sexta-feira, 11 de novembro de 2011

PSDB/DEM/ PPS dá piti no Congresso. Vergonhoso!

Impressionante o quanto a oposição, PSDB/DEM/PPS, torce contra o governo Dilma, contra o país e contra o povo brasileiro. Isso depois de quebrarem o país três vezes (só o que sabem fazer). Ontem foi votado na Câmara o primeiro turno da DRU até 2015. Placar de 369 x 44. Uma vitória esmagadora do governo e da base aliada, uma derrota acachapante da oposição. Com a aproximação do recesso parlamentar, o governo tem urgência em votar o 2º turno da DRU e enviar o projeto ao Senado para votação. Essa urgência é por conta do planejamento e votação do orçamento da União para 2012. O regimento do Congresso prevê um interstício máximo de cinco sessões entre o 1º e o 2º turnos. O presidente da Câmara, Marcos Maia, iria abreviar o interstício e colocar em votação o 2º turno, devido à falta de tempo. Mas a oposição, além de dar um piti e promover na casa uma baixaria com gritos e gritinhos, entrou no STF com uma liminar contra a votação do 2º turno na sequência do 1º. Sendo que no passado, em governos do PSDB/DEM, essa quebra de interstício já havia ocorrido. Só que na época eles eram governo. Então o presidente Marcos Maia, para não correr o risco de que a 1ª votação fosse anulada se o STF deferisse a liminar em favor da oposição, marcou a votação do 2º turno pra o dia 22/11. E sem dúvida será novamente uma vitória esmagadora sobre os histéricos da oposição.
Jussara Seixas

Fonte:
POR UM NOVO BRASIL COM DILMA PRESIDENTA SEM MEDO DE CONTINUAR MUITO FELIZ!

Corrupção, mídia e farsa

Pescado no blog País rico é país sem pobreza...Que Deus ajude a nação brasileira..

Que diferença da TV Globo dos anos de 1980 quando sonegou ao povo, até não poder mais, informações sobre a Campanha das Diretas-Já

Do correio do Brasil texto original Leia aqui

Beto Almeida
A farsa da oligarquia da mídia contra a corrupção está em marcha. No feriado do dia 12, a TV Globo fez até plantão, com repórter na Esplanada, em Brasília, interrompendo a programação normal, para falar de toda a sua grande esperança e torcida para que a denominada Marcha contra a Corrupção fosse massiva.
Que diferença da TV Globo dos anos de 1980 quando sonegou ao povo, até não poder mais, informações sobre a Campanha das Diretas-Já, quando milhões de cidadãos foram às ruas para conquistar, finalmente, o voto direto e enterrar a ditadura, defendida pela emissora!
Há uma tentativa de “teorização vulgar”, quando jornalistas tucanos, como Eliane Cantânhede – que chegou a considerar um comício do PSDB como uma “manifestação de massa cheirosa” – esforçam-se por argumentar que algo inédito estaria ocorrendo nestas manifestações porque não registram presença de partidos, sindicatos, movimento estudantil ou social. Segundo dizem, esta característica conferiria um novo conteúdo à manifestação, de modernidade, espontaneísmo, sem contaminação político-partidária, como a negar o papel da liberdade partidária e sindical, conquistada pelo povo após o funeral da ditadura. Há uma dose de farsa nisto tudo, primeiro porque alguém pagou pelas vassouras (que lembram Jânio Quadros) da manifestação, que também contou com convocação da juventude do PSDB.
As greves de várias categorias por melhor remuneração e condição de trabalho, a luta que continua pela reforma agrária, pelo direito a moradia, mostram claramente que partidos, sindicatos e movimentos sociais não estão cooptados. Ao contrário, estão arrancando conquistas legítimas. Esta é uma conclusão importante. Outra, é sobre a aliança que determinados segmentos da esquerda estão realizando com a TV Globo, terminando por reforçar, involuntariamente, o discurso conservador de que a corrupção foi inventada por Lula-Dilma. Isto sim deve ser motivo de preocupação, sobretudo após a assustadora aliança de setores da esquerda com a OTAN em sua agressão imperialista à Líbia.

Bono, líder do U2 escreve em solidariedade à LULA.

Do Blog do Mateus Brandão de Souza

Líder do U2 escreveu carta de Dublin e enviou por e-mail ao ex-presidente. Ao assinar, vocalista se diz fã de Lula, em tratamento contra o câncer

O vocalista Bono, líder do U2, enviou uma carta nesta quinta-feira (10) ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desejando "pronto restabelecimento". O ex-presidente está em tratamento contra um câncer de laringe, descoberto há duas semanas.A mensagem chegou por e-mail por volta das 13h40 desta tarde e nela, Bono diz que ele e sua família irão incluir Lula em suas orações. A mensagem, enviada de Dublin (Irlanda), termina com a assinatura de Bono declarando-se fã de Lula.
Desde o dia 1º de novembro, Lula permanece em repouso no seu apartamento, em São Bernardo do Campo (SP). Nesta quinta, ele recebeu a visita da presidente Dilma Rousseff.
Fonte: TERRA BRASILIS

Venício e o PiG: fiscaliza o poder ou é um poder paralelo ?

Sugado do blog Conversa Afiada

O Conversa Afiada publica artigo do professor Venício Lima, extraído do site Teoria e Debate:

Fiscalização do governo ou poder paralelo?


No clássico Four Theories of the Press, de Siebert, Peterson e Schramm – uma das consequências indiretas do longo trabalho da Hutchins Commission, originalmente publicado no auge da Guerra Fria (University of Illinois Press, 1956) –, uma das funções descritas para a imprensa na chamada “teoria libertária” era exercer o papel de “sentinela” da liberdade.


Em outro livro, também clássico, que teve uma pouco conhecida tradução brasileira (Os Meios de Comunicação e a Sociedade Moderna, Edições GRD, 1966), Peterson, Jensen e Rivers assim descrevem a função:


Os libertários geralmente consideravam o governo como o inimigo mais temível e tradicional da liberdade; e, mesmo nas sociedades democráticas, os que exercem funções governamentais poderiam usar caprichosa e perigosamente o poder. Portanto, os libertários atribuíam à imprensa a tarefa de inspecionar constantemente o governo, de fazer o papel da sentinela, chamando a atenção do público sempre que as liberdades pessoais estivessem perigando (p. 151-152).


Nos Estados Unidos, a teoria libertária foi substituída pela teoria da responsabilidade social, mas o papel de fiscalização sobre o governo permaneceu, lá e cá, geralmente aceito como uma das funções fundamentais da imprensa nas democracias liberais representativas.


Jornalismo investigativo


O chamado “jornalismo investigativo”, que surge simultaneamente ao “ethos” profissional que atribui aos jornalistas a “missão” de fiscalizar os governos e denunciar publicamente seus desvios, deriva do papel de “sentinela” e é por ele justificado. A revelação de segredos ocultos do poder público passou a ser vista como uma forma de exercer a missão de guardião do interesse público e a publicação de escândalos tornou-se uma prática que reforça e realimenta a imagem que os jornalistas construíram de si mesmos.


