sábado, 19 de setembro de 2009

VEIO À TONA "JOGADA" DAS GRANDES EMPRESAS DE PETRÓLEO ESTRANGEIRAS

"POR COINCIDÊNCIA" (!!!), DEPUTADOS DA OPOSIÇÃO (DEM E PSDB) APRESENTAM COMO SUAS A MESMA EMENDA AO PROJETO DO PRÉ-SAL ESCRITA POR GRANDES EMPRESAS DE PETRÓLEO ESTRANGEIRAS. AS PROPOSTAS ERAM COINCIDENTEMENTE IDÊNTICAS, ATÉ NA REDAÇÃO. ACASO? AÇÃO GRATUITA?

"Oposição “clona” emenda de petrolíferas. Teor das propostas coincide com posição de grandes petrolíferas

Três deputados apresentam propostas idênticas contra monopólio da Petrobras na extração de poços novos no pré-sal. Teor das propostas coincide com posição de grandes petrolíferas; deputados admitem que seguiram orientação do setor

Três deputados federais de oposição apresentaram separadamente emendas aos projetos do pré-sal que, além de coincidirem com os interesses das grandes empresas do setor petrolífero, têm redação idêntica.

José Carlos Aleluia (DEM-BA), Eduardo Gomes (PSDB-TO) e Eduardo Sciarra (DEM-PR) sugeriram em suas emendas diversas modificações às propostas do governo, entre elas uma das bandeiras das gigantes do petróleo: a de que a Petrobras não seja a operadora exclusiva dos campos.

“A previsão legal de um monopólio ou reserva de mercado para a Petrobras não se justifica em hipótese alguma”, diz trecho nas emendas dos três.

O IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo), que reúne as principais empresas do setor, confirmou que procurou em Brasília lideranças de oito partidos, entre quarta e ontem, mas negou a autoria das emendas “clonadas”, embora o teor coincida com o que o setor defende.

“Trabalhamos durante todos esses dias. Começamos a nos movimentar no Congresso, e de maneira institucional, porque o IBP é apartidário. Queremos tornar públicas nossas emendas para todos os partidos. Tinham partidos dispostos a acatá-las integralmente, outros estavam analisando”, disse o presidente do IBP, João Carlos França de Luca, da espanhola Repsol, uma das multinacionais do petróleo.

Termina hoje o prazo para apresentação de emendas. Até ontem, 738 emendas já haviam sido apresentadas.

Eduardo Gomes admitiu que a emenda foi entregue a ele pelo setor. “Tenho contato com todas as associações, todas, o IBP, Sindicom [distribuidoras de combustível e lubrificantes], não tenho nenhum constrangimento em relação a esse tipo de auxílio”, afirmou, acrescentando que os textos idênticos podem ter sido fruto de um “assessor preguiçoso”. “Não tenho doação de campanha dessas empresas. Sempre tive doação no setor elétrico, voltado à área de regulação, de fortalecimento das agências reguladoras, defendendo investimento em parceria com o mercado. As emendas estão coerentes com a minha atuação”.

Sciarra também diz que acatou as sugestões dos consultores do setor petrolífero. “Eu e o Aleluia fizemos o debate e pedimos para a assessoria do DEM formular as propostas. No caso do Eduardo Gomes, não sei o que aconteceu.”

Aleluia afirmou que redigiu suas emendas com auxílio da assessoria do DEM e de consultores externos. “Não conversei com empresas, contei com a ajuda de consultores independentes”, afirmou ele.

Segundo a Folha apurou, as emendas clonadas eram parte de versões preliminares preparadas por petrolíferas e repassadas aos deputados por consultores e representantes de empresas. As emendas entregues oficialmente aos parlamentares pelo IBP têm redação diferente, mas teor idêntico nas propostas de mudanças.

Além dos três deputados, outras emendas que coincidem com os interesses das grandes empresas foram apresentadas por outros parlamentares, como Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM, e Arnaldo Jardim (PPS-SP), que presidirá uma das comissões dos projetos de um novo marco regulatório para o setor petrolífero enviados pelo governo ao Congresso.

Caiado disse que todas as suas emendas foram redigidas por sua assessoria, embora tenha dito que debateu o assunto com os setores afins. Jardim afirmou não ter tido tempo de analisar as emendas do IBP e que seguiu suas convicções.

“Acho legítimo que qualquer pessoa interessada nos procure para sugerir melhorias”, disse Caiado. Ele apresentou emenda para permitir que a Petrobras ceda a operação de alguns campos para outras empresas petrolíferas, ideia que agrada também à própria estatal.

Além do fim do monopólio da Petrobras na operação dos novos campos, o setor privado defende, entre outros pontos, a redução do poder da Petro-Sal (a estatal que gerenciaria o novo modelo) nos comitês de exploração e o fim da exigência de que a Petrobras tenha no mínimo 30% de participação em todos os novos campos."

Fonte: Blog Democracia & Política

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Jornalismo e jornalistas de esgoto

Recebi esse texto abaixo por e-mail, não ficou claro quem é o autor. Seja quem for, faço minhas suas palavras.

JORNALISMO DE ESGOTO

A capa da Folha de hoje sintetiza bem o jornalismo de esgoto praticado por esse jornal. Manchete “Governo quer taxação maior na poupança”. Enquanto isso o outro componente do PIG, o Estadão deu a seguinte manchete “Poupança acima de R$ 50 mil deve ter taxa”.

O objetivo do jornalismo do otavio frias é de terrorismo.

Para a população que lê a manchete do jornal na banca fica a falsa impressão que TODOS serão taxados e não uma minoria.

Também o que esperar desse jornal que emprestou peruas para trucidar brasileiros na ditadura militar?

Já o outro jornal que também tem o conteúdo do rio Tietê é o Valor Econômico.

Na edição de ontem 15/09/09, os jornalistas Raymundo Costa e Daniel Rittner fizeram uma reporcagem. Deu capa do jornal do PIG “Grandes obras do PIG vão ficar para sucessor de Lula”.

Nessa matéria os “jornalistas” acusam o governo federal de fazer obras eleitoreiras que não andam por causa do TCU e da licença ambiental. E pior colocam que falta de sintonia com Serra travou Ferroanel.

Em nenhum momento os “jornalistas” buscam ouvir o governo federal. Ao contrário ouvem Ronaldo Caiado do DEM. É claramente uma matéria enviesada feita de acordo com os desejos dos tucanos, especialmente José Serra.

Outra matéria idêntica foi publicada na semana passa na Folha de São Paulo. O objetivo deles é desmoralizar o PAC. Se o PAC não anda como todo dia o Lula inaugura obras do PAC? Está ai uma boa pergunta aos colonistas do PIG.

A falta de vergonha e ética desses jornais fica evidente quando eles falam das obras do Serra sem citar que são eleitoreiras. Somente as obras do Lula são eleitoreiras.

Outro dia o jornal Valor Econômico fez uma ampla matéria sobre as obras do Serra. Falta coragem ou caráter aos jornalistas de taxá-las de eleitoreiras? O jornalismo brasileiro além de azia dá nojo. Não é à toa que perderam a credibilidade e leitores.


Arthur Virgílio não cobrou Marco Maciel? Porque?

Marco Maciel do DEM, continua pagando o salário de um servidor que viu, por quatro anos, o sol nascer quadrado. A revelação de que o gabinete de Marco Maciel (DEM-PE) manteve por cinco anos um funcionário preso por latrocínio — roubo seguido de morte — na lista do pagamento mensal da Casa mostra que o cuidado dos senadores com funcionário fantasma é quase nulo.

Primeiro, apareceu o fato de que um servidor do líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), ficou, todo cerelepe, estudando balé na Espanha e continuou recebendo salário. Depois, surgiu o caso de um assessor do líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), que também se beneficiou da mordomia de estudar fora e manter a o vencimento todo mês.

O caso envolvendo o gabinete de Marco Maciel é digno da falta de controle com os gastos públicos.

João Paulo Esteves Coutinho foi pago pelo Senado e também recebe aposentadoria da Casa, segundo informação prestada pelo chefe de gabinete de Marco Maciel, Nelson Rebelo. O funcionário foi lotado também no gabinete do então suplente de Marco Maciel, Joel de Hollanda (PE). Hollanda assumiu o mandato quando Maciel disputou a vice-presidência da República, em 1994.

O caso foi apurado por uma comissão de sindicância do Senado que chegou a conclusão de que Silvio Esteves assinava a folha de frequência pelo irmão, João Paulo.

E não só. Também embolsava o salário. A assessoria do senador Maciel informou que ele recebeu R$ 219 mil no lugar do irmão.

Hoje aposentado, João Paulo Esteves robou e matou, mas não foi preso na época. Ele entrou na Gráfica do Senado em 1984. De 1991 a 1996, o único expediente que cumpriu foi na detenção.

Silvio Esteves dizia que o irmão faltava ao trabalho porque sofria de tuberculose e alcoolismo.Marco Maciel afirmou desconhecer o real motivo pelas faltas do servidor.

Do Blog Os Amigos do Presidente

Por que a mídia piscou

Do Blog do Eduardo Guimarães (CIDADANIA.COM)

Nesta semana que finda, aconteceu um fato inédito na grande imprensa: o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, sofreu mais críticas e denúncias do que nos quatro anos anteriores de sua gestão.

