sábado, 3 de outubro de 2009

Ricardo Melo: A aposta na desinformação

Aos verdadeiros donos do poder, aqueles que controlam a mídia, é realmente cômodo que cada um de nós tenha uma visão pessoal e redutora do fracasso. E que, ao mesmo tempo, no plano coletivo tenhamos um comportamento sincronizado e eficiente, como o de um rebanho de gado se deslocando ordeiramente para o abate.

- por Ricardo Melo, Geógrafo (www.olharanalitico.com.br)

- Minino, sai do sereno que faz mal pra bronquite!

Se o leitor não for da minha época, talvez não entenda do que se trata a frase acima. No meu tempo de moleque, o orvalho era chamado de “sereno”. E todas as mães que tinham filhos acometidos de asma ou bronquite achavam que o “sereno” caía do céu noturno e fazia mal aos seus pimpolhos. Depois daquela chamada, normalmente os “mininos” tinham que sair da farra na rua e voltar para dentro de casa. Que frustração!

Hoje, um grande número de pessoas sabe que o orvalho não cai do céu, ele se forma na superfície lisa de carros e plantas, mas com certeza ainda deve existir gente que acredita nos malefícios que o “sereno” faz mal para a saúde.

Na verdade, as mães de antigamente acreditavam em vários sensos comuns desprovidos de “prova científica”, mas não só elas. Até hoje, uma enorme parte da população acredita em coisas totalmente fora de questão.

Vamos nos lembrar de dois exemplos de sensos comuns, muito repetidos por aí:

1 - Reforma Agrária é “conversa de comunista”.

2 – A superpopulação vai levar o mundo à morte pela fome.

O primeiro é para lá de comum. E é totalmente equivocado. Países capitalistas e ricos como EUA e França realizaram as suas Reformas Agrárias há muito tempo. O Japão foi um país de latifúndios, mas só até a invasão do exército dos EUA no fim da II Guerra Mundial, quando o General Mc Arthur dividiu as terras em pequenas propriedades para criar uma classe de agricultores em substituição à influente aristocracia anterior. Na verdade, a Reforma Agrária foi uma etapa importante do desenvolvimento sócio econômico, principalmente no capitalismo.

Gostaria também de esclarecer que não tenho nada contra o comunismo, muitíssimo pelo contrário. Eu inclusive tenho grandes amigos comunistas que, ao contrário do que andaram dizendo por aí, não comem criancinhas.

O senso comum da superpopulação catastrófica global é mais um daqueles bem populares. Muita gente ainda acredita que a expansão da população humana é tão catastrófica que chegaremos ao futuro com um sério problema de falta de espaço para todos. Nessa hipótese, não tardaria muito para que mais da metade dos seres humanos entrasse em um estado de desespero total pela fome. Imagine: hordas de milhões e bilhões de pessoas descontroladas e caçando até ratos pelas ruas. Um mundo onde a agricultura só poderia atender às necessidades de uma ínfima minoria privilegiada.

Se você já teve medo desse filme de terror, já pode esquecê-lo. Quem teve a oportunidade de estudar Geografia e Demografia sabe que a população global não vai crescer eternamente. Na verdade ela vai se equilibrar depois de passarmos pela metade desse século e depois vai iniciar um movimento de decréscimo e envelhecimento. E deve saber também que está comprovado que o mundo de hoje é capaz de suprir além das necessidades alimentares de todos. E que, portanto, a fome é um fato político, um problema resultante da má distribuição da renda e dos recursos globais. Uma vergonha mundial que só tende a piorar por causa do componente ambiental da questão.

Agora, vamos raciocinar um pouco mais sobre o tema desses sensos comuns enganadores. Não é simplesmente incrível que milhões e talvez bilhões de pessoas estejam cultivando opiniões completamente equivocadas a respeito de temas políticos tão sensíveis, como são o caso da Reforma Agrária e o da superpopulação?

E não é curioso que a inversão da verdade normalmente acontece no sentido de formar opiniões “conservadoras”, aquelas opiniões que tendem a nos transformar em massas humanas manobráveis, fatalistas e abertas à manipulação política? Em minha opinião, isso é simplesmente infernal. Essa desinformação disseminada não atinge somente um pequeno grupo dos meus amigos ou do pessoal do bairro onde moro. Ela é um senso comum muito bem disseminado por todas as cidades, estados e países. E aqui fica a pergunta: qual foi a astronômica quantia de recursos usada para espalhar toda essa desinformação e torná-la plausível? Nesse ponto, deixaria a palavra para os profissionais corporativos da mídia global, que está de parabéns pelos seus resultados.

