sábado, 8 de agosto de 2009

Quem vai nos "descorromper"

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Omissão milionária
8 ago 2009 - 11:02

Blog do Zé Beto

Da Revista Época, em reportagem de Matheus Leitão


O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) é um dos que mais usam o palanque para exigir transparência do governo e de seus adversários. Mas, quando o assunto são suas próprias contas, ele não demonstra ter os cuidados que tanto cobra. Em 2006, Dias informou à Justiça Eleitoral que tinha um patrimônio de R$ 1,9 milhão dividido em 15 imóveis: apartamentos, fazendas e lotes em Brasília e no Paraná. O patrimônio de Dias, no entanto, era pelo menos quatro vezes maior. Ele tinha outros R$ 6 milhões em aplicações financeiras.

O saldo das contas não declaradas de Álvaro Dias foi mostrado a ÉPOCA pelo próprio senador, inadvertidamente, quando a revista perguntou sobre quatro bens em nome da empresa ADTrade, de sua propriedade, que não apareciam em sua declaração à Justiça Eleitoral. Para explicar, ele abriu seu sigilo fiscal. Ali, constavam os valores das aplicações.

A omissão desses dados à Justiça Eleitoral é questionável, mas não pode ser considerada ilegal. A lei determina apenas que o candidato declare “bens”. Na interpretação conveniente, a lei não exige que o candidato declare “direitos”, como contas bancárias e aplicações em fundos de investimento.

No Congresso, vários parlamentares listam suas contas e aplicações aos tribunais eleitorais, inclusive o irmão de Álvaro, o também senador Osmar Dias (PDT-PR). Osmar declarou mais de R$ 500 mil em aplicações e poupanças. Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) listou quase R$ 150 mil depositados. Francisco Dornelles (PP-RJ) informou R$ 1,5 milhão em fundos de investimento. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-MA), atual alvo de uma série de denúncias, declarou quase R$ 3 milhões da mesma forma. Há poucos dias, Sarney foi denunciado por não ter informado à Justiça Eleitoral a respeito da casa que mora em Brasília.

Na interpretação de dois dos maiores especialistas de Direito eleitoral, Fernando Neves e Eduardo Alckmin, o espírito da lei é de transparência: “É conveniente que o político declare contas bancárias e aplicações financeiras para que o eleitor possa comparar o patrimônio no início e no fim do mandato”, diz Neves. “Não há irregularidade, mas é importante para evitar confusões no caso de um acréscimo patrimonial durante o mandato”, afirma Alckmin.

Álvaro Dias diz que o dinheiro não consta em sua declaração porque queria se preservar. “Não houve má intenção”, afirma. Em conversas reservadas, ele tem dito que o objetivo da omissão era manter a segurança de familiares.

O dinheiro não declarado de Álvaro Dias, segundo ele, é fruto da venda de uma fazenda de 36 hectares em Maringá, Paraná, por R$ 5,3 milhões. As terras, presente de seu pai, foram vendidas em 2002. O dinheiro rendeu em aplicações, até que, em 2007, Álvaro Dias comprou um terreno no Setor de Mansões Dom Bosco, em Brasília, uma das áreas mais valorizadas da capital. No local, estão sendo construídas cinco casas, cada uma avaliada em cerca de R$ 3 milhões.

Quando as casas forem vendidas, o patrimônio de Álvaro Dias crescerá ainda mais. Nada ilegal. Mas, a bem da transparência, não custa declarar.

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Tasso Jereissati (PSDB-CE) utiliza verba oficial do Senado para fretar jatinhos

Portal Terra

BRASÍLIA - O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) gastou parte de sua verba oficial de passagens aéreas paga pelo Senado, para fretar jatinhos com recursos do Legislativo. O valor somou R$ 335 mil entre 2005 e 2007. De 2007 até agora foram mais R$ 134 mil, totalizando R$ 469 mil, segundo o sistema de acompanhamento do Orçamento (Siafi). As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

O senador diz que obteve autorização especial para fazer as suas viagens, já que o ato da direção da Casa que regula o benefício não permite esse tipo de procedimento. A autorização, segundo Tasso, foi obtida após o envio de ofícios para o então diretor-geral da Casa, Agaciel Maia. Segundo a Folha, as brechas foram autorizadas pessoalmente pelo primeiro-secretário da Casa entre 2005 e 2008, Efraim Morais (DEM-PB), sem consulta à Mesa Diretora.

