sábado, 5 de junho de 2010

Brasil e Argentina terão satélite de olho no petróleo

Do Blog Tijolaço.com

Reviravolta: Onézimo de Souza, da revista Veja, é da turma de arapongagem de Serra e Itagiba desde o Ministério da Saúde

Em primeira mão no blog Os Amigos do Presidente Lula

A revista Veja traz entrevista com um ex-delegado da Polícia Federal, Onézimo de Souza, que acusa de aloprado o jornalista Luiz Lanzetta, dono da empresa de que emprega os assessores da área de comunicação de Dilma e, acusou indiretamente, o ex-prefeito Fernando Pimentel.

O que revista não conta é que Onézimo de Souza foi parceiro de Marcelo Itagiba, nos tempos de arapongagem no Ministério da Saúde de José Serra (PSDB/SP), o que muda completamente o cenário dos fatos.

Quando José Serra (PSDB/SP) era Ministro da Saúde do governo FHC, montou um serviço de inteligência na ANVISA, sob a gerência do então delegado da PF, Marcelo Itagiba (PSDB/SP).


Em meio a denúncias de espionagem contra outros tucanos, foi extinto em 1999 (conforme notíciou o boletim ANVISA nº 4 ).

Em 2001, a revista Carta Capital, publicava:

"...no Ministério da Saúde se teria produzido um conjunto de informações sobre atividades de Paulo Renato. Informações explosivas, pois indicariam uma das trilhas montadas pelo grupo em sua escalada rumo ao poder. Ainda segundo a história do dossiê, este teria sido montado no Ministério da Saúde, mais precisamente na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, onde funcionaria um sistema espionagem. ...Eram sete os agentes, incluídos um ex-SNI e SAE [hoje Abin] e um ex-chefe da Inteligência da Polícia Federal no governo Fernando Henrique".

Com o fim desse grupo, Itagiba voltou a Polícia Federal, e esteve na superintência do Rio de Janeiro.

Onézimo de Souza era delegado da Polícia Federal, nesta época. Atuou em parceria com Marcelo Itagiba, nestas operações para o então Ministro da Saúde, José Serra.

Justamente nesta época, é que houve o rumoroso episódio da Operação Lunus, para retirar Roseana Sarney da corrida presidencial, quando havia ultrapassado Serra nas pesquisas, em 2002.

O bom relacionamento entre Onézimo e Itagiba continuou, pois quando Itagiba ocupou a Secretaria de Segurança Pública no Rio de Janeiro, no governo de Rosinha Garotinho, Onézimo era convidado para palestrar na Academia de Polícia do Rio, em 1995:


O jornalista Leando Fortes, da revista Carta Capital, apurou o seguinte nessa coisa de "dossiê", a respeito de Onézimo:

"O mesmo fenômeno envolveu o ex--delegado federal Onézimo de Souza, especialista em contraespionagem que chegou a oferecer serviços ao PT de vigilância e rastreamento de escutas telefônicas. Como cobrou caro demais, acabou descartado, mas foi apontado como futuro integrante da tal equipe de arapongas de Dilma Rousseff."

Logo, Onézimo de Souza, tem todas as características de ter tentado de infiltrar na campanha petista como espião de Serra, ou para tentar oferecer "dossiê" sonhando armar outro flagrante de "de onde veio o dinheiro".

Não deu certo. Como o livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr. existe, e Serra quer neutralizar para desacreditar qualquer denúncia contra ele, como se fosse "dossiê" falso, tudo indica que Onézimo foi convocado pela arapongagem de Serra para um plano "B", nesta semana.

Diz que foi "convidado" a fazer "dossiê", diz que iriam pagar R$ 1,6 milhão (qualquer semelhança com o dossiê Vedoin não é mera coincidência) e diz que recusou.

A história contada pela revista Veja é muito ruim até como roteiro de ficção. Os aloprados tucanos que escreveram esse roteiro na pressa e no desespero, cometeram um ato falho, que denuncia a trama. A certa altura da "entrevista" combinada, Onézimo diz:

"Primeiro, queriam que a gente identificasse a origem de vazamentos que estavam acontecendo dentro do comitê. Havia a suspeita de que um dos coordenadores da campanha estaria sabotando o trabalho da equipe. Depois, queriam investigações sobre o governador José Serra e o deputado Marcelo Itagiba."

Ora, Itagiba não é carta fora do baralho nestas eleições, vai candidatar-se a reeleição de deputado federal no Rio de Janeiro. Ninguém em sã consciência, se interessaria por um "dossiê" contra ele. Quanto Onézimo o cita, comete um ato falho, e aponta a serviço de quem está.

Versão do Estadão cai em contradição com a Revista Veja

O Estadão também vem com a estória do Onézimo, mas quem fez o roteiro de ficção para o Estadão esqueceu de combinar com a Veja, porque cai nas seguintes contradições:

VEJA: Onézimo diz que foi convidado para um encontro com Fernando Pimentel. Chegando lá no restaurante, estava o Luiz Lanzetta, que ele não conhecia, mas que se apresentou como representante do prefeito. Diz que o pagamento seria R$ 160 mil por mês.

ESTADÃO: Diferente da Veja, diz que Luiz Lanzetta marcou um encontro com o sargento Dadá (*) e o Onézimo. A reunião ocorreu no restaurante Fritz, na Asa Sul de Brasília. O Estadão já aumentou: disse que seriam R$ 200 mil por mês.

Há vários outros pontos muito mal esclarecidos e falta de detalhes nas "reporcagens". Mas para quem abdicou de escrúpulos, como a oposição de José Serra, não interessa muito. O caso é igual ao da Lina Vieira. A palavra de um contra a de outro. Inventar pauta negativa na imprensa, e ficar martelando o boato. Quando a verdade aparece tiram de pauta.

(*) Sargento Dadá: Idalberto Matias de Araújo, ex-sargento do serviço secreto da Aeronáutica. Durante a operação Satiagraha, ele indicou pessoas a Protógenes, há vídeos dele conversando com a jornalista Andréa Michael. Ficou nacionalmente conhecido na TV Câmara quando depôs da CPI das escutas telefônicas presidida por Marcelo Itagiba. Também teve um envolvimento polêmico no desdobramento da Operação Diamante da Polícia Federal, em Goiás.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Oliver Stone ataca a mídia e diz que filme dá voz aos pobres

Do Poratal Vermelho.org

Apaixonado pela América Latina, Oliver Stone produziu e dirigiu seis documentários sobre a região, dos quais "Ao Sul da Fronteira" é o mais recente. Com data de estreia marcada para esta sexta (4), o filme fala sobre a mudança na geopolitica latino-americana a partir da ascensão ao poder do presidente venezuelano Hugo Chávez.

Personagem de maior destaque no documentário Chávez é colocado como o paradigma de liderança na América Latina. Depois dele, vários outros países elegeram líderes com a cara de seus países - Evo Morales na Bolívia, o casal Kirchner na Argentina, Fernando Lugo no Paraguai, Rafael Correa no Equador e Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil. Todos são entrevistados por Stone, que como Michael Moore em seus filmes, também se faz presente.

Na entrevista a seguir, concedida ao UOL Cinema por telefone desde Buenos Aires, onde Stone foi lançar o filme, o cineasta responde a críticas e ataca pesadamente os meios de comunicação, que para ele são o principal instrumento de propaganda e dominação americana na região. "O filme é destinado aos 80% de pessoas que não são representados nesse tipo de filme, os 80% que foram beneficiados pelas políticas desses novos líderes", diz ele. A seguir, os principais trechos.

UOL Cinema - Por que decidiu fazer um filme sobre a geopolítica sul-americana? Quando teve essa ideia pela primeira vez
Oliver Stone - Eu sempre me interessei pela América Latina. Fiz "Salvador" (1986), sobre a Guerra na América Central, em El Salvador. Visitei muitos países [da região] ao longo desses anos. Fiz "Comandante"(2003), sobre Fidel [Castro], com uma hora e meia, deu muito trabalho. Depois, eu fiz "Looking for Fidel" e, agora, "Ao Sul da Fronteira". É uma série de seis documentários nos quais estou trabalhando. Tenho mais dois: um terceiro filme sobre Castro, agora na velhice, e também um grande projeto chamado "Secret History of United States", com dez horas de duração, para a televisão americana, que sai no início do próximo ano. Estou preocupado com o mundo e com a busca da verdade. O documentário é apenas uma parte da minha carreira. E a ficção, o drama com atores, é outra. Tento dividí-las porque essa é uma grande história, "Ao Sul da Fronteira". É uma história imensa, que os americanos não conhecem. Eles não sabem nada sobre isso. Eles ouvem uma versão completamente falsa sobre [o presidente venezuelano Hugo] Chávez nos meios de comunicação americanos. Eles não sabem nada sobre a Argentina, não sabem sobre a disputa de Nestor Kirchner contra o Fundo Monetário Internacional na América do Sul - [os argentinos] promoveram grandes mudanças no modo como fazem negócios. Não sabem que a Bolívia quer seus próprios recursos, sobre o Equador. Não sabem nada a respeito disso. Só sabem sobre a Colômbia e o México como [focos da] guerra contra as drogas.É tudo o que sabem. E é muito triste para mim que tenham essa imagem da América do Sul.