E eu não posso me gabar nem um pouco por estar aqui questionando essas inverdades, afinal para que eu soubesse que esses sensos comuns são pura balela precisei ter acesso privilegiado à Universidade e cursar Geografia. Não sou melhor do que ninguém, o acaso teve boa participação no sentido de que eu descobrisse o que estou relatando agora.

Se você também já caiu em um desses contos do vigário, não fique triste, todo o mundo já caiu um dia ou continua sendo enganado. E o pior de tudo isso é que, com certeza muitos dos que descobriram que foram enganados por um longo período acabam internalizando sentimentos como culpa ou vergonha. E sentimentos como culpa e vergonha são verdadeiras “bombas” contra a mobilização política. É isso justamente o que “eles” querem.

Aos verdadeiros donos do poder, aqueles que controlam a mídia, é realmente cômodo que cada um de nós tenha uma visão pessoal e redutora do fracasso. E que, ao mesmo tempo, no plano coletivo tenhamos um comportamento sincronizado e eficiente, como o de um rebanho de gado se deslocando ordeiramente para o abate.

Fonte: Blog TUDO EM CIMA

Golpe em Honduras: Diferenças entre esquerda e direita em evidência



Do Blog TUDO EM CIMA

O golpe cívico militar que depôs o presidente democraticamente eleito de Honduras, Manoel Zelaya, serve como um excelente divisor de águas entre esquerda e direita, principalmente na mídia.


Todos que se definem como sendo de esquerda defendem a volta imediata do presidente Zelaya ao governo de direito, enquanto a turma da direita chama os golpistas de "governantes interinos" e inventa um monte de desculpas ridículas para tentar justificar o golpe contra a democracia.




É sempre assim, não? Nós, da esquerda, lutando por democracia, liberdade, justiça social e direitos iguais para todos, enquanto a patota direitista demonstra toda sua truculência e arrogância ao pisar da democracia e na liberdade em favor de uma meida dúzia de bem nascidos que se acham detendores de direito divino de governar a massa ignara...




Dá próxima vez que alguma garganta vier falar da inexistência de ideologias ou que esquerda e direita são iguais, lembre-se desse caso específico, que está acontecendo agora debaixo de nossos narizes, e você vai ver como esse tipo de argumentação é mentirosa e estúpida.

Deixo aqui registrado também meus cumprimentos e apoio ao governo do presidente Lula que, em nome da democracia e da liberdade, está dando uma lição ao resto do mundo.


Imprensa brasileira: De facto ou interina?

Empenhada em afirmar que o governo brasileiro teria agido de maneira irresponsável ao conceder abrigo ao presidente deposto, a mídia corporativa repete um velho procedimento. Tenta armar uma subversão monstruosa: a autoria e a responsabilidade do golpe são transferidas aos que a ele se opõem.

Desde 28 de junho, quando o presidente Manuel Zelaya foi deposto por um golpe militar liderado por Roberto Micheletti, a grande imprensa brasileira, através de seus articulistas mais conhecidos e dedicados editorialistas, voltou a apresentar, como é comum a aparelhos privados de hegemonia, seu vasto arsenal de produção e redefinição de significados. Desta vez, a novidade foi o deslocamento semântico do real sentido do que vem a ser golpe de Estado. Em Honduras, segundo a narrativa jornalística, não há golpistas, mas "governo interino" ou "de facto", pouco importando que a ação militar tenha sido condenada pela União Européia e governos latino-americanos representados pela Organização dos Estados Americanos (OEA)

Como já tive oportunidade de destacar em outra oportunidade "há algo profundo no jogo das palavras". Ainda mais quando, quem as maneja, tem, por dever de ofício, que relatar o que cobre com precisão e clareza. Fica evidente que razão cínica e ética ambíguas são irmãs siamesas. E no jornalismo brasileiro, mudam as gerações, mas as tragédias continuam e o imaginário dos aquários insiste em se engalfinhar contra as evidências factuais.

Agora, empenhada em afirmar que o governo brasileiro teria agido de maneira irresponsável ao conceder abrigo ao presidente deposto, a mídia corporativa repete um velho procedimento. Tenta armar, na produção noticiosa, uma subversão monstruosa: a autoria e a responsabilidade do golpe são transferidas aos que a ele se opõem, de modo que os golpistas, posando de impolutos democratas, ainda encontrem razões e argumentos para desmoralizar, reprimir e, se possível, eliminar seus oponentes. Para a empreitada foram convocados até diplomatas aposentados, saudosos de uma subalternidade quase colonial.

