sábado, 14 de novembro de 2009

Serra iguala prática de Maluf e quebra convenção para nomeação de reitor da USP

Governador escolhe segundo mais votado de lista tríplice, prática que não ocorria desde 1981, quando o país vivia sob ditadura

O governador de São Paulo, José Serra, escreveu seu nome na história da Universidade de São Paulo (USP) nesta sexta-feira (12) ao nomear João Grandino Rodas para exercer o cargo de reitor. O diretor da Faculdade de Direito do Largo São Francisco foi o segundo mais votado pelo restrito conselho que conduz o segundo turno da eleição interna da USP.

Desde 1981, sob ditadura e na gestão de Paulo Maluf, o governador de turno vinha respeitando a decisão interna, ou seja, nomeava o primeiro da lista. Desta vez, Glaucius Oliva, diretor do Instituto de Física de São Carlos, ganhou mas não levou.

Pesou contra ele o fato de ser próximo à reitora Suely Vilela, que teve inúmeros problemas de relacionamento com José Serra. O governador não gostou nem um pouco da ocupação de 2007 do prédio da Reitoria. Desde então, sob pressão de setores conservadores, Suely Vilela resolveu endurecer a conduta, culminando na repressão policial a estudantes e funcionários em plena Cidade Universitária, fato que não ocorria há 40 anos. Após a repressão, em junho, Oliva encabeçou a lista de docentes que manifestaram apoio à atitude da reitora.

João Grandino Rodas, por outro lado, tem bom trânsito entre tucanos, com apoio de ex-ministros e secretários de governos do PSDB. Presidiu o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos do Ministério da Justiça durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Foi Além disso, o diretor da Faculdade de Direito ganhou pontos ao determinar a repressão policial à ocupação de estudantes no Largo São Francisco em 2007.

Este ano, Rodas determinou o fechamento do edifício da faculdade durante uma manifestação de universidades estaduais paulistas. Na ocasião, o professor Fábio Konder Comparato conversou com a Rede Brasil Atual. Visivelmente triste por não ter conseguido entrar para a realização de uma banca de pós-graduação, o professor manifestou ter ficado envergonhado com a situação. “Eu fiquei literalmente surpreso com essa decisão, que não tem a meu ver nenhum apoio nos princípios republicanos que devem reger a Universidade”, afirmou.

Da rede Brasil Atual

Os EUA continua a ser o único país do planeta que, até hoje, detonou armas atômicas em cidades populosas

“Ameaça iraniana”? Onde?


11/11/2009, Jeff Nygaard, Counterpunchhttp://www.counterpunch.org/nygaard11112009.html

Jeff Nygaard é jornalista e ativista em Minneapolis, Minnesota. Publica um e-jornal de livre distribuição, Nygaard Notes (www.nygaardnotes.org)

O real significado da atual histeria sobre as armas nucleares iranianas está quase completamente ocultado sob a propaganda oficial. O melhor primeiro passo no esforço para escapar das versões de propaganda é considerar os países que já têm armas nucleares; o segundo é analisar o mapa do Sudeste da Ásia.

Oito nações no mundo conhecido possuem armas nucleares. Todas são próximas do Irã, seja literalmente próximas ou próximas em sentido imperial. Cinco delas – China, França, Rússia, Reino Unido e EUA – são signatárias, oficialmente, do Tratado de Não-proliferação de Armas Nucleares [ing. Nuclear Nonproliferation Treaty, NPT], descrito como “principal marco do regime global de não-proliferação”. Três estados – Índia, Israel e Paquistão – também têm armas nucleares, mas não são signatárias do Tratado de Não-proliferação. E Israel “não admite nem nega ter armas nucleares”, segundo a Associação de Controle de Armas [ing. Arms Control Association], mas todo mundo sabe que Israel tem arm as nucleares; só não se sabe se são 200 ou 300 ou mais.

Consideremos então nosso mapa do Irã. Imagine-se um cidadão iraniano que olha à volta, para saber de que lado precaver-se contra alguma ameaça – nuclear ou outra. O que veem os cidadãos iranianos?

Imediatamente a oeste do Irã, está o Iraque, efetivamente sob controle dos EUA (“próximo”, em sentido imperial, é isso). As atividades secretas dos EUA orientadas para desestabilizar outros países muito frequentemente usam como base de operação as embaixadas norte-americanas; e os EUA construíram no Iraque “as maiores e mais caras instalações de todos os tempos para sua embaixada”, segundo o Christian Science Monitor. Segundo o New York Times de 9/10, “Os norte-americanos esperam que, na próxima primavera já estarão operando no Iraque a partir de seis super bases e 13 bases menores.”

Imediatamente a leste do Irã, estão Afeganistão e Paquistão. O Paquistão é dos principais aliados dos EUA, embora sempre errático; e tem seu próprio arsenal nuclear, sem qualquer regulação ou supervisão. Do mesmo modo que o Iraque a leste, o Afeganistão também é base das atividades imperiais dos EUA, mesmo que ainda não esteja sob total controle dos norte-americanos. Enquanto o governo Obama discute oficialmente o que fazer, “A CIA está deslocando para o Afeganistão equipes de agentes, espiões, analistas e pessoal paramilitar, parte de um amplo movimento de ‘avanço’ dos serviços de inteligência, que converterá a base instalada naquela região em uma das maiores de toda a história da agência”, segundo declarações de funcionários.” – Isso se leu no Los Angeles Times de 20/9 passado.

Vê-se claramente que a embaixada que terá “as maiores e mais caras instalações de todos os tempos” está instalada exatamente a oeste do Irã; e que “uma das maiores bases de toda a história da CIA” também é vizinha do Irã, a leste. Evidentemente, aí estão todos os meios para executar as repetidas ameaças que os EUA têm feito ao Irã. Os EUA não se cansam de dizer “que todas as alternativas estão sendo analisadas”, palavreado que corresponde, no código da guerra, a bem clara ameaça de ataque militar. Não bastassem essas ameaças, o único Estado nuclear do Oriente Médio – Israel – também jamais se acanha de ameaçar o Irã. Manchete incansavelmente repetida, por exemplo nos programas noticiosos da CBS, dizia essa semana que “Israel provoc a os EUA para que ataquem o Irã.” Dia 5/7, a Associated Press noticiou que “o vice-presidente Joe Biden assinalou que o governo Obama não criará obstáculos se Israel decidir atacar as instalações nucleares do Irã.”

Além dos países que mantêm sob ocupação, os EUA têm outras instalações de interesse militar, praticamente à volta do Irã. Não só no Iraque e no Afeganistão, mas também na Turquia, outro país que faz fronteiras com o Irã. Várias grandes bases militares dos EUA (cerca de meia dúzia, no mínimo) existem também na Arábia Saudita, na outra margem do Golfo Persa e nos Emirados Árabes Unidos – a cerca de 160-300km de distância do Irã. Outra vez, podem-se medir as distâncias no mapa.