UOL Cinema - Uma das principais críticas em torno do filme aqui no Brasil é de que "Ao Sul da Fronteira" traz uma visão pronta, quase uma tese.
Oliver Stone - É claro que vão dizer isso. O filme vai ser politicamente criticado. São meios de comunicação muito fortes e poderosos. Se ficar estabelecido que eles não gostam de Chávez ou de Lula, certamente perseguirão o filme, é inevitável. Não posso me importar com isso. O filme é destinado aos 80% de pessoas que não são representados nesse tipo de filme, os 80% que foram beneficiados pelas políticas desses novos líderes. E por falar nisso tivemos uma tremenda exibição do filme em Cochabamba, na Bolívia, com seis mil pessoas. Nunca na minha vida estive numa sala com seis mil pessoas vibrando e aplaudindo. E também na Venezuela, com três mil pessoas. É algo para ser visto. É preciso entender que os filmes existem para as pessoas. E elas meio que ficam enterradas, escondidas. Especialmente os pobres, que não são ouvidos. E esses líderes representam uma mudança.

UOL Cinema - Os críticos acusam o filme de não ouvir o outro lado. Mas existe também uma confusão em torno do que é documentário e o que é tele-jornalismo.
Oliver Stone - Tive esse problema durante anos. Fiz o retrato de [Fidel] Castro, que nunca niguém entrevistou do jeito que o entrevistei. Nunca ninguém viu o lado íntimo, o lado mais próximo, de Castro da maneira como mostramos. E fui criticado por não ter [produzido] um documentário político mostrando suas falhas. Eu nunca teria contado essa história se não tivesse chegado até lá e ganhado sua confiança. Você está certo, eles querem jornalismo, mas também acho o jornalismo falso, por que nos dá uma falsa dualidade. Por exemplo, a BBC vai até a Venezuela para fazer um documentário sobre Chávez. E só pergunta sobre coisas ruins, nunca nem uma vez nada positivo. [Risos]. A verdade é que a economia da Venezuela estourou depois da tomada da companhia de petróleo, até a recessão de 2009, subiu em níveis de mais de 60%. A mesma coisa com a Argentina, que fez tudo errado. Eles foram contra o Fundo Monetário Internacional e, ainda assim, a economia deles ficou louca. Foi muito bem. Essas coisas, muito americanos e, menos ainda, muitos sul-americanos não sabem, não reconhecem e não querem [reconhecer]. É muito rígido aqui, um sistema muito estranho. Porque os meios de comunicação na Venezuela são tão eloquentes e todos os veículos são privados. No Brasil, na Venezuela, na Argentina. Grandes cadeias, grandes famílias, eles são como os oligarcas. Eles são donos dos meios de comunicação, das emissoras de televisão. E eles os usam para interesse o próprio. E eles mentem. E o Departamento de Estado americano concorda com eles porque querem controlar a região e o fazem. Eles fazem isso há 150 anos. O Departamento de Estado fornece o material e os meios de comunicação americanos, as emissoras e as agências publicam as histórias sobre todas essas pessoas. Até mesmo Lula, que era [visto como] a "boa esquerda" sul-americana, agora é visto como a "má esquerda" por causa de sua posição a respeito do Irã, o que mostra quão louca é essa situação. Novamente, falando sobre sanções contra o Irã, o mundo nunca vai chegar a um estado de paz enquanto tivermos essas posturas ideológicas rígidas dos meios de comunicação. Eles estão matando a possibilidade de negociação e consenso.

UOL Cinema - Algo mudou em sua visão sobre esses líderes depois que os encontrou? Falo especificamente de Hugo Chávez e o presidente Lula.
Oliver Stone - Não. Não fiz isso baseado em ideias pré-concebidas. Não acredito mais nos meios comunicação americanos. Tive minhas próprias experiências com eles. E acho que eles foram tão negativos em relação a Chávez que nem mencionaram os outros países. Você vai e volta e quando fui a Venezuela vi um outro país. Aliás, além disso, o filme não é sobre Chávez. Falei de outros países até para ter outras pessoas falando. O filme tem que falar por si só. Fico impressionado com o fato de que as pessoas dizem que não há críticas no filme. Francamente, há um bocado de críticas a eles [os presidentes] no filme, se olhar mais atentamente. Mas essas pessoas nunca parecem satisfeitas. Há muita crítica ao governo de Chávez no filme, tanto por parte dos americanos quanto dos colaboradores dos americanos na Venezuela.

Vítimas do terrorismo de Israel


Multidão compareceu ao sepultamento dos corpos em Istambul


A ativista e cineasta brasileira Iara Lee, detida por tropas israelenses na ação militar contra embarcações que levavam ajuda humanitária à Gaza na segunda-feira passada, disse que passageiros do barco em que viajava "'viram soldados atirando corpos no mar". Israel sustenta que 9 pessoas morreram no ataque, mas Iara discorda. "Nossa contabilidade é de que 19 pessoas morreram. Ainda há gente desaparecida, não sabemos o que aconteceu com eles. E ainda há feridos muito graves, praticamente morrendo, que não conseguimos retirar do hospital em Tel Aviv." [...]
Iara viajava no barco Mavi Marmara, que foi palco dos episódios de violência que resultaram na morte de nove ativistas. Em entrevista à BBC Brasil, de Istambul, onde chegou nesta quinta-feira de madrugada junto com um grupo de cerca de 450 ativistas deportados de Israel, Iara disse não ter testemunhado as mortes, mas que "outras pessoas que estavam no barco contaram ter visto soldados atirando corpos no mar".

Iara contou que os atiradores de elite do Exército de Israel entraram no principal navio da frota "atirando para matar". Segundo ela, o operador de internet do Mavi Marmara foi morto com um tiro na cabeça.

"Ele estava na sala de operações, perto da ponte, por onde entraram os atiradores de elite. O corpo dele foi encontrado com um tiro na cabeça", disse ela nesta quinta-feira, antes de embarcar para os Estados Unidos, onde vive.

Iara contou que estava embaixo do convés no momento do ataque, mas quando subiu para procurar seu cinegrafista, viu quatro corpos e vários feridos.

"Era muito sangue, eu comecei a passar mal, tive ânsia de vômito e até desisti de procurá-lo." Violência desproporcional Para a cineasta, a violência usada pelas tropas na ação foi desproporcional.

"Nos barcos pequenos, eles usaram balas de borracha, gás lacrimogêneo e armas de choque. Mas no nosso barco, eles chegaram usando munição de verdade", conta.

"Foram atiradores de elite, todos vestidos de preto, armados".

A cineasta contou que a abordagem israelense ocorreu por volta de 04h30 da madrugada, no escuro, e que foi muito rápida.

"Tinha dois barcos da Marinha. Quando a gente piscou apareceram dezenas de barcos de borracha, helicópteros, atiradores de elite descendo no barco. A marca registrada deles é o silêncio, fomos pegos de repente", ela lembra.

Iara acredita que os soldados ficaram assustados com o número de passageiros a bordo - mais de 600 - e que, por isso, ele podem ter optado por uma ação rápida com o objetivo de assumir imediatamente o controle do barco.

"Esperávamos que eles atirassem para o alto, em direção aos nossos pés, para nos assustar. Imaginávamos que eles fossem tentar jogar redes nos nossos motores, deixar a gente à deriva no meio do mar, mas nunca imaginamos isso." Depois da abordagem, as embarcações da tropa foram levadas para o porto de Ashdod, em Israel, com todos os passageiros algemados. "Quando mandaram a gente descer do barco, já tinham jogado todo o conteúdo de nossas malas no chão, estava tudo misturado. Eram roupas, laptops, pijama, escova de dentes, tudo junto." Os ativistas voltaram para a Turquia apenas com a roupa do corpo e seus passaportes. Segundo a cineasta, todas as câmeras, telefones celulares e blackberries foram confiscados pelo Exército. Ela diz que perdeu US$ 150 mil em câmeras e lentes.

Mas Iara disse que os ativistas conseguiram salvar registros do ataque que teriam sido escondidos em peças de roupas.