Uma característica saliente do discurso editorial, e de forma alguma sem importância, é o tom mordaz de quem que se propõe a dizer "verdades" a leitores e/ou telespectadores não apenas iludidos, mas idealizados como obtusos. O trecho abaixo, extraído da revista Veja ( edição 2132, de 30/09/2009) é exemplar. Trata-se da reportagem “O pesadelo é nosso", assinada pelos jornalistas Otávio Cabral e Duda Teixeira.

"Com as eleições marcadas para o próximo dia 29 de novembro, o governo interino que derrubou Zelaya se preparava para reconduzir o país à normalidade democrática. O candidato ligado a Manuel Zelaya aparecia até bem colocado nas pesquisas de intenção de voto. Seria uma saída rápida e democrática para um golpe, coisa inédita na América Latina. Seria. Agora o desfecho da crise é imprevisível. O mais lógico seria deixar o retornado sob os cuidados dos amigos brasileiros até depois das eleições, que, se legítimas, convenceriam a comunidade internacional das intenções democráticas dos golpistas"

Não procurem lógica no texto. Muito menos o uso político do mito da objetividade jornalística. O panfletarismo é prepotente e assumidamente faccioso para se preocupar com detalhes. Falar em “intenções democráticas dos golpistas" não expressa dificuldade de ordem racional, mas uma formidável comédia de erros e imposturas orquestradas por setores decisivos de uma direita inconformada com uma política externa exitosa.

Não se trata apenas da insistência da grande mídia brasileira em “manter um viés anti-Lula, fazendo uma cobertura parcial e tendenciosa sobre os acontecimentos que envolvem o fato", como afirmou o deputado José Genoíno. A operação em curso vai bem além desse propósito. O que ela busca ocultar são os resultados da reunião do G-20, em Pittsburgh, com a abertura para a reorganização das instituições financeiras internacionais e maiores direitos para os países emergentes. O êxito diplomático deve ser substituído por uma "trapalhada ideológica que não faz jus à tradição pragmática do Itamaraty”.

É exatamente isso o que confessa o articulista Clóvis Rossi, em sua coluna de sexta-feira, 25 de setembro, na Folha de S. Paulo.

"Escrevendo textos no lobby do Hotel Sheraton, em que Luiz Inácio Lula da Silva está hospedado em Pittsburgh, sou agradavelmente interrompido por Gilberto Scofield, o competente correspondente de "O Globo" em Washington: Cara, Honduras conseguiu eclipsar completamente o G20 nos jornais brasileiros. Só recebo cobranças sobre Honduras".

Essa desenvoltura de militantes eufóricos só reforça o que se sabe da grande imprensa. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, mas os modelos-teimosos- permanecem como farsa de um jornalismo que não se sabe ao certo se é “de facto" ou interino. Os acontecimentos de Tegucigalpa são contagiantes


Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil

LULA: as indeléveis marcas do humano em um presidente


LULA: o choro de uma brasilidade incontida


Eis um homem que deixa escorrer, com suas lágrimas, um sentimento de amor incomensurável à pátria amada.

Eis um homem que plasma, com suas lágrimas, um sutil e indelével amor ao Chão em que vive. O inóspito Chão de sua infância não secou sua alma de brasileiro, ao contrário, fez com que vislumbrasse ser possível tornar este Chão menos íngreme para a imensa maioria dos que nele vivem: os brasileiros.

Eis um homem que, com suas lágrimas, lava as nódoas nefastas do preconceito social e instaura uma nova ordem e um novo jeito de ver o mundo.

Eis um homem que esquece, com suas lágrimas, o mal que lhe fez e ainda lhe faz a elite dominante e mesquinha de seu Chão.

Eis um homem que chora ao ver seu país sediando um evento da magnitude de uma Olimpíada. O simbolismo de suas lágrimas revela que a união para se construir um Chão melhor e mais justo é possível.

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LULA: ´OBAMA VEIO, MAS O RIO GANHOU´

Presidente brasileiro lembra que se Chicago vencesse seria a quinta vez que os Estados Unidos ganhariam o direito de receber os Jogos de verão


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou às lágrimas em Copenhague, ficou orgulhoso nesta sexta-feira com a vitória do Rio de Janeiro na disputa pelos Jogos Olímpicos de 2016, apesar do apoio de peso dado pelo presidente americano, Barack Obama, à candidatura de Chicago.