Com o tempo, a mídia passou a disputar diretamente a legitimidade da representação do interesse público, tanto em relação ao papel da Justiça – investigar, denunciar, julgar e condenar – como em relação à política institucionalizada de expressão da “opinião pública” pelos políticos profissionais eleitos e com cargo nos executivos e nos parlamentos. Tudo isso acompanhado de uma permanente desqualificação da Política (com P maiúsculo) e dos políticos.


Na nossa história política há casos bem documentados nos quais a grande mídia reivindica para si esses papéis. O melhor exemplo talvez seja o da chamada “rede da democracia” que antecedeu ao golpe de 1964 e está descrita detalhadamente no livro de Aloysio Castelo de Carvalho, A Rede da Democracia – O Globo, O Jornal e o Jornal do Brasil na Queda do Governo Goulart (1961-64); NitPress/Editora UFF, 2010.


Mais recentemente, a presidenta da Associação Nacional de Jornais (ANJ) declarou publicamente:


A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação. E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo, de fato, a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo” (“Ações contra tentativa de cercear a imprensa”, O Globo, 19/3/2010, pág. 10).


Poder paralelo


Como chamou a atenção o governador Tarso Genro, na abertura de um congresso nacional contra a corrupção, organizado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, em outubro passado:


Criou-se um jornalismo de denúncia, que julga e condena. Usam a corrupção como argumento para dizer que as instituições não funcionam e tentar substituí-las (…) atualmente, os casos mais graves são investigados pela mídia e divulgados dentro das conveniências dos proprietários dos grandes veículos (…) fazem condenações políticas de largas consequências sobre a vida dos atingidos, e tomam para si até o direito de perdão, quando isso se mostra conveniente (http://sul21.com.br/jornal/2011/10/grande-midia-quer-instituir-justica-p…).


Será que estamos a assistir no Brasil à comprovação prática da afirmação de Paul Virilio: “A mídia é o único poder que tem a prerrogativa de editar suas próprias leis, ao mesmo tempo em que sustenta a pretensão de não se submeter a nenhuma outra”? A resposta a essa questão deve ser dada pela própria Justiça e pelas instituições políticas. A ver.


Venício A. de Lima é sociólogo e jornalista; autor, entre outros, de Comunicação e Cultura: as Ideias de Paulo Freire; 2ª. ed. revista, com nova introdução e prefácio de Ana Maria Freire. EdUnB/Perseu Abramo, 2011


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Berlusconi vai-se; a Itália já se foi


Postado no Tijolaço - O Blog do Brizola Neto

O mercado financeiro provou ter mais força que qualquer escândalo moral ou sexual e demitiu o primeiro-ministro italiano Sílvio Berlusconi – leia mais aqui sobre a ditadura do mercado na Europa – pela bolsa de valores.

O velho fauno, que parecia resistir até a condenações por sonegação fiscal, não resistiu ao capital.

Anunciou sua demissão mas, como definiu o site Euronews, “em câmara lenta”. Só sai do Governo quando se aprovar o Orçamento, daqui a alguns dias.

E a resposta do mercado foi imediata. Os juros dos títulos italianos, que ontem tinham chegaram a 6,7% ao ano, eram cotados, há dois meses, em torno de 5%. Hoje, no instante em que escrevo, acabam de romper a marca de 8%.

A Itália só tem um “probleminha” diferente da Grécia.

É a terceira economia da Europa.

Os leitores e a imprensa decadente

Por Washington Araújo, no blog Um cidadão do mundo:

Qual o problema do jornalismo? De onde vem esse sentimento de que o nosso jornal já não é mais o nosso jornal? Desde quando o nosso jornal deixou de ser o nosso jornal? Como foi que se tornou árdua a leitura do jornal diário? Por que tenho a impressão que o meu jornal mudou de endereço, de idéias, de linhas editoriais e de eixo? Será que, bem antes que eu trocasse de jornal, este me trocou por outro tipo de leitor? O que fazer com essa carga de lembranças que eu e o jornal fomos construindo ao longo de tantos anos? Por que me é difícil ler um editorial por inteiro sem levantar três ou quatro bem fundadas suspeitas de que estou sendo enganado e umas cinco ou seis de que eles estão me sonegando algo? Por que o meu jornal muda tanto de roupagem, mas não se arrisca a mudar, ao menos, de erros? Mudei eu ou mudou o jornal?

Por que é que quando o meu jornal diz que errou nunca está se referindo ao erro que realmente me incomodou e perturbou? Por acaso, estamos diante de uma epidemia a contagiar apenas jornalistas e deixá-los tão desaprendidos do ofício de fazer jornal diário? Estarei sendo punido por meu jornal por dedicar mais tempo ao jornalismo virtual que ao impresso? Quando a minha profissão, mesmo sem necessitar mais de diploma, continuará a exigir decência e retidão de caráter?

Físico e virtual

Por que tenho o estranho pressentimento que trocaram a tinta de impressão por naftalina líquida? Onde foi que guardei aquela minha velha ansiedade para ver o jornal do dia seguinte? Por que não verificam se já foi criado algum mecanismo para aferir a vitalidade das ideais de nossos editores, colunistas, repórteres? Terá chegado o momento de buscar o Arquivo Geral quando desejar usufruir a leitura de um bom texto jornalístico? O que fizeram com as grandes reportagens? Por que as notícias se tornaram tão extensamente opinativas e tão exageradamente burocráticas?

Quando é que passei a desconfiar que meu jornal sofria de dupla personalidade, aquela que fazia jornalismo e a outra que realizava atividade político-partidária? Por Deus, posso até ter mudado, mas não tanto quanto o meu jornal, aquele que me apresentava o mundo de ontem e de anteontem.

Por que dezenas de diários estão quebrando em todo o mundo? Por que, apenas nos últimos oito anos, nos Estados Unidos da América 120 jornais diários fecharam suas portas? Por que nem mesmo se salvam aqueles que considero como jornais de referência: El País da Espanha, Le Monde na França, The Times e The Independent no Reino Unido, Corriere della Sera e La Repubblica na Itália? Por que todos eles acumulam fortes perdas econômicas, quando não estão simplesmente no vermelho estão sempre rolando dívidas? E por que os grandes jornais constatam impressionante encolhimento de sua carteira de assinantes?

Por que a empresa editora do Chicago Tribune e Los Angeles Times, assim como a Hearst Corporation, dona do San Francisco Chronicle, decretaram falência? Por que o poderoso grupo de Rupert Murdoch, a News Corp., que edita Wall Street Journal, apresentam prejuízos anuais na casa dos milhões de euros? Por que, para diminuir custos, muitas publicações estão simplesmente reduzindo o número de suas páginas? Por que o Washington Post cancelou a impressão de seu prestigioso suplemento literário “Bookworld”? Por que o Christian Science Monitor decidiu acabar com sua edição de papel e passar a existir apenas na internet? Por que aconteceu o mesmo com o nosso Jornal do Brasil? Por que o Financial Times propôs semanas de apenas três dias para seus redatores? O que pretendem com isso?