E não se pode esquecer de incluir nesse contexto a gigantesca base dos EUA no Oceano Índico, na ilha de Diego Garcia, base à qual John Pike, da GlobalSecurity.org, refere-se como “a mais importante unidade militar dos EUA”. Essa base, usada como campo secreto de prisão e tortura, e como base de lançamento de ações terroristas contra o Iraque e o Afeganistão, leva o estranho nome de “Campo Justiça” [ing. Camp Justice]. O território do Irã pode ser rapidamente alcançado pelos bombardeiros e mísseis dos EUA estacionados em “Campo Justiça”.

O mundo às avessas

No mundo imperial, detenções ilegais e tortura são consideradas ‘justiça’. E muitos outros valores são também completamente invertidos, quando se trata de ‘noticiar’ os movimentos pelos quais o ‘império’ norte-americano se mantém.

Dia 28/9, o Irã anunciou que testara alguns mísseis; e que “os mísseis iranianos podem alcançar qualquer alvo, em qualquer local de onde parta qualquer ameaça contra o Irã.” Matéria da Associated Press sobre esses testes levava a seguinte manchete: “Testes de mísseis iranianos fazem aumentar as preocupações.” As “preocupações” teriam aumentado, segundo a AP, porque “várias bases militares dos EUA no Oriente Médio” [passavam a ficar] “ao alcance dos mísseis iranianos”.

Nesse mundo às avessas, defender-se passou a ser agressão, porque quem se defenda ‘cria preocupações’ para os agressores. Basta pensar um pouco:

A principal superpotência mundial mantém bases militares em todo o planeta (são mais de 700!), inclusive nos dois países atualmente sob ocupação dos EUA. Essa Superpotência possui cerca de 10.000 ogivas nucleares; continua a ser o único país do planeta que, até hoje, detonou armas atômicas em cidades populosas, matando e mutilando milhões; e é ainda a mesma Superpotência que, em 1953, derrubou o governo democraticamente eleito no Irã.

Localizado entre os dois países atualmente sob ocupação dos EUA, e cercado por todos os lados por bases militares norte-americanas, o Irã está, isso sim, lutando incansavelmente para conquistar capacidade técnica para defender-se contra os ataques da superpotência cujas instalações militares já praticamente cercaram seu território. E é o Irã que se defende – não a sangrenta história de ocupação e violência dos EUA em todo o mundo (e naquela região) – que “faz aumentar as preocupações” da Associated Press! O Irã não desencadeou nenhuma guerra na história moderna – como bem observou o professor Juan Cole. De fato, as preocupações “aumentam”, porque está crescendo a capacidade de defesa de um Estado que os EUA ainda não conseguiram subordinar.

E aquele padrão ‘midiático’ repete-se incansavelmente. Por exemplo, em matéria divulgada pela agência UPI, dia 25/7. O lead dizia: “Irã bombardeará instalações nucleares de Israel, se Israel atacar o Irã, disse sábado o líder da Guarda Revolucionária Iraniana.” Lead normal e acurado. Mas lá estava, em letras garrafais, a manchete aterrorizante: “General iraniano ameaça instalações nucleares israelenses.”

O Irã sabe bem que a mais recente vítima de ataques militares e ocupação pelos EUA é o Iraque, nação com baixa capacidade de defesa; ao mesmo tempo, a Coreia do Norte, que já testou vários mísseis nucleares e tem reconhecida capacidade nuclear, continua sem ser atacada militarmente.

Irã irracional? Parece que não.

Desde 1979, o Irã tem sido apresentado aos cidadãos norte-americano como inimigo dos EUA; em meses recentes, abundam notícias sobre “a ameaça iraniana”. Mas o Irã foi um dos principais aliados dos EUA, antes de 1979. Para R.K. Ramazani, professor emérito da Universidade de Virginia, “até a Revolução Iraniana, os EUA, de fato, confiaram cegamente que o Irã faria as vezes de “guardião” da região do Golfo. Evidentemente, nada há de inerentemente ‘anti-EUA’ no Irã.”

Se o Irã é hoje uma ameaça aos EUA – e tudo que o governo dos EUA diz e faz indica que, sim, os EUA veem o Irã como uma ameaça – qual, então, seria a natureza dessa ameaça? Serão, mesmo, as armas nucleares? Parece-me pouco provável, por várias razões, algumas das quais discuto adiante.

O prof. Subhash Kapila, especialista do South Asia Analysis Group, publicou artigo, em 2006, no qual diz claramente que “com armas nucleares ou sem elas, o Irã jamais terá meios para oferecer resistência efetiva contra o poderio bélico dos EUA” – ideia que se confirma facilmente, se se consideram as informações acima, sobre bases militares dos EUA na Região.

Kapila diz também que “O principal impulso estratégico que modela a percepção de que o Irã implicaria algum tipo de ameaça aos EUA é a emergência do Irã como potência regional na Região do Golfo – com vários efeitos sobre os interesses nacionais dos EUA na mesma região.”

Gregory Aftandilian, assessor do Congresso para política exterior, acrescentou à discussão um aspecto que raramente se ouve considerado nos EUA: “o Irã não é estúpido a ponto de atacar Israel. (...) É Estado que tem milhares de anos, uma longa história. Teerã não pratica diplomacia de suicídio.”

John Negroponte, em depoimento na Comissão de Inteligência do Senado, quando era diretor do Serviço Nacional de Inteligência, em 2006, foi mais diretamente ao ponto. Para ele, “o poder militar convencional do Irã é considerado uma ameaça aos interesses dos EUA. O Irã está ampliando sua habilidade para proteger o próprio poder militar; nessa medida, ameaça a eficácia das operações dos EUA na Região – potencialmente intimidando aliados regionais de cuja solidariedade depende a eficácia das políticas norte-americanas –, e fazendo aumentar os custos da presença dos EUA e de seus aliados na Região.

“Teerã também continua a apoiar vários grupos terroristas, por considerar que esse apoio é crítico para a proteção do regime, porque aqueles grupos opõem-se a EUA e Israel, contribuem para conter ataques israelenses e norte-americanos, enfraquecem Israel e aumentam a influência do Irã na Região, por efeito da intimidação. O Hizbóllah libanês, principal aliado do Irã dentre os grupos terroristas – embora focado numa agenda nacional libanesa, e apoiando uma rede de terroristas palestinos –, mantém vasta rede mundial de contatos e é capaz de organizar ataques contra os interesses dos EUA, se sentir que seu parceiro iraniano esteja sob ameaça.”