Começaram a surgir, na imprensa tucana (Globo, Folha, Estadão etc.), denúncias não só sobre o estado de imundice em que se encontra a capital paulista por conta da contenção das verbas de coleta de lixo na cidade, mas também sobre o descalabro da redução das refeições que as crianças da rede municipal de ensino fazem nas escolas.

Reproduzi aqui, também, artigo do presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, publicado na Folha de São Paulo, no qual ele chuta o balde na questão da marolinha, praticamente acusando PSDB, PFL e mídia de terem torcido pela crise com objetivos eleitorais.

Nos jornais desta sexta, surge também uma notícia contra a oposição tucano-pefelê até há pouco impensável numa imprensa que há anos se limita a fazer o jogo dessa oposição: deputados do PSDB e do PFL apresentaram emendas ao marco regulatório do pré-sal que “clonam” reivindicações de multinacionais do petróleo.

Na quinta-feira, vários jornais, portais de internet, rádios e tevês divulgaram matéria do periódico francês Le Monde dizendo que Lula acertou quando afirmou que a crise econômica internacional seria uma “marolinha”.

O fato é que, de 2003 até aqui, nunca vi tantas matérias negativas contra o PSDB, o PFL e o mascote da imprensa paulista, Kassab, o laranja do governador José Serra na administração paulistana.

Afinal, o que é que está acontecendo?

Andam especulando que o prefeito paulistano pode ter se desentendido com Serra, o qual, desde o começo deste século, usa a grande imprensa como seu quadro de avisos, tendo sido precedido, no século passado, por FHC.

Em minha opinião – e tudo que se pode fazer, no momento, é especular – alguma coisa está dizendo à mídia que ela abusou da suposta ingenuidade do país. E essa “alguma coisa” pode residir em outro boato, de que a pesquisa Ibope que foi a campo nesta semana detectou disparada de Dilma Rousseff na corrida sucessória apesar de todo bombardeio que sofreu por parte dessa mesma mídia.

Em resumo – e sempre especulando: se essa disparada de Dilma realmente aconteceu, certamente que esses meios de comunicação descobriram que perderam de vez a credibilidade, sobretudo por conta do grande abalo que sofreram na questão da marolinha.

Só que credibilidade é como uma casa: demora para construir, mas pode ser destruída muito rapidamente.

Há, porém, uma outra possibilidade: pode estar sendo preparado um novo grande ataque contra o governo Lula e/ou contra a candidatura Dilma. As matérias supra mencionadas podem ser um seguro contra críticas de partidarismo midiático.

De uma coisa eu não tenho dúvida: há uma razão muito forte para as matérias da imprensa oposicionista atacando oposicionistas. São inéditas. E especulo, de novo, que não tardará para sabermos o que está acontecendo.

PS: é bom ficar de olho nos blogs de Reinaldo Azevedo e Ricardo Noblat. Se atacarem Kassab, é porque ele brigou com Serra.

Lula pedirá reforma da ONU, do FMI e do Banco Mundial na Assembleia Geral



Jornal de Brasília - 18/09/2009


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pedirá na Assembleia Geral das Nações Unidas a reforma da própria ONU, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, disse hoje o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, em entrevista coletiva.

Segundo Baumbach, Lula expressará que a ONU "não se adéqua" aos tempos modernos, o que ficou patente em sua "incapacidade" para canalizar os debates sobre a crise econômica mundial.

O presidente pedirá que o Conselho de Segurança da ONU se renove e seja aberto a novos membros permanentes, o que permitiria devolver "representatividade" à ONU.

O Brasil defende há anos a ampliação do Conselho de Segurança e se apresenta como um dos candidatos a ocupar uma cadeira permanente no órgão, privilégio que só Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China têm atualmente.

Lula também pedirá a manutenção das medidas anticíclicas que serviram para fazer frente à crise mundial, já que, segundo ele, os problemas de fundo que a causaram ainda não foram solucionados.

O presidente também insistirá em que os países ricos "aceitem" as reformas do FMI e do Banco Mundial e que impulsionem a retomada da Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) para a liberalização do comércio mundial.

Além disso, exigirá um "esforço global" para evitar a mudança climática, pedindo aos países ricos para que transfiram suas tecnologias às nações pobres "para aliar a preservação do meio ambiente ao desenvolvimento econômico".

O presidente ainda não tem nenhuma reunião bilateral confirmada, mas há pedidos para se encontrar com líderes de Israel, Coreia do Sul, Irã, Reino Unido, Espanha, Nigéria e dos territórios palestinos.

Também existe a possibilidade de que Lula se reúna com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e com o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno.

Um dia depois da abertura da Assembleia, na quinta-feira que vem, Lula viajará para a cidade americana de Pittsburgh, onde na sexta-feira participará da reunião de chefes de Estado e de Governo do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países desenvolvidos e principais emergentes).

Lula defenderá a consolidação do G20 como fórum "legítimo" para o debate de questões econômicas mundiais e insistirá na necessidade de renovar o sistema financeiro, distribuindo "mais cotas" para os países pobres no FMI e no Banco Mundial, baseando a escolha dos representantes dos dois órgãos em critérios "objetivos e técnicos".

Além disso, pedirá às duas entidades para que não vigiem apenas os países pobres, mas também as economias desenvolvidas, além de dar mais importância ao financiamento do comércio internacional.

Segundo Baumbach, Lula já tem um encontro confirmado em Pittsburgh com o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Arthur Virgílio atira em Renan e acerta Marco Maciel

O funcionário que recebeu salário do Senado Federal mesmo durante o período em que ficou preso trabalhava no gabinete de Marco Maciel (DEM-PE). A informação foi confirmada na noite desta quarta-feira (16) pela assessoria de imprensa do parlamentar.

A denúncia foi feita pelo líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), no plenário do Senado, na terça-feira (15), durante a votação da reforma eleitoral. No entanto, ele não revelou o nome do senador envolvido no episódio.

O assunto voltou ao plenário nesta quarta-feira, quando o líder tucano, Arthur Virgílio (AM), exigiu que o peemedebista revelasse o nome do senador que teria mantido o salário do servidor preso.

"Eu acho que é dever do senador Renan Calheiros, sob pena de prevaricação, declinar o nome do senador. Temos que começar a aclarar as coisas, porque é um absurdo que alguém mantenha um presidiário vivendo à custa do Senado", disse.

Segundo a assessoria de Maciel, à época foi instaurado um processo administrativo disciplinar para se apurar as responsabilidades sobre o caso. Os responsáveis já estariam ressarcindo os cofres do Senado pelo pagamento indevido.

Uma entrevista foi marcada para esta quinta-feira para que a chefia de gabinete dê mais detalhes sobre o caso.

De acordo com o Blog do tucano do Pannunzio, a prisão teria ocorrido em 1994, ano em que Marco Maciel renunciou ao cargo de senador para a campanha à vice-presidência da República. Seu suplente era Joel Holanda Cordeiro.

Em maio deste ano, uma matéria do jornal O Estado de S.Paulo, contava o seguinte:

Irmão de servidor preso recebeu salário por 5 anos

Também funcionário do Senado, Sílvio Esteves falsificava folha de ponto de condenado por latrocínio

Condenado por roubo seguido de morte em 1991 e preso na Papuda, em Brasília, um funcionário do Senado - João Paulo Esteves - continuou a receber seu salário por cinco anos, mesmo sem aparecer no Congresso para trabalhar. Nesse período, conforme o Ministério Público, a folha de ponto de João Paulo era falsificada pelo irmão Sílvio Esteves, também servidor, ou sua presença era atestada por Maria Socorro Rodrigues, chefe do gabinete do ex-senador Joel de Hollanda (PE), na época do PFL, hoje DEM, onde João Paulo estava lotado.

Apesar de supostamente ser o principal beneficiário da armação, a investigação mostrou que João Paulo teria, na verdade, sido vítima do esquema. Enquanto esteve preso, sua conta bancária era movimentada pelo irmão, que dispunha de uma procuração reconhecida em cartório para isso. Quando progrediu para o regime semiaberto, João Paulo foi ao banco para "tomar conhecimento de sua situação financeira" e disse ter encontrado na sua conta apenas R$ 6 ou R$ 7.

Por conta disso, Sílvio Esteves foi denunciado pelo Ministério Público por improbidade administrativa e pode ser condenado a devolver aos cofres públicos R$ 212 mil, o equivalente aos salários e gratificações recebidos irregularmente em nome do irmão, conforme cálculo do Tribunal de Contas da União (TCU). Além disso, Sílvio Esteves responde a uma ação penal por falsidade ideológica e peculato. A chefe de gabinete que atestava a presença de João Paulo também está sendo processada e deverá ser multada em pelo menos R$ 10 mil pelos prejuízos causados aos cofres públicos por omissão. O processo ainda tramita na 17ª Vara da Justiça Federal em Brasília.

O esquema só foi descoberto quando o juiz responsável pela execução da pena encaminhou ofício ao Senado para saber se João Paulo poderia voltar às atividades quando progredisse para o semiaberto, em 1996. Nesse intervalo, ele recebeu gratificações, férias e os adicionais pagos pela convocação extraordinária.

Além de lesar o irmão, segundo o Ministério Público, Sílvio também causou prejuízos à mãe, Leila Esteves Gonçalves. De acordo com a Lei 8.112 de 1990, a família do servidor público que é preso, mas não perde o cargo, recebe o equivalente à metade do salário a título de auxílio-reclusão. Sílvio foi não localizado pelo Estado.

Segundo o Ministério Público, o ex-senador e os responsáveis pelos recursos humanos não souberam da prisão do funcionário, mesmo o processo sendo público e diante da falta do servidor por mais de cinco anos.