Cargas de pessimismo

Por que a imprensa diária paga se encontra à beira do precipício e anseia desesperadamente por fórmulas que lhe garantam a sobrevivência no médio prazo? Por que a imprensa diária continua levando a sério um modelo econômico e industrial que não funciona? Quem garante que a opção por construir grandes grupos multimídia internacionais, como aconteceu nos anos 1980 e 1990, conseguirá enfrentar a proliferação dos novos modos de difusão da informação?

Por que aumenta o número de jornalistas desempregados? Por que desde janeiro de 2008 foram fechados 21 mil vagas de trabalho nos jornais com sede nos Estados Unidos da América? Por que na Espanha, entre junho de 2008 e abril de 2009, 2.221 jornalistas perderam seus empregos? Por que alguns analistas mostram-se reticentes quanto à continuidade de jornais impressos?

Por que Michael Wolf, da Newser, vaticina que muito em breve ao menos 80% dos jornais impressos norte-americanos desaparecerão? O que leva Rupert Murdoch carregar no pessimismo ao prever que na próxima década (que, aliás, já nos bate à porta) todos os diários simplesmente deixarão de existir?

Onde, onde?

O que é que agrava tão mortalmente a velha deliquência da imprensa escrita diária? Será que a devemos debitar apenas à crise econômica global que provoca enormes perdas da publicidade e ao mesmo tempo forte restrição de crédito? Quando foi que a informação passou a ser mercantilizada de forma tão escancarada? Como a perda de credibilidade tem contribuído para o ocaso da imprensa escrita? Caminha para ser letal ao segmento da informação impressa a concorrência com a imprensa gratuita?

O envelhecimento dos leitores tem papel determinante na caótica situação atual? Que outros males estruturais poderíamos citar para reflexão dos que se interessam por assuntos da mídia? Por que, hoje, cerca de 35 milhões de pessoas no Brasil já usam o celular para navegar na rede e, em uma imaginária “outra ponta”, o número de leitores de jornais só faz cair, ano a ano?

Por que no Brasil a questão da sobrevivência da imprensa escrita é secundária à questão da liberdade de expressão? O horror econômico que se avizinha para a imprensa brasileira é decorrente do cerceamento à liberdade de expressão? Por que é mais seguro saber do desenvolvimento alcançado no Brasil por intermédio da imprensa que circula no exterior do que através da nossa imprensa? Por que é que diante dos novos “pecados capitais” do jornalismo os cidadãos se sentem vulneráveis em seus direitos? Onde é que vamos buscar informação confiável e de qualidade sobre qualquer assunto importante? Onde buscar a verdade dos fatos? Onde buscar a verdade? Onde buscar? Onde?

Sugado do blog do Miro

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Ocupar prédios é preciso. Porque gente vale mais que barata

catapultado do blog O escrevinhador(Rodrigo Vianna)

Por Leonardo Sakamoto, no Blog do Sakamoto

Mais de 3,5 mil pessoas ligadas a movimentos por moradia ocuparam, na madrugada de segunda, dez prédios abandonados na capital paulista. A ação foi coordenada por 14 movimentos por moradia, entre eles o Movimento dos Sem Teto do Centro (MSTC), a Unificação das Lutas dos Cortiços (ULC) e o Movimento de Moradia do Centro (MMC). Eles também denunciam acordos não cumpridos com o poder público.

Entre as demandas comuns a todas as 14 entidades envolvidas na ocupação, estão uma solução para os que foram vítimas da desapropriação dos Edifícios São Vito e Mercúrio, a garantia de 5 mil unidades habitacionais para o atendimento no Programa de Locação Social e de 5 mil atendimentos no Programa Bolsa Aluguel para situações emergênciais e o atendimento da demanda dos movimentos de moradia que atuam no Centro nos 53 prédios que a Prefeitura afirma estar desapropriando.

O déficit qualitativo e quantitativo de habitação poderia ser drasticamente reduzido se esses imóveis trancados por portas de tijolos pudessem ser desapropriados e destinados gratuitamente para quem precisa. Mas, ao invés disso, o governo federal investe em programas que facilitam o financiamento de novos empreendimentos, como o “Minha Casa, Minha Dívida”, quando poderiam estar entregando às famílias de baixíssima renda apartamentos existentes que hoje só servem para criar ratos e baratas.

Enquanto isso, Estado e município não têm coragem de enfrentar os grandes latifundiários urbanos. Há prédios que devem milhões de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e poderiam ser alvo do Decreto de Interesse Social, uma vez que permanecem vagos por anos. Mas em uma sociedade cuja pedra fundamental são a intocabilidade da propriedade privada e a possibilidade de lucro e não o respeito à vida isso fica difícil.

Por isso, o apoio às ocupações que começaram nesta segunda em São Paulo é a diferença entre a civilidade (e a consciência de que o respeito à dignidade humana e não a antropofagia é que deveria nos unir) e a barbárie (de pessoas morando em palafitas sobre córregos de merda enquanto outros vivem em triplex com centenas de metros quadrados).

Já disse isso aqui antes: a área central de São Paulo é alvo prioritário dos movimentos por moradia por uma razão bem simples: porque já tem tudo, transporte, cultura, lazer, proximidade com o trabalho. Ao longo do tempo, fomos expulsando os mais pobres para regiões cada vez mais periféricas. Eles, que possuem menos recursos financeiros, gastam mais tempo e mais de sua renda com transporte do que os mais ricos que ficaram nas áreas centrais (com exceção dos condomínios-bolha espalhados no entorno, com suas dinâmicas de segregacionismo próprias).

Cortiços em regiões retratadas no passado por Alcântara Machado no livro “Brás, Bexiga e Barra Funda” e também nos antes requintados Campos Elísios abrigam dezenas de famílias. Sem o mínimo de saneamento básico, às vezes sem água e sem luz. A maioria dos moradores desses locais prefere continuar assim, pois transporte é o que não falta e a casa fica próxima ao trabalho – ao contrário do que acontece em bairros da periferia, onde o trajeto até o centro chega a levar três horas, dentro de ônibus superlotados.

Cresci no Campo Limpo, bairro periférico de São Paulo. Fiz o ensino médio técnico no Pari, perto da Rodoviária Tietê, do outro lado da capital. Mais de duas horas para cruzar a cidade de transporte público. Depois da faculdade, sem carro, mantive uma rotina longa até me mudar para o principado paulistano do Sumaré. Mesmo os trajetos intermináveis eram fichinha para quem foi lançado às rebarbas da cidade, como o Jardim Pantanal ou Grajaú – de onde saem boa parte daquela “gente diferenciada” que vive para servir.

A carta dos movimentos por moradia endereçada ontem ao governador Geraldo Alckmin e ao prefeito Gilberto Kassab desabafa: “Realizamos os principais serviços para o bom funcionamento desta cidade, entretanto nossas famílias estão espremidas por um conjunto de necessidades. Lutamos e trabalhamos muito para sobreviver, mas a cidade regida pelas leis do mercado, especialmente imobiliário, impede que nossa renda assegure nossos direitos. Sabemos que a situação de nossas famílias decorre da injustiça histórica. Sabemos também, que nas circunstâncias atuais, nosso sofrimento não tem razão de continuar.Por isso, nos organizamos e ocupamos esses imóveis abandonados, sem função social respaldados por nossas Leis, que assegure nosso direito à moradia e por meio de nosso direito de agir”.