Vale observar que, nesses discursos, “a ameaça iraniana” assume duas formas. Uma, a capacidade para contrariar “interesses dos EUA”. A outra, a competência para conter “ataques dos EUA e de Israel”, vale dizer, “competência [do Irã] para se autodefender”.

Outro fato que torna ainda mais inverossímil que os estrategistas norte-americanos estejam realmente preocupados com bombas nucleares iranianas é a evidência de que os líderes religiosos já impuseram, há anos, proibição total de armas atômicas. Em declaração do governo iraniano à Agência Internacional de Energia Atômica, em 10/8/2005, lê-se: “O líder da República Islâmica do Irã, Aiatolá Ali Khamenei emitiu Fatwa que proíbe a produção, armazenamento e uso de armas nucleares; nos termos dessa Fatwa, o Irã jamais terá armas atômicas.” Não há como duvidar da eficácia dessa Fatwa, se se acredita no que dizem os jornais – que Khamenei é o líder supr emo e real poder no Irã (embora o presidente Ahmedinejad ocupe todas as manchetes).

Nada, de fato, faz muito sentido: os mais irados disseminadores do medo ante a ‘ameaça’ iraniana baseiam sua propaganda, em parte, num alegado fanatismo religioso das lideranças iranianas. Mas uma Fatwa de Khamenei, nesse caso, não seria prova suficiente de que não há qualquer ameaça das ‘armas nucleares iranianas’: para dois pesos, duas medidas?

Resumidamente, se pode dizer que:

1. Não há qualquer evidência de que o Irã esteja realmente produzindo armas nucleares;

2. Se o Irã planejasse produzir armas nucleares, nada haveria de irracional ou ‘fanático’ nessa ideia, dada a gravidade das ameaças que realmente cercam o país e contra as quais é racional que o Irã procure defender-se. E ainda que a máxima irracionalidade esteja nas próprias armas nucleares, sempre haverá mais bombas atômicas irracionais em Israel e nos EUA, do que no Irã; e

3. Se o Irã de fato estiver buscando construir armas nucleares e vier a ter sucesso, a probabilidade de que essas armas sejam usadas para fins ofensivos é praticamente igual a zero.

Se se aceitam as premissas acima, é preciso buscar outra causa, diferente da chamada “ameaça nuclear iraniana”, para explicar a histeria anti-Irã que toma conta dos EUA.

O “jogo” – como dizem os geoestrategistas do ‘império’ norte-americano – consiste em defender o espaço privilegiado de um único poder regional. Só há lugar para um país-‘líder’, que modele os eventos na Região e, pelo menos, tenha poder para vetar ações intentadas por outros Estados. Os EUA querem reservar para eles mesmos esse espaço e esse posto – em parceria com seu Estado-cliente, Israel. A verdadeira “ameaça iraniana”, portanto, advém de o Irã – aos olhos dos estrategistas dos EUA – ter ou parecer ter potencial para realmente ameaçar a hegemonia da dupla EUA-Israel na Região.

O bizarro mundo que, para os norte-americanos ‘informados’ pela mídia, seria o Oriente Médio é mostrado como mundo às avessas, porque é indispensável manter ocultados os objetivos imperialistas dos EUA para toda aquela Região. Assim, é útil manter os cidadãos norte-americanos hipnotizados de medo ante uma “ameaça iraniana” que seria consequência de antiamericanismo fanático ou de fanatismo religioso. Ante tal inimigo, a única via razoável a considerar seria manter-se em guerra, sempre a postos para “atacar preventivamente” inimigo tão perigoso.

O trabalho do sistema de propaganda dos EUA para o Oriente Médio opera para criar uma percepção de que o mundo é local perigoso, cheio de armadilhas e ameaças. Por isso há “a ameaça iraniana” e a “ameaça terrorista”, exatamente como, antes, houve a “ameaça comunista”. O custo para manter o império norte-americano é muito alto, e só cidadãos aterrorizados aceitariam desperdiçar quase 700 bilhões de dólares num único ano, para manter exércitos de ocupação, como aconteceu em 2009. Esse número, já muito alto, sobe à estratosfera se se incluem os gastos com veteranos, com os programas especiais, com ajudas a países-parceiros nas guerras, com juros de dívidas de guerras passadas, e a lista é longa. O império é empreitada caríssima – e o medo, por isso, tem de ser correspondenteme nte imenso.

É importante que os norte-americanos aprendamos a ver o mundo como o mundo é, não às avessas; que aprendamos a identificar corretamente as ameaças que crescem à nossa volta. O Irã, os iranianos e suas armas nucleares com certeza não estão incluídos nessa lista de ameaças e ‘perigos’ reais.

Do Grupo Beatrice

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Conservadores aprovam intervenção no Pará

A questão agrária no Pará é uma das mais complexas e emblemáticas do Brasil, com ingredientes de grilagem e violência no campo, assassinatos de lideranças rurais entre outras. A reintegração de posse das terras é reflexo de toda essa situação.

De Belém,
Moisés Alves

Recentemente o Tribunal de Justiça paraense aprovou um pedido de intervenção federal objetivando o cumprimento das ordens de reintegração de posse em terras invadidas no Estado. A palavra final fica a cargo do Supremo Tribunal Federal (STF); atualmente a corte tem hoje na fila 116 pedidos semelhantes de toda parte de nosso País.

Os latifundiários e proprietários rurais do Pará reclamam da demora do governo de Ana Júlia Carepa (PT) em retirar os invasores. Hoje mais de 70 mandados judiciais de reintegração estão na fila para serem cumpridos.

Um dos casos que aguardam cumprimento judicial e a fazenda Maria Bonita, localizada em Eldorado dos Carajás que foi invadida desde julho de 2008 pelo MST. Essa área pertence à Agropecuária Santa Bárbara, que tem o banqueiro Daniel Dantas como sócio.

A decisão do Tribunal de Justiça ocorreu em um julgamento em bloco de pedidos de intervenção federal feitos por proprietários e sindicatos rurais e assinados pela Faepa (Federação de Agricultura e Pecuária do Pará) e pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

Segundo Ibrahim Rocha, procurador-geral do Estado, afirma que não há razão para intervenção porque o cronograma de reintegrações vem sendo seguido pela polícia, que já prendeu em Xinguara três dos seis sem-terra acusados de atos de vandalismo no sul do Estado.

O que ocorre de fato?

Existe atualmente por parte dos setores conservadores em nosso país uma tentativa de criminalizar os movimentos sociais no Brasil em especial o MST, ao mesmo tempo em que buscam desgastar governos democráticos como o de Lula e Ana Júlia. Governos estes eleitos legitimamente em repúdio ao projeto conservador que eram implementados no Brasil e no Pará, apoiados por grandes banqueiros e latifundiários.