- Ao ver na televisão as imagens de Obama chegando a Copenhague, me disseram: "perdemos, o Obama chegou, ele vai ganhar" - contou Lula, que já estava na capital dinamarquesa apoiando a candidatura do Rio quando o presidente americano chegou na manhã desta sexta-feira para uma estadia de poucas horas.

- Obama me disse na cúpula do G-8 que mandaria sua mulher, Michelle, porque ela conseguiria sensibilizar melhor as pessoas para a candidatura de Chicago. Mas eu respondi: "se você não vier a Copenhague, eu vou ganhar".

Obama, que a princípio não pretendia ir a Copenhague, decidiu por fim empreender a viagem para apoiar a cidade onde viveu por 25 anos, e que o elegeu para o Senado.

- Depois, ele mudou de ideia e veio, mas Deus quis que nós ganhássemos - comemorou Lula depois do resultado da eleição.

Chicago não passou da primeira rodada da votação, seguida por Tóquio. No fim, Madri perdeu por 32 votos a 66, para grande surpresa de todos.

- Teria sido a quinta Olímpiada nos Estados Unidos, e a segunda para o Japão e a Espanha. Desta vez, que me desculpem, mas fomos nós que ficamos felizes. É uma grande oportunidade que mostra que somos um grande país. Tenho 63 anos e pensei que já não teria motivos na vida para me emocionar assim, depois de viver tantas coisas e conhecer tanta gente. Mas este é talvez o dia mais emocionante da minha vida. (globo.com).

Do Blog TERRA BRASILIS

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Show de Lula na Globo

Suspeita: gráfica que vazou Enem é da Folha ? Será possível ? O PiG (*) seria capaz disso ?

A gráfica de onde vazou a prova do Enem teria sido a gráfica Plural, da Folha (*), que fica em Alphaville, em Santana do Parnaíba, perto de São Paulo.

Alguém da empresa da Folha teria vazado para um jornalista do Estadão e não da Folha.

Será possível ?

A Plural foi contratada para fazer a impressão das provas.

Será que a Polícia Federal vai ter peito de investigar a Folha ?

Clique aqui para ler sobre as últimas manipulações políticas do diretor geral da Polícia Federal, que levaram à greve na instituição.

Isso seria verdade, amigo navegante ?

Será que a tentativa do PiG (*) de derrubar o presidente Lula chegou a esse ponto: boicotar o Enem para cancelá-lo ?

Não deve ser verdade, não é isso, amigo navegante ?

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Em tempo: A repórter Cristina Serra, do jornal nacional, omitiu que a Gráfica Plural é da Folha.

O repórter Alberto Gaspar, do supra-citado telejornal, arranjou um tucano para dizer que o episódio tira a credibilidade do Enem.

Todo o noticiário capitaneado por William Bonner e Fátima Bernardes foi voltado a transformar o Enem na nova “crise”, já que o PiG (*) afundou em Honduras.


O Conversa Afiada reproduz abaixo a nota distribuída pela Gráfica Plural:

Santana de Parnaíba, 01 de outubro de 2009.

Ao
Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção – Connasel e Ministério da Educação

Prezados Senhores,

A Plural Editora e Gráfica Ltda. é hoje a maior e mais moderna gráfica de rotativas da América do Sul, atuando desde 1996 no mercado nacional. Em razão das recentes notícias relacionadas ao vazamento da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), vem apresentar os seguintes esclarecimentos:

A Plural foi contratada pelo CONNASEL – Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção, para impressão e acabamento de 2 provas, cada uma delas em diferentes versões, num total de aproximadamente 9,4 milhões de exemplares.

Pelo contrato, a obrigação da Plural consistia em imprimir as provas, grampeá-las e intercalar as diferentes versões em lotes, para posterior embalagem em caixas separadas por Estado da Federação. Não coube à Plural a separação das provas por escolas e salas de provas.

A equipe de segurança do Consórcio acompanhou, 24 horas por dia, todo o processo produtivo, inclusive a guarda de produtos semi-acabados, em áreas especialmente determinadas para esse fim.

Não eram responsabilidade da Plural o transporte das provas e sua distribuição em cada local determinado pelo Consórcio.

A Plural cumpriu suas obrigações relacionadas a segurança, inclusive com controles de acesso ao seu prédio por meio de catracas eletrônicas e câmeras de segurança em seu parque gráfico. Especialmente para fins deste contrato a Plural tomou ainda as seguintes medidas:

1. As áreas de equipamentos de impressão e acabamento foram isoladas, com acesso restrito e utilização de detector de metais.
2. Todo resíduo industrial de impressão foi triturado na presença de representantes do Consórcio.
3. As matrizes de produção foram embaladas, lacradas em caixas e entregues aos representantes do Consórcio.
4. Todos os profissionais envolvidos na operação, inclusive impressores que trabalharam em máquinas e os profissionais de acabamento, assinaram termo de responsabilidade de sigilo e declaração de não participação deste certame do ENEM.
5. A produção demorou 36 dias e foi finalizada em 29/09/09.

