quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Tucanos estão se "bicando"


Personalismo’ de Alckmin abre crise no tucanato paulista


Em encontro no sábado, caciques tucanos criticaram composição do primeiro escalão estadual e saída de Paulo Renato da Educação

O Estado de S.Paulo


SÃO PAULO - As nomeações do secretariado do futuro governador Geraldo Alckmin causaram irritação na cúpula do PSDB e abriram a primeira crise desde que o tucano venceu as eleições em outubro passado.

Os principais líderes do partido encontraram-se na noite de sábado, num evento da Secretaria de Cultura em homenagem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no qual criticaram a composição do governo Alckmin. Chamaram de "personalistas" as indicações e avaliaram que o futuro governador teria desconsiderado opiniões das demais lideranças do PSDB.

Além de Fernando Henrique, participaram do encontro o atual secretário de Cultura, Andrea Matarazzo, o governador Alberto Goldman, o presidente do Diretório Municipal do PSDB, José Henrique Reis Lobo, o secretário de Relações Institucionais, Almino Afonso, o deputado Arnaldo Madeira e o secretário paulistano dos Direitos Humanos, José Gregori. O ex-governador José Serra, candidato derrotado à Presidência, e o prefeito Gilberto Kassab (DEM) apareceram no final do evento.

O descontentamento dessa ala do partido começou com a decisão de Alckmin de não manter Paulo Renato Souza na Secretaria de Educação. Fernando Henrique havia feito o pedido a ele, num almoço há cerca de 15 dias. O futuro governador resolveu trocar o titular da pasta e o ex-presidente teria ficado sabendo pelos jornais.

A cúpula do PSDB queria que a pasta da Educação fosse mantida com um quadro do partido. Como forma de sobreviver na oposição, a legenda pretende explorar suas bandeiras sociais, e a educação seria uma delas - Alckmin indicou para o posto o reitor da Unesp, Herman Voorwald.

Chalita

A ida de Alckmin a um jantar organizado pelo ex-secretário da Educação Gabriel Chalita, dia 11, em homenagem ao dramaturgo Walcyr Carrasco, foi interpretada como a primeira sinalização de que o governador eleito não atenderia aos pleitos internos. Chalita é desafeto de tucanos ligados a Serra, fez campanha de oposição ao PSDB na eleição presidencial e era um dos principais críticos da atual política educacional do Estado. No jantar, estavam alguns dos cotados à época para assumir a Educação no lugar de Paulo Renato.

As principais pastas do secretariado de Alckmin foram ocupadas por tucanos ligados historicamente a ele. A indicação de Andrea Calabi, próximo de Fernando Henrique e Serra, não foi vista como uma concessão aos aliados do ex-presidente e do ex-governador - Calabi tem boa relação com Alckmin, de quem foi secretário de Economia e Planejamento.

Em 2008, Alckmin foi um dos protagonistas de um racha no partido, quando se lançou candidato a prefeito sem o apoio de todo o PSDB paulista. Desde então, o tucano tentou reconstruir a ponte com os principais líderes tucanos, entre os quais Serra.

Almoço

A bancada de deputados eleitos do PSDB paulista reuniu-se ontem para reafirmar a indicação do deputado Duarte Nogueira como próximo líder do partido na Câmara.

No encontro, do qual participou o futuro secretário da Casa Civil, Sidney Beraldo, os tucanos também discutiram o racha na bancada do PT para indicar o presidente da Câmara no ano que vem. Tucanos pretendem deixar a porta aberta para os petistas que são contra a indicação do deputado Marco Maia (PT-RS).


Pescado no blog O Terror do Nordeste

Blog do Planalto desmascara O Globo com balanço real do governo

Em 28 páginas, O Globo fez, no último domingo, uma análise negativa do governo Lula, apesar dos altos índices de aprovação do presidente e de dados que comprovam as melhorias em várias áreas. Em um post com o título "Balanço da Era Lula no Globo: Olho torto entorta a vista", o blog deixa claro que as reportagens e artigos não mostraram os avanços reais do Brasil na Era Lula.