DIRETORIAS

No início do ano, esse descontrole no Senado ficou evidente quando o número de diretores da Casa foi divulgado. Foi necessária uma investigação interna para chegar ao total de 181 diretores.

Dentre as descobertas estavam a diretoria de check in, para facilitar o embarque dos senadores nos aeroportos, e a diretoria de visitação, para acompanhar a visita de turistas ao Senado.

Do Blog Os Amigos do Presidente

Juíza tenta tirar de De Sanctis processo contra Opportunity por lavagem de dinheiro

A juíza federal Silvia Maria Rocha, da 2ª Vara Federal Criminal de São Paulo, pediu a transferência do processo que tramita contra o grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas na 6ª Vara Federal Criminal.

A decisão atende a pedido do presidente do Opportunity, Dorio Ferman, para quem o juiz Fausto de Sanctis, da 6ª Vara Federal Criminal, não teria competência para analisar o processo aberto por lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

De Sanctis é o juiz que aceitou a denúncia contra Dantas por supostos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Os crimes, de acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, teriam sido praticados no suposto financiamento do chamado "valerioduto", esquema montado pelo empresário Marcos Valério, que é investigado no caso mensalão.

"É indiscutível que a origem dos fatos relatados referentes ao Opportunity Fund está no que ocorreu entre o Grupo Opportunity e Marcos Valério", afirma a juíza.

Para a juíza, os crimes relacionados na denúncia tiveram sua origem no esquema do mensalão, cujo processo tramita na 2ª Vara Federal Criminal.

"Ora, se as transações/operações financeira e demais fatos narrados na denúncia da 6ª Vara tiveram origem, tal como consta, na associação das pessoas mencionadas com Marcos Valério Fernandes de Souza, figura central daquilo que veio denominar-se 'caso mensalão', com implicações diretas e indestacáveis da Brasil Telecom, DNA Propaganda, Opportunity Fund, SMP&B Comunicações, interligadamente, não se percebe como, na forma da lei vigente, pode-se afastar a competência desta 2ª Vara Federal Criminal para conhecer e julgar os fatos", afirma a juíza.Na Folha

Por que choram pelos golpistas do Clarín?

Do Blog do Miro

Uma desastrada e estranha iniciativa da Receita Federal da Argentina, que acionou 200 auditores numa operação de fiscalização das contas do bilionário Grupo Clarín, causou calafrios nos barões da mídia do mundo todo. A ONG Repórteres Sem Fronteira, financiada por poderosas empresas, inclusive de armamentos, e por instituições imperiais dos EUA, logo criticou o “grave atentado à liberdade de expressão”. Já a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que reúne a máfia da mídia na América Latina e que até hoje não disse uma palavra contra o golpe militar e a censura em Honduras, também condenou o “autoritarismo da presidenta Cristina Kirchner”.


No Brasil, os donos dos meios de comunicação também ficaram ouriçados. A TV Globo exibiu várias vezes a operação dos fiscais, opinando arbitrariamente que ela partirá por ordem direta do governo argentino, taxado de “ditatorial”. A revista Veja foi ainda mais longe. Viu na ação uma orquestração “esquerdista” internacional. “Como Chávez mandou”, foi o título da matéria. Para a famíglia Civita, “a imprensa argentina é mais uma em perigo na América Latina. Na Venezuela, Equador, Bolívia e Nicarágua, governos esquerdistas adotaram a estratégia, herdada dos regimes militares, de acuar a imprensa com confiscos, ameaças e leis liberticidas”, esbravejou a Veja.

Com saudade dos golpes militares

Os jornalões diários, que apoiaram o golpe e a ditadura no Brasil, também chiaram. Fingindo-se de vítima da censura, o Estadão se comparou ao Clarín. Já a Folha, a mesma da “ditabranda” e da falsa ficha policial da ministra Dilma Rousseff, publicou o editorial “Abuso e intimidação”. Para a famíglia Frias, que emprestou suas peruas para levar presos políticos à tortura, o governo de Cristina Kirchner estaria trilhando o caminho dos “regimes fascistas”, a exemplo de outros países do continente. “O desrespeito à liberdade de expressão é endêmico na América Latina”.

Nem mesmo as declarações oficiais de autoridades do governo argentino, criticando a operação aloprada dos agentes fiscais, foram suficientes para conter a ira dos barões da mídia. O próprio diretor da Receita Federal, Ricardo Echegaray, negou em carta enviada ao Clarín que tenha dado qualquer ordem. O chefe do gabinete da presidente, Aníbal Fernandes, também estranhou o fato. Lembrou que o Legislativo do país debate um projeto de lei para regulamentar a comunicação, enfrentando a brutal monopolização do setor. “É pouco inteligente acreditar que o governo seria tão estúpido para armar esta situação”, afirmou, insinuando que a ação serviria ao grupo Clarín.

Desespero dos barões da mídia

Toda a celeuma neste episódio tem razões mais profundas. Elas dizem respeito ao projeto de lei, corajosamente enviado pelo governo Cristina Kirchner, que regulamenta a área de comunicação. A própria revista Veja confessou seus temores, demonstrando todo seu ranço. “Por esta proposta, um terço das concessões de televisão seria entregue aos sindicatos pelegos. Outro terço ficaria com o governo. Só o restante poderia ir para mãos independentes”, lamentou. Toda a pirotecnia midiática em torno da “invasão” do Clarín serviria apenas para abortar a votação deste projeto.

Como afirma o professor Denis Moraes, que recentemente publicou o excelente livro “A batalha da mídia”, descrevendo as políticas de democratização da comunicação na América Latina, “este confronto já era previsível”. O projeto de lei, com apenas 21 pontos, representa duro golpe nos monopólios midiáticos, em especial do Grupo Clarín, que possuí 264 concessões de rádio e de televisão, monopoliza o serviço de TV a cabo e comanda o principal jornal do país. Caso vingue, a poderosa corporação teria que abrir mão de 236 outorgas e perderia a exclusividade na TV por assinatura. Daí a gritaria dos barões da mídia.

Uma trajetória sinistra

Esta postura golpista, agora alvoroçada contra o projeto de lei da radiodifusão, não é novidade na história do Grupo Clarín. Este império prosperou durante a ditadura fascista da Argentina e hoje compõe o seleto clube das 50 maiores corporações midiáticas do planeta. Num editorial de 24 de março de 1976, o Clarín defendeu abertamente o golpe. “A economia se encontra numa etapa vizinha ao colapso total. A violência subversiva e sua ação criminosa exigem ordenar medidas adequadas para exterminá-las... Abre-se agora uma nova etapa com renascidas esperanças”.

Como lembra o professor Andrés Iari, a linha editorial do jornal Clarín “serviu para justificar os horrendos crimes da ditadura... Só quando os ‘subversivos’ foram virtualmente eliminados pelos militares e estes já não eram mais necessários, ele se tornou um embandeirado da democracia”. Defensor intransigente do “deus-mercado”, o Clarín ajudou a criar o clima para a implantação do receituário neoliberal, que na gestão do presidente Carlos Menem levou a Argentina à falência econômica e à miséria total. Já no governo de Nestor Kirchner, a sua conduta foi errática, fazendo um jogo pragmático para arrancar subsídios e novas concessões públicas de rádio e televisão.

Com a eleição de Cristina Kirchner, o Clarín virou um raivoso palanque da oposição neoliberal. No ano passado, os seus veículos foram os principais mentores do cruel locaute do agronegócio, que quase levou ao total desabastecimento da economia. Com a apresentação do projeto de lei da radiodifusão, o golpismo deste grupo atingiu o ápice. “O objetivo do Clarín é desestabilizar os Kirchner e fazer com que volte ao poder um grupo de centro-direita”, garante Dênis Moraes. Daí o porquê os barões da mídia do mundo inteiro choram tanto pelos golpistas deste conglomerado.

Le Monde: Lula acertou, crise no Brasil foi 'marolinha'

Do Portal Vermelho.org

O diário francês Le Monde afirma nesta quinta-feira (17) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "acertou", ao prever que a crise capitalista global, no Brasil, seria 'uma marolinha". A frase, de 4 de outubro último, foi fortemente atacada pela mídia e a oposição, confiantes em uma crise devastadora como as da década precedente. Veja a íntegra o texto do correspondente do Le Monde no Rio de Janeiro, Jean-Pierre Langellier.*

Ao prever com ironia um ano atrás que "o tsunami" da crise provocaria em seu país uma simples "marola", o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, acertou: a recessão só duraria um semestre.

O produto interno bruto aumentou 1,9% no segundo trimestre de 2009, depois de ter recuado durante dois trimestres consecutivos: -3,4% (outubro-dezembro 2008) e -1% (janeiro-março 2009).

Segundo o ministro da economia, Guido Mantega, o gigante sulamericano deverá recuperar em 2010 sua velocidade média anterior à crise, em torno de +4,5%.

Atingido pela recessão mais tarde que a maioria dos países do mundo, o Brasil também saiu dela antes, como mostram dois outros índices: a Bolsa de São Paulo retomou seu alto nível de um ano atrás e a moeda, o real, recuperou toda sua força frente ao dólar e o euro.

A rápida recuperação do Brasil mostra como foi acertada a estratégia adotada pelo governo, com enfoque sobre o apoio do mercado interno. Reduções de impostos na indústria automobilística e de eletrodomésticos mantiveram as vendas nesses dois setores industriais cruciais.