"A gente conseguiu salvar algumas fitas com imagens do ataque, que costuramos nas nossas roupas e não foram encontradas pelas autoridades israelenses." Iara Lee saiu do Brasil em 1989 e passou 15 anos nos Estados Unidos, onde é radicada. Nos últimos cinco anos, ela morou em diversos países, entre eles Irã, Tunísia e França, onde filmou documentários.

Fonte: BBc Brasil

( O mais interessante é que o Jornal Nacional insiste em passar imagens onde, evidentemente soldados que desceram do helicóptero, com tocas e mascaras, descem a borduna sem dó nem piedade nos ativistas COMO SE FOSSEM os ativistas agredindo os soldados, caídos, todos à mercê dos "terroristas", e afirma que houve um confronto! Pasmem! A ONU vai investigar não uma chacina mas um "confronto")

Do Blog Bodega Cultural

André Vargas: Serra age como quem bate carteira e grita pega ladrão



O secretário nacional de comunicação do PT, deputado federal André Vargas (PR) rebateu os ataques à campanha da pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, e evocou o passado do ex-diretor de inteligência da Polícia Federal, Marcelo Itagiba, para vincular José Serra a uma tradição de dossiês contra adversários.

"Para falar desse pseudo-dossiê sobre as ligações da filha dele (Verônica) com Daniel Dantas, basta Serra procurar o Google. Está no Google! Não existe dossiê. Mas a verdade é que Serra tem tradição de dossiês, não o PT. Basta lembrar de Marcelo Itagiba. Corre por aí que ele também coordenava dossiês contra o PT. É só procurar as notas que saíam nos jornais. Serra se comporta como aquele que bate a carteira e sai gritando: pega ladrão!", ironiza Vargas.

Eleito pelo PMDB e filiado ao PSDB desde outubro de 2009, o deputado federal Marcelo Itagiba desempenhou papel de investigador nos depoimentos sobre a Operação Satiagraha, na CPI dos Grampos. Mas ele próprio havia sido denunciado por arapongagem contra a então pré-candidata à Presidência da República, Roseana Sarney, atingida nas vísceras pela operação "Lunus", em 2002.

Em março daquele ano, a Polícia Federal encontrou R$ 1,34 milhão em dinheiro na empresa Lunus, de Roseana e Jorge Murad. Vinculou-se a grana a fraudes na Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia). A imagem das cédulas definhou a candidatura Roseana.

Na sequência da operação da PF, o senador José Sarney alardeou uma trama suja para favorecer a campanha de Serra - o que envolvia a montagem de um dossiê no Ministério da Saúde. O peemedebista teria alertado ao presidente Fernando Henrique Cardoso sobre o vaivém de agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) no Maranhão, Piauí e Pará, para fuçar a vida de sua família.

Em 20 de março, Sarney realizou um dos mais duros discursos de sua vida parlamentar, em defesa da filha. Da tribuna, afirmou que "o Ministério da Saúde, em vez de tratar das epidemias, dá prioridade às coisas de inteligência e espionagem."

Itagiba foi personagem reincidente no discurso de Sarney:

"A imprensa em quase sua totalidade publica que esse mesmo grupo está conectado para essas ações políticas na Polícia Federal e no Ministério Público citando o delegado Marcelo Itagiba, ex-chefe do Departamento de Inteligência da Polícia Federal, ex-chefe do grupo de inteligência que se formou no Ministério da Saúde e que é, atualmente, o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, e o Procurador José Roberto Santoro".

Em nota pública, Serra reagiu aos ataques: "As insinuações que o senador Sarney fez a meu respeito foram todas, sem exceção, inconsistentes, irrelevantes e até mesmo alopradas."

André Vargas, secretário de comunicação do PT, reaviva a história no dia em que José Serra acusa a oponente Dilma de ser a responsável política por um dossiê contra sua filha, Verônica Serra. "A principal responsabilidade por esse novo dossiê é da candidata Dilma Rousseff, disso eu não tenho dúvida", declarou o tucano.

Procurado em seu gabinete, Itagiba não retornou os telefonemas para comentar as declarações do secretário petista. "Montaram dossiê contra Sarney, em 2002. E mais uma: Serra esquece que eles (do PSDB) fizeram um grampo ilegal no processo de privatização. (O ex-governador do Ceará) Tasso Jereissati também foi vítima de grampo", complementa Vargas.

O deputado federal sustenta que, na campanha de Dilma, não há uma disputa interna entre o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel e o vice-presidente do PT, Rui Falcão. "Não existe. Pimentel está se dedicando a outro projeto, que é definir sua candidatura ao governo ou ao Senado em Minas Gerais. É difícil compatibilizar. E o Rui Falcão tem participado da campanha. Tentaram criar essa divisão. Agora, o coordenador é o (José Eduardo) Dutra. E estamos aguardando a definição do Pimentel", relata.

Vargas defende que "a vida do candidato tem que ser pública", numa campanha eleitoral. "Dossiê é conversa fiada. É procurar no Google".

Pescado no Blog O Terror do Nordeste

E agora José?

Do Blog Os Amigos do Presidente Lula

Carlos Drummond de Andrade parece até até que teve uma premonição quando escreveu estes versos.




JOSÉ
Carlos Drummond de Andrade

E agora, José?

A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José ?
e agora, você ?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José ?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José ?

E agora, José ?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora ?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora ?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José !

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José !
José, pra onde ?

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Efeito Lolita: como a mídia forja sexualidade juvenil de mercado

Do Portal Vermelho.org

A professora de jornalismo e comunicação de massa na Universidade de Iowa (EUA), Meenakshi Gigi Durham, identifica os mitos criados pela mídia no tratamento da sexualidade, com efeitos nocivos para o desenvolvimento das meninas e a a liberdade das mulheres É o que chama de Efeito Lolita: cada vez mais a mídia atinge garotas mais jovens.

Por Marcos Aurélio Ruy*

No livro O Efeito Lolita: a sexualização das adolescentes pela mídia, e o que podemos fazer diante disso, Meenakshi Gigi Durham diz que é necessária a criação de grupos de discussão com participação efetiva dos jovens como forma de combater esse trabalho cruel feito pela mídia convencional.

É imposto às crianças e jovens um único padrão de beleza possível. E, como as imagens de garotas estampadas nas revistas são irreais, as meninas têm que comprar produtos que vão de cosméticos à cirurgias plásticas para atingir a perfeição de serem sexies e outros aspectos de suas vidas são relegados a segundo plano. A socialite Paris Hilton é a principal modelo a ser seguido assim como o grupo Pussycat Dolls.

Grifes como Victoria’s Secret e cantoras com Christina Aguilera, Britney Spears e Lady Gaga e suas similares pelo mundo afora apresentam como objetos sexuais. O nome Lolita deriva do livro homônimo do escritor russo Vladimir Nabokov: uma menina de 12 anos que é um tipo de garota especial, seduz sem ter consciência disso, passa a ter relacionamento amoroso com um adulto.

No livro Educar para a submissão, o descondicionamento da mulher, a pesquisadora italiana Elena Gianni Belotti, já havia mostrado como é um traço cultural a submissão da mulher. “A tradicional diferença de caracteres entre macho e fêmea não é devida a fatores congênitos, e sim, aos condicionamentos culturais a que o indivíduo é forçado no curso do seu desenvolvimento”.

No caso do Efeito Lolita, Durham também faz uma abordagem demonstrando como a natureza não dita as regras no comportamento humano, sendo que a mídia destinada aos jovens é em boa parte dirigida por mulheres mas sujeitam-se à vontade maior do deus mercado. “O verdadeiro problema com o Efeito Lolita é que as garotas não têm controle sobre essa situação.” Ele consiste “numa fantasia masculina adulta.” E a mídia usa essa fase de descobertas das adolescentes inculcando-lhes ainda mais insegurança, simplesmente para vender mais produtos.

Durham deseja fornecer as ferramentas necessárias para se reconhecer e reagir de modo proativo. “Examinar com rigor o ‘Efeito Lolita’ permitirá desvendar os mitos que compõem o espetáculo da sexualidade das garotas na cultura pop convencional.” É muito comum em revistas na atualidade “a ninfeta com rosto de criança e curvas voluptuosas que posa de modo provocativo em capas de revistas. A sexualização das meninas nos ambientes aparentemente seguros, não realistas e fantasiosos da mídia e da publicidade age com o fim de legitimar, e até de tornar glamuroso, o uso da sexualidade das garotas para fins comerciais”, afirma.

As imagens difundidas pela mídia não são reais nem realizáveis; “corrigidas” por softwares de computador, essas imagens criam perfeições inexistentes. Páginas sempre acompanhadas de anúncios de produtos de beleza, entre outros. A mídia é tão persistente que a confusão fica ainda maior na cabeça das adolescentes e o apelo já é feito para crianças de até 8 anos de idade. Segundo Durham há brinquedos nos Estados Unidos da “Dança do Poste (uma dança erótica usada em cabarés) para meninas de 1 a 2 anos.