No texto, o Blog do Planalto confronta diretamente o jornal ao expor de que lado ele está: "Quem leu ou vier a ler o caderno especial do jornal
O Globo sobre a Era Lula não terá dúvida: a direção do jornal, seus editores e analistas estão entre os 3% a 4% de brasileiros que consideram o Governo Lula ruim ou péssimo". O Vermelho reproduz abaixo o post do Blog do Planalto e coloca, na sequência, o link para o balanço do governo, que contém 13 textos. O primeiro já segue abaixo, no corpo do texto.


Balanço da Era Lula no Globo: Olho torto entorta a vista
Por Blog do Planalto

Quem leu ou vier a ler o caderno especial do jornal O Globo sobre a Era Lula não terá dúvida: a direção do jornal, seus editores e analistas estão entre os 3% a 4% de brasileiros que consideram o Governo Lula ruim ou péssimo.

Para eles, a aprovação de mais de 80% alcançada pelo presidente Lula e seu governo ao final de oito anos de mandato é um mistério. Talvez uma ilusão ou uma hipnose coletiva, que estaria impedindo o povo de enxergar a realidade. Para
O Globo e seus analistas, o Brasil avançou muito pouco na Era Lula e os poucos avanços teriam sido apesar do governo e não por causa de suas ações.

Como disse o presidente Lula no dia em que registrou em cartório o seu legado, a imprensa não tem interesse nas ações construtivas do governo, ela prefere focalizar as destrutivas. Cabe ao próprio governo fazer chegar à sociedade o contraponto.


Por isso, o
Blog do Planalto consolida aqui as contestações feitas pelo governo ao balanço da Era Lula publicado pelo Globo no último domingo. Os textos tiveram a colaboração dos ministros Celso Amorim, das Relações Exteriores, Luiz Paulo Barreto, da Justiça, José Gomes Temporão, da Saúde, Fernando Haddad, da Educação, e Paulo Passos, dos Transportes, da Subchefe de Acompanhamento e Monitoramento da Casa Civil e futura ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, Maurício Muniz da Casa Civil, Marcia Quadrado do Ministério do Desenvolvimento Agrario, e Yuri Rafael Della Giustina, Ministério das Cidades.

A edição final é da chefe do Gabinete Adjunto de Informações em Apoio à Decisão do Gabinete Pessoal do Presidente, Maya Takagi.


Aqui está o ponto de vista do governo que O Globo se recusa a considerar e transmitir aos seus leitores. São os avanços reais do Brasil na Era Lula. Um Brasil que avançou muito, mas precisa avançar mais. Um Brasil que continuará avançando com a presidenta Dilma, que a maioria do País elegeu para continuar a era de transformações e de desenvolvimento com justiça social e altivez, iniciada por Lula


Introdução: resolvendo problemas seculares

Os principais jornais, revistas e sites eletrônicos de notícias realizam um balanço dos últimos oito anos. Na maior parte as análises têm sido objetivas, como uma relação das principais conquistas e dificuldades, bem como da evolução natural na política econômica em face das mudanças nos contextos nacional e internacional nos últimos oito anos.


No entanto, alguns analistas apresentam uma análise parcial do governo Lula, na qual uma série de mitos é propagada sem uma análise cuidadosa dos fatos subjacentes.

A análise é bastante parcial: quando interessa, faz comparações com o passado e quando não, não o faz.

Ex.: Miriam Leitão faz uma análise sintética da atuação do governo Lula. PIB de 2010 foi o maior em 25 anos, mas credita em parte à recessão de 2009. Ao analisar o déficit em transações correntes de US$ 50 bilhões em 2010, não credita igualmente à crise internacional. Ao falar do desmatamento, soma toda área desmatada no governo Lula, de 2003 a 2010, que equivale a 82 vezes a cidade de São Paulo. Não fala que o desmatamento tem se reduzido ano a ano, e alcançou, em 2010, o menor nível em 22 anos.