O Banco Central ajudou os bancos em dificuldades, retirando de suas gordas reservas - US$ 200 bilhões - para irrigar o mercado que havia secado. Grandes empresas, como a gigante mineradora Vale, ficaram com medo, congelando seus investimentos, o que é criticado pelo presidente Lula hoje. Mas a confiança dos consumidores não foi abalada: "A economia sobreviveu graças aos mais pobres", ressalta Lula.

* A avaliação sobre o Brasil faz parte de um texto maior, A recuperação do crescimento mundial depende do Bric. Clique para ver a íntegra (em português).

O cientista, o padre e a fúria de “O Globo”

Da Agência Carta Maior

O jornal O Globo dedicou um resuminho anêmico, na página de obituários, à morte do cientista Norman Borlaug, considerado um dos pais da chamada revolução verde. Era de se supor que o jornal conhecesse bem melhor o tema, pois, em 1970, ninguém festejou mais que o O Globo o Nobel da Paz dado a Borlaug. Naquele ano, o jornal amplificou a campanha torpe da ditadura para vilanizar o arcebispo de Olinda e Recife, padre (como pedia para ser chamado) Hélder Câmara, que também disputava o Nobel.

A página de obituários do jornal O Globo registrou segunda-feira, no alto, a morte no sábado do cientista Norman Borlaug, aos 95 anos. Destaque obviamente merecido, dada a importância do personagem, a quem se atribui responsabilidade parcial pela chamada revolução verde, que provavelmente salvou milhões de pessoas da fome na segunda metade do século passado.

Mas os leitores só encontraram no jornal um resuminho anêmico. Tiveram de recorrer à internet para completá-lo. Era de se supor que O Globo - que já poderia ter dado a notícia no domingo, como fizeram os jornais de Londres, cujo horário está bem à frente do nosso - conhecesse bem melhor o tema. Pois em 1970 ninguém tinha festejado mais do que esse jornal o Nobel da Paz dado a Borlaug.

As razões de O Globo na época não eram os méritos de Borlaug - que os tinha. Naquele ano recorde de atrocidades praticadas pela ditadura militar no Brasil as organizações da família Marinho estavam ocupadíssimas na defesa dos torturadores e assassinos do regime, denunciados no mundo inteiro. Era o tempo do “Pra Frente Brasil” na Copa do México, da euforia da Bolsa, do “Brasil Grande” do ditador Médici.

Uma candidatura da Noruega?
Outro slogan patrioteiro do regime, o “ninguém segura este país”, nascera como manchete desse jornal na época. Como o Estadão, ele servia aos poderosos do dia e aos interesses corporativos de fora. E amplificava a campanha torpe da ditadura para vilanizar o arcebispo de Olinda e Recife, padre (como pedia para ser chamado) Hélder Câmara.

A história foi muito bem contada em um livro de Nelson Piletti e Walter Praxedes, "Dom Hélder Câmara, o profeta da paz", publicado pela editora Contexto e lançado neste ano de 2009 para coincidir com o centenário do biografado. A obsessão do regime era impedir sua premiação com o Nobel da Paz - afinal dado a Borlaug, americano de pais noruegueses.

O Itamaraty da ditadura mobilizara uma operação internacional, com respaldo explícito na mídia aliada do regime (em especial O Globo, mas com papel de destaque para Ruy Mesquita, do Estadão), além de voluntários sinistros como o empresário norueguês Henning Boilesen, radicado no Brasil (à frente do grupo Ultra) e freqüentador dos porões da tortura na OBAN de São Paulo.

Como os jornais lembraram agora, nos obituários do cientista, o próprio Borlaug custou a acreditar na notícia, ao recebê-la de sua mulher Margaret, no México. Foi tal a surpresa que chegou a suspeitar que não passava de brincadeira. Não achava que seria o escolhido em 1970 pelo comitê norueguês - que cabe ao Parlamento desse país selecionar, um procedimento diferente dos outros prêmios Nobel, decididos na Suécia.

Ciência, agricultura e paz mundial
Borlaug diria depois ter sido escolhido para “simbolizar o papel vital da agricultura e da produção de alimentos num mundo faminto tanto de pão como de paz”. No copy desk de O Globo, eu tinha acompanhado naqueles dias, com interesse especial, as notícias vindas da Europa sobre a tendência esmagadoramente favorável a dom Hélder e o papel indecente do jornal, que negava as torturas e proclamava haver democracia e plena liberdade de imprensa no país.

Numa campanha obsessiva, sonegando e manipulando notícias, O Globo acusava dom Hélder de difamar o Brasil no exterior. Quando a revista alemã Stern publicou entrevista dele após uma extensa reportagem sobre as torturas, a manchete do jornal foi: “Dom Hélder usa revista pornográfica para caluniar o Brasil”. Stern era uma boa revista - e continua a ser, creio, mesmo depois de atropelada em 1983 pelo escândalo dos diários falsos de Hitler.

Pouco tempo depois da entrevista de dom Hélder, numa visita em 1976 à redação de Stern em Hamburgo, posso ter dado uma idéia errada ao editor. Ainda incomodado pela campanha suja de O Globo (não muito diferente das atuais), escorreguei em observação impertinente, que talvez tenha soado como insólita cobrança puritana.

Ao ouvir-me estranhar o contraste entre o tom das matérias e a ilustração das capas, ele contra-atacou: “O que você tem contra mulher bonita na capa?” Mereci a patada. Stern pertence à Bertelsmann, um dos maiores impérios de mídia do mundo (talvez o 5º). Suas capas ajudam a explicar a circulação atual superior a 1 milhão de exemplares, que alcançam em média 7,8 milhões de leitores.

O papel dos lobbies e da mídia
A queixa no segundo parágrafo deste texto, de que prefiro encontrar nos jornais histórias completas, sem ter de ir à internet em busca de mais dados, é por causa dos textos-pílulas que nossa mídia aprendeu com o USA Today. Para mim as pílulas deviam ficar para os mervais e leitoas, reservando-se espaço maior para reportagens - desde que bem apuradas, sem o ranço das campanhas suspeitas.

A morte de Borlaug seria um momento oportuno para reflexões sobre a revolução verde - benefícios e efeitos negativos. À época do Nobel da Paz houve oba-oba em O Globo e no resto de nossa mídia pelas razões erradas. Nélson Rodrigues, criativo como ficcionista e teatrólogo, ignorava o tema mas adotou Borlaug prontamente como seu novo herói. Além de achar dom Hélder subversivo, nunca o perdoou por se negar a abençoar seu segundo casamento.

O crescimento fantástico da produção agrícola era a resposta maior do cientista às críticas e preocupações ambientais e sócio-econômicas (dependência da monocultura, práticas agrícolas não sustentáveis, efeitos na agricultura de subsistência, produtos químicos suspeitos de causar câncer) mas Borlaug tinha amplo apoio nas corporações interessadas, da Dupont à Monsanto.

Os lucros extraordinários do agronegócio e corporações de agroquímica, da indústria de fertilizantes e pesticidas, fizeram proliferar lobbies cada vez mais poderosos e influentes. Mesmo descartando a maior parte das críticas, o cientista reconhecia que as transformações da revolução verde não tornaram o mundo uma Utopia. Respeitava alguns ambientalistas, mas criticava outros como elitistas.

Blog do Argemiro Ferreira

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Hyundai planeja construção de fábrica no Brasil em 2010

Da Reuters, em Seul

Péssima noticia para a oposição suícida e a imprensa golpista.

A montadora Hyundai, maior da Coreia do Sul, planeja começar a construção de uma fábrica no Brasil no próximo ano, afirmaram representantes da companhia nesta quarta-feira.
"Não decidimos sobre a data exata, mas precisamos começar preparações agora e poderemos começar o projeto no próximo ano", afirmou o vice-presidente da Hyundai, Chung Eui-sun, durante o Salão do Automóvel de Frankfurt.
No ano passado, a Hyundai informou que construiria uma fábrica de US$ 600 milhões no Brasil para expandir sua posição no país.
A unidade teria capacidade inicial de 100 mil veículos por ano e seria construída em Piracicaba, após acordo com o governo do Estado de São Paulo. A expectativa era que a fábrica começaria a operar no primeiro semestre de 2011.
Em janeiro a empresa informou que suspenderia os planos de investimentos no Brasil diante da recessão global sobre a demanda por veículos.
A Hyundai, cuja marca no Brasil já é representada por uma fábrica construída em Goiás pelo empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade (grupo Caoa), começou a buscar o local da unidade a ser implementada em Piracicaba em 2006.

fonte:http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u624650.shtml

Do Blog do Jurandi

Ricos e pobres, do Sul e do Norte, querem negociar com o Brasil

Trem-bala, construções para a Copa do Mundo, petróleo do pré-sal, oportunidades no Nordeste ou Ano da França no Brasil. Mudam as razões mais imediatas, mas o discurso é muito parecido. "Nunca houve tanto interesse pelo Brasil" é uma frase que hoje é muitas vezes ouvida de integrantes de câmaras de comércio e de representantes de órgãos governamentais que buscam fomentar as relações bilaterais entre o Brasil e um terceiro país. A crise e seu impacto na corrente de comércio do Brasil com os demais países não afetou a intensa agenda com eventos e rodadas de negócios das câmaras de comércio. Ao contrário, fez ela se intensificar.