As meninas como objeto sexual

Há programas na tevê brasileira que apresentam mulheres de biquínis fio-dental, mostrando seus atributos físicos. Existe até um quadro num programa considerado de comédia que é chamado “a miss beleza interior”, ou seja pessoas que fogem do padrão caucasiano de beleza. Outros, supostamente menos incautos, mostram crianças muito pequenas, na imensa maioria meninas, imitando seus ídolos com roupas provocativas e com dança sensual.

O apelo sexual é tão presente que um certo programa “para mulheres” de manhã, da Rede Globo, levou duas jovens a andarem nas ruas de São Paulo, uma loira outra morena. A loira estilo Barbie e a morena apresentada como um tipo mais brasileiro. Elas andavam pelas ruas e a repórter ia perguntando aos homens qual era mais atraente. Tudo para justificar uma “matéria jornalística” sobre como manter a cintura fina.

Recentemente, a Associação Americana de Psicologia (APA, sigla em inglês) apresentou um relatório no qual afirma que a exposição em revistas, televisão, videogames, videoclipes, filmes, letras de música e internet, são nocivos para o desenvolvimento de garotas adolescentes.

Segundo a APA isso pode levar “à perda de auto-estima, depressão e anorexia”, entre outros aspectos. A pesquisadora Meenakshi Gigi Durham mostra que na mídia convencional já “não se diferencia mais anúncios de matérias jornalísticas”.

Cinco mitos para perpetuar a dominação

Em seu livro, Durham detecta cinco mitos nos quais a mídia se baseia para vender “produtos de beleza” e para apresentar as garotas como seres sexualizados que existem apenas para favorecer o sexo oposto, sem vontade própria e, pior ainda, sem valorizar nenhum outro aspecto das garotas a não ser o de serem sexies, sempre com o objetivo de agradar ao “olhar masculino”. E o pior: rebaixam cada vez mais a idade das garotas.

O primeiro mito é Se você tem, exiba. Este mito valoriza apenas a aparência sexy das meninas. “Chelsea, de 4 anos, elogia a aparência hot da amiga”, diz a autora, e acrescenta Lexi, 9 anos, veste uma camiseta do Pussycat Dolls com os dizeres “você não gostaria que sua namorada fosse ‘hot’ como eu?”. O mito então vê como “hot” (sexy) como a feminilidade ideal. Até em programas da Disney essa temática aparece como em Hannah Montana, destinados à jovens pré-adolescentes.

Para Durham “as mensagens sobre sexo que as garotas têm recebido por intermédio desses veículos de mídia, exploram a consciência sexual e a ansiedade que caracterizam os anos de adolescência e pré-adolescência.”

Uma pesquisa publicada no ano passado no Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissívei” apontou como emissoras mais assistidas a Rede Globo e a MTV, entre os jovens no período das 18 às 22 horas. Na pesquisa as duas emissoras de TV apresentam alto teor erótico nos seus programas e propagandas.

A volência sexual contra meninas

O segundo mito é Anatomia de uma deusa do sexo. O modelo visto como ideal para as garotas tem de ser magra, loira, cabelos longos, ao estilo da boneca Barbie. Para isso os publicitários chegam ao desplante de vender cremes para branqueamento de pele na África e na Ásia.

Também pretendem vender silicone para aumento do tamanho dos seios, entre diversos outros produtos. Segundo Durham até produtos proibidos nos países do Primeiro Mundo por ameaças à saúde, são vendidos no Terceiro Mundo. “As indústrias da moda, das dietas, dos exercícios físicos, dos cosméticos e da cirurgia plástica geram lucros anuais de bilhões de dólares”, afirma Durham, e confirma “a publicidade é a espinha dorsal da mídia”.

No terceiro mito As garotas bonitas, “em 2007, uma garota de 12 anos chamada Maddison Gabriel causou frisson no desfile de moda Gold Coast, da Austrália”. Um noticiário da emissora norte-americana ABC afirmou que Gold teve inspiração em Lolita. Um blogueiro observou, com cinismo indisfarçável: “crianças também conseguem ser ‘hot’”.

A cantora “Britney Spears, aos 16 anos, exibiu-se movimentando-se de modo ostensivo, vestida com um uniforme de escola católica e rabo de cavalo de menininha, em seu primeiro vídeo musical”. Para Durham a roupa clássica de Lolita é o ”leitmotiv predileto da pornografia infantil”.

Em maio a apresentadora Xuxa foi saudada pela mídia por aparecer ladeada por duas jovens gêmeas negras, de 14 anos, desfilando com pouca roupa e, segundo a mídia, tornou-se espécie de madrinha das meninas para tornarem-se modelos. Essa carreira tem sido apresentada em novelas e programas de tevê como ideal para as “meninas bonitas”. Só não falam dos problemas dessa profissão, nem de como as meninas que supostamente não são assim tão “bonitas” devem fazer? Resta a frustração apenas.

Ser violento é sexy é o quarto mito definido pela escritora. Em diversos filmes, a violência sexual contra garotas é apresentada como natural e punitiva. Nesses filmes tanto as garotas “boas” quanto as “más” são assassinadas com o mesmo prazer.

Uma série de filmes de terror, muito apreciada por jovens, Sexta-feira 1, apresenta as garotas que fazem sexo como libertinas que, portanto, devem ser severamente punidas, da mesma forma que os garotos viciados em drogas. O mais pesado, porém, se dá contra as meninas. É a mão de Deus punindo os pecadores.

“Praticamente a cada vez que há uma cena de relação sexual, em que são mostradas longas cenas com garotas adolescentes seminuas, o matador mascarado ataca.” O filme American Pie, apresentado como de libertação sexual, mostra as meninas como instrumentos do sexo e meros objetos a serem usados pelos meninos. No videogame da série Grand Theft Auto os jogadores têm oportunidade de estuprar, espancar e assassinar prostitutas.

Também peças publicitárias apresentam a violência contra mulher como sexy. “As imagens de violência contra as mulheres estão em toda a parte: nos outdoors, nas revistas, na televisão. Um anúncio da Dolce & Gabbana exibe um homem fazendo sexo com uma mulher, enquanto outros homens estão parados em pé, assistindo. A cena sugere um estupro sendo praticado por uma gangue. No anúncio, a modelo é bonita, tem olhar ardente e aparenta estar excitada. O estupro pela gangue é implicitamente justificado”, afirma Durham.

Outro anúncio da Cesare Paciotti “mostra um homem pisando sobre o rosto de uma bela mulher que usa batom vermelho.”

O quinto mito criado pela mída é do que os rapazes gostam. As revistas feitas para meninas invariavelmente dizem que os “rapazes sabem muito a respeito das garotas” e também sabem muito bem o que querem, ao contrário das garotas que não sabem nada, portanto, precisam aprender a satisfazer os desejos dos garotos... com a mídia.

As revistas “ensinam” as meninas a serem atraentes. Manchetes do tipo estampados pela revista norte-americana Seventeen mostram isso claramente: “Experimente esse visual, testado por garotas e aprovados por rapazes”, formam a essência desse mito.

Controlar a volúpia da mídia

“Temos de aprender a ter controle sobre a mídia e a usá-la de modo que melhore nossa vida, em vez de lhe dar total liberdade de ação tanto no espaço público quanto no privado”, afirma Durham. Ela diz ainda que o marketing das empresas está transformando as crianças pequenas em “iscas de sexo”.

Por isso, para ela “a sexualidade deve ser protegida, as pessoas devem ter controle sobre ela, livres de qualquer violência ou coerção. As garotas devem ser amparadas social e culturalmente, de modo que contribua como seu desenvolvimento sexual e o seu bem-estar.”

“O Efeito Lolita está presente nas revistas para adolescentes, nos programas de tevê, nos shopping centers, na pornografia e nas ruas. Às vezes é difícil distinguir uma imagem da outra”, afirma Durham. Ele age dentro de um contexto corporativo e comercial. Em razão disso, não há ética em jogo: “ele é movido pela busca do lucro”.

Principalmente porque a parte mais promíscua e violenta sobra para as meninas pobres que, sem dinheiro para comprar os tais produtos milagrosos e se tornarem “sexies”, tornam-se presas fáceis para a face mais cruel desse contexto: o tráfico sexual de crianças. O Departamento de Drogas e Crimes da ONU descreve o tráfico sexual de crianças como a atividade criminosa de maior expansão no mundo.