As chamadas das matérias sempre puxam para o lado negativo, embora vários analistas apontem avanços. No geral, os destaques creditam ao governo Lula a responsabilidade de não ter resolvido problemas seculares do país. Embora vários analistas entrevistados nas matérias apontem avanços nestes desafios. A chamada é sempre para o lado vazio do copo, e não do lado cheio.


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O eixo da mudança: a inclusão social é o motor do crescimento
- Entrando no trilho do conhecimento: da creche ao doutorado
- O paciente precisa melhorar, mas já respira sem aparelhos
- A liberação de recursos destravou e o Brasil voltou a ter obras de saneamento
- Mais crédito e mais famílias assentadas do que todos os outros governos juntos
- Porta de saída da miséria e de entrada na cidadania
- O caminho da paz, com justiça e cidadania
- Destravando as engrenagens do crescimento
- Reduzindo o custo Brasil
- Ninguém respeita quem não se respeita
- Recuperando a capacidade de orientar o desenvolvimento e servir a toda população
- Transportando gente e tecnologia na velocidade do futuro

Do Portal Vermelho.org

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Quem quer calar esconde as piores covardias

Parece que aqueles que querem calar o Wikileaks* são favoráveis a covardias e crimes como estes.
E parece que os que concordam com tal censura apoiam os mesmos atos infames.
Pois assim é se lhe parece.

Ler mais: http://namarianews.blogspot.com/#ixzz18hGfOsVJ



domingo, 19 de dezembro de 2010

Wikileaks: documentos mostram que EUA acompanham ações do MST

Do Portal Vermelho.org

Novos documentos divulgados pelo Wikileaks mostram que a diplomacia norte-americana recomendou ao governo dos Estados Unidos o acompanhamento das ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. "Embora a base social do MST tenha encolhido, não desapareceu, e a crise econômica global pode dar gás à causa", escreveu em 2009 o cônsul dos EUA em São Paulo, Thomas White, em telegrama para Washington.
Segundo os diplomatas, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra teria perdido força política. Para eles, tal fato se relacionaria com o crescimento da economia, do agronegócio e dos programas sociais do governo.

Apesar de partirem do suposto fato de que o MST se enfraquecia, os telegramas mostram que a indicação era de que o movimento deveria continuar sendo acompanhado. "A organização está respondendo aos desafios radicalizando suas ações, distanciando-se do presidente e ampliando sua mensagem", anotou White num informe.

Um dos documentos elaborados pela diplomacia estadunidense e agora divulgado pelo Wikileaks intitula-se O Método MST: trabalhar com o Estado, alienar os locais. Para fazê-lo, o consulado dos Estados Unidos teria procurado Clifford Welch, pesquisador do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos em Reforma Agrária da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), em Presidente Prudente (SP) para colher informações sobre a forma de atuação do movimento.

Segundo o documento, Welch teria dito que “o MST segue uma metodologia pré-planejada nas ocupações de terra que inclui contatos com o Incra para ajudar a selecionar alvos”. E complementa dizendo que “em uma prática cínica e irônica, os membros do MST algumas vezes terminam alugando para o agronegócio a mesma terra que eles conseguiram”.
O despacho insinua ainda que o movimento colheria informações privilegiadas diretamente do Incra. “Welch disse ao representante econômico da embaixada que o Incra não publica as informações que detém e a única maneira de o MST ter acesso seria através de informantes dentro do órgão”.

Tratando o movimento e seus membros de maneira pejorativa como se fosse uma seita, o ex-cônsul concluiu, em seu documento, que “a prática do MST de distribuir lotes de terra fértil a seus fiéis e de alugar a terra de novo ao agronegócio é irônica, para dizer o mínimo”.
E, em mais uma demonstração do método dos EUA de procurar interferir em assuntos internos de outros países e no modo como outros governantes conduzem os governos nacionais, o documento ainda coloca: “o presidente Lula tem sido flagrantemente silencioso com suas promessas de campanha de apoiar o MST por uma boa razão: uma organização que ganha terra em nome dos sem-terra e que depois a aluga para as mesmas pessoas de quem tirou tem um sério problema de credibilidade”.