Há duas semanas o Estado do Espírito Santo sediou o Encontro Econômico Brasil-Alemanha. Estavam agendadas previamente para o evento 67 reuniões de negócios, que saltaram para 180 em função da demanda. Neste ano devem desembarcar no Brasil representantes de 500 empresas francesas para cerca de 40 eventos agendados para 2009. A ideia, segundo divulgação do governo francês, é, paralelamente às comemorações culturais do ano da França no Brasil, promover também as relações comerciais entre os dois países. A Câmara de Comércio França-Brasil contabilizou de janeiro a julho deste ano 256 consultas de empresas interessadas em investir ou vender para o Brasil. A estimativa da câmara é que serão ultrapassadas as 340 empresas que fizeram consultas no ano passado.

Nesta semana o país receberá 16 empresários árabes interessados em participar em feiras à procura de produtos e serviços de áreas diversas como alimentos, cerâmicas, produtos de toucador e materiais de construção. Os empresários chegam com apoio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, que inaugurou este ano um programa pelo qual traz missões com empresas interessadas em importar produtos brasileiros.

No fim deste mês, o Ceará vai assistir ao Encontro Empresarial de Negócios em Língua Portuguesa que trará empresas de oito países lusófonos interessadas em investir no país ou em relações comerciais com o Brasil. Entre os setores priorizados no encontro estão turismo, infraestrutura e recursos naturais. Também no Nordeste, o governo canadense inaugurou em agosto, em Recife, seu quinto escritório comercial no Brasil. O Canadá deve abrir outro escritório em setembro, em Porto Alegre.

Tantos eventos têm tornado mais frequente a vinda ao Brasil de autoridades estrangeiras com o objetivo de facilitar relações bilaterais com o Brasil. De janeiro a agosto de 2009 o ministro e os secretários do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) tiveram 38 reuniões com representantes de empresas interessadas em investir no Brasil ou com autoridades estrangeiras para tratar de relações comerciais. O número total é pouco maior do que as 34 reuniões com mesmo perfil registradas no mesmo período de 2008. As autoridades representantes de outros países, porém, ganharam representatividade dentro dessa agenda. No ano passado, foram dez representantes estrangeiros no período. Em 2009, foram 22 países. Os dados, levantados pelo MDIC, não incluem as autoridades que foram recebidas no Brasil por outros ministérios, como o de Relações Exteriores, por exemplo. Para o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, o Brasil continuou a ser procurado, mesmo com a crise. Para ele, isso deve-se não só à conjuntura econômica favorável do país como também em razão da divulgação do Brasil no exterior.

A elevação do interesse estrangeiro pelo Brasil também aparece nas estatísticas de entidades empresariais. O Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) registrou no ano passado 16 eventos para promoção de relações bilaterais, principalmente missões de empresários estrangeiros interessados em investir ou vender ao Brasil. Em 2009, somente de janeiro a julho, já foram 38 eventos do tipo. O salto no volume de encontros não deve parar por aí, segundo a coordenadora do centro, Janet Castanha Pacheco. "A previsão é que até o fim do ano serão cerca de 50 eventos."

Os eventos do centro, que no ano passado reuniram pouco menos de mil pessoas, ficaram mais concorridos. Devem atrair este ano cerca de 3 mil participantes. Segundo Janet, neste ano, além das missões, destacam-se também a recepção de autoridades que representam outros países. "Está todo mundo se movimentando para girar a economia", define.

A coordenadora chama a atenção para novos países que passaram a mostrar interesse no Brasil. "Este ano tivemos a vinda de países novos, como Vietnã, Índia e Dinamarca." Para Janet, o assédio estrangeiro está mais intenso do que o movimento dos brasileiros para fora do país. "O número de missões de empresários brasileiros ao exterior com apoio da Fiep manteve-se estável", explica. No ano passado foram 17 missões. Em 2009, um total de 19.

Alessandro Teixeira, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), diz que o órgão recebeu neste ano até agora um volume de consultas 40% maior do que do ano passado por empresas querendo investir no país ou comprar produtos ou serviços brasileiros. A diversificação dos países interessados teve grande influência no aumento. "Rússia e México, por exemplo, sempre tiveram interesse no Brasil, mas agora estão vindo de forma mais concreta, com uma pauta mais forte", lembra. Para ele, além do bom desempenho da economia brasileira em meio à crise mundial, contribuiu para o assédio internacional uma exposição maior do país no exterior. "Até 2006 fazíamos uma média de 500 exposições fora do país, entre missões comerciais e participação em feiras. Em 2009, serão cerca de 745", contabiliza.

Para Ingo Plöger, coordenador do Encontro Econômico Brasil-Alemanha, do qual participa há mais de 25 anos, o atual interesse dos alemães pelo país é inédito. Isso, diz, ficou evidente no último encontro para promover relações bilaterais entre os dois países, há duas semanas. "Os números surpreenderam", diz ele. "Tivemos a vinda de 170 alemães, com uma delegação de qualidade." Segundo ele, 19 empresários estavam interessados nos negócios para a Copa do Mundo de futebol em 2014, no Brasil.

"Também havia interessados em máquinas e equipamentos para a cadeia petrolífera, trem de alta velocidade, turismo, saúde e produtos de energia solar", diz Plõger, dando uma ideia da variedade de segmentos que têm despertado o interesse das empresas alemãs. Segundo ele, as rodadas de negócios foram em volume três vezes maior do que o inicialmente agendado "Houve uma contaminação dos alemães pelo otimismo brasileiro", acredita. "Creio que este ano os investimentos alemães no Brasil vão superar os US$ 2 bilhões."

Para Louis Bazire, presidente da Câmara de Comércio França-Brasil, é o otimismo em relação às perspectivas da economia brasileira o que tem prevalecido no interesse das empresas francesas. Para ele, o ano da França no Brasil criou oportunidades de eventos para gerar novos negócios, mas o interesse independe dessa comemoração cultural. "Dentro do mundo, o Brasil está sendo considerado como um dos melhores lugares para vender e investir", diz.

Ao lado de parceiros e investidores tradicionais, surgem novos países querendo ganhar espaço nas relações bilaterais com o Brasil. Bouchaib Safir, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Marrocos, diz que a crise não comprometeu o interesse dos empresários marroquinos no país. Em 2009 a câmara deve participar de um total de cinco missões de empresários marroquinos interessados no Brasil, tanto em investimentos como em importação e exportação. A quantidade de missões deve ser a mesma do ano passado, mas cresceu o número de participantes. No ano passado visitaram o Brasil cerca de 30 empresários marroquinos. Em 2009, esse número deve dobrar. "A crise afetou muito pouco. As empresas estão interessadas em várias áreas, como alimentos, agropecuária, energia elétrica, maquinário e eletroeletrônicos", diz Safir.Valor Econômico -

Do Blog Os Amigos do Presidente

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O primeiro 11 de setembro sem Bush e Cheney

Da Agência Carta Maior

Duas guerras sem final à vista e milhões de cadáveres depois (entre eles os de mais de 5 mil soldados americanos mortos, 4343 no Iraque e 824 no Afeganistão), os Estados Unidos de Barack Obama tentam distanciar-se ao menos da histeria belicista disseminada pela dupla Bush-Cheney. Como desta vez o ritual anual na área do WTC foi bem comportado, pode-se ainda fingir que não persistem as teimosas especulações paranóicas sobre suposta cumplicidade do governo anterior. O artigo é de Argemiro Ferreira.

Apesar de marcar o 8º aniversário das ações terroristas de 2001, o 11/9 de 2009 baixou a bola. Pela 1ª vez a data foi lembrada sem as presenças nefastas, na Casa Branca, de George Bush e Dick Cheney - notórios beneficiários políticos dela, obstinados em manipular o episódio para extremar sua agenda neoconservadora exorcizada atualmente dentro e fora dos EUA.

Duas guerras sem final à vista e milhões de cadáveres depois (entre eles os de mais de 5 mil soldados americanos mortos, 4343 no Iraque e 824 no Afeganistão), os EUA de Barack Obama tentam distanciar-se ao menos da histeria belicista disseminada pela dupla Bush-Cheney. Neste ano 8 do 11 de setembro conformaram-se com menos exagero nas homenagens às vítimas das ações terroristas.

De Nova York o jornalista Sérgio Dávila enviou para a Folha de S.Paulo um texto que refletiu bem o novo clima, mais civilizado, mesmo com a repetição parcial do ritual cumprido a cada setembro desde 2001. Oito anos depois, explicou ele, “ninguém sabe o que fazer com o evento histórico, tanto de maneira literal como figurada”.

O presidente Barack Obama, depois de avisar que não iria ao World Trade Center de Nova York, ficou na capital e participou de ato em homenagem às vítimas do avião lançado sobre o Pentágono. Como desta vez o ritual anual na área do WTC foi bem comportado, pode-se ainda fingir que não persistem as teimosas especulações paranóicas sobre suposta cumplicidade do governo anterior.

Os equívocos da guerra ao terror
De tal forma Bush e Cheney exploraram em benefício próprio - e da agenda deles - o episódio traumático de 2001 que ficou difícil convencer críticos mais radicais (do governo, das guerras e da arrogância militar) de que nada tiveram a ver com as ações terroristas - simplesmente as abraçaram como pretexto para impor aquilo que em condições normais o país teria rejeitado.

Outra acusação relacionada ao 11/9 poderia sim - e ainda pode - ser feita ao governo Bush e à facção neoconservadora nele empoleirada graças ao papel preponderante do vice Cheney. Ou por negligência, ou ainda por arrogância, não teria deixado o país vulnerável ao subestimar o aviso grave do governo Clinton sobre a ameaça representada por Osama Bin Laden?