Após a entrega dos serviços contratados, recebemos do Ministério da Educação carta registrando “o excelente desempenho da equipe da Gráfica Plural”.

Assim sendo, a Plural está certa de que não teve qualquer responsabilidade neste episódio e reafirma sua disposição em colaborar com as autoridades para os esclarecimentos dos fatos noticiados, inclusive com entrega de 122 DVDs com imagens da operação de produção das provas nas suas diversas fases.

Atenciosamente,

Carlos Jacomine
Diretor Geral
Plural Editora e Gráfica Ltda.

Do Blog ConversaAfiada

Chomsky critica os EUA e elogia o papel do Brasil na crise de Honduras

Ter apoiado o presidente deposto de Honduras e ter dado abrigo a ele em sua Embaixada, fez com que o Brasil assumisse uma posição de destaque no confronto de Manuel Zelaya com o governo interino hondurenho. "Um papel admirável", avaliou o linguista e teórico Noam Chomsky, em entrevista ao portal G1. O professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT) também criticou a "fraca" ação norte-americana na crise da América Central.

Honduras passa por um conflito diplomático e político após um golpe de Estado que retirou do poder o presidente eleito, Manuel Zelaya, em 28 de junho. No dia 21 de setembro, ele voltou ao país de surpresa e se abrigou na Embaixada Brasileira, criando um impasse que dura até esta quarta-feira (30).

Chomsky publicou mais de 80 obras e desenvolveu uma teoria que revolucionou o estudo da linguística. Ele foi um dos ferozes críticos da Guerra do Vietnã, entre 1959 e 1975, e tem extensos trabalhos que criticam a política externa norte-americana. Após os atentados do 11 de Setembro, fez em seu bestseller "9-11" uma análise polêmica dos ataques, condenando tanto os seus autores como os EUA, a quem chamou de "principal nação terrorista" do mundo.

Leia a íntegra da entrevista:

G1 - O senhor acredita que os Estados Unidos apoiaram o golpe em Honduras? Qual tem sido o papel do país nessa crise?

Chomsky - Esse golpe foi incomum, e os Estados Unidos não o apoiaram abertamente. O país se juntou à Organização dos Estados Americanos (OEA) e a outras potências na crítica, mas fez isso de uma maneira fraca - não retiraram seu embaixador, como outras nações fizeram, por exemplo. Também se recusaram a chamar de golpe, o que envolveria cortar muitas ajudas, e não usaram nada de sua capacidade para restaurar a democracia.

Os militares de Honduras são muito ligados aos EUA. Aliás, os americanos usam uma base no país. Após a volta de Zelaya, os Estados Unidos passaram a criticar abertamente Zelaya, e seu embaixador na OEA o chamou de irresponsável. Não diria que o país apoia o golpe, mas, com certeza, não está fazendo algo para se opor. Há fortes segmentos dos Estados Unidos que até são a favor do golpe. A história de que Zelaya queria mudar a Constituição é um pretexto, Zelaya estava aumentando o salário mínimo, introduzindo programas que beneficiariam os pobres, e a pequena elite rica do país não gostou nada daquilo.

G1 - Como o senhor analisa a atitude do Brasil e da Venezuela em relação a Honduras hoje?

Chomsky - Acho que a atitude do Brasil tem sido muito admirável. Ao acolher Zelaya, o país se colocou numa posição a favor da democracia, e é claro que o que o Brasil faz é extremamente importante, pois é o principal país da América Latina.

O caso da Venezuela não é surpreendente, já que Zelaya já era um aliado de Chávez (o presidente Hugo Chávez), então o país se definiu fortemente contrário ao golpe, o que acho que é a posição correta.

G1 - O senhor acha que a volta de Zelaya mudou alguma coisa na dinâmica da organização diplomática na América Latina?

Chomsky - Acho que mudou muito. Os golpistas estão enfrentando uma pressão internacional, da OEA e de maneira mais fraca dos EUA, e agora eles estão caminhando para um confronto direto com o Brasil. Acredito que eles irão recuar. E é uma vergonha que os Estados Unidos não estejam tomando uma atitude mais forte nesse sentido, pois acredito que, se isso acontecesse, o golpe já teria acabado.