Joseph Stiglitz: "O capitalismo sem controle é perigoso"


Para o Nobel de Economia de 2001, o melhor sistema é o da Escandinávia. E o Brasil deveria se preocupar menos com a inflação e com o tamanho do Estado

O economista americano Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia em 2001 e ex-comandante do departamento econômico do Banco Mundial, ganhou destaque com a explosão da crise global, em setembro de 2008. De figura marginalizada, em razão de suas críticas ao "fundamentalismo do livre mercado", ele passou a ser ouvido com atenção até por financistas que torciam o nariz para suas ideias. No livro O mundo em queda livre, recém-lançado no Brasil (editora Companhia das Letras, R$ 66), Stiglitz diz que a crença na eficiência dos mercados morreu com a crise. Segundo ele, o melhor sistema econômico é o dos países escandinavos - a carga tributária é elevada, mas o governo oferece "boas políticas" de proteção social. Para horror dos economistas mais ortodoxos, Stiglitz afirma que o Brasil deveria se preocupar menos com a inflação e o tamanho do Estado. "A inflação é importante, mas é apenas uma variável."

ENTREVISTA - JOSEPH STIGLITZ

QUEM É

Economista americano, de 67 anos, é professor da Universidade Colúmbia, EUA. Foi economista-chefe do Banco Mundial de 1997 a 2000. Ganhou o Nobel de Economia em 2001

ONDE ESTUDOU
Formou-se em economia no Amherst College, em 1963. Fez o doutorado no Massachusetts Institute of Technology (MIT), em 1967. Também foi pesquisador na Universidade de Cambridge, Inglaterra, no fim dos anos 60

O QUE PUBLICOU
O mundo em queda livre (Ed. Cia. das Letras, 2010), Livre mercado para todos (Ed. Campus Elsevier, 2006) e A globalização e seus malefícios (Ed. Futura, 2002), entre outros

ÉPOCA - Em sua visão, passados dois anos da quebra do Banco Lehman Brothers, qual foi o impacto da crise global sobre o capitalismo?
Joseph Stiglitz - Há duas formas de analisar essa questão. A primeira é que o desempenho da economia nos países desenvolvidos tem sido desanimador. Nos Estados Unidos e na Europa, o baixo crescimento, o alto desemprego e a subutilização de capacidade de produção têm sido terríveis. Mas igualmente importante é a mudança de percepção sobre o sistema capitalista. Antes da crise, as pessoas acreditavam que os mercados eram eficientes, que a desigualdade de renda poderia ser indesejável, mas era justificável pelos incentivos que oferecia ao crescimento econômico. Agora se percebeu que os mercados não são eficientes, não são estáveis, e que os altos bônus recebidos pelos executivos dos bancos representavam um prêmio às perdas recordes que aconteceram. As pessoas podem até entender que alguém inovador, que cria riqueza, seja premiado. Mas eles foram premiados por destruir riqueza - e isso minou a fé no sistema de mercado.

"Nos países escandinavos, a carga tributária chega a quase 50% do PIB, mas eles têm a melhor qualidade de vida do mundo"

ÉPOCA - De que forma essa percepção está afetando o sistema hoje?


Stiglitz - Nos EUA, embora os mercados tenham fracassado, há uma forte percepção de que o governo também falhou e deu dinheiro aos bancos que provocaram o problema. O resultado é que há uma desilusão com ambos, o mercado e o governo. Isso explica o fortalecimento do movimento Tea Party, que pode ser descrito como um movimento anti-establishment. Até acho que o governo (do presidente Barack) Obama ajudou a economia. Fez bem mais que o governo Bush. Sem os pacotes de estímulo, o desemprego estaria em 12% ou 13% (da população ativa), e não nos 9,8% em que está hoje. Mas, infelizmente, não foi o bastante. Hoje, um em cada seis americanos que buscam um emprego formal não consegue encontrar. As execuções de hipotecas estão subindo, e não caindo como se esperava. A percepção é que o governo gastou muito dinheiro, deu muito dinheiro aos bancos e não resolveu o problema. A reação é de revolta e rejeição.