“Em certo sentido, o Efeito Lolita superestima e subestima o sexo, ao mesmo tempo: ele dá uma ênfase excessiva à necessidade das garotas de ser sexies, mas não leva o sexo suficientemente a sério a ponto de lhes fornecer informações adequadas sobre como lidar com ele na vida real”, diz Durham. Por isso, ela defende a inclusão do “uso crítico da mídia” na grade curricular “desde o período da pré-escola até o final do ensino secundário”.

* Marcos Aurélio Ruy é jornalista

Competente aula de Dilma Rousseff à Miriam Leitão [CBN 2010]

Uruguai e Argentina firmam uma série de acordos de cooperação‏

Os presidentes de Uruguai, Jose Mujica, e Argentina, Cristina Kirchner, decidiram aprofundar a cooperação na área energética, por meio da instalação de uma usina de regaseificação de gás natural e da melhoria da hidrelétrica binacional de Salto Grande, entre outros temas.

O acordo da área energética foi assinado ontem (02/6) pelos ministros da Energia dos dois países, o uruguaio Roberto Kreimerman e o argentino Julio De Vido, que participaram da reunião mantida entre os chefes de governos de seus países no departamento de Colonia, a 180 quilômetros de Montevidéu.

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Segundo Kreimerman, a usina de regaseificação terá capacidade de processamento de seis milhões de metros cúbicos por dia e fornecerá o produto a ambas as nações. Ele também detalhou que são analisados três pontos próximos à capital uruguaia para concretizar a instalação da planta, que irá gerar energia elétrica, a partir do gás, a preços mais acessíveis.

O convênio firmado estabelece "a segurança do fornecimento, por parte da República da Argentina, de 300 mil metros cúbicos por dia de gás natural, a um preço razoável e equilibrado", complementou.

O ministro também anunciou que, junto ao seu par argentino, irá se reunir com o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Luis Fernando Vincenti, para iniciar as discussões sobre a chegada do gás boliviano ao Uruguai, através da Argentina.

Defesa

Já os ministros da Defesa de Uruguai e Argentina, Luis Rosadilla e Nilda Garré, respectivamente, anunciaram que irão avançar na ampliação dos laços nessa área, por meio de "uma comissão bilateral de diálogo permanente, com uma agenda estabelecida", explicou o uruguaio.

Também participaram do encontro os titulares da pasta da Saúde de ambos os países, Daniel Olesker e Juan Luis Manzur, que firmaram um Protocolo de Intenções para a atenção e prevenção nesse setor.

A cooperação em diversas áreas foi um dos temas do encontro entre Mujica e Cristina, que retomam as relações bilaterais após uma crise diplomática, ocasionada pela instalação de uma fábrica de pasta de celulose no lado uruguaio da fronteira. Os dois líderes voltaram a analisar uma agenda comum após a resolução da Corte Internacional de Justiça, com sede em Haia.

Pescado no Opera Mundi

Ban Ki-moon sobre bloqueio a Gaza feito pelos sionistas: é "contraproducente, insustentável e imoral".


ONU: bloqueio de Gaza deve ser suspenso 'imediatamente'

O bloqueio à Faixa de Gaza por parte de Israel deve ser "suspenso imediatamente", disse nesta quarta-feira à imprensa o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. O problema por trás do incidente envolvendo o ataque mortal feito pelas forças israelenses contra uma frota pró-palestina que transportava ajuda humanitária a Gaza é "este bloqueio contra esse território que já se estende há muito tempo", afirmou.

Esse bloqueio é "contraproducente, insustentável e imoral". "Deve ser suspenso imediatamente", advertiu o secretário-geral da ONU. Ban realizou reuniões individuais com embaixadores de Israel, Turquia e dos países árabes e com os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (China, Estados Unidos, França, Grã Bretanha e Rússia) depois do incidente no qual ao menos nove civis morreram.

O Conselho de Segurança pediu na segunda-feira para "começar rapidamente uma investigação imparcial, confiável e transparente conforme as normas internacionais" sobre o incidente. Por sua vez, o Conselho de Direitos Humanos da ONU pediu uma investigação "independente".

Do Blog "Brasil, mostra tua cara!"

É Dilma, uai!


por Brizola Neto, no Blog Tijolaço.com

Dois resultados recém divulgados mostram que Dilma lidera a intenção de votos também em Minas Gerais. Segundo o Ibope, Dilma teria oito pontos sobre Serra, com 42%a 34%. Já segundo o Sensus, a vantagem seria de 1%, com 35,9% para Dilma e 34,9 para Serra.

Os resultados, sejam quais forem, são muito mais favoráveis à Dilma que os da última pesquisa realizada em Minas, pelo Vox Populi, divulgada no dia 20 de maio, quando Dilma crescera sete pontos de janeiro para maio, chegou a 35% e estava empatada tecnicamente com Serra, que tinha 38% segundo divulgou o jornal Valor ou 39% , de acordo com o IG.

Aécio Neves está comendo do prato da vingança ainda morno.

Trabalho escravo em fazenda de ex-governador do DEM e ex-vice de Jorge Bornhausen

“Estive detido aqui por 33 dias.” - escrito na parede por um dos trabalhadores libertado

153 trabalhadores foram libertados de uma fazenda (da São Luís Fruticultura Ltda.), pertencente ao ex-governador de Santa Catarina (1982 a 1983), Henrique Helion Velho de Córdova.

Em 1978, na ditadura, Jorge Bornhausen (ARENA/PFL/DEMos) foi escolhido governador "biônico" de Santa Catarina, "eleito" indiretamente apenas pelo voto dos deputados estaduais. Henrique Córdova foi vice-Governador na chapa. Em maio de 1982, Bornhausen renunciou ao governo para candidatar-se ao senado, e transmitiu o cargo ao vice, que governou por 10 meses.

A fazenda foi fiscalizada pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Santa Catarina, Ministério Público do Trabalho e Polícia Federal junto com outras nos últimos dois meses no interior do Estado.

A lista de irregularidades encontradas no local vai da restrição de liberdade até o não fornecimento de equipamentos de proteção individual para aplicação de pesticidas, o que colocava em risco a saúde dos trabalhadores. (Do Blog do Leonardo Sakamoto e Rede Brasil Atual)

Chávez reitera condena contra Israel y acusa a EE.UU. de doble moral

El presidente Chávez condenó enfáticamente el ataque de los israelíes a la Flotilla de la Libertad.
El presidente Chávez condenó enfáticamente el ataque de los israelíes a la Flotilla de la Libertad

El presidente venezolano, Hugo Chávez, reiteró su condena en contra del Estado de Israel, que tomó por asalto la Flotilla de la Libertad que se dirigía a Gaza con ayuda humanitaria. El mandatario manifestó que el Gobierno estadounidense "es de doble moral", pues declaró sentirse preocupado por el ataque, pero no lo condenó. "¡Viva el pueblo de Palestina, pueblo heroico, pueblo bueno!, exclamó Chávez.

El presidente de Venezuela, Hugo Chávez, reiteró este miércoles su condena al asalto israelí contra la Flotilla de la Libertad que se dirigía a Gaza con ayuda humanitaria y acusó a Estados Unidos de tener una doble moral.

"Aprovecho para condenar desde el fondo de mi alma, desde el fondo de mis vísceras, maldito seas Estado de Israel, maldito seas, terroristas y asesinos", manifestó el jefe de Estado durante su discurso en la Planta de Industrias Diana, empresa aceitera socialista recuperada por el Estado, en Valencia, estado Carabobo (centro).

El mandatario manifestó su preocupación por el ataque que propició el Ejército hebreo contra la flota de seis barcos que iba a ayudar a los habitantes de Gaza.

"Estados Unidos que está preocupado, imagínese que eso (el ataque) hubiese ocurrido en aguas venezolanas, ya nos hubiesen invadido, estaríamos invadidos, pero como es Israel se le permite de todo, es un Gobierno de doble moral", subrayó Chávez.

Reclamó que Washington "condena el terrorismo siempre y cuando no sea cometido por ellos mismos", apuntó.

El presidente de la nación suramericana reveló que hay comandos del Mossad, servicio secreto de Israel que se encarga de secuestros y asesinatos, "que andan detrás de mi (...) esa es una de las amenazas (...) pero los tenemos controlados", aseguró.

Chávez consideró que el abordaje ordenado por el Estado hebreo es un "crimen de guerra", por lo que se preguntó dónde está la justicia internacional.

"¿Dónde está la Corte Penal Internacional (CPI), las Naciones Unidas, dónde está la justicia en este mundo?", reclamó el presidente.

Explicó que de la misma forma actúa la "burguesía venezolana", pero "no acusan para nada eso (...) las masacres del imperio ni de Israel".

Afirmó que la oposición venezolana, que no se ha pronunciado en contra del ataque, recibe financiamiento de Israel.

"Israel financia la oposición venezolana, la contrarrevolución" afirmó.