A questão crucial vai aparecer em novembro. Porque o que os golpistas estão tentando fazer é manter a situação até as eleições para tentar convencer o mundo de que a eleição é legítima e que isso deveria acabar com a questão. Mas claro que ela não será legítima, não com um governo que foi ao poder por um golpe militar. E a questão crucial vem depois: os EUA irão aceitar o resultado de uma eleição feita por um governo golpista?

G1 - E o que o senhor acha que acontecerá?

Chomsky - Espero que os Estados Unidos recusem, mas não tenho certeza. Acho que os EUA têm simpatia pelo golpe, eles não gostavam dos passos que Zelaya estava dando. Acho que os EUA estão vendo isso como um conflito entre dois grupos opositores que têm diferentes interpretações da lei, e não como um golpe que retirou um presidente eleito do país e o expulsou do país.

G1 - Ainda falando de América Latina, mas sobre a Colômbia. Recentemente tivemos um grande debate sobre a possibilidade do uso de bases militares da Colômbia pelos Estados Unidos, o que foi rechaçado pelos vizinhos sul-americanos. O senhor acha que a Colômbia precisa de ajuda para conter o narcotráfico ou isso seria uma desculpa para a entrada dos Estados Unidos no continente?

Chomsky - Não acredito que seja, quero dizer, o narcotráfico é um pretexto. Há alguns dias, o Panamá permitiu que bases sejam usadas pelos EUA em seu território. Mas isso é uma das coisas que têm acontecido - o treinamento de oficiais militares na América Latina aumentou consideravelmente.

No caso da Colômbia, se você analisar os documentos, especialmente um de abril passado, eles descrevem a base como um sistema geral de vigilância e controle da América Latina, que faz parte de um sistema instalado em outras partes do mundo. Ou seja, é muito maior do que qualquer coisa relacionada ao narcotráfico.

O controle americano sobre a América Latina tem diminuído. Os métodos tradicionais de controle, violência e estrangulamento econômico têm perdido eficácia. Eles ainda existem, mas não como antes. Os EUA estão sendo expulsos de muitos lugares, o Equador foi o último.

Por muitos anos, os americanos têm tentado restabelecer sua dominação. Relembrando, existe uma posição tradicional do país que relembra sua fundação e que diz que os EUA precisam controlar a América Latina.

Sobre o narcotráfico, é interessante como a questão está até sendo discutida! Vamos supor que a China, por exemplo, coloque bases militares no México para conduzir uma guerra química contra Kentucky, Tennessee e Carolina do Norte e envie oficiais para garantir que os Estados Unidos acabem com a produção de tabaco. Nós iríamos rir disso, não iríamos nem discutir. Isso existe pela lógica imperialista que nós nem discutimos.

Além disso, uma comissão de estudos composta por países latino-americano concluiu que a briga contra as drogas é falida. Estudos nos EUA mostraram que oferecer tratamento é bem mais efetivo do que fazer essas operações fora dos países. Apesar de saber disso, o governo continua ano após ano investindo dinheiro. Só há duas opções: eles são loucos ou têm outras intenções.

G1 - Como o senhor avalia a criação da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e de que forma ela mudou as relações da América Latina com os Estados Unidos?

Chomsky - A Unasul é um desenvolvimento muito importante. Pela primeira vez desde a conquista europeia, a América Latina começou a se mover rumo a uma integração. Essas instituições, além de aumentar as relações entre os países, são importantes porque as nações nunca serão capazes de se defender sozinhas. Na reunião em Santiago, no ano passado, Evo Morales agradeceu o apoio após um referendo que confirmou seu poder (e teve grande oposição por parte de governantes que realizaram consultas para se separar do país) e disse que aquela era a primeira vez que a América Latina tomou seus assuntos nas suas próprias mãos sem a interferência dos EUA.

G1 - Até hoje, os movimentos esquerdistas da América Latina foram estabelecidos seguindo as bases democráticas - presidentes foram eleitos ou mantidos no poder por referendos. Por que o senhor acha que esses governos assustam tanto as grandes potências?

Chomsky - A democracia é muito desapreciada pelas potências por muito boas razões, e a principal é porque a democracia neutraliza o poder, e as potências querem o poder em suas mãos. Os EUA derrubaram governos democráticos de muitos países, e o Brasil é um dos vários exemplos. Os governos democráticos são vistos como ameaças.