ÉPOCA - Essa reação também está acontecendo em outros países?


Stiglitz - Acho que o efeito na Europa e nos mercados emergentes foi diferente.


Na Europa, a percepção é que o governo ajudou a economia, e o modelo de proteção social europeu ajudou a Europa a responder à crise. Não há um movimento antigoverno. Mas eles pensam que os pacotes de salvamento da economia tiveram um impacto tão forte nas contas públicas que agora podem ter de cortar gastos. Isso vai impedir a retomada e aumentar o risco de um novo mergulho da economia. Essa reação, de defesa de uma austeridade inapropriada para as circunstâncias, é diferente da que houve nos EUA, mas é quase igualmente irracional. O interessante é que, na Ásia, eles também adotaram políticas de estímulo keynesianas - e funcionou. É a única parte do mundo que está indo bem. A América Latina também. Mas parte do sucesso da América Latina é porque há melhor regulação dos bancos e políticas sociais melhores. E parte porque a região é grande exportadora de commodities e foi beneficiada pela alta dos preços internacionais, estimulada pelo forte crescimento da Ásia.


ÉPOCA - O Brasil foi um dos países menos afetados pela crise. Além da alta das commodities, o governo cortou impostos e aumentou os gastos públicos. Mas, agora, muitos economistas estão preocupados com o superaquecimento da economia e passaram a defender uma política fiscal mais austera. Eles estão certos?


Stiglitz - Primeiro, é preciso dizer que o Brasil está numa situação completamente diferente dos EUA e da Europa porque o crescimento está forte. O segundo ponto é que o debate não deveria ser sobre cortar ou não os gastos do governo. Essa questão inclui a discussão sobre o tamanho adequado do Estado - e isso não tem nada a ver com o superaquecimento da economia. A decisão de cortar ou não os gastos públicos depende da visão que você tem sobre o retorno dos gastos e dos investimentos governamentais. No caso do Brasil, o país ainda precisa investir muito em educação e tecnologia. É preciso, portanto, fazer uma análise mais detalhada sobre o que vai ser cortado e sobre o custo de oportunidade dos cortes.


ÉPOCA - A maior preocupação no Brasil é com o impacto dos gastos públicos na inflação. Isso não é importante?


Stiglitz - Em minha opinião, o governo não deve se concentrar excessivamente na questão da inflação. Dada a história da inflação na América Latina, é difícil não se preocupar com a inflação. Mas, em alguns países, como nos EUA, há muita discussão sobre o fato de a política monetária do Banco Central ter como alvo a inflação. Ao se concentrar na inflação, eles deixaram de lado coisas mais importantes, como a estrutura do sistema financeiro. A lição é que a inflação é importante, mas é apenas uma variavel. Se a inflação tiver componentes importados, por causa do aumento global do preço dos alimentos, a desaceleração da economia não resolverá o problema porque os preços são determinados pelo mercado internacional.


ÉPOCA - Os economistas dizem que o Brasil não pode crescer mais que 4,5% ou 5% ao ano sem aumento da inflação...


Stiglitz - Acho que esse é um jeito errado de ver as coisas. Nas economias mais dinâmicas, em que há espaço para a inovação, como no caso do Brasil, não há razão para que não se possa crescer de forma mais rápida. A China está crescendo 9%, 10%, 11%, 12% ao ano. A Índia está crescendo 9%. Antes de 1980, o Brasil crescia 5,7%, em média, por ano. Para mim, se você aumentar a produtividade, por meio da educação, da tecnologia, você poderá crescer mais rapidamente, sem aumentar a inflação. Na China, durante muitos anos, houve um debate parecido. Sempre havia alguém dizendo que o governo tinha de desacelerar o crescimento. Mas o governo chinês conseguiu estabilizar o crescimento em um patamar elevado, s e a inflação não subiu. O pessoal gritou "fogo" muitas vezes quando não havia fogo nenhum. Se eles tivessem ouvido quem estava com medo do superaquecimento, a China teria hoje uma economia 10% ou 20% menor do que tem. Continue lendo.

Do Blog O Terror do Nordeste