"¡Viva el pueblo de Palestina, pueblo heroico, pueblo bueno!, exclamó el presidente.

El mandatario venezolano, enfatizó que su Gobierno no tenía nada en contra del pueblo judío, que respeta y quiere.

''A mí me acusan de que soy enemigo de los judíos, vaya mi saludo y respeto a la comunidad judía ellos saben que tienen nuestro afecto y respeto'', expresó.

El líder del país latinoamericano agregó que no consideraba que algún venezolano de la comunidad judía apoyara la masacre.

''Yo dudo mucho que un judío venezolano apoye una atrocidad como esa'', dijo.

Balanço do PAC: oposição e PIG já tiveram que engolir metade do sapo. Até o fim do ano, engolem o resto.

Vídeo institucional da apresentação do 10º balanço do PAC



O PIG e a oposição fizeram uma oposta contra o PAC, quando foi lançado. Disseram que não existia, que era só propaganda, e blá, blá, blá.

Se perdessem a aposta teriam que engolir um sapo.

Agora, 46,1% do total das ações no âmbito do PAC já estão concluídas, ou seja já é quase a metade. O resto está em andamento.

Com isso, o PIG e a oposição já tiveram que engolir quase a metade do sapo. O resto, a Miriam Leitão e demais serristas, tem até o fim do ano para degustar, tomar uma aguinha para o sapo descer goela abaixo, sem engasgar.

70,7% dos investimentos do PAC foram executados (a diferença entre 46,1% de ações concluídas, é que tem executadas que avançaram etapas, mas ainda não foram concluídas), totalizando R$ 463,9 bilhões (até o dia 27 de maio de 2010), do total previsto para o período 2007-2010, que é R$ 656,5 bilhões.

A agência Brasil, traz um resumo de mais alguns números aqui. A Casa Civil disponibiliza os relatórios completos aqui.

Do Blog Os Amigos do Presidente Lula

Filha de José Serra era sócia de Verônica Dantas, irmã do banqueiro condenado

José Serra ASSUSTADO.

O "dossiê" da filha da Serra: A abertura e encerramento da empresa em sociedade com a irmã de Daniel Dantas

Isto é fato, e devido a sociedade ser entre pessoas polêmicas, é notícia. Não tem nada de "dossiê" nisto.

A empresa Decidir.com, Inc. foi registrada no estado da Flórida, há 10 anos atrás, em 03 de maio de 2000, composta de 6 diretores, entre eles:

Veronica V Dantas Rodemburg (irmã de Daniel Dantas)
Veronica Allende Serra (filha de José Serra)

Nesta época FHC era presidente, e José Serra era Ministro da Saúde. Daniel Dantas era um dos barões das privatizações.

Clique nas imagens para ampliar


Dois anos depois, em 2002, a empresa foi encerrada:



Os documentos foram publicados no Blog "Os Amigos do Presidente Lula", comprovando que a filha de José Serra e a irmã de Daniel Dantas foram sócias, são oficiais e públicos do Governo da Flórida, não são nenhum "dossiê".

Não há o que discutir se são verdadeiros ou não. A autenticidade pode ser conferida na Divisão de Corporações do Estado da Flórida, pela própria internet.

Coragem, Veja! Folha, Estadão, Globo, Época, IstoÉ ! Noblat, Josias, coragem!

Para não terem a desculpa de não publicar a notícia, eis o caminho das pedras:

O endereço oficial na internet é: http://www.sunbiz.org/

Em seguida basta clicar em "Search our Records".

Depois clicar em "Inquire by Name".

Digite "decidir.com" e clique no botão "Search Now".

Clique sobre a primeira linha que aparecer. Estará escrito "DECIDIR.COM, INC."

Aparecerá a tela abaixo. No final da tela tem os botões para exibir os documentos digitalizados.


O link direto para a tela acima é este aqui.

Do Blog Oni Presente

Dossiê do Terror:Flávio Bierrenbach chamou Serra de corrupto


Do Blog O Terror do Nordeste

Os caminhos que transformaram em ódio a antiga amizade de José Serra e Flavio Bierrenbach, numa trama que envolve honra e denúncias de corrupção


Eles foram amigos desde os temos da universidade. José Serra na Politécnica, em São Paulo, Flavio Flores da Cunha Bierrenbach, na Faculdade de Direito, também em São Paulo. Quando Serra estava em Princeton, na porção norte-americana do seu exílio, Bierrenbach o visitou. Jantaram juntos, na casa de Serra. Quando o hoje pré-candidato do PSDB à sucessão presidencial desembarcou de volta do exílio, a mão do primeiro amigo que apertou no aeroporto de Viracopos, Campinas, foi a de Flavio Bierrenbach. Outros tempos. Desde 1988, ambos não se falam, não se cumprimentam. E um processo, já prescrito, movido por Serra e contestado por Bierrenbach é uma sombra.

Os amigos começaram a se tornar ex-amigos no governo Montoro (1983 a 1987). Serra, o secretário de Planejamento. Bierrenbach, deputado federal pelo mesmo PMDB.


Do que se conhece da porção social, digamos assim, da briga, tratou-se de um excesso de apetite de Serra na ocupação de espaços. A porção política e judicial é bem mais contundente.


As acusações eram pesadas. Ofensivas à dignidade, reputação e ao decoro de qualquer mortal. Bierrenbach as fez num programa eleitoral gratuito, nos dias 28 e 29 de outubro daquele ano. Disse, com todas as letras:


- José Serra entrou pobre na Secretaria de Planejamento do Governo Montoro e saiu rico... Ele usa o poder de forma cruel, corrupta e prepotente.

Disse ainda Bierrenbach:


- Poucos o conhecem. Engana muita gente. Chama-se José Serra. Fez uma campanha para deputado federal miliardária. Prejudicou a muitos dos seus companheiros.


Na mais branda das imputações feitas a Serra comparou-o a Paulo Maluf:


- Esses homens têm algo em comum. Uma ambição sem limites. Uma sede de poder sem nenhum freio. E pelo poder eles são capazes de tudo.


Procurador do Estado por concurso público, Bierrenbach integrara o seleto grupo de autênticos do MDB, com passagens, antes da Câmara, pela Assembléia de São Paulo.


Bierrenbach não se dedica mais à política partidária. Há dois anos tornou-se membro do Poder Judiciário. Nomeado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, é ministro do Superior Tribunal Militar (STM).


As acusações de Bierrenbach em 1988 foram transmitidas pela televisão. Em horário nobre. Serra disputava a prefeitura de São Paulo. Bierrenbach falou no programa de propaganda do PFL, cujo candidato era João Leiva.


Em razão da contundência de Bierrenbach e como era da democrática regra eleitoral, Serra conseguiu o direito de resposta, com igual tempo e horário na mídia.


Serra foi além. Procurou os tribunais. Alegou ofensa à sua honra. Pelo seu advogado, Mário Covas Neto, pediu a abertura de um processo penal contra Bierrenbach, cuja iniciativa era privativa do Ministério Público.


Sustentou Serra haver sido caluniado, difamado e injuriado por Bierrenbach. Colocou-se como vítima de três crimes eleitorais contra a honra: calúnia, difamação e injúria.


Mostrando intenção de ver o seu ofensor processado pelo Ministério Público da Justiça Eleitoral, conseguiu Serra, junto ao juiz da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, sua aceitação como assistente da acusação. Uma função de auxiliar do Ministério Público.


O entendimento de Serra começou a mudar em face da reação de Bierrenbach. No processo instaurado por calúnia, injúria e difamação, o então réu Bierrenbach pediu espaço para comprovar a verdade das acusações feitas.

Frisou Bierrenbach que eram verdadeiras as afirmações e, por conseqüência, não ofendera a honra de Serra. Apresentou uma peça de defesa que, no mundo jurídico, chama-se exceção da verdade. (Pede-se a oportunidade para provar a veracidade das acusações.)


A exceção da verdade foi aceita pelo então juiz da 2ª Zona Eleitoral, Wálter Fanganiello Maierovitch, que permitiu a produção de provas pleiteadas por Bierrenbach.


Pretendia o hoje ministro do STM uma investigação financeira, com levantamentos nos gastos, fontes de receita e movimentações financeiras de Serra.


Serra alterou sua tese jurídica. Ressaltou que a acusação do Ministério Público deveria ser mudada. Retificada, pois apenas tinha sido injuriado, não caluniado e difamado.


Outra conseqüência jurídica entrou em jogo. Segundo a lei, não cabe a exceção da verdade na hipótese de injúria. A exceção da verdade só pode ser aceita nos casos de acusações por calúnia e difamação.


Pela ação da defesa de Serra, o opositor Bierrenbach não mais poderia tentar comprovar o que via como verdade em suas afirmações nem realizar uma devassa financeira.