Já havia indícios disso antes mas na véspera deste último 11/9 surgiu mais um depoimento capaz de reforçar a suspeita: a entrevista à rede ABC de televisão de Elie Assaad, libanês de nascimento e informante durante 13 anos do FBI (Bureau Federal de Investigações). Sua história de sucesso foi a infiltração em pequena mesquita na periferia de Miami, que em 2006 levou à prisão de sete supostos terroristas.

Assaad relatou o episódio, tido como meritório, ao repórter Brian Ross da ABC. Oficialmente, uma operação sting contra “célula terrorista”. Mas contou ainda que o FBI, cultor de tais operações (armadilhas para apanhar muçulmanos ingênuos), o impedira no início de 2001, em Miami, de ir atrás da estrela maior do terrorismo - Mohammed Atta, o saudita que meses depois lideraria o ataque de 11/9.

“Podíamos ter impedido os ataques”
Assaad queixou-se agora de que teve a chance de desbaratar o complô para seqüestrar quatro aviões e lançá-los contra o World Trade Center de Nova York e o Pentágono na capital, sendo impedido pela política equivocada do FBI, que preferia concentrar-se em operações encobertas (sting), nas quais seus agentes empurravam gente despreparada para o extremismo.

No princípio de 2001 Assaad queria aceitar um convite para ir à casa de Adnan Shukrujumah, cujo pai dirigia a mesquita de Miami. Ali teria conhecido o plano do 11/9. Mas a idéia foi vetada pelo FBI, que o mandou evitar a visita e se limitar a alvos menores, meros terroristas potenciais (ironicamente, hoje o bureau oferece recompensa de US$5 milhões pela captura de Shukrujumah).

Durante a reportagem da ABC o repórter Brian Ross ouviu ainda Richard Clarke, que à época era o especialista em contra-terrorismo do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca. “Aquilo foi mais um exemplo da maneira como o sistema, antes do 11/9, tinha entrado em colapso”, observou Clarke, autor de Against All Enemies, o livro que expôs o colapso.

Se o sistema tivesse funcionado, disse o especialista em contra-terrorismo, “teríamos sido capazes de identificar aquelas pessoas antes dos ataques”. Mas o FBI preferia que Assaad, usando o nome “Mohammed”, atraisse gente simples e oferecesse dinheiro, dizendo-se representante pessoal de Bin Laden, para tarefas específicas em favor da causa islâmica - como explodir bomba na própria sede do bureau em Miami.

Os terroristas que o FBI produz
Assaad contou que ao ser solicitado, logo após o 11/9, a examinar fotos dos 19 sequestradores do avião, reconheceu o líder Mohammed Atta. “Era a prova de que eu estava 100% certo, tinha de ter ido atrás de Shukrujumah e Atta, como queria. E não dos outros, menores, como mandou o FBI. Fiquei tão enlouquecido que, num acesso, destruí os móveis em minha casa”, contou.

Na queixa de agora o espião disse que o FBI insistia no seu modelo sting. A partir de 1996 Assaad operou em 10 estados do país e no exterior. Os alvos, apanhados em armadilhas, eram sem importância, mas com aquilo o bureau de investigações acreditava que podia mostrar serviços - êxitos aparentes. Só que nos julgamentos os advogados às vezes provavam ao júri que os réus eram na verdade vítimas do FBI.

Para a defesa, os réus, desinformados e ingênuos, tinham sido convencidos pelo próprio governo (o FBI), em troca de dinheiro, a cometer crimes. No caso célebre de Assaad, em 2006, os julgamentos de dois réus deram em nada (mistrial) enquanto cinco foram condenados por terrorismo nos demais. Mas Alberto González, Procurador Geral no governo Bush (e defensor da tortura), fez elogio público a Assaad pelas sete prisões.

Refere-se a esse caso conspícuo um vídeo obtido pela ABC e mostrado na entrevista do espião do FBI. Ali aparecem os sete fazendo juramentos de lealdade a Bin Laden e recebendo as boas vindas de Assaad à al-Qaeda. Em outro vídeo Assaad conta o dinheiro e o entrega a um do grupo. Obcecado em prolongar a histeria pos-11/9 o governo Bush festejava coisas assim, que prolongavam o estado de medo no país.

E hoje o ex-vice Cheney ainda defende a insanidade das políticas do governo Bush, como se coisas assim, juntamente com as torturas, fossem receita infalível contra o terrorismo.

Blog de Argemiro Ferreira

Imprensa abandona o DEM, que reclama:“Sem a imprensa fica difícil surgir mais informações contra a estatal”


Oposição e imprensa esqueceram por completo a CPI do PSDB. A imprensa que tanto pressionou a oposição para criar a CPI, abandonou PSDB e DEM. A oposição reclama da imprensa:O senador ACM Júnior (DEM) explicou que a oposição contava com a "colaboração da imprensa", para fazer novas denúncias e que sem isso "fica difícil surgir mais informações contra a estatal". "Botamos fé na imprensa", comentou.

A reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), prevista para hoje foi adiada para a próxima semana, sem que a oposição esboçasse resistência. Com amplo controle da bancada governista, a CPI não gerou o constrangimento nem preocupação no governo, como queriam os tucanos, demos e imprensa. Nos bastidores, a comissão é conhecida como a CPI do senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo e relator da comissão: ele controla as sessões e interfere em todos os depoimentos.

A estratégia da base governista deu certo. Até mesmo a oposição tem se ausentado das reuniões. Na terça-feira da semana passada, audiência marcada para debater obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, começou com mais de meia hora de atraso, e assim mesmo por iniciativa do presidente da comissão, senador João Pedro (PT-AM), sem a presença da maioria dos integrantes da comissão. Apenas um senador da oposição estava presente. O mesmo cenário marcou as duas sessões anteriores. Dois meses depois da instalação da CPI, a imprensa esqueceu as manchetes espetaculosas

O esvaziamento político da comissão é percebido não só nas cadeiras vazias da sala de audiências, mas também nos debates e na falta de denúncias apresentadas pelos senadores do PSDB e do DEM contra a Petrobras.

Hoje estava prevista a realização da sétima reunião para ouvir depoimentos, mas Jucá (PMDB-RR), adiou o encontro para a próxima semana. O líder do governo passou o dia de ontem em atividades com o Presidente Lula em Roraima e pediu "a compreensão" dos senadores na semana passada, pois acreditava que não conseguiria chegar em tempo a Brasília para comandar a reunião.E não chegou mesmo

Na oposição o que se vê é desânimo com a comissão. Não temos muitas denúncias concretas contra a Petrobras. Até mesmo o Tribunal de Contas da União ainda está revendo as irregularidades", comentou ACM Júnior: "Mas ainda não jogamos a toalha", reclamou o senador Antonio Carlos Magalhães Júnior. (DEM-BA), um dos três titulares da oposição na CPI.

Nos bastidores, senadores da oposição creditam ao PSDB a falta de empenho na comissão. "Desde o começo o PSDB estava dividido em relação à CPI. Não queriam", comentou um oposicionista. "Muitos senadores podem se comprometer ao criticar empresas que financiam suas campanhas", explicou outro parlamentar. "Imagina Sérgio Guerra criticar uma refinaria que está sendo construída no Estado dele", continuou o senador, referindo-se ao presidente do PSDB, eleito por Pernambuco, onde está sendo construída a refinaria Abreu e Lima.

Senadores do DEM e do PSDB agora apostam na próxima fase da comissão, na investigação de patrocínios e contratos com ONGs para retomar as denúncias contra a Petrobras. ´São denúncias que têm mais visibilidade política, apesar de não serem tão graves", explicou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), na semana passada, ao sair da comissão. Na próxima fase, com início no dia 22, deverá ser ouvido o gerente de Comunicação Wilson Santarosa. "Vamos acabar ´mordendo´ alguma coisa nessa fase", disse ACM Jr. O senador explicou que a oposição contava com a "colaboração da imprensa", para fazer novas denúncias e que sem isso "fica difícil surgir mais informações contra a estatal". "Botamos fé na imprensa", comentou.

Os governistas comemoram o resultado da CPI. "O governo estava preparado e demonstrou que os instrumentos usados até agora foram corretos", comentou Delcídio Amaral (PT-MS), ex-diretor da Petrobras. A base governista, além de ter maioria, comanda a comissão. O presidente da CPI é o senador João Pedro (PT-AM) e o relator é Romero Jucá. O controle do líder do governo na comissão é tamanho que nos bastidores a comissão chegou a ser conhecida como a "CPI do Jucá": o pemedebista aprovou seu plano de governo na primeira reunião e rejeitou quase todos os requerimentos da oposição.

Do Blog Os Amigos do Presidente

A visão insuportável da tolerância

De repente, sem que procurasse, um petardo caiu na cobertura da mídia. Um italiano branco, casado com uma pernambucana negra e apaixonado pela filha mestiça de oito anos, é vítima de racismo. Dois deformados morais não conseguem aceitar que um branco estrangeiro possa ter amor paterno por uma filha negra de oito anos.

O italiano é preso, acusado de pedofilia, em um episódio de repercussão internacional. Nenhum funcionário do hotel, nenhum hóspede confirmou a versão dos dois deformados morais. O italiano é colocado em condicional e faz um apelo para a imprensa do seu país não descontar a agressão na comunidade brasileira – à qual pertence sua mulher e sua filha.

