. O respeito irrestrito à saúde e à vida humana não pode passar ao largo da área de competência científica, técnica e ética de cada profissão que compõe os recursos humanos do setor de saúde.

Do blog Viomundo