A administração Obama pune dois países na America Latina, Bolívia e Venezuela, argumentando que eles não fazem nada contra o narcotráfico. Mas o México, na fronteira americana, é um dos principais centros de narcotráfico! Isso são só armas contra governos democráticos de quem os EUA não gostam.

Do Portal Vermelho.org

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Golpistas utilizam canhão sônico contra embaixada brasileira em Honduras


Eis o brinquedinho que os gorilas golpistas estão usando contra o presidente eleito democraticamente pelo povo hondurenho Manuel Zelaya. Este engenho é um "presente" de mercenários israelenses, é usado com frequência contra palestinos e iraquianos resistentes. A tecnologia é estadunidense, é chamada LRAD ( Long Range Acoustic Device), Aparato Acústico de Longo Alcance. Um disparo deste "canhão sônico" emite uma intensa energia acústica que pode incapacitar um grupo grande de pessoas. Provoca desorientação espacial, imprime um tremor interno imobilizador que provoca vômito, surdez temporária, confusão mental, tensão nervosa, diarréia; podendo provocar também loucura e surdez definitiva. Esta arma está sendo utilizada em doses homeopáticas contra a embaixada brasileira, de acordo com relatos. Em entrevista, o diplomata brasileiro em Honduras, Lineu de Paula, informou que Zelaya pouco tem dormido e aparenta estar muito cansado. O LRAD emite infrasons e ultrasons, e está sendo utilizado sobretudo de madrugada. É uma forma de tortura sutil e continuada, extremamente cruel e desumana. Seria interessante expor figuras como Lúcia Hippolito, Ricardo Noblat, Joelmir Beting, e afins, a esta geringonça do mal, para eles medirem o quão democrático é o governo golpista de Honduras.


Para mais informações sobre o LRAD clique aqui.

Do blog do Cappacete

O Melô do Zé pedágio,não perca esse vídeo.

Ameaças contra embaixada são ‘inaceitáveis’, diz chefe da ONU

TEGUCIGALPA – O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, afirmou nesta terça-feira, 29, que está “preocupado” com a crise política em Honduras e declarou que ameaças contra a embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde o presidente deposto do país, Manuel Zelaya, está abrigado desde 21 de setembro, são “inaceitáveis”.

As declarações foram feitas em uma coletiva durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, um dia depois de o governo brasileiro ter enviado uma carta à ONU onde expressa preocupação com possíveis agressões contra a representação diplomática.

“Ameaças contra a embaixada do Brasil em Honduras são inaceitáveis. A legislação internacional é clara: a imunidade não pode ser violada. Ameaças aos funcionários da embaixada e a suas dependências são intoleráveis”, disse Ban. “O Conselho de Segurança da ONU já condenou estes atos de intimidação. Eu também o faço em termos duros”, completou.

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Do Blog ConversaAfiada

Tucano rouba sem dó:Esquema tucano de MG desviou quase R$ 3 milhões, diz MP

O senador e ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), aliado do governador mineiro e também tucano Aécio Neves, foi acusado pelo Ministério Público de Minas Gerais de ter se beneficiado, durante a gestão dele (1995-98), de um esquema de fraudes em licitação que teria abastecido o chamado valerioduto tucano e causado prejuízo de R$ 2,7 milhões aos cofres do Estado.
O chamado "mensalão tucano", segundo a Polícia Federal, foi um esquema operado pelo publicitário Marcos Valério para ocultar a origem e o destino de R$ 28,5 milhões em recursos públicos desviados e verbas privadas não declaradas, que financiaram a campanha derrotada de Azeredo em 1998.

Em 2005, o valerioduto tucano foi investigado pela PF e pelo Ministério Público Federal. Gerou uma ação penal no Supremo Tribunal Federal contra Azeredo e outra na Justiça Estadual, contra outros 14 réus.

Agora, em ação ajuizada em agosto, e aceita pela Justiça mineira, a Promotoria diz ter identificado um novo braço de financiamento irregular daquela campanha, com "pagamentos irregulares" do governo Azeredo, que resultaram em "vultuosas contribuições" à campanha eleitoral. O tucano afirma desconhecer a ação.

Para o Ministério Público, o esquema envolveu sete empresas vencedoras de 25 licitações na gestão Azeredo para fornecimento de terceirizados ao Estado. Era operado por Cláudio Mourão -secretário da Administração na gestão Azeredo e tesoureiro da campanha de 1998- e pelo empresário José Vicente Fonseca.

Perícias contábeis identificaram favorecimento ilegal e superfaturamento em oito contratos da gestão Azeredo, em benefício de sete empresas de propriedade de Mourão e Fonseca. Segundo a Promotoria, eles usaram "laranjas" e "correligionários do PSDB" como representantes nas sociedades.