José – o nome é fictício, pois o morador não quis se identificar – morava com a mulher, filhos, cunhado e primos em um velho casarão, semidestruído, então propriedade da Universidade de São Paulo, na Rua Havaí, localizada no caro bairro de Perdizes. O local não possuía a mínima segurança, uma vez que as tábuas caíam ao se caminhar pela casa. Mesmo assim, José não arredava pé de lá. “Se sair não tenho para onde ir.” Passaram-se os meses e a universidade mandou demolir a casa. Para onde foram José e o populacho que lá vivia? Ninguém nunca soube dizer. Provavelmente engrossam a densidade demográfica de outro cortiço. Ou passaram frio em algum lugar precário. Que logo seria igualmente derrubado.

A recuperação da área central de São Paulo não se restringe a uma valorização estética das ruas, edifícios e bens culturais. Inclui também o repovoamento do local, trazendo vida à região, com incentivos para o estabelecimento das classes média e baixa. O que tem sido feito até agora é o contrário: expulsa-se o povão e ergue-se monumentos à música e às artes.

Sabe o artigo 6o da Constituição Federal que garante o direito à moradia? Então, é mentira. Do mesmo tamanho daquela anedota contada no artigo 7o que diz que o salário mínimo deve ser suficiente para possibilitar “moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social”.

Função social da propriedade? Por aqui, isso significa garantir que a divisão de classes sociais permaneça acentuada como é hoje. Cada um no seu lugar. Afinal de contas, São Paulo é linda – se você pode pagar por ela.

Após 18 anos e US$1,6 bilhão, Tietê fica pior na Grande São Paulo

Mesmo com investimentos, metade da população não tem esgoto tratado. Cinco de seis locais avaliados pela Cetesb desde o lançamento de plano de despoluição estão mais deteriorados.

José Benedito da Silva, via Folha on-line

O ano era 1992. Chitãozinho & Xororó cantavam em propaganda do governo de São Paulo que a população poderia, enfim, voltar a nadar no Tietê.

Mais otimista, o governador Luiz Antônio Fleury Filho disse que um dia beberia do rio e que, em sua gestão, reduziria em 50% a sua poluição por conta do Projeto Tietê, o mais ambicioso plano ambiental da história de SP.

O ano é 2010. Quase duas décadas e US$1,6 bilhão depois, a água do Tietê no trecho que atravessa a Grande São Paulo está ainda pior.

O quadro, detectado em avaliação anual da Cetesb, mostra que ele segue feio (turvo), sujo (lixo e esgoto) e malvado (transmite doenças).

Dos seis pontos monitorados desde 1992, cinco estavam piores em 2010. Dos nove avaliados hoje, quatro são péssimos, e três, ruins. Os dois bons ficam perto da nascente, em Salesópolis (101 km de SP).

A Folha usou o IQA (Índice de Qualidade das Águas), o mais amplo dos indicadores apurados pela Cetesb, que leva em conta nove parâmetros, entre eles quantidade de oxigênio e coliformes fecais.

Em quase toda a região, as taxas de oxigênio ficaram perto de zero, o que inviabiliza qualquer tipo de vida.

Ou seja, o Tietê – que, em tupi-guarani, ironicamente, é “água boa” ou “rio verdadeiro” – é ainda um rio morto.

E não é o único: o cenário é o mesmo em todos os rios da capital, como Pinheiros, Tamanduateí e Aricanduva.

Apesar dos investimentos em esgoto, é grande o número de domicílios não ligados à rede – de favelas à beira de córregos a condomínios de luxo na zona oeste da cidade.

Nas duas primeiras fases do plano – a terceira vai de 2010 a 2015 –, a Sabesp priorizou a montagem estrutural da rede, como a construção de três estações de esgoto (eram duas), redes coletoras e interceptores, entre outros.

O volume de esgoto tratado quadruplicou e incluiu 8,5 milhões de habitantes. “É a população de Londres”, diz Carlos Eduardo Carrela, superintendente de Gestão de Projetos Especiais da Sabesp.

Parece muito, mas está abaixo da meta (18 milhões) e atinge só 50% da população. Dez cidades, como Guarulhos e Barueri, não tratavam nada do esgoto em 2010.

“É como na era medieval. O cocô é jogado no rio, o importante é ir embora da minha casa”, diz Mario Mantovani, diretor da Fundação SOS Mata Atlântica, que monitora o plano desde o início.

Outro fator foi que a população cresceu (em 5 milhões) e, com ela, problemas como lixo e poluição do ar (chuva ácida), que já respondem por 30% da poluição do rio.

Pescado no blog Limpinho e Cheiroso

Outro genocídio à vista: O Irã é a bola da vez


Israel está perto de atacar o Irã, diz Shimon Peres
O presidente de Israel, Shimon Peres, aderiu na sexta-feira, dia 4, ao debate que existe em Israel sobre a conveniência de atacar o Irã, dizendo que a opção militar para impedir a República Islâmica de desenvolver armas nucleares está ficando mais próxima.

Um repórter do Canal 2 perguntou a Peres se “algo está nos deixando mais perto de uma opção militar em vez da diplomática” e Peres respondeu: “Acredito que sim, estimo que os serviços de inteligência de todos esses países estão vendo o relógio correr, alertando os líderes de que não resta muito tempo.”

“O Irã está se aproximando das armas atômicas e no tempo que resta devemos nos voltar par as nações do mundo e exigir que cumpram sua promessa [...] que é a de não apenas aprovar sanções. O que precisa ser feito deve ser feito, e há uma longa lista de opções.”

A mídia israelense está repleta de especulações de que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu estaria buscando um consenso em seu gabinete para bombardear instalações nucleares iranianas. Os EUA e seus aliados, inclusive Israel, suspeitam que o Irã esteja desenvolvendo armas nucleares, algo que Teerã nega, insistindo que sua intenção é apenas gerar energia para fins pacíficos.

Embora Netanyahu não tenha feito ameaças diretas de ação militar contra o Irã, tanto Israel quanto os EUA sinalizam repetidamente que não descartam o uso da força caso a diplomacia não baste para convencer o Irã a abrir mão do seu programa nuclear.