O processo da 2ª Zona Eleitoral mostra que o então juiz Maierovitch manteve sua posição de acolhimento da exceção e destacou que a decisão final caberia ao Supremo Tribunal Federal, pelo foro privilegiado de Serra, que era deputado federal.


Teve início, então, uma nova fase da batalha judiciária, com Serra contratando advogados renomados, como Marcio Thomaz Bastos e Arnaldo Malheiros. Da parte de Bierrenbach, também um advogado de peso e renome, José Roberto Leal.


A defesa de Serra buscou uma liminar em mandado de segurança, junto ao TRE. Para transformar em injúrias os anteriores enquadramentos legais - calúnia e difamação - sob a alegação de erros do juiz e da promotora.

A liminar foi concedida pelo presidente do Tribunal Eleitoral, desembargador Carlos Ortiz, em 18 de maio de 1993. Perduraria até o julgamento do mérito do mandado de segurança e, na prática, interrompeu o andamento da exceção da verdade. O caso Serra-Bierrenbach ficou sem solução. Os alegados crimes prescreveram.


Tempo demais se passou para o TRE apreciar a controvérsia. Aliás, foi impedido de apreciar o tema principal em razão da prescrição.


Procurados por CartaCapital, os funcionários da Justiça Eleitoral não comentaram o atraso. Sugeriram que se pedisse certidão a respeito do tempo que o processo ficou na posse do juiz Francisco Prado de Oliveira Ribeiro, que é o atual secretário de Estado da Habitação do governo de São Paulo. Integra o governo Covas desde julho de 1998.


Prado não era juiz de carreira. Representava, perante o Tribunal, a classe dos advogados-juristas, chegou a ser reconduzido ao cargo para um segundo mandato.


Alguns bombeiros entraram em ação à época. Entre eles, políticos, Almino Afonso. Serra, quando da indicação de Bierrenbach para o STM, não tentou torpedeá-la. Os ex-ministros e amigos de ambos, José Carlos Dias e José Gregori, atuaram nos bastidores.


Serra, 60 anos, Bierrenbach, 62, têm muitos amigos em comum. De quando em quando, em jantares, reuniões, festas nas casas desses amigos, um se depara com o outro. É um momento de constrangimento, relatam próximos dos dois.


Eles não se falam, sequer se cumprimentam. Muito menos tocam, com ninguém, na pá de cal da amizade. Serra, um dia, em meio à tempestade, escreveu uma carta para Bierrenbach. Este escreveu outra carta para Serra. Ambas as cartas, duríssimas. Esse foi o último gesto de ligação entre os ex-amigos.


Bierrenbach, procurado por CartaCapital, apenas confirmou a existência do processo hoje prescrito. E só disse uma frase para publicação:


- A única possibilidade de conversa civilizada que eu tenho com José Serra é o silêncio.

Camila e Rosiliane, só na BBC

Camila e os pais, em Phoenix, Arizona

por Brizola Neto, no Blog Tijolaço.com

Parece que dependemos da imprensa estrangeira para narrar as dificuldades vividas por brasileiros com a ofensiva anti-imigração que está em curso nos Estados Unidos. Os jornais brasileiros se dão ao trabalho de ouvir personal stylists sobre a roupa dos presidenciáveis não foram capazes de mandar seus correspondentes ver o que passavam nossos patrícios com a edição de uma lei racista contra imigrantes no Arizona, que a gente noticiou faz tempo aqui.

A BBC publica hoje, em seu site, duas matérias sobre eles. Na primeira, a brasileira Camila Novaes Silva se diz assustada com a nova lei de imigração do Arizona, onde vive e que antecipou os planos de voltar dos EUA, onde vive há quatro anos. Queria seguir estudando lá, mas os ilegais pagam preços três vezes maiores pela escola. Numa outra, Rosiliane Dias, que vive ilegalmente lá há sete anos, diz que se sente acuada: “Eu estou com muito medo. Tenho a sensação de que todo mundo está me olhando”, diz ela, que entrou ilegalmente nos Estados Unidos cruzando a fronteira do México.

Ela não defende a ilegalidade como regra:”Mas os Estados Unidos são um país de imigrantes. Por que não dar uma chance para quem já está aqui? São na grande maioria pessoas boas, que estão aqui para trabalhar.”

Se as duas tiverem de voltar, que voltem por seu desejo. Têm lugar aqui, num país que pode, agora, por fim aos tempos em que muitos de nossos irmãos não viam chance senão emigrando.

Brasília: o colapso da aventura neoliberal

Brasília: um cinqüentenário melancólico

Brasília chega aos 50 anos, imersa na mais profunda crise política de sua História. A Capital da República foi sacudida por uma sucessão de denúncias irrespondíveis. As imagens foram exibidas em todos os canais de televisão – e com farta repercussão em outros meios de comunicação – que levaram à queda e à prisão o Governador do Distrito Federal; o vice-governador à renúncia; envolveu parte significativa dos Deputados da Câmara Distrital e alcançou setores do Judiciário. Graves ao ponto de ser posta na agenda nacional a hipótese de uma Intervenção Federal na Capital do país.

Cinqüenta anos depois de espantar o mundo com a arrojada invenção de Lúcio Costa e Niemeyer, com a sensibilidade de Burle Marx e o cálculo de Joaquim Cardozo; com a determinação de Israel e Sayão, com as harmonias de Cláudio Santoro e a exata simplicidade de Athos Bulcão; com a vontade visionária de JK mobilizando o país para realizar sonhos materializados pelo trabalho dos candangos – esses construtores de pirâmides – a cidade se vê prostrada pela vergonha a que foi exposta pelos dirigentes que elegeu no último pleito.

A sociedade perplexa assistiu a um espetáculo humilhante que pôs a nu o submundo do tráfico de influência, do suborno, da traição, da mesquinharia, do arrivismo, da delação, das pequenas vinganças, do roubo puro e simples em que se converteu o exercício do poder político no Distrito Federal. Tudo sob a bandeira da “eficiência”, do “choque de gestão”, da “modernização gerencial”, da “transparência” anunciada pelo programa do DEM/PSDB. A perplexidade se converteu em indignação diante desfaçatez e da ausência de limites constatada no comportamento de uma quadrilha que por todos os meios tentava ainda retardar e tornar inócuas as investigações conduzidas pela própria Câmara Legislativa.

Chegou-se por fim a uma desastrada tentativa de obstrução da justiça, que acabou por resultar na prisão do Governador José Roberto Arruda. Esse processo doloroso para os cidadãos e cidadãs de Brasília conduziu-nos à eleição indireta de um governo para um mandato tampão até que a sociedade se pronuncie em outubro próximo.


Para a sociedade política – ou seja, para os Partidos – que se posicionam para disputar o governo do Distrito Federal é preciso ir além da perplexidade e da indignação. Não basta repetir à exaustão os apelos éticos à consciência dos mandatados que produziram essa catástrofe política e institucional. É necessário compreender o processo para produzir ação.

Aos partidos não se perdoa a perplexidade. Dos partidos se exige mobilizar a sociedade, educá-la e organizá-la para a ação política. Para transformar ou para conservar. No que toca ao Partido dos Trabalhadores, em sintonia com as expectativas mais profundas da sociedade, para transformar essa realidade que nos envergonha.

A herança oligárquica

Certa vez perguntaram a Joaquim Domingos Roriz, recém egresso da Prefeitura de Goiânia depois de cumprir um mandato para o qual fora nomeado pela Ditadura Militar – naquele período não havia eleições para os prefeitos de capitais – se não se sentia desconfortável ao assumir o governo do Distrito Federal igualmente nomeado pela Ditadura Militar. O que afinal tinha a ver com Brasília? E ele, risonho, simpático respondeu, com o conhecido sotaque: “Vocês é que não sabem! Isso aqui tudo era fazenda do meu pai!”.

Munido dessa convicção Roriz governou o Distrito Federal. Estabeleceu como fonte de mando e poder a manipulação do bem primordial, a base física: a terra. Um bem que pertencia ao Estado e sobre o qual ele, como titular, exerceu na plenitude de sua vontade política como se fosse donatário de uma Capitania Hereditária. Teceu a partir desse exercício uma rede de lealdades e subordinação capilarizada em cada assentamento em que as famílias migrantes vindas das regiões mais pobres do Brasil, guiadas pela miragem de possuir um lote na Capital Federal onde pudessem construir sua casa. Ainda que fosse numa cidade satélite distante. Ainda que fosse carente de qualquer estrutura de serviços. Isso não importa. Pronto, estava aí conformada uma sólida e extensa base social e eleitoral que lhe garantiria vitória certa em embates futuros.