É evidente que diferente dos governos conservadores em especial os do Demo-Tucano antes prevalecia à truculência e a falta de dialogo, a exemplo do massacre em Eldorado dos Carajás no sudeste paraense, episodio esse de repercussão nacional e internacional que nos envergonha até hoje como um caso entre tantos de desrespeitos e violação aos direitos humanos.

Não é de agora que tentativas como essas tem sido recorrentes. Recentemente a Senadora do Estado do Tocantins, Kátia Abreu, do DEM, representando interesses dos grandes latifundiários do país, pediu intervenção federal no Pará, para, segundo ela, reintegrar 111 propriedades.

A intervenção no Estado do Pará representa uma fronta à democracia e a falta de respeito ao povo paraense que repudiaram a política neoliberal conservadora do PSDB no solo do Pará elegendo Ana Júlia. O que está em jogo de fato são as eleições de 2010, que desesperados os conservadores de plantão tentam de todas as formas voltarem ao poder central no Brasil e no Pará.

Do Portal do Vermelho.org

Apagão mental


A tentativa tosca de politizar uma questão absolutamente técnica que foi o blecaute de terça-feira mostra quanto despreparada, sem bandeira e sem programa se encontra a oposição.Claro que os responsáveis pela área de energia do país ainda devem explicações consistentes sobre o que aconteceu. Espera-se que eles as deem, pois são pagos para isso. E, também, que se esforcem para que acidentes do tipo não voltem a ocorrer - e, se acontecerem, sejam prontamente resolvidos.Mas o que a oposição clama não é por explicações. Para ela, os culpados já estão definidos, e são, pela ordem, o presidente Lula e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, sua candidata a sucedê-lo.As ações de tucanos e pefelistas beiram o patético, como esse pedido para chamar Dilma ao Congresso para dar explicações sobre o ocorrido. Como não sabe de que maneira se opor aos êxitos do governo Lula, os oposicionistas instauraram um vale-tudo eleitoral que expõe a público os seus defeitos mais profundos. Na quinta-feira, por exemplo, quando a ministra Dilma concedia uma entrevista coletiva, depois de uma reunião com o presidente Lula e integrantes do setor energético, os jornais recebiam, via e-mail, um release da assessoria do deputado federal Ronaldo Caiado, o líder do DEM.De tão ridículo, merece ser transcrito na íntegra. E não vale nem a pena comentá-lo. Ele é auto-explicativo no que tem de grotesco:

“Onde está Dilma? “, questiona Caiado

O líder do Democratas, Ronaldo Caiado (GO) chamou a atenção nesta quinta-feira (12) para o fato da ministra da Casa Civil, e primeira ministra de Minas e Energia do segundo mandato do governo Lula, Dilma Rousseff, não ter vindo à público dar explicações sobre o apagão que atingiu o Brasil essa semana. "Onde está Dilma? Sempre puxou para si as glórias do modelo elétrico do país, e agora, desaparece e não dá explicação alguma", disse. Caiado chamou a atenção para as consequências à população brasileira, primeiramente aos hospitais e às UTIs, onde dezenas de pacientes internados passaram por risco de vida. "Com aqueles hospitais e aquelas estruturas sem a condição mínima de ter um gerador, as crianças ou adultos, em casos graves, tiveram de ser transferidos para outras maternidades ou outros hospitais, sem dizer que até este momento nós ainda não temos o abastecimento de água na cidade de São Paulo", indignou-se.
O democrata apresentou alguns dados que demonstram a incapacidade técnica da ministra Dilma de gerir qualquer assunto. De acordo com os números da Assessoria de Orçamento do Partido, dos mais de R$ 12 milhões da dotação autorizada em 2009 apenas R$ 483 mil foram pagos. Estão excluídos os investimentos feitos pelas estatais. Para ter acesso a esses dados, Caiado fez um requerimento de informações na última quarta-feira, 11.
Para Caiado, esses números demonstram, mais uma vez, a falha do governo em gerenciar uma situação de risco no Brasil. "Com diárias, o gasto do governo chegou a R$ 584 milhões este ano", revelou, de acordo com dados do Siafi. "Tecnicamente, Dilma falhou. Politicamente, fugiu. São sinais extremamente negativos. Como é que uma técnica como essa deseja governar o país? Quer dizer que amanhã, se ela estivesse à frente do governo, na primeira crise que tivéssemos que enfrentar, nós não íamos achá-la. Desapareceu. Sumiu", concluiu o líder.

Do blog do Motta

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Petistas ironizam oposição por comparar "apagões"

O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou classificou o episódio como um "microincidente dentro de conquistas extraordinárias que o Brasil teve durante sete anos na produção de energia".

Questionando se a oposição estaria "pesando demais a mão sobre o governo", Tarso respondeu dizendo que as comparações com apagões anteriores são descabidas.
"Estão comparando uma catástrofe que houve naquele momento (1999 e 2001) com um tropeção na distribuição de energia. É mais um equívoco da oposição", finalizou.

Berzoini: "aves de rapina" estão felizes

Já o deputado federal e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Ricardo Berzoini, afirmou que as "aves de rapina" estão felizes com o ocorrido. Segundo ele, não há como comparar o que aconteceu agora com o apagão de 2001, quando o Brasil viveu um período de racionamento de energia.

"Quando falo de 'aves de rapina' me refiro a alguns políticos (da oposição) e jornalistas que tentaram fazer essa comparação. A comparação que tentaram fazer é descabida. Hoje não há nenhum problema estrutural no setor. Em 2001, vínhamos de um período de falta de investimento, que resultou naquela situação bastante grave", disse.

Segundo o deputado, é óbvio que a oposição vai tentar explorar o assunto. "É natural. O que aconteceu ontem é diferente de uma crise de disponibilidade de energia. É uma coisa lamentável, que trouxe transtornos para a população, mas não me parece que haja motivos para amanhã ou depois acontecerem novos eventos desse tipo."

Berzoini disse que o que vivemos ontem foi um incidente "temporário". "O sistema de transmissão brasileiro é seguro e ao que tudo indica houve uma falha operacional. Algo de muito forte deve ter acontecido", afirmou.

Ideli defende Dilma

A líder do governo no Congresso, Ideli Salvatti (PT-SC), respondeu à iniciativa da oposição de pedir informações ao governo sobre o episódio do problema energético de ontem. Segundo ela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, têm todo o interesse de esclarecer à sociedade o que ocorreu. Entretanto, isso só pode ser feito depois de apuradas as razões do blecaute, o que já está ocorrendo, segundo ela.