Os insanos

Via Diário Liberdade
Laerte Braga
Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro do estado terrorista de Israel quer atacar o Irã e mobiliza apoios para essa insânia. Dentro e fora do seu país. Nos EUA, decisivo para as pretensões de Israel (mesmo hoje sob forte controle de grupos sionistas), falcões como são chamados os partidários das várias guerras inconsequentes que travam mundo afora tentam levar o governo Obama a apoiar essa desvairada loucura.
Um dos setores mais radicais do sionismo, o serviço secreto de Israel, a MOSSAD, se coloca contra a guerra, considera-a uma aventura. Militares norte-americanos já advertiram o governo que as consequências serão desastrosas em todos os sentidos em médio e longo prazo. Político, econômico e militar. Uma ação contra o Irã pode trazer como reação a unidade entre sunitas e xiitas e complicar a situação no Oriente Médio.
Nazi/sionistas enfrentam dificuldades em Israel. As manifestações contra o governo de Netanyahu e suas políticas terroristas crescem, tomam vulto e podem vir a se transformar num problema político interno sério.
Obama tem vinte milhões de indigentes nos EUA, não sabe como fazer para aplacar os protestos do movimento OCUPA WALL STREET (mas a Polícia sabe, tem baixado o sarrafo. Não seria o caso de ajuda humanitária da OTAN para evitar violações sistemáticas dos direitos humanos?), está às voltas com as colônias da Comunidade Europeia em estado falimentar e tem pela frente a disputa eleitoral de 2012. Quer mais quatro anos para fingir que é negro e tem práticas políticas diferentes das de seu antecessor, por exemplo, George Bush.
Radicais de extrema-direita tanto em Israel como nos EUA não consideram a questão econômico/financeira como problema para uma guerra contra o Irã. É o contrário. Entendem que é preciso liquidar de vez com qualquer perspectiva adversa no Oriente Médio. A “Primavera Árabe” é encarada como risco para os interesses dos dois países – Israel e EUA – e o único dado que levam em conta é o poder bélico que dispõem. Na avaliação desses insanos, destruir o Irã, liquidar com a Revolução Islâmica, vai permitir que os ajustes econômicos se façam pelo terror e pelo medo, mesmo que a China e eventualmente a Rússia possam se inquietar com o a voracidade terrorista do complexo ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A. E antes que o mal cresça, a reação dos povos árabes, é necessário cortá-lo pela raiz. É o modo de pensar dos malucos do IV Reich. Temem, entre outras coisas, que os generais egípcios, subordinados a Washington, percam o controle da situação no país e grupos islâmicos, em eleições livres, se transformem em governos. Se vão conseguir ou não é outra história. Via de regra têm alcançado seus objetivos desde o primeiro mandato de George Bush.
As forças armadas norte-americanas, os serviços de inteligência e os interesses daquilo que o general Eisenhower chamava de “complexo industrial e militar” são maiores que a propalada “democracia” tanto nos EUA, como em Israel. E estão privatizados nos milagres do neoliberalismo. A isso se juntam interesses de banqueiros, apavorados com a possibilidade de alguma mudança de maior porte da ordem econômica mundial e essa vir a representar a perda de juros, extorsões, etc. O fracasso militar no Afeganistão, ou as perdas no Iraque não pesam na balança de qualquer raciocínio dessa gente, pelo simples fato que não raciocinam. Eles grunhem, é bem diferente.
Um holocausto nuclear, hipótese não descartada, já que o governo de Israel dispõe de pelo menos cem ogivas dessa espécie e ameaça usá-las, também não assusta os insanos de Washington e Tel Aviv. As cavernas sempre estarão prontas para acolhê-los. Os cidadãos de seus países, nem de longe. São adereços no processo político da barbárie. O resto do mundo então! A maneira de agir dos insanos cresce em ferocidade na exata proporção das dificuldades econômicas e financeiras.
Do ponto de vista militar o Irã é uma incógnita, embora se saiba que sua capacidade de defesa seja maior que a de outros países da região. A ideia de começar a guerra fomentando manifestações contra o governo iraniano e a Revolução Islâmica a partir de mercenários infiltrados, como fizeram na Líbia, pode se repetir. O maior risco segundo alguns observadores inclusive da própria MOSSAD é o nacionalismo árabe. A inconsequência dessa gente, o jeito banana de ser de Barack Obama, pode ser visto em sua totalidade na decisão de cortar suas participações na UNESCO – órgão das Nações Unidas voltado para a cultura e a educação – pelo simples reconhecimento da Palestina como Estado independente e o direito de um assento no organismo. Retaliação imediata e brutal do complexo terrorista.
A superioridade militar desse complexo é indiscutível. O preço a ser pago esse não. De qualquer forma a insânia é de tal ordem que não se importarão de praticar ações militares de terra arrasada. Fizeram isso na Líbia. Ou massacram com o consentimento de governos locais, como o da Arábia Saudita, do Iêmen, ou ainda na Europa, como o da Grécia, ou despejam robôs travestidos de humanos e toneladas de bombas. Os pretextos são os de sempre. Armas químicas e biológicas que não existiam no Iraque. Violação dos direitos humanos na Líbia. Plano Colômbia para colonizar o país e instalar bases militares contra toda a América do Sul. Golpe militar em Honduras para afastar riscos de governo hostil. Todo um arsenal de mentiras geralmente ditas pelo primeiro-ministro britânico, mensageiro preferido de Washington e Tel Aviv. Londres é a pérola, o diamante, do império ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A. Tem um ar assim de rainha Elizabeth II, cheira a formol e traz destruição em sua genética. Um dos generais norte-americanos que defendem o plano de Israel de destruir o Irã, posto diante de uma pergunta sobre a reação dos chineses, respondeu assim – “e daí, vão nos atacar?”. Todo o poderio econômico da China, ou de quem quer que seja, ou venha a ser, é impotente contra a insânia de generais, políticos, banqueiros e grandes corporações empresariais montados em arsenais nucleares capazes de destruir o planeta centenas de vezes. A lógica dos insanos é a destruição.
Para figuras como Netanyahu pouco importa o que pensa boa parte dos cidadãos de Israel, ou do resto do mundo, desde que o poder terrorista possa ser mantido intacto. É ele que sustenta o poder econômico e permite as políticas históricas de saques, barbárie crueldade contra povos considerados inferiores. Por isso são insanos. Não há saída fora da luta nas ruas mesmo que o preço a ser pago seja alto. É uma questão de sobrevivência da espécie que se pretende classificada como humana e racional. E nem alternativas dentro do mundo chamado institucional em qualquer lugar. Está ruindo e a despeito de um bramir aqui e outro ali sujeita-se ao complexo terrorista.
Chegamos ao ápice da evolução.
Do processo civilizatório.
A insânia com o comando do leme.

Do Blog CHebola

Quando os banqueiros ouvem Karl Marx - por Antonio Martins!

pescado no blog Guerrilheiro do Entardecer

Quando os banqueiros ouvem Karl Marx - por Antonio Martins, do 'Outras Palavras'

Subserviência sem limites: “FHC propõe ‘Yes, we Care’ como slogan”


Painel em forma de linha do tempo em homenagem a FHC no seminário no Rio
Vera Magalhães/Folhapress