Ter-se-ia, aí, um episódio exemplar a ser explorado. A falta de preconceitos do italiano – vindo de uma cultura historicamente racista (que o digam nossos antepassados italianos) -, o amor por uma negra que atravessou o Atlântico. A maneira nobre com que a esposa reagiu ao racismo dos delatores. Mas como poderia uma negra ser uma esposa exemplar de um branco estrangeiro, constituir uma família padrão com um italiano, tendo ambos gerado uma negrinha? Esse, o rebotalho ético que permeou as acusações e a proteção geral da mídia contra os deformados morais delatores.

Poderiam ter sido entrevistados os vizinhos da moça no Recife, correspondentes poderiam ter ido à cidade da família, na Itália, para reconstituir uma história exemplar de como, nesses tempos de intolerância, uma família representativa de um dos pilares da civilização – a convivência igual entre culturas e cores diferentes – foi alvejada pelo preconceito.

Essa a bomba que caiu sobre a mídia.

Em outros tempos, em um país menos tolerante com os preconceitos, renderia belíssimas matérias em que o ângulo principal seria o amor de um italiano branco por uma pernambucana negra e sua paixão pela filha mestiça, um episódio que engrandece, que junta continentes, que permite ver a humanidade como algo único, sem as divisões entre países, partidos e cores. Entrevistariam a esposa, que relataria cenas familiares, a relação do marido com a filha, descreveria uma casa normal, um pai babão.

Mas seria intolerável.

Nesses tempos de lambança moral, de escatologia, em que o único ângulo de cobertura é o esgoto, o podre, o preconceito, o elitismo provinciano, o caso do italiano poderia inspirar movimentos insuportáveis em favor da tolerância, da convivência pacífica.

Sendo assim, encerre-se o episódio. Evitem-se ataques aos dois deformados morais, porque seus rostos poderiam estar refletidos no fundo do espelho.

Do Blog do Nassif

Mídia esconde caixa-dois de Kátia Abreu

Na encarniçada pressão dos barões do agronegócio para inviabilizar a atualização dos índices de produtividade rural, a mídia hegemônica já escolheu a sua heroína: a senadora Kátia Abreu, do DEM de Tocantins. Quase todo dia, ela aparece nos jornalões oligárquicos e nas telinhas da TV para esbravejar contra a proposta do presidente Lula, que atendeu uma antiga demanda dos que lutam pela reforma agrária. A edição da revista Veja da semana passada deu destaque à estridente parlamentar ruralista, que propõe uma CPI “para investigar as atividades criminosas do MST” e crítica o governo federal por financiar os movimentos dos trabalhadores rurais sem terra.

A revista, que sempre defendeu os interesses dos latifundiários, só se esqueceu de falar sobre as denúncias que pesam contra a senadora do demo. Em julho de 2008, a própria Veja publicou o artigo intitulado “Tem boi na linha”, de autoria de Diego Escosteguy, que desmascara a nova heroína da elite ruralista. “A pecuarista Kátia Abreu, eleita senadora pelo estado do Tocantins, ganhou recentemente o apelido de Ivete Sangalo do Congresso, graças ao seu jeito barulhento de fazer política – e se projetou como estrela dos Democratas”, ironiza a reportagem, agora arquivada.

Doações ilegais e irritação

O texto, bem mais honesto, lembra que a senadora é presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), entidade “financiada compulsoriamente por 1,7 milhão de produtores agrícolas” e que tem um orçamento de R$ 180 milhões. Como prova de suas “ações criminosas”, relata que “a Veja teve acesso a documentos internos da CNA que apontam fortes evidências de que a entidade bancou ilegalmente despesas da campanha dela ao Senado. A papelada revela que a CNA pagou 650.000 reais à agência Talento, em agosto de 2006 – na mesma ocasião em que essa empresa prestava serviços de publicidade à campanha de Kátia Abreu ao Senado”.

Ainda segundo a desmemoriada Veja, “a prestação de contas dela à Justiça Eleitoral não mostra despesa alguma com o marqueteiro. Nem doações da CNA, é claro... Irritada com o surgimento da documentação, a Ivete Sangalo do Senado rodou a baiana na CNA. Mandou desligar a rede de computadores da entidade e pediu uma perícia para saber quem vazou os papéis”. Já que a nova estrela da mídia, na sua fúria contra a atualização dos índices de produtividade, coleta assinaturas para uma CPI, seria o caso de investigar também as doações ilegais das entidades ruralistas e as suas relações promíscuas com vários veículos de imprensa e alguns jornalistas de plantão.

Campanha orquestrada e barulhenta

Toda esta barulheira da mídia tem como objetivo pressionar o governo Lula, fazendo-o recuar na sua decisão de atualizar os índices de produtividade. A “barulhenta” senadora do demo serve a tal propósito político. O seu passado é esquecido e ela vive um momento de glória. Nesta ação, a mídia comprova que defende os interesses dos barões do agronegócio, os latifundiários antigos travestidos de empresários modernos. A campanha é orquestrada. Nos últimos dias, os editoriais dos principais veículos privados esbravejaram contra a sinalização positiva do presidente Lula.

O Globo de 11 de setembro, no editorial “Desatino rural”, espinafrou o governo, que persegue os “heróis” do agronegócio. A atualização do índice, segundo o jornal da família Marinho, não é uma “questão técnica, mas um pleito encaminhado pelo MST, com representantes infiltrados em aparelhos cedidos pelo governo na máquina pública. E as pressões se dão já num momento de excitação político-eleitoral”. A medida “desfechará um tiro no pé do país e do próprio governo, ao punir um dos setores mais dinâmicos da economia, devido ao ranço ideológico”.

No mesmo diapasão, a revista Veja desta semana esqueceu a reportagem de Diego Escosteguy e opinou que “a alteração dos índices mínimos de produtividade rural, principal critério usado para desapropriar terras”, serve ao MST como “desculpa para invadir novas propriedades”. Para este panfleto da direita nativa, que não tem qualquer compromisso com o Brasil e seu povo, “a falta de acesso à terra já não é uma questão social relevante no país”. Por isto a família Civita prefere dar espaço a “Ivete Sangalo do Senado”, apesar de todas as denúncias de caixa-dois, do que aos milhões de brasileiros que lutam por um pedaço de terra para trabalhar e viver com dignidade.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Internet livre nas eleições recebe apoio pluripartidário

O líder do PT e do Bloco de Apoio ao Governo, senador Aloizio Mercadante (15), retoma nesta terça-feira (15) todo esforço para aprovar no plenário do Senado dispositivo na Lei Eleitoral que permitirá um ambiente na internet totalmente livre durante as eleições. A cada dia surgem novas manifestações favoráveis à emenda de Mercadante, de parlamentares ligados a partidos aliados aos de oposição. O PLC nº 141/2009 que altera procedimentos na Lei Eleitoral poderia ter sido votado na última quinta-feira (10), conforme acordo entre os parlamentares e os relatores do projeto, mas a votação não ocorreu por falta de quórum.
O líder protestou contra a quebra do acordo por entender que o prazo para aprovar a nova lei é exíguo, ou seja, a lei deverá ser sancionada até 2 de outubro. Portanto, a partir desta terça-feira restarão 18 dias corridos e 9 sessões deliberativas para aprovar o texto que ainda terá de passar pela Câmara antes de ir à sanção presidencial. Caso contrário, as mudanças não terão efeitos nas eleições do ano que vem. Mercadante está confiante que a emenda de sua autoria será aprovada pela interpretação de que a internet se tornou um instrumento de defesa da democracia e que "os políticos devem estar preparados para receber críticas que, inevitavelmente, receberão", sustentou.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), manifestou apoio à proposta do líder e disse que não há como fiscalizar o que se publica na rede mundial de computadores. O senador João Pedro (PT-AM), afirmou que os eleitores devem ter liberdade para se manifestar pela internet, favorável ou contrariamente, assim como os candidatos a cargos políticos – a emenda prevê que os candidatos poderão manter site, blog, Orkut, twitter e outros serviços da rede em todos os momentos das eleições. Também apóiam a liberdade total na internet o senador Sérgio Guerra (PE), presidente do PSDB, o senador José Agripino (RN), líder do DEM e a senadora Marina Silva (PV-AC). Aliás, a senadora externou em artigo publicado na imprensa o princípio da internet: "Nada de amarras e tentativas de tolher a revolução na comunicação que a internet representa, com ampla liberdade e espaço para a conscientização, a mobilização e a pressão da sociedade", escreveu.
Em relação à cassação de mandatos, Mercadante considera necessário ousar, daí apoiar a proposta de estabelecer eleições diretas a qualquer tempo. "Realmente a Constituição estabelece que a eleição é direta para presidente e vice-presidente quando a vacância ocorre nos dois primeiros anos do mandato e, indireta, pelo Congresso Nacional, nos dois últimos anos. Mas temos que ousar. Se a Justiça Eleitoral cassou, é eleição direta, a qualquer tempo, a qualquer hora", afirmou. Segundo o líder, a Justiça Eleitoral terá de acelerar o julgamento e, assim, evitará a indústria de ações judiciais de candidatos derrotados que almejam ocupar o cargo do governador ou do prefeito "no tapetão". Neste caso, o presidente do Senado é favorável ao modelo existente, ou seja, o segundo colocado nas eleições assume o posto do cassado. Sarney alega que a alteração proposta na nova Lei Eleitoral ferirá a Constituição por se tratar de uma lei ordinária.
"Se esse novo texto estabelecendo a eleição direta a qualquer momento da cassação cair no Supremo Tribunal Federal, vamos aprovar uma emenda constitucional para legitimar esse caminho", afirmou o líder. "Não queremos fraturar a sociedade brasileira. A Justiça tem que respeitar o mandado. Só há um caminho: se saiu quem foi eleito, só voltará quem foi eleito. Com isso, Assembleia Legislativa e quem perdeu vão pensar muitas vezes se o melhor caminho é a cultura do tapetão", salientou. O plenário também analisará em votação em separado duas emendas à Lei Eleitoral de autoria do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e que aumentam a transparência em relação aos doadores de recursos para as campanhas. A primeira emenda de Suplicy proíbe que haja a triangulação dos recursos doados por empresas. Neste caso, as empresas que não querem divulgar seus nomes serão proibidas de doar para os recursos diretamente para os partidos e, ao mesmo tempo, indicar os nomes dos candidatos que devem ser beneficiados. Suplicy quer que os nomes dos doadores (empresas) sejam divulgados para conhecimento dos eleitores. A outra emenda estabelece duas datas para prestação de contas – 6 e 30 de setembro. Nessas datas, os candidatos deverão tornar pública a lista com os nomes dos doadores de campanha, pessoas físicas e jurídicas, e os respectivos valores recebidos, para que os eleitores antes do pleito também possam conhecer quem são os contribuintes. Fonte: Assessoria de Imprensa da Liderança do PT no Senado.