Estabelecer uma extensa rede de apoio social e eleitoral, a partir da disposição discricionária de um bem público: a terra. “Roriz me deu um lote”. Esse era o objetivo primeiro. Extrair desse gesto patriarcal, magnânimo, uma relação de subordinação com seus “eleitores” para conquistar e conservar-se no exercício do poder é o objetivo último. E permanente. Para tecer essa rede, Joaquim Roriz moldou o instrumento adequado: o PMDB. Roriz fez do PMDB um partido popular – no sentido da extração social dos seus eleitores – calcado na cultura tradicional e oligárquica do exercício da política como assunto de poucos. A equação se define assim: a) elites coesas em torno do patriarca; b) ocupação e subordinação das três esferas de governo; c) bases populares extensas; d) relação “paternal” com elas.

Traduzindo: o chefe político recebe dessa base sistematicamente construída o benefício coletivo – o voto que o elege – e retribui com o tratamento individual a cada família atada permanentemente pelo vínculo da “gratidão”. A relação, portanto, entre o eleitor e o mandatário é individual, sem mediações. É pré-política. Quando essa base social composta pelos setores mais pobres da população se associa e ensaia qualquer ação de natureza coletiva – ou seja, quando politiza a relação – se vê de imediato frente ao aparato repressivo do estado.
Aqui reside o núcleo social e a lógica política dessa experiência de mando no Distrito Federal.

Uma lógica oligárquica herdada da tradição rural e escravocrata que prevalece no país há cinco séculos. Trata-se da sobrevivência de um paradoxo: se contrapõe à ousadia, à invenção que Brasília encarnou como símbolo de modernidade para o Brasil e para o mundo.

O breve “intervalo” democrático-popular (1995-1998)

A eleição de Cristovam Buarque liderando a Frente Brasília Popular (PT, PSB, PDT, PCdoB, PCB, PMN) respondeu às expectativas de setores sociais médios, segmentos dos trabalhadores organizados em sindicatos, num momento de elevada politização da sociedade e de alta sensibilidade para as bandeiras da esquerda, diante da política de desmonte do Estado iniciada pelo governo Collor e que seria aprofundada ao longo do governo FHC, numa cidade em que o serviço público tem um peso econômico, político e cultural incontestável.

Não houve tempo suficiente para amadurecer a experiência democrática e popular de gestão conduzida entre 1995 e 1998 pelo Partido dos Trabalhadores e pelos Partidos da Aliança Brasília Popular que o sustentou. Um elemento definidor do projeto alternativo escolhido pelos eleitores foi o Orçamento Participativo. Essa experiência, a exemplo do que ocorreu em outras gestões lideradas pelo PT demonstrou que demanda um tempo de amadurecimento maior do que se supunha nas suas formulações iniciais. Interferiram objetivamente fatores de várias ordens. Já de início os limites institucionais expressos nas relações compreensivelmente tensionadas entre os instrumentos da Democracia Representativa – nomeadamente a Câmara Distrital onde estávamos em minoria – e os mecanismos de participação direta dos cidadãos: os Conselhos.Tais tensões derivam da abertura de um espaço novo de ação política pelo qual os cidadãos exercem algum “controle social” e por isso entram em choque com a atividade fiscalizadora dos Deputados Distritais respaldados pela legitimidade do voto popular; há, por outro lado, um aspecto de natureza cultural que diz respeito à herança das chamadas “classes subalternas” que reproduzem no seu quotidiano uma concepção de que a “política é assunto para letrados, para doutores” e se torna refratária a participar dos fóruns de debates e dos Conselhos. Esse dado ergue um desafio no plano da “educação política” que nem sempre o impulso do Estado pode suprir, é tarefa que exige tempo e instrumentos: redes sociais e políticas – sindicatos, associações, clubes, organismos comunitários – que vão se tecendo e se legitimando no próprio exercício das formas de “Democracia Participativa”; e, por fim, há um aspecto relevante no que toca às escolhas políticas feitas: a porcentagem do Orçamento total do DF sobre a qual o OP delibera é pouco relevante. Passo necessário para a pedagogia do processo de participação, acaba – em razão dos limites da duração do mandato – não contribuindo para a consolidação do novo espaço criado.

O período 95/98 se caracterizou mais por Políticas Públicas voltadas para responder às demandas reprimidas das áreas sociais: educação (Bolsa Escola), saúde (Saúde em Casa); segurança pública (Paz no Trânsito) cultura (Temporadas Populares) e menos por obras de infra-estrutura, algumas já reclamadas como urgentes pela população (Metrô, Terceira Ponte etc.). Os resultados colhidos pela população – e pelo governo – não se viabilizaram como instrumentos eficazes para a disputa política que se seguiu, em alguma medida por falta de solidez dos vínculos entre o Governo Democrático Popular e a base social beneficiada. Ela foi mais destinatária do que protagonista do processo. E optou, no final por trazer o Roriz de volta.

Os Consórcios Empresarias à frente do GDF

A vitória de José Roberto Arruda e Paulo Otávio – da Aliança PSDB/DEM – significou a vitória de uma concepção privatista na condução dos assuntos públicos derivada da hegemonia ideológica neoliberal, naquele momento vivendo momentos de quase histeria face ao segundo confronto com a perspectiva democrática e popular iniciada com o primeiro mandato do Presidente Lula.

Não é ocioso lembrar que a dobradinha Arruda/Paulo Otávio se beneficiou do deslocamento do eleitorado de classe média para a direita do espectro político. Composto por servidores públicos, insatisfeitos com algumas políticas do Governo Federal, a Reforma da Previdência, por exemplo, e com as denúncias de Caixa 2 envolvendo militantes do PT, esses eleitores viram na dupla Arruda/Paulo Otávio o instrumento para o revide aos seus interesses contrariados. Para tanto, já haviam “perdoado” Arruda pelo episódio da violação do painel de votação do Senado Federal, fizeram dele o Deputado Federal mais votado no DF no pleito seguinte e se deixaram seduzir pelo discurso neoliberal do “choque de gestão”, da eficácia gerencial, da competência empresarial para gerir a máquina pública.

Em suma, delegaram aos Consórcios Empresariais a condução de um novo ciclo de desenvolvimento para a cidade. Estabeleceram uma aliança com as forças políticas que gravitavam em torno de Joaquim Roriz e venceram facilmente as eleições. Uma aliança entre a Nova Direita neoliberal e a Velha Direita oligárquica. O objetivo: reinaugurar Brasília no seu cinqüentenário! Os métodos não foram exatamente novos em se tratando das experiências de gestão dos governos de direita no Brasil: realizar grandes obras de infra-estrutura em todo o DF para prepará-lo para os grandes momentos do aniversário, e oferecer uma estrutura moderna e adequada para disputar eventos da Copa do Mundo e das Olimpíadas.

A lógica dos negócios que se impôs à administração pública exigia demarcação de áreas de interesse entre os diferentes atores tendo como alvo principal os mecanismos da administração voltados para a gestão do território e para realização das obras. Leia-se especulação imobiliária que alcança hoje níveis estratosféricos e superfaturamento no atacado e no varejo. Não é ocioso referir que o vice-governador Paulo Octávio reconhecidamente um dos maiores proprietários imobiliários do DF se instalou à frente da gestão desse processo. Numa pessoa se concentram as duas dimensões: o governante que dispõe sobre a aplicação do recurso público e o empresário principal destinatário desse mesmo recurso. Não por acaso a mais delicada – e mais custosa – operação político-empresarial do governo Arruda foi a aprovação do PDOT. Tratou-se da institucionalização do modelo de gestão preconizado pela aliança que governava o Distrito Federal assentada sobre a apropriação privada do bem público, mediante o suborno da maioria na Câmara Distrital, como veio a ser desvendado mais tarde.

Todo o caleidoscópio de imagens que humilharam os cidadãos do Distrito Federal ao serem exibidas na TV se esgota com duas ou três ações repressivas: a cassação dos mandatos dos parlamentares envolvidos, o bloqueio e a devolução dos bens subtraídos ao erário. O PDOT, não. Esse projeta para o futuro – porque institucionaliza – um modelo de pilhagem na gestão dos assuntos públicos no DF. Portanto, não há como ignorar ou conciliar com um instrumento de gestão pública que padece de um vício de origem: o suborno. E se aplicará, enquanto estiver em vigência, subordinado a gestão de um bem público aos interesses do capital imobiliário. Qualquer Programa de Governo que se proponha a resgatar credibilidade da gestão pública perante os cidadãos deve se comprometer a pura e simplesmente revogá-lo.

Hamilton Pereira (Pedro Tierra) é militante do PT e membro do Conselho Curador da Fundação Perseu Abramo. Foi secretário de Cultura do Governo do Distrito Federal no período de 1997/1998.

Do Blog O Terror do Nordeste