Sobre a tentativa de a oposição querer vincular o nome de Dilma Rousseff a uma eventual crise no sistema por ela já ter ocupado a pasta de Minas e Energia, Ideli defendeu a ministra da Casa Civil. "Quando Dilma foi ministra, não tivemos apagão."

Lula: não falta investimento

O governo ainda não tem um retrato fiel do que aconteceu na noite desta terça-feira, quando parte da distribuição de energia no País foi interrompida durante algumas horas, mas segundo o presidente Lula, duas coisas são claras e certas: não faltou geração de energia e o problema não foi causado por falta de linha para interligar o sistema elétrico brasileiro. Por isso não cabe comparar o que aconteceu ontem à noite com o ocorrido em 2001.

Lula afirmou que a diferença deste blecaute para o ocorrido em 2001, na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é que naquela época o país não produzia energia suficiente e não tinha linha de transmissão.

"O que aconteceu em 2001 é que a gente não produzia energia suficiente. Além de não produzir o suficiente, a gente não tinha linhas de transmissão para interligar todo o sistema elétrico brasileiro. Hoje nós estamos com o sistema elétrico brasileiro todo interligado. Nesses últimos sete anos, o que nós fizemos de linhas de transmissão no Brasil equivale aproximadamente a 30% de tudo que foi feito em 123 anos no País. Nós fizemos não apenas um forte investimento no setor de transmissão de energia, como fizemos um forte investimento na modernização do sistema energético brasileiro", disse Lula.

O presidente afirmou estar esperando uma reunião entre a Aneel, ONS, Ministério de Minas e Energia (MME) e diretores das empresas que fazem parte do sistema Eletrobrás para esclarecer o incidente. O presidente não pretende especular sobre o caso:

"É importante que a gente não faça de uma coisa dessa nenhuma tese. Que a gente constate o fato e com o fato a gente possa melhor informar a sociedade brasileira. Eu sinceramente não posso dizer que foi um raio, não posso dizer que foi um vento, não posso dizer que foi erro humano enquanto eu não tiver a informação concreta e objetivo do que aconteceu. (…) Além disso, se eu falar, estarei chutando, e eu não vou chutar nesse assunto", disse.

As declarações de Lula foram feitas durante entrevista coletiva com ele e com o presidente de Israel, Shimom Peres, no Itamaraty.

Peres, ao fazer um discurso no qual elogiou a participação do Brasil na busca de paz no Oriente Médio fez um trocadilho infeliz com o programa Luz para Todos do governo federal. "O presidente criou o programa Luz para Todos, portanto luz para todos nós. Senhor presidente, venha e acenda a luz para todos nós no Oriente Médio".

Da redação,
Cláudio Gonzalez
com agências

Do Vermelho.org

"Mensalão foi tentativa de golpe", diz Lula

Presidente insinua suposta armação na aproximação entre PT e Marcos Valério, mas afirma que só falará mais quando deixar cargo


Petista faz críticas à "inveja" de FHC e diz que soube por um interlocutor que a oposição tinha o objetivo de patrocinar seu impeachment

Rede TV/Divulgação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chora durante a gravação de entrevista à RedeTV! ao falar da morte da sua primeira mulher

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o mensalão foi uma tentativa de "golpe" da oposição para derrubá-lo: "Foi uma tentativa de golpe no governo... Foi a maior armação já feita contra o governo", disse ao programa "É Notícia", da RedeTV!, gravado ontem.
Lula disse ter "desconfiança" da relação entre o PT e o publicitário Marcos Valério, insinuando suposta armação na aproximação entre o seu partido e o operador do escândalo de corrupção política que marcou o primeiro mandato do petista: "Marcos Valério não vem do PT, vem de outras campanhas".
Lembrado de que Valério emprestou dinheiro ao PT, que o repassou a deputados aliados, Lula mantém a versão de que o mensalão não existiu, mas evitou falar mais: "Depois que eu deixar a Presidência vou querer me inteirar um pouco mais disso, mas, como presidente, não posso ficar futucando", disse.
Ele disse que nunca recebeu, à época do mensalão, em 2005, uma proposta para desistir de se candidatar à reeleição ou de renunciar, mas afirmou que foi alertado por um interlocutor de que a oposição queria patrocinar o seu impeachment.
A respeito das críticas recentes do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em artigo nos jornais "O Estado de S. Paulo" e "O Globo", nas quais o tucano falava em risco de "subperonismo", Lula disse que seu antecessor é um "poço de mágoas" e que tem "inveja" dele.
Disse que o PSDB não se conforma de um "peão" fazer um governo melhor que o de FHC. Disse que imagina ainda ter uma relação pessoal de amizade com o tucano, mas que politicamente estão estremecidos.
Lula não quis responder diretamente a um comentário do cantor Caetano Veloso em "O Estado de S. Paulo" -o de que Marina Silva "não é analfabeta como o Lula, que não sabe falar, é cafona falando, grosseiro".
Lula reagiu com ironia. Disse que a resposta a Caetano ele dera na noite de anteontem, ao colocar um CD de Chico Buarque para ouvir. Chico é seu cantor preferido -os atores são Antonio Fagundes e Fernanda Montenegro. A cantora, Marisa Monte. Ao falar do filme preferido, "Cinema Paradiso", brincou: disse que esperava que o predileto viesse a ser "Lula, o Filho do Brasil", que terá pré-estreia na semana que vem.
Lula disse que a população entendeu sua metáfora da necessidade de fazer alianças para poder governar: "Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão".
O petista disse que a expressão "nunca antes neste país" não seria injusta com governos anteriores porque alguns de seus feitos são inéditos.
No primeiro bloco da entrevista, Lula chorou ao responder qual havia sido o momento mais difícil de sua vida antes das candidaturas presidenciais: falou que foi a morte da primeira mulher, Lourdes, grávida de sete meses, em 1971. O presidente disse que talvez exagere ao lembrar as qualidades de sua mãe, dona Lindu, mas disse que se lembrava de modo especial.
A entrevista, concedida ao repórter especial da Folha Kennedy Alencar, que também apresenta o programa semanal "É Notícia", irá ao ar no domingo às 19h45, na RedeTV!, e será reprisada após a meia-noite.

Do blog da Dilma

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Corrupção custa até US$40 bilhões por ano a países mais pobres

Corrupção custa até US$40 bilhões por ano a países mais pobres

Por: Tamara Walid

Banco Mundial estima que nos últimos 15 anos aproximadamente US$ 15 bilhões foram recuperados por todas as jurisdições (Foto: Reprodução)

Doha - A corrupção custa aos países em desenvolvimento de 20 bilhões a US$ 40 bilhões por ano e mercados emergentes e centros financeiros são cada vez mais portos-seguros para o dinheiro desviado, disse a diretora-gerente do Banco Mundial, Ngozi Okonjo-Iweala, no sábado.