Do Blog DESABAFO BRASIL

Por que o TSE não quer urnas 200% seguras?

Vocês vão dizer que acreditei em uma teoria conspiratória. Mas a pergunta que se deve fazer é: qual é o problema do TSE aderir à tese de que deve ter urnas absolutamente à prova de qualquer fraude? É falta de dinheiro para mudar o sistema? Ou eles vão esperar a suspeita de fraude se instalar para aceitar mudança? Qual é o problema de imprimir o voto?

Se há uma dado positivo nessa teimosia, é que logo ganhará força a tese -- correta -- de que o Brasil deve ter um poder independente para organizar as eleições. No sistema de hoje, quem organiza as eleições é quem fiscaliza e quem anuncia os resultados. É um sistema que incentiva o acobertamento de problemas:



TSE usa cartas marcadas no teste com urnas eletrônicas

Osvaldo Maneschy

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), numa jogada de marketing, está anunciando aos quatro ventos que em novembro próximo vai permitir que hackers tentem quebrar os códigos de segurança das urnas eletrônicas em uso no país – mas sob a condição de que trabalhem sob a supervisão do próprio TSE e, também, que se inscrevam antes para fazer o teste. Ou seja, mostrem a sua cara.

O desafio tem uma razão - os controladores do sistema eleitoral brasileiro querem provar que ele continua 100% seguro, embora especialistas independentes em informática garantam o contrário e continuem exigindo a impressão do voto eletrônico, apelo que a sociedade começa a ouvir.

Tanto que os deputados, ao votarem a recente reforma eleitoral, o PLC – 141, incluíram a impressão do voto como uma das mudanças a serem feitas nas eleições futuras – para diminuir a influência do TSE. A mudança se baseia no fato de que no mundo inteiro máquinas de votar que coletam e totalizam votos, como a urna brasileira, são vulneráveis a softwares maliciosos.

Votos podem ser desviados caso não haja a materialização dele em papel que permita a recontagem e posterior conferência do resultado. A introdução de softwares maliciosos em computadores é crime praticado principalmente por “agentes internos”, pessoas que manipulam o sistema porque trabalham com ele, dominam todos os seus detalhes ou controlam possíveis “botões macetosos” como há tempos se descobriu que existiam e eram administrados por técnicos do PRODASEN, no escândalo do painel eletrônico do Senado.

Já os chamados hackers, são mundialmente conhecidos por invadirem – de fora para dentro - computadores de grandes corporações, contas bancárias e até sistemas de segurança absoluta como os da NASA. São “agentes externos” porque trabalham de fora, invadindo e burlando normas, agindo no anonimato. Hackers, piratas cibernéticos, nunca mostram suas caras e ferramentas de trabalho porque trabalham na ilegalidade.

Por isso quando o TSE anuncia que a urna eletrônica está à disposição de hackers - o que faz, na prática, é marketing porque exige de que quem quiser quebrar as normas de segurança da urna precisa, antes, mostrar como vai agir e ter seus passos aprovados pelo TSE, além de mostrar sua cara – o que é até compreensível, mas não funciona.

Isso não é teste de segurança,não é teste de penetração –porque fiscalizador algum aceita trabalhar sob as ordens do fiscalizado.

Em termos reais, o TSE montou uma traquitana para insistir na tese furada de que a urna eletrônica em uso no Brasil “é 100% segura” embora se avolume, a cada dia que passa, a desconfiança da sociedade. A partir de críticas sólidas como as manifestadas recentemente pelo jornal “The New York Times”, um dos mais influentes do mundo e várias outras disponíveis na Internet. Basta usar o Google para tomar conhecimento de algumas.

Máquinas de votar semelhantes à brasileira são proibidas na Holanda, na Bélgica, na Alemanha e em dezenas de estados norte-americanos. Quem quiser saber detalhes, basta acessar a página www.votoseguro.org.

Leonel Brizola, vítima da primeira fraude eletrônica que se tem notícia no Brasil, o Caso Proconsult de 1982, comparava as urnas eletrônicas do Brasil à argola que se põe no nariz do touro para se levar o animal para onde quiser. Para ele a urna eletrônica era a “argola” do Brasil porque elas não permitiam a recontagem dos votos, prática fundamental para garantir o respeito à verdade eleitoral – a certeza de eleições limpas.

O teste proposto pelo TSE não é sério também porque pirata algum, nem os de Walt Disney, vão se apresentar no balcão do TSE com carteira de identidade e CPF para se fazer jus aos “prêmios” ofertados pela Justiça Eleitoral para quem quebrar a segurança da urna, que vão de dois a cinco mil reais.

Invasão de sistemas é prática de segurança consagrada no mundo da informática, onde é conhecida como “teste de penetração”. A realização dele vem sendo solicitada ao TSE desde 2000 pelo engenheiro Amilcar Brunazo Filho, representante do PDT junto ao tribunal, e também pelo PT, porque máquinas iguais à brasileira já foram testadas nos Estados Unidos e no Paraguai e ficou provado que são suscetíveis a desviar votos. Porque são vulneráveis a ação de “agentes internos” que usem códigos maliciosos.

A única defesa contra isso é um sistema adicional de segurança, mecânico, independente do software da máquina: a impressão que materializa o voto em papel e torna possível a recontagem posterior do total eletrônico.

Mas aqui no Brasil, em vez de atender ao PDT e ao PT que formalmente solicitaram que as urnas fossem submetidas a “teste de penetração”, o TSE recorre à pirotecnia anunciando que a partir de novembro as urnas estão à disposição de quem quiser para “testes”. Desde, é claro, que seja ele a dar as cartas e dizer o que pode ou não ser feito em matéria de procedimentos.

O que o TSE quer de verdade é enganar incautos e “provar” que a urna é segura. Como se hackers fossem bobos e aceitassem jogo combinado.

Os argumentos do TSE de que a urna eletrônica brasileira produz o Registro Digital de Voto (RDV), além de imprimir o Boletim de Urna (BU) ao final da votação, não garante a lisura do processo. Porque tanto o RDV quanto o BU dependem do software que está dentro da máquina e se ele for alterado, automaticamente o RDV e o BU também serão corrompidos.

Quem fez essa afirmação no Senado foi o professor Jorge Stolfi, do Departamento de Ciência da Computação da Unicamp, um dos críticos da urna brasileira do jeito que ela é. Segundo Stolfi, hoje há consenso no mundo de que máquinas de votar que captam e totalizam resultados ao mesmo tempo, como as brasileiras, são inseguras se não imprimirem o voto.

Em termos de voto eletrônico, o sistema mais confiável e seguro é o que emprega uma máquina para imprimir o voto em papel que é conferido pelo eleitor e outra só para escanear e totalizar, eletrônicamente, o voto – guardado para posterior recontagem. A Venezuela votou assim, usando máquinas fabricadas nos EUA – apesar de Hugo Chávez não morrer de amores pelos Estados Unidos.

O que preocupa o TSE de verdade é que o voto impresso conferido pelo eleitor faz parte da reforma eleitoral que está em discussão no Congresso neste momento – e a idéia de que as urnas eletrônicas precisam imprimir o voto para permitir recontagem - ganha cada vez mais força na sociedade e no próprio Congresso.

Incluída pela Câmara no Artigo 5 do projeto de reforma, o voto impresso foi aprovado pelo plenário da Câmara e precisou ser rejeitado no parecer do Senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) – antigo aliado do TSE – para ser excluído do projeto da reforma eleitoral aprovado pelo Senado. Mas esse jogo ainda não acabou.

Esta semana o projeto de reforma eleitoral volta a ser discutido na Câmara e tudo indica que o artigo que prevê a impressão do voto, fundamental para garantir a segurança da urna eletrônica contra fraudes de agentes internos, vai ser reincluído na reforma eleitoral - antes dela ir à sanção presidencial.

Esse é o motivo real que levou o TSE a anunciar que em novembro vai fazer o teste de “segurança”: está por um fio a falácia de que a urna brasileira é 100% segura sem imprimir o voto.

Do Blog do Azenha (viomundo)