Blog Com Texto Livre
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sugeriu que o PSDB adapte o slogan “Yes, we Can”, do presidente norte-americano Barack Obama, e lance o “Yes, we Care”, algo como “sim, nós cuidamos”.
“O que falta é carinho, é atenção. Temos de ser o partido que se preocupa com as pessoas, com o seu bem estar. Existe uma palavra sofisticada para isso, e ela foi dita aqui hoje, é equidade, mais que igualdade”, afirmou, no encerramento do seminário “A Nova Agenda”, promovido pelo Instituto Teotônio Vilela, no rio.
FHC foi o responsável pelo encerramento do evento. Falou depois dos dois virtuais pré-candidatos do partido à Presidência, Aécio Neves e José Serra.
Ao ser saudado mais uma vez pelos 80 anos, repetiu a brincadeira de que a efeméride teria sido “inventada” pelo PT para que ele pareça mais velho, e emendou: “O Aécio e o Serra fazem coro, porque não me querem como concorrente nas eleições”.
O ex-presidente saudou algumas das ideias apresentadas no seminário como “revolucionárias”, e conclamou o partido a propagá-las pela internet.
“O PSDB tem de ter coragem de propor. Ou fala ou morre. Estamos começando a falar. A nossa agora é a voz dos que querem vencer, e o Brasil precisa da nossa vitória”, afirmou.
Apesar da fase de troca de afagos com a presidente Dilma Rousseff, FHC fez críticas ao PT e ao governo. “O que eles [PT] tinham era um não-programa, era o caminho para o abismo. Aí pegaram o nosso programa e executam mal”, afirmou.
Segundo ele, o PAC “não existe”. “É propaganda, um amontoado de iniciativas desencontradas.” Também criticou o trem-bala e a falta de discussão no Congresso. “Na Casa que deveria dar ressonância aos debates se montou uma máquina de dizer ‘sim’ e ‘sim senhor’.”
Nota do Blog: Passados quase 10 anos de seu governo, FHC ainda não desaprendeu a tratar os outros com palavras em inglês. Durante o governo, observávamos diariamente o FHC dizendo “yes, sir” aos norteamericanos, ingleses, franceses e etc. Era assim também aos órgãos FMI e BIRD.
Outra parte engraçada é o FHC propor que o PSDB dê carinho e atenção. Oras, a única atenção que um partido aristocrático como o PSDB é a mesma dada pelo capitão do mato aos escravos fugitivos.
Por essas e outras que eu acho que esta é a charge que melhor representa o ex-presidente:
No @Porra_Serra

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Olhos Azuis, a dor do preconceito

pescado no blog Pragmatismo Político
A professora e socióloga Jane Elliott ganhou um Emmy pelo documentário de 1968 "The Eye of the Storm", em que aplicou um exercício de discriminação em uma sala de aula da terceira série, baseada na cor dos olhos das crianças.

Hoje aposentada, aplica workshops sobre racismo para adultos. "Olhos Azuis" é a documentação de um desses workshops em que o exercício de discriminação pela cor dos olhos também foi aplicado.
Link

O objetivo do exercício é colocar pessoas de olhos azuis na pele de uma pessoa negra por um dia.


Para isso, ela rotula essas pessoas, baseando-se apenas na cor dos olhos, com todos rótulos negativos usados contra mulheres, pessoas negras, homossexuais, pessoas com deficiências físicas e todas outras que sejam diferentes fisicamente.


Numa palestra com um auditório lotado, ela pergunta: "Se algum branco gostaria de receber o mesmo tratamento dado aos cidadãos negros em nossa sociedade, levante-se. (...)
Ninguém se levantou. Isso deixa claro que vocês sabem o que está acontecendo. Vocês não querem isso para vocês. Quero saber por que, então, aceitam isso e permitem que aconteça com os outros."

Assista abaixo o documentário completo dividido em nove partes:

(Parte 1)


(Parte 2)


(Parte 3)


(Parte 4)


(Parte 5)


(Parte 6)


(Parte 7)


(Parte 8)


(Parte 9)

domingo, 6 de novembro de 2011

Colônia, Monarquia, República: pactos de elite na história brasileira


Pescado no blog Com Texto Livre

por Emir sader

Tivemos a proclamação da República mais de seis décadas depois da independência, porque esta nos levou de Colônia à Monarquia pelas mãos do monarca português, que ainda nos ofendeu, com as palavras – que repetíamos burocraticamente na escola- “antes que algum aventureiro o faça”. Aventureiros éramos nós, algum outro Tiradentes, ou algum Bolívar, Artigas, Sucre, San Martin O´Higgins, que lideraram revoluções de independência nos seus países, expulsando os colonizadores em processos articulados dos países da região.
Foi o primeiro pacto de elite da nossa história, em que as elites mudam a forma da dominação, para imprimir continuidade a ela, sob outra forma política. Neste caso, impôs-se a monarquia. Tivemos dois monarcas descendentes da família imperial portuguesa, ao invés da República, construindo estados nacionais independentes, expulsando os colonizadores ao invés do “jeitinho” da conciliação.
Como sempre acontece com os pactos de elite, o povo é quem paga o seu preço. Enquanto nos outros países do continente, as guerras de independência terminaram imediatamente com a escravidão, esta se prolongou no Brasil, fazendo com que fossemos o último país a terminar com ela, prolongando-a por várias décadas mais. Nesse intervalo de tempo foi proclamada a Lei de Terras, de 1850, que legalizou – mediante a grilagem, aquela falcatrua em que o documento forjado é deixado na gaveta e o cocô do grilo faz parecer um documento antigo – todas as terras nas mãos dos latifundiários. Assim, quando finalmente terminou a escravidão, não havia terras para os escravos, que se tornaram livres, mas pobres, submetidos à exploração dos donos fajutos das terras.
Dessa forma, a questão colonial se articulou com a questão racial e com a questão agrária. Esse pacto de elite responde pelo prolongado poder do latifúndio e pela discriminação contra a primeira geração de trabalhadores no Brasil, os negros que, trazidos à força da África vieram para produzir riquezas para a nobreza européia como classe inferior. Desqualificava-se ao mesmo tempo o negro e o trabalho.
A República foi proclamada como um golpe militar, que a população assistiu “bestializada”, segundo um cronista da época, sem entender do que se tratava – o segundo grande pacto de elite, que marginalizou o povo das grandes transformações históricas.

FHC e o tributo do vício à virtude

Rochefoucauld tinha razão: a hipocrisia vem do vício para a virtude

Sugado do blog Tijolaço - O Blog do Brizola Neto

Uma das origens admitidas da palavra hipocrisia era a prática dos atores na Grécia antiga – aquela da qual todo o Ocidente é devedor, e não credor – de representarem um papel atrás de uma máscara.

A definição descreve perfeitamente o papel desempenhado pelo senhor Fernando Henrique Cardoso, no artigo que publica hoje nos jornais.

Ele diz que “agora, os partidos exigem ministérios e postos administrativos para obterem recursos que permitam sua expansão, atraindo militantes e apoios com as benesses que extraem do Estado”.

“É sob essa condição que dão votos ao governo no Congresso. O que era episódico se tornou um “sistema”, o que era desvio individual de conduta se tornou prática aceita para garantir a “governabilidade”.

Bem, não foge o senhor Fernando Henrique da comuníssima tendência humana de julgar os fatos e pessoas segundo suas próprias experiências e natureza íntima. Difícil ver no outro nada que não seja referenciado em si mesmo, não é?

Fernando Henrique, que chegou ao Planalto embalado na manipulação da moeda nacional e sob o “critério Ricupero” de transparência republicana – “o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde” – teve uma trajetória no poder onde não faltaram experiências nas quais os “desvios de conduta” foram elemento essencial “para garantir a governabilidade”, como diz ele.