Iweala disse que "uma ação global simultânea" tanto por países desenvolvidos como em desenvolvimento é necessária para controlar o fluxo de fundos ilícitos e pediu aos governos que ratifiquem a Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção (CNUCC).

"Estima-se que de 20 bilhões a US$ 40 bilhões por ano de recursos desviados saem de países em desenvolvimento para países desenvolvidos todos os anos", afirmou Iweala, ex-ministra das finanças da Nigéria, à Reuters durante conferência contra a corrupção na capital do Catar.

"Cada vez mais vemos que os países emergentes e os centros financeiros também são portos de destino para esse dinheiro."

A representante do Banco Mundial disse que uma promessa do G-20 de ajudar a prevenir o fluxo de capital ilegal e tentar devolver o dinheiro aos países de origem é um primeiro passo importante.

"Agora, o que precisamos é de mais ação", disse ela. "Os países desenvolvidos que recebem esse dinheiro têm de implementar a CNUCC e enviar esse dinheiro de volta e os países em desenvolvimento têm de pedir a ajuda dos países desenvolvidos."

A adoção da convenção da ONU permitiria uma base para lutar contra a corrupção, disse ela, e ajudaria a superar obstáculos legais em diferentes jurisdições.

"Portanto, se os países realmente querem fazê-lo, eles podem porque eles podem eliminar todas essas exigências legais e congelar os ativos, tomá-los e enviá-los de volta", disse ela.

Iweala disse esperar que a convenção anticorrupção da ONU "não seja mais um plano bom que virará um depósito de poeira", mas um que todos os países vão assinar. "Quando você o ratifica, precisa aplicar seus princípios a seu ambiente regulatório", disse ela.

Entre os países que estão "fazendo um grande esforço" para devolver os recursos desviados estão a Suíça, o Reino Unido e os Estados Unidos, disse ela.

A divisão de integridade do Banco Mundial proibiu algumas empresas acusadas de corrupção de participar de seus processos de licitação, algo que tem evitado a proliferação da atividade, segundo ela.

"Essas empresas incluem nomes importantes do mundo desenvolvido e de países em desenvolvimento", acrescentou ela.

O Banco Mundial estima que nos últimos 15 anos aproximadamente US$ 15 bilhões foram recuperados por todas as jurisdições, segundo ela. Iweala acresentou: "Isso é apenas uma gota na bacia do que acontece todos os anos."

"Países em desenvolvimento têm de trabalhar duro para lutar contra a corrupção e impedir as pessoas de roubar dinheiro", disse ela. "E os países que recebem os recursos desviados devem enviá-los de volta e mostrar a essas pessoas que não há impunidade."

Fonte: Reuters

Fidel diz que acordo militar é "anexação da Colômbia pelos EUA"

Fidel diz que acordo militar é "anexação da Colômbia pelos EUA"

Por: Nelson Acosta

Arquivo: Fidel Castro e Evo Morales (Foto: David Mercado/Reuters)

Havana - O acordo que permite a soldados norte-americanos utilizarem bases militares colombianas "equivale à anexação" da Colômbia pelos Estados Unidos, disse o ex-presidente cubano Fidel Castro, unindo-se à rejeição ao pacto já expressa por outros líderes latino-americanos.

Em um texto divulgado nesta sexta-feira, Fidel, de 83 anos, afirmou que o acordo bilateral firmado em 30 de outubro ameaça não somente a Venezuela, mas também o Equador e outras nações sul-americanas e é uma tentativa de derrubar a "revolução venezuelana".

"Qualquer pessoa medianamente informada compreende de imediato que o açucarado 'Acordo Complementar para a Cooperação e Assistência Técnica em Defesa e Segurança' (...) equivale à anexação da Colômbia pelos Estados Unidos", disse Fidel em um texto lido na TV de Cuba.

O governo de Hugo Chávez na Venezuela é o principal aliado político e econômico de Cuba e, por sua vez, um dos mais duros críticos de Washington na região.

O programa de cooperação econômica entre Caracas e Havana alcançou em 2009 a cifra de U$ 1,499 bilhões na execução de 107 projetos, segundo dados oficiais.

"Não é honesto guardar silêncio agora e falar depois sobre soberania, democracia, direitos humanos... quando um país é devorado pelo império (os Estados Unidos) com a mesma facilidade com que um lagarto captura uma mosca", afirmou Fidel.

O primeiro secretário do governista Partido Comunista, cargo político que Fidel ainda mantém, disse que o combate ao narcotráfico, ao terrorismo internacional e ao tráfico de armas são argumentos esgrimidos por Washington para incrementar sua presença militar na Colômbia e em todo o hemisfério.

"A presença de tropas ianques em qualquer país da América Latina com esse propósito é uma descarada intervenção estrangeira em seus assuntos internos, que inevitavelmente provocará o rechaço de sua população", destacou.

Na quarta-feira (4), Fidel acusou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de seguir um "caminho sórdido e desprezível" na relação com os povos latino-americanos, depois da assinatura do acordo que permite a soldados norte-americanos usarem sete bases militares na Colômbia.

Fidel Castro foi substituído na presidência de Cuba por seu irmão mais novo, Raúl, em fevereiro de 2008. Em julho de 2006, o líder cubano repassou seus cargos por causa de uma doença que o deixou à beira da morte.

Mas Fidel se mantém ativo em suas opiniões, divulgadas pelos meios de comunicação oficiais.

Fonte: Reuters

Da rede Brasil Atual

Weissheimer: Paraguai será uma nova Honduras?

Do blog do Rodrigo Vianna, (O Escrevinhador)

Marco Aurélio Weissheimer escreve sobre o quadro preocupante no Paraguai.

Semana passada, o presidente Lugo teve que trocar toda a cúpula das Forças Armadas. Havia rumores de um golpe de Estado em gestação. Escrevi sobre isso aqui - http://www.rodrigovianna.com.br/vasto-mundo/rumores-de-golpe-no-paraguai-lugo-reage.

Weissheimer, do ótimo RS Urgente, dá mais detalhes sobre o caso - http://rsurgente.opsblog.org/2009/11/09/paraguai-uma-nova-honduras/

Confira o texto dele, abaixo...

O governo de Fernando Lugo está sob forte ataque da direita paraguaia. O objetivo declarado é um só: derrubá-lo do poder. Em um artigo publicado no semanário Pulso, da Bolívia, o jornalista Pablo Stefanoni relata as dificuldades do novo governo que assumiu um país que, até então, era “governado por máfias de todos os níveis, dedicadas a todo tipo de tráficos, contrabando e ilegalidades diversas, amparadas por um poder com o qual compartilhavam o botim. Ou simplesmente eram as máfias que exerciam, sem intermediários, o poder”.