Mourão, filiado ao PSDB, era sócio de uma das empresas envolvidas no suposto esquema, a Attempo. Isso até ser nomeado, em janeiro de 1995, secretário da Administração de Azeredo, onde continuou até assumir a coordenação financeira da campanha de 1998.

A campanha de Azeredo, cuja arrecadação de recursos coube a Mourão, recebeu R$ 658,2 mil em doações de empresas envolvidas nas irregularidades e de pessoas físicas que integravam o quadro societário das firmas. Desse total, R$ 423 mil vieram da Sertec, uma das empresas de Fonseca. Foi a segunda maior doação individual.

Nesta ação, o Ministério Público quer que Azeredo, Mourão e Fonseca devolvam, juntos, R$ 2,72 milhões ao Estado. Para isso, solicitou o bloqueio dos bens e a quebra do sigilo bancário dos três.

Com exceção do senador Eduardo Azeredo, os outros 14 réus no processo que investiga o valerioduto tucano vão responder pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro na Justiça de Minas Gerais, e não mais na Justiça Federal.

Por ter foro privilegiado, só Azeredo responde às denúncias no STF (Supremo Tribunal Federal). O relator do processo é o ministro Joaquim Barbosa.

No dia 15, o Ministério Público Federal declinou da competência no caso por entender que a União não foi lesada, mas o Estado mineiro. Por esse motivo, o processo deve ser julgado pela Justiça de Minas.

O processo havia sido desmembrado pelo STF em maio, após Barbosa acatar o pedido de alguns réus, entre eles Mourão e Marcos Valério.

A Justiça Federal em Belo Horizonte, onde o processo tramitava desde maio, acatou o argumento da Procuradoria e, na semana passada, o remeteu para a Justiça Estadual.

Desde o desmembramento, o Ministério Público Estadual investiga o envolvimento de mais pessoas, além das 15 já denunciadas pela Procuradoria-Geral da República, em 2007.

Os denunciados sempre negaram uso de dinheiro público na campanha ou mesmo saber que houvesse ilegalidades, como "caixa dois".

Do Blog Terror do Nordeste

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Michelleti: ‘Um abraço, Lula!’

Nesta segunda-feira, assisti pela Telesur coletiva de imprensa concedida pelo presidente golpista de Honduras, Roberto Michelleti, e por membros de seu gabinete de governo. A postura dos golpistas deu pistas importantes.

Perguntado sobre o que pretende fazer ao fim do prazo de dez dias que seu “governo” concedeu ao Brasil para definir o “status” de Manuel Zelaya, o golpista Michelleti se mostrou bem mais conciliador do que suas últimas ações deixaram ver.

Um dos aspectos da entrevista que chamou mais a atenção foi a disposição dos golpistas de se exporem a saraivada de perguntas incômodas que fazia Michelleti e seus gorilas mostrarem evidente desconforto.

Conciliador, Michelleti disse que manda “um abraço” a “Lula da Silva”, disse que o “respeita” e ao nosso país, pregou “diálogo” e garantiu que não pensa em mandar invadir a embaixada brasileira ao fim do prazo de dez dias dado ao Brasil.

Também disse que fechou e censurou veículos de imprensa opositores “em nome da liberdade de imprensa”, porque eles estariam promovendo “desordens e tumultos”.

A explicação para toda essa doçura é bem simples. Navegando por sites, blogs noticiosos e por perfis do Twitter da América Latina, tomei conhecimento de duas notícias importantes.

A primeira notícia é a de que cresce no exército hondurenho o contingente disposto a se rebelar contra os golpistas. O movimento de descontentamento vem da sociedade em todas as classes sociais, igualmente afetadas pela crise em variadas medidas.

A segunda notícia é a de que um coronel do exército hondurenho declarou que seu país não está preparado para resistir a uma intervenção dos capacetes azuis da ONU, o que pode acabar acontecendo se persistir a escalada dos golpistas.

Outro fato importante foi o reconhecimento de Michelleti durante a coletiva de imprensa de que não há clima para a realização de eleições, apesar de ter enrolado e não respondido se elas serão suspensas ou adiadas.

A impressão que tive foi a de que a coragem dos golpistas é muito maior contra os hondurenhos pobres que eles têm prendido, espancado, torturado e assassinado. Diante de embate em igualdade de condições, fugirão como ratos assustados.

Do Blog do Eduardo Guimarães(Cidadania.com)