Tasso Jereissati alega que os gastos no período somam apenas R$ 358 mil. Tasso tem o seu próprio avião, um jato Citation, mas afirmou que recorre a fretamentos quando o seu está indisponível. O ato que regulamenta a distribuição de passagens é claro ao determinar que cada senador terá direito só a bilhetes em aviões de carreira. Segundo o jornal, é vetado outro tipo de subsídio que não sejam os bilhetes.


Relembrando:

Asas eleitorais


No apagar das luzes de 2001, o Diário Oficial do Estado do Ceará publicou um contrato assinado por João Jaime Gomes Marinho, chefe de gabinete do então governador Tasso Jereissati (PSDB), e pelo dono da empresa Táxi Aéreo Fortaleza (TAF), João Ariston de Araújo. O negócio, no valor de R$ 410 mil, foi feito sem licitação, e o dinheiro público serviria para pagar seis meses de aluguel de um helicóptero modelo Esquilo para quatro passageiros e um avião tipo Caravan, que comporta seis pessoas. Não bastasse a dispensa da licitação, alegando calamidade pública, a surpresa maior veio agora em abril.

O mesmo Diário Oficial republicou no dia 10 de abril, sem nenhuma justificativa, o contrato triplicando o valor do aluguel para R$ 1,2 milhão. Detalhe: os novos valores estavam assinados desde o dia 7 de fevereiro, mas só foram oficializados na gestão do governador Beni Veras (PSDB), o vice de Tasso, que assumiu com a desincompatibilização do titular. Em Fortaleza operam pelo menos outras quatro companhias de táxi aéreo. O preço da TAF é o maior. O preço por hora de um helicóptero Esquilo é de R$ 2,4 mil. Na empresa Uirapuru, o mesmo aparelho sai a R$ 2 mil a hora. Já na Nortstar a hora é de R$ 2,1 mil. As empresas alugam ainda aviões bimotores, com o dobro da capacidade do Caravan, abaixo da tabela da TAF. O contrato chamou a atenção por causa dos valores e levanta a suspeita do uso na campanha eleitoral.


URL: http://www.terra.com.br/istoe/1701/brasil/1701_pfl_esta_certo_disso_3.htm

Esta postagem é oriunda do blog do Azenha (vi o mundo)


O Globo, coronelismo de terceira, jornalismo de quê?


Do Blog Terror do Nordeste

Na edição desta sexta-feira, 7/08, O Globo talvez tenha produzido um dos editoriais mais claros quanto aos seus curiosos códigos deontológicos. Com o sugestivo título “O inexplicável", o jornal deixa claro que sua única linha atualmente é a falta de linha. Uma aula de como o partidarismo e o panfletarismo inconseqüente intervêm no discurso dos principais colunistas e repercutem na cobertura, da pauta à edição final.

Assim, quando pressionado por circunstâncias políticas que ameaçam deslegitimá-lo como aparelho ideológico, os editorialistas do veículo reutilizam velhos fragmentos de suas mitologias mais surradas e de escolhas temáticas recorrentes para alcançar o objetivo indisfarçável: a pauta é atingir o governo Lula de todas as formas, inclusive se isso custar a carreira política de um associado e aliado histórico chamado José Sarney.

No primeiro parágrafo, lemos um texto que funciona como burca, filtrando verdades que se exibem aos olhos: "A patética defesa apresentada pelo presidente do Senado, José Sarney, no plenário da Casa, na quarta-feira, e o início da encenação da farsa montada no Conselho de Ética (sic) para recusar sem qualquer investigação as denúncias e representações contra o político maranhense são mais um ato da operação político-eleitoral do Planalto, cujo desfecho será a incineração do Senado como instituição em nome do projeto lulista para 2010."

Todos sabem que jornais selecionam, organizam e hierarquizam os acontecimentos, mas o trecho transcrito parece não deixar dúvidas sobre como deve funcionar uma redação empenhada, acima de tudo, em impedir a aliança PT- PMDB, inviabilizando a candidatura da ministra Dilma Rousseff. Mais que o espaço de opinião do jornal, o editorial de O Globo funciona com memorando interno, uma circular para lembrar aos seus funcionários como explicar e traduzir a vontade de quem lhes paga o salário. Aos recalcitrantes, a demissão é uma certeza.

É preciso repetir diariamente que uma eventual vitória da candidata petista implicaria a desmoralização das instituições políticas, a balbúrdia civil, a permanência da ameaça do controle estatal e censor dos meios de comunicação, além da continuação do distributivismo que ignora os preceitos neoliberais, promovendo a “gastança pública desenfreada”.