Há duas semanas, relata Stefanoni, foi tornado público o conteúdo de um email de um pecuarista chileno de nome Avilés, residente no Paraguai há mais de 30 anos, que propõe a arrecadação de uma contribuição financeira entre seus pares empresariais para comprar armamentos, formar milícias e identificar e matar comunistas. “Do mesmo modo que ocorreu em Honduras com as pequenas reformas de Manuel Zelaya, a rançosa elite paraguaia não suporta o ex-bispo como presidente. Só um parâmetro: fazer um simples cadastro das propriedades agrícolas já é uma medida revolucionária no Paraguai, onde latifundiários e brasiguaios (filhos de brasileiros nascidos no Paraguai) controlam suas fazendas na ponta de escopetas. Além disso, em setembro, Lugo anunciou o cancelamento de exercícios militares que seriam realizados por 500 militares dos Estados Unidos e efetivos do Paraguai, programados para 2010 sob o nome de “Novos Horizontes”.

Um pecado mortal de Lugo. No email enviado a seus pares, o pecuarista chileno convoca:

Até quando teremos que esperar para combater estes comunistas filhos da puta que estão querendo destruir nosso querido Paraguai, como fizeram os Allendistas no Chile, desde 1968, até o 11 de setembro de 1974, ou então nos convertermos em uma Nova Colômbia. Quantos pais, irmãos e filhos teremos que enterrar para poder reagir. Quanto luto e dor terão que suportar nossas mães, esposas ou filhas antes de liquidar esta peste representada pelos subversivos comunistas? (…) É hora de perseguir, capturar e liquidar fisicamente a todos os comunistas que atentam contra nossas vidas e posses”.

Mini-vestido rosa de Geisy põe a nú o fascismo enrustido em parte da classe média brasileira

Num caso de estupro, a culpa é da menina que "deu mole". Em caso de agressão física, a culpa é sempre da mulher. Nelson Rodrigues dizia que num caso destes, "o homem pode não saber porque está batendo, mas a mulher sabe muito bem porque está apanhando"

Geisy foi humilhada e agredida moralmente porque foi "exibida". Dezenas de rapazes e moças vaiaram e agrediram verbalmente a menina e, se não houvesse a presença da polícia, haveria linchamento.

A UNIBAN expulsou a Geisy. Ela é a culpada de tudo que houve recentemente.

Entra ano e sai ano e muito pouco se avança nestas questões. O Brasil ainda é um país onde uma parte da classe média é fascista e tem dificuldade em viver num regime democrático.

O machismo ainda é muito forte e se justifica porque as mulheres "são liberais demais" e estimulam comportamentos agressivos de machos enfurecidos.

O Ministério da Educação pediu explicações. A Secretaria de Política para as Mulheres também.

Na CBN, há uma divisão: Alexandre Garcia é a favor da expulsão e coloca a culpa na menina.

O Merval Pereira e o Sardenberg acham a expulsão um absurdo.

A Míriam Leitão não sei o que acha. Logo ela que se mete a falar de tudo que é assunto, especialmente de questões raciais e de gênero...

O G1 acha que a menina é culpada. Deduzo isso pelo título e subtítulo de matéria recente "Advogado de aluna vai entrar na Justiça para que ela termine semestre na Uniban"

Objetivo da defesa é que ela conclua o curso de turismo.
Ela foi expulsa após causar alvoroço com um minivestido rosa.

Quer dizer que não foram os fascistinhas que causaram o alvoroço, foi ela?

***

Todos estão se manifestando sobre o caso Geisy, mas o Governador do Estado de São Paulo, onde está situada a Uniban, não tem nada a declarar?

Agora, no final do dia, quando avaliou as perdas de todo tipo que teria, a Uniban resolveu revogar a expulsão da Geisy.

A questão agora é: o que se faz com os fascistóides da Uniban?

E o Serra, o que dirá na campanha eleitoral, quando a Dilma perguntar a opinião dele sobre o "Caso Geisy/Uniban"?

Do blog FBI

Verdadeiros muros da vergonha foram erguidos nos EUA e em Israel

O exemplo mais recente vem da Eslováquia. Em outubro, uma muralha de 150 metros de comprimento e dois de altura foi erguida na cidade de Ostrovany, uma comunidade rural no nordeste do país, com o intuito de isolar um acampamento de ciganos.

A ação, aprovada em 2008 pelas autoridades locais e colocada em prática na última semana, é o último capítulo da crescente tensão entre os habitantes da localidade e os ciganos. Os habitantes de Ostrovany os acusam de roubar frutas dos jardins privados. Episódios violentos foram registrados, como a morte de um fazendeiro por membros da comunidade cigana e manifestações de grupos de extrema-direita para qualificar o que chamam de “terror cigano”.

O prefeito de Ostrovany, Cyril Revákl, afirmou ao diário eslovaco SME que a medida não é racista. “Sei que há muita gente decente vivendo entre os ciganos, mas ninguém deve passar pelo inferno diário de enfrentamentos”.Já a secretaria que representa a comunidade cigana anunciou que investigará a construção do muro. O responsável, Ludovít Galbavý, classificou a construção como “discriminatória”.

Israel e Palestina

Um dos mais emblemáticos e polêmicos muros atuais é o que separa Israel do território palestino da Cisjordânia. Uma pequena parte dele (cerca de 20%) coincide com a antiga Linha Verde, fronteira definida em 1948; os 80% restantes situam-se em terras palestinas.

A muralha começou a ser construída em 2002, durante o governo do ex-primeiro ministro israelense Ariel Sharon, com a justificativa de evitar a entrada de terroristas em Israel. O Tribunal Penal Internacional a declarou ilegal em 2004, pois ela corta terras palestinas e isola cerca de 450 mil pessoas.De acordo com dados de abril de 2006 fornecidos por Israel, a extensão total da barreira é de 721 km, dos quais 58,04% estão construídos, 8,96% em construção e 33% por construir. Veja o mapa atual.

Às vésperas do aniversário da queda do Muro de Berlim, jovens palestinos derrubaram na sexta-feira (6) uma parte da construção na cidade árabe de Naalin e foram repreendidos por militares israelenses com bombas de gás lacrimogêneo (foto abaixo). “Não importa o quão alto sejam, todos os muros cairão”, proclamava um cartaz colocado na estrutura pelos jovens.

Para o analista israelense Michael Warschawski, diretor do Centro de Informação Alternativa, o muro tem um impacto duplo: “Primeiro, porque condena os palestinos a viverem em um gueto forçado. Segundo, porque reflete a política distorcida de isolamento de Israel, que prefere resolver seus problemas pela separação.”