Do ponto de vista da moralidade pública, o marco inicial do Governo FHC já se deu menos de três semanas após sua posse, quando, no dia 19 de janeiro, baixou decreto extinguindo a Comissão Especial de Investigação criada pouco mais de um ano antes por Itamar Franco, na esteira das repercussões das denúncias – aliás, falsas – contra o então ministro da Casa Civil Henrique Heargraves. FHC só em 2001, e sob a ameaça de criação de uma CPI da Corrupção, criaria, em seu lugar, a Corregedoria Geral da União – então um apenso do seu gabinete, que só ganharia o atual nome de Controladoria Geral da União e status de ministério por ato de Lula, no seu primeiro dia de mandato.

Com os leitores deste blog não têm o tempo a desperdiçar que têm os leitores dos artigos de FHC e, ao contrário deles, possuem boa memória, basta listar: Sivam, BC-Cacciola- Francisco Lopes, compra de votos para a reeleição, os precatórios do DNER, os “grampos” da privatização da Vale (aquele do “limite da responsabilidade”), os telefonemas entre Eduardo Jorge e o juiz Nicolau “Lalau”, as irregularidades com o seu filho no caso do pavilhão brasileiro da festa dos 500 anos do descobrimento, em Hannover…

Chega, né, porque não se deve passar o domingo remoendo estas coisas…

Aliás, FHC deveria se lembrar que o então presidente de seu partido, Teotônio Vilela Filho, presidia uma ONG envolvida no desvio de verbas do FAT e não era, necessariamente, beneficiário dele.

No seu artigo, FHC diz que “os dossiês da mídia devem estar repletos de denúncias”. Sempre estão e tudo deve ser apurado. Coisa que ele não fez e agora se faz. Basta ver quem eram e como agiam o Procurador (chamado de “Engavetador”) – Geral da República, Geraldo Brindeiro, e o Advogado Geral da União, Gilmar Mendes.

Mas, como dizia o Conde de La Rochefoucauld, o comportamento hipócrita quase sempre é o tributo que o vício rende à virtude.

Liberdade de imprensa: direito absoluto?

Do blog do Miro

Por Bia Barbosa, no sítio Carta Maior:

Porto Alegre - Em maio de 2009, o Supremo Tribunal Federal derrubou integralmente a Lei de Imprensa afirmando que não pode haver qualquer regulação para o exercício da atividade jornalística. Em debate realizado nesta quinta-feira (3) em Porto Alegre, promovido pela Associação de Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris), Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores de Comunicação (Altercom) e Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social, a tônica das discussões, no entanto, foi no sentido contrário.


Na avaliação do desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Claudio Baldino Maciel, a liberdade de imprensa não é um direito absoluto, e comporta ponderações quando outros princípios constitucionais estão em jogo, como a privacidade e a intimidade. "Sei que este é um ponto de tensão entre juízes e jornalistas; alguns setores da imprensa entendem como censura, mas é preciso compreender que o direito à liberdade de imprensa não é, como nenhum outro direito, absoluto. É claro que, quando se trata de uma pessoa pública, o interesse público sobressai. Mas cabe ao juiz normatizar esses conflitos", afirmou.


Para Claudio Baldino Maciel, a atividade de comunicação, especialmente pelo impacto que tem na vida das pessoas, deve ser regulada. O desembargador tratou especificamente do artigo 220 da Constituição Federal, que proíbe monopólios diretos e indiretos no setor, citando o caso de uma ação do Ministério Público Federal contra a RBS que possui mais de 20 emissoras de TV, oito jornais e diversas emissoras de rádio na região Sul do país.


"É uma atividade que, também pela falta de regulamentação, gerou o coronelismo eletrônico, que representa uma promiscuidade enorme entre o poder político local e até nacional e as concessões de meios de comunicação, violando inclusive o artigo 54 da Constituição Federal. O vínculo da grande mídia com as elites é inegável no país. É fundamental que esta atividade seja, portanto, regulada", avalia. "Não há nenhum profissional que precise de tanta independência quanto o jornalista para trabalhar como o juiz. Se foi criado o Conselho Nacional de Justiça, por que não pensar em uma regulamentacao da atividade de imprensa?", questionou Maciel.


Distribuição e financiamento


O jornalista Breno Altmann, editor do site Opera Mundi e diretor da Altercom concorda. Além de criticar a busca pela informação a qualquer custo, incluindo a violação de direitos constitucionais, ele acredita que hoje, na sociedade de mercado, a liberdade de imprensa está restrita aos grupos que tem meios econômicos para tal. Assim, tal liberdade, que deveria ser um meio para o exercício da liberdade de expressão, é praticada no Brasil apenas por alguns grupos monopolistas, enquanto os distintos grupos sociais não podem exercer este direito.


"Precisamos garantir a liberdade de imprensa a quem não tem o direito de se fazer ouvir. Por isso é preciso combater o monopólio e gerar um conjunto de medidas políticas e econômicas que façam o país trafegar da liberdade formal para a real", disse Breno Altmann.


É uma batalha que se trava não apenas na regulação da propriedade, mas também na questão do financiamento, produção e distribuição do conteúdo. Na França, por exemplo, até pouco tempo os jornaleiros eram obrigados a expor de forma equânime na banca todas os jornais, e a distribuição das publicações no país era feita por uma empresa estatal. Assim, havia uma interferência na distribuição para garantir a liberdade de escolha do leitor. No Brasil, o monopólio chega inclusive à distribuição de publicações impressas, controlada em cerca de 100% pelo Grupo Abril. Faltam ainda mecanismos de estímulo à diversidade e pluralidade de conteúdos.


"No Brasil não há qualquer fonte estável de financiamento para grupos locais ou regionais, como fundos de apoio a novos veículos. Tampouco há regras para a distribuição publicitária que busquem garantir estabilidade das publicações; há uma evidente desigualdade de opotunidades. Este tipo de definição sequer não depende de aprovação parlamentar, mas diante da enorme reação da mídia depois que a Secom [Secretaria de Comunicação da Presidência da República] decidiu usar o critério técnico para distribuir a verba publicitária, o governo recuou em novas iniciativas", criticou Altmann.


O diretor da Altercom alertou para a necessidade de não se cair no conto das "ilusões tecnológicas". A idéia de que a internet é solução para o monopólio é uma frustração. É verdade que todo mundo pode atuar na rede. Mas na internet já se reproduz o mesmo mecanismo de monopólio que na televisão: 70% do acesso está concentrado em quatro portais de notícias. E isso atrai a publicidade também. Repete-se, assim, o mecanismo da concentração no financiamento e na distribuição", relatou.


Atualmente, apesar de contar com uma audiência que gira em torno de 50%, 70% da publicidade aplicada em televisão vai para a Rede Globo. Como a TV é o meio que recebe metade do bolo publicitário do país, pode-se afirmar que, aqui, uma única empresa detem o contro de 35% de toda a verba publicitária em circulação no país.


"Ou seja, para cada R$ 1 investido em publicidade no Brasil, a família Marinho fica com 35 centavos. É um disparate", criticou o jornalista Paulo Henrique Amorim, do blog Conversa Afiada. "O maior anunciante do Brasil é o Estado e suas empresas. Mas quem garante que o R$ 1 que o Banco do Brasil coloca na Globo corresponde à audiência que a Globo diz que tem? Como o gestor público pode ter certeza de que o dinheiro do povo está recebendo a entrega de alcance que a Globo diz ter, já que os dados do Ibope são questionáveis?", perguntou.