O que importa é salvar a oposição de sua falta de projetos, fazendo com que o noticiário editorializado tenha eficácia probatória suficiente para fazer de qualquer Conselho de Ética que não o subscreva a encenação de uma farsa. Nesse contexto, cabe a pergunta: será que a incineração do Senado é uma operação do Planalto ou a combustão é produzida por conglomerados midiáticos com recursos e mão-de-obra qualificada para os custos elevados da operação?

Na página 3, a matéria “Cangaceiro de 3ª classe, coronel de merda", assinada por Maria Lima, Isabel Braga e Leila Suwwan, trata do confronto entre os senadores Renan Calheiros (PMDB) e Tasso Jereissati (PSDB) no plenário do Senado, concluindo que "a sessão mostrou que Sarney perdeu as condições de conter a onda crescente de ameaças e intimidações na Casa". Mostrou "Como"? “Por quê"? “Para quem"? As jornalistas têm o direito de criar “fatos", registrá-los como premissas evidentes por si mesmas? Ou não estamos diante de um relato jornalístico, mas de peça que atende aos interesses dos proprietários e seus sócios mais notórios?

Voltando ao editorial, o início do quarto parágrafo demonstra como o jornalismo global brinca com as palavras, produzindo um conteúdo que pode se voltar contra a própria Organização ao qual está subordinado

"O nepotismo, e não apenas no caso do senador, segue em paralelo ao patrimonialismo - a apropriação privada de recursos públicos"

Alguém precisa lembrar aos editorialistas que em casa de enforcado não se fala em corda. Como bem registra Altamiro Borges, em seu excelente “A ditadura da mídia”,” na lógica patrimonialista vigente do país, instituiu-se um tipo de coronelismo eletrônico que atrela setores do Executivo e do Legislativo às redes de comunicação". É conhecida a força da Globo, que, desde a ditadura militar, tem no Ministério das Comunicações sua província. Um aparelhamento de tal monta que impede a reformulação de uma política no setor, impedindo, entre outras coisas, a adoção de um modelo de televisão digital que democratize a comunicação no país.

É preciso uma ação articulada para evitar que esse tipo de jornalismo crie um sistema político onde a democracia só existirá como o mito de almas heróicas isoladas, como história penetrada de falsas moralidades devidamente blindadas por zelosos funcionários da imprensa.

Quando encerrávamos esse artigo, o portal do Globo tinha como destaque a seguinte chamada: "Simon culpa Lula por crise do Senado". A sintonia entre o senador de ética maleável e o editorial de O Globo é tão intensa que é legítimo indagar: Quem trabalha para quem? Quem é abastecido por uma narrativa classista, partidária e facciosa? De onde partem os tão propalados métodos da máfia napolitana? Um estudo sobre técnicas de edição e certo tipo de prática parlamentar oferece resposta às questões formuladas.

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso, no Rio de Janeiro.

Pedreiro morre por furtar coxinha. E se ele fosse senador?



O pedreiro Ademir Peraro havia roubado coxinhas, pães de queijo e creme para cabelo do supermercado Dia%, da rede Carrefour, em São Carlos. O total do furto: R$ 26,00. Como a cidade fica no interior do Estado de são Paulo, onde arautos da justiça reacionária têm mantido pessoas flagradas por furto famélico ou de baixo valor no xilindró, imaginei que esse também seria o destino de Ademir. Contudo, os seguranças do mercado resolveram fazer justiça com as próprias mãos.

De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, ele foi levado até um banheiro e agredido com chutes, socos e um rodo e deixado trancado, definhando, até às 22h. Depois, buscou socorro, mas já era tarde: acabou morrendo por hemorragia interna e traumatismos nesta quinta (6). Na delegacia, o segurança Rodolfo Fernando Bastreli confirmou o caso e disse que seu supervisor, que o ajudou na sessão de tortura, Diego Luperini Bento, foi o mais violento. Ninguém foi preso devido à falta de flagrante.

O Dia% disse que a responsabilidade é da terceirizada (ah, as terceirizadas…) Itapê Security (guardem esse nome e contratem se precisarem de jagunços em uma fazenda para torturar escravos fujões), que não se pronunciou. Mas o promotor Aroldo Costa disse que o supermercado também pode responder a um processo civil. O slogan da rede diz: “É lá que a gente vai encontrar”. Ademir, de certa forma, encontrou.

O Supremo Tribunal Federal vem desconsiderando os furtos de pequeno valor como crime. Essa conduta não gera uma obrigação para todos os juízes e desembargadores de instâncias inferiores, mas sinaliza o que acontecerá com o caso se ele subir ao STF. E é uma tentativa da corte de mostrar que não são apenas os ricos e que têm acesso a advogados que conseguem decisões favoráveis no tribunal. No dia 20 de maio, contudo, o ministro do