De acordo com Warschawski, a ineficácia da construção, que chega a dividir cidades inteiras, é comprovada. “O muro não interrompe completamente a circulação de pessoas. Para cruzar os territórios, existem alternativas”.

EUA e México

Com o propósito de impedir a entrada de imigrantes ilegais mexicanos, os Estados Unidos ergueram um muro de 3.141 quilômetros na fronteira, que abrange os estados do Texas, Califórnia, Novo México e Arizona.

Desde 1994, quando a muralha começou a ser construída na gestão do ex-presidente Bill Clinton, mais de 5,6 mil pessoas morreram tentando atravessar para o lado norte-americano, segundo um relatório do escritório de contabilidade da Casa Branca (GAO, na sigla em inglês). Além disso, as causas das mortes mudaram. Antes eram provocadas por acidentes de trânsito, já que os imigrantes corriam em rodovias nas áreas fronteiriças. Agora, acontecem por hipotermia no deserto ou afogamentos no rio Grande.

O documento também apontou que os custos são igualmente altos. Cada vez que surge um buraco, são gastos 1.300 dólares no conserto. A manutenção do trecho de 1.058 km com uma cerca de duas camadas na fronteira EUA-México deverá custar 6,5 bilhões de dólares nos próximos 20 anos.

“É um desperdício de recursos e criatividade”, avaliou Jorge Mario Cabrera Valladares, da Coalizão por Direitos Humanos dos Imigrantes de Los Angeles (CHIRLA na sigla em inglês), à agência EFE. “Nosso dinheiro pago em impostos está sendo desperdiçado em uma estratégia velha e ineficiente em vez de trabalharmos em uma reforma séria, de longo prazo e aplicável à imigração”.

Neste site, é possível acompanhar pequenas histórias de imigração ao longo da fronteira. Neste filme, os diretores mostram o trabalho do grupo Beta na cidade de Nogales (foto abaixo), que busca convencer os mexicanos a não cruzarem para o lado norte-americano.

Brasil

O Rio de Janeiro também tem seu muro, construído com o argumento de evitar que construções precárias em favelas destruam trechos da vegetação da Mata Atlântica. No entanto, ONGs e movimentos sociais alegam ser na verdade uma forma de separar as partes mais ricas da sociedade das mais humildes.

"Não há discriminação. Pelo contrário, nós estamos construindo casas para eles em todos os lugares e melhorando suas vidas", disse Tania Lazzoli, porta-voz da Secretaria de Obras Públicas do governo.

Em março, o escritor português José Saramago criticou a ação em seu blog: “Cá para baixo, na Cidade Maravilhosa, a do samba e do carnaval, a situação não está melhor. A ideia, agora, é rodear as favelas com um muro de cimento armado de três metros de altura. Tivemos o Muro de Berlim, temos os muros da Palestina, agora os do Rio. Entretanto, o crime organizado campeia por toda a parte, as cumplicidades verticais e horizontais penetram nos aparelhos de Estado e na sociedade em geral”.

No morro Santa Marta, já foram construídos mais de 600 metros de muro, enquanto na Rocinha o governo concordou em limitá-lo às zonas com risco de deslizamento. O restante será transformado em sítios ecológicos e reservas naturais.

Fonte: Opera Mundi. Título do Vermelho

Do Portal Vermelho.org

Sob pressão, Uniban recua e anula expulsão de Geisy

Do Portal do Vermelho.org

O texto, lacônico, afirma apenas que o reitor revogou decisão do Conselho Universitário da Uniban e que, com isso, “dará melhor encaminhamento à decisão”.

Na noite desta segunda-feira, a União Nacional dos Estudantes (UNE) realizou um protesto em frente à Uniban contra a expulsão de Geisy. Integrantes de diversos movimentos sociais também compareceram ao protesto em frente à universidade.

A manifestação foi atacada por alguns alunos que, do lado de dentro do campus, vaiaram e exigiam que os manifestantes fossem retirados da rua diante da Universidade. Nenhum conflito foi registrado.

No domingo, o presidente da UNE, Augusto Chagas, afirmou que a decisão de expulsar a aluna era descabida, e completou:

"É como nos casos em que se responsabiliza a vítima de um assalto por estar segurando a carteira, ou se diz que uma mulher é culpada quando sofre um assédio ou abuso por causa da sua roupa. Isso nos parece lamentável."

O movimento Marcha Mundial das Mulheres, presente na manifestação, distribuiu um panfleto denunciando a violência. "Nos manifestamos hoje para denunciar a violência sexista e a cumplicidade da universidade frente à este caso. A decisão da Uniban de expulsar a estudante contribui para banalizar estimular e justificar a violência dentro da universidade e fora dela", diz o manifesto.

Geisy foi xingada e ameaçada fisicamente nos corredores da universidade no último dia 22 de outubro por usar um vestido rosa, considerado "imoral" segundo alguns universitários e "absolutamente normal" por outros. Geisy foi proibida de frequentar as aulas e, neste fim de semana, foi expulsa da Uniban.

A reitoria da universidade revogou a decisão do conselho universitário que expulsou a aluna, depois que o Ministério Público Federal em São Paulo instaurou Inquérito Civil Público para apurar os detalhes da expulsão.

O intuito do MP era saber se a estudante teve o devido direito de defesa garantido. Outro inquérito será aberto pela Polícia Civil de São Bernardo do Campo para apurar crime de injúria contra a estudante, de acordo com a Delegacia de Defesa da Mulher no ABC paulista.

O Ministério da Educação também deu prazo de dez dias para que a Uniban explique o caso, já que a expulsão da aluna foi divulgada por meio de um anúncio da universidade em jornais de São Paulo, no último domingo.

Segundo a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Educação Superior do MEC, a notificação será entregue esta semana à universidade. Se as explicações não forem satisfatórias, deve ser aberto um processo de supervisão especial para avaliar se a aluna teve direito a defesa.

De acordo com o procurador-regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo, Jefferson Aparecido Dias, que conduz a investigação, o objetivo do inquérito do MP é investigar se foi adotado o devido processo legal e respeitados os princípios do contraditório e da ampla defesa e se a Uniban agiu de forma discriminatória.

“O que se espera de uma universidade é que ela tenha condições de formar cidadãos. No presente caso, é bastante preocupante a postura da Uniban, que pode indicar que ela não está preocupada com essa formação integral. Além disso, aparentemente, a vítima foi transformada em culpada sem que tivesse a condição de expor a sua versão dos fatos”, disse.

O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, também comentou a expulsão. Segundo ele, o gesto consagra "uma mentalidade obscurantista e nefasta, que há muito se supunha extinta deste país".

Para a OAB, segundo Britto, houve no episódio intolerância, discriminação e violência contra a mulher, por parte também do Ministério da Educação da União Nacional dos Estudantes.

Da redação, com agências