Paulo Henrique Amorim lembrou que, nos últimos três anos, embora a audiência da Globo esteja em queda, seus telespectadores não estão migrando para as emissoras concorrentes, mas para a internet - onde vão acessar os portais da Globo - e para o cabo e o satélite - onde também há um monopólio do mesmo grupo.


"A indústria do cabo, por exemplo, foi impedida de ser disseminada pela Globo, para que não canibalizasse sua própria TV aberta. Por isso o cabo é tão caro no Brasil", explicou. "E as rádios e jornais do interior vivem da divulgação das agências de informação dos portais da globo, da Folha e do Estadão. Nenhuma nova democracia vive nesse monopólio, não há conformação industrial deste tipo em nenhum outro país", disse Amorim.


Uma das propostas defendidas no debate em Porto Alegre foi então a criação de fundos públicos que criem condições materiais para a democratização e fomentem o desenvolvimento da imprensa regional e setorial que não faz parte da tradicional economia de mercado.

Professor Souto Maior alerta:”Intransigência da Reitoria da USP pode produzir massacre”

Sugado do blog vi o mundo

por Jorge Luiz Souto Maior

Estão dizendo por aí que os alunos que ocupam a Reitoria da USP perderam a razão quando não aceitaram a deliberação da Assembléia. Querem dizer, então, por preceito lógico, que concordariam com a ocupação se a Assembléia a tivesse aprovado? Ora, se não concordariam nem assim, então, a deliberação da Assembléia é irrelevante e o ataque feito à ação dos estudantes e servidores por esse viés é totalmente despropositado.

As lutas sociais, ademais, não dependem de uma legitimação fixada em lei, do contrário não seriam lutas e, de fato, não teriam condições materiais de existir. Quaisquer pessoas podem se organizar, formar suas associações de direito ou de fato, para a defesa de seus interesses. Os movimentos sociais, normalmente, não possuem constituição jurídica formal. Assim, os estudantes mobilizados, que criaram uma forma de organização própria, não têm obstáculo jurídico para a defesa dos ideais que consideram importante defender.

Pode-se discutir, a bem da verdade, a legitimidade que possuem para responder por todos os alunos da USP, mas ao que se sabe os alunos ali mobilizados nunca reivindicaram esse título, ainda que a sociedade crie sobre eles uma generalização.

Quanto ao meio de luta eleito, a ocupação, há uma gama enorme de questões que o envolve. Fiquemos, no entanto, com o verso do senso comum de que se trata de uma ilegalidade porque representa tomar posse de um patrimônio público. Mas, cumpre, inversamente, reparar: o ato em questão não se trata de tomar posse para si e sim, em caráter provisório e precário, para o propósito de instituir um diálogo político, o qual visa à reconstrução da ordem estabelecida.

Ainda assim fiquemos com a noção de ilegalidade. Diante da situação posta o que resta à Reitoria? Restituir a legalidade? Diz a Administração da Universidade que está obrigada a resgatar a ordem e, desse modo, para devida defesa do patrimônio público, ingressou com ação de reintegração de posse. E obteve a liminar. Mas, novamente, faz-se importante ponderar. Qual o valor que a Reitoria está buscando preservar? Está preservando o patrimônio, ou seja, os bens materiais. Com isso, mais uma vez, está se furtando ao diálogo pelo uso da força, ainda que ancorada por decisão judicial e pretende utilizar essa força para repelir aqueles que chama de “invasores”, só que os tais “invasores” não são números, são pessoas, e mais, são alunos e servidores, que estão ali, mesmo que em ato de pretensa ilegalidade, para o exercício de uma ação política contra atos que acusam terem sido ilegalmente cometidos pela Direção da Universidade, sobretudo no que se refere à abertura, por represália, de inúmeros inquéritos administrativos contra alunos e servidores, trazendo consigo, também, a reivindicação do que chamam “Fora PM!”

Na onda “moral e cívica” que histericamente se formou, essas pessoas estão sofrendo um verdadeiro massacre público, sendo agredidas por todos os lados. Mas, são só pessoas querendo expressar o seu sentimento e elegendo um meio de luta para tanto. São jovens que podiam não se importar com que se passa com os servidores ameaçados de dispensa por justa causa. Podiam não se importar com o futuro da Universidade, pois estão de passagem pelo Campus e com o Diploma universitário podem estar prestes a se inserir, exitosamente, no mercado de trabalho. Podiam, simplesmente, estar por aí sem muitos propósitos na vida. Mas, não. Estão lá, lutando, exercendo cidadania, aprendendo a se organizar, produzindo saberes, adquirindo experiência de vida, aprofundando idéias e debates… Só isso já seria motivo relevante para que as admirássemos, mesmo sem concordar com suas bandeiras ou métodos, apontando-os como açodados, inoportunos, radicais etc. Mas, não se há de esquecer que foram atitudes tomadas mediante forte emoção, ditada por um sentimento de injustiça e no calor de efervescência política em um ambiente universitário. O fato é que somente a partir de pessoas questionadoras, conscientizadas, inteligentes e lutadoras, como as que ora se mobilizam, o Brasil poderá, enfim, solver os seus eternos problemas.

Mas o que a Administração da Universidade planeja fazer com essas pessoas? Submetê-las à força policial, assumindo todos os riscos daí conseqüentes, pois para a opinião pública, que fora forjada sobre o tema, vale mais a defesa do patrimônio que a preservação da integridade física ou mesmo da vida desses meninos contestadores de 17 anos ou um pouco mais e alguns servidores com vários anos de relevantes serviços prestados à Universidade.

Por que escrevo este texto? Porque me importo com a vida dessas pessoas. Porque me preocupa o cerco da força do poder contra uma mobilização reivindicatória. Porque não consigo dormir sossegado sabendo que a intransigência da Administração em estabelecer com estudantes e servidores um diálogo, ainda que difícil, longo e complexo, do qual, ademais, poderiam – e deveriam– participar as diversas inteligências da Universidade, que até agora, pesarosamente, ecoam um silêncio retumbante, pode produzir um verdadeiro massacre.

Não estou defendendo (nem condenando, por certo) a ação dos estudantes e servidores. Estou, meramente, rogando a todos, à sociedade, à mídia, à Administração da Universidade, ao Comando da Polícia Militar, e, sobretudo, à juíza que deferiu a liminar, para que repensem sua postura neste evento e permitam, enfim, o avanço do necessário diálogo a respeito das intrigadas questões que afligem, concretamente, a nossa Universidade.

Caso estes interlocutores não estejam dispostos a me escutar, volto-me, então, aos estudantes, aos quais chamo de alunos, se é que me concedem essa legitimidade, para pedir-lhes, então, que reflitam sobre as diversas outras possibilidades de manterem a mobilização, desocupando a Reitoria, até porque o anverso da escrita desse aparente verso triste pode ser a retomada do império da legalidade na Universidade em todos os níveis. Afinal, é possível difundir a todos os demais espaços essas e tantas outras reivindicações, não se restringindo apenas ao prédio velho e desconfortável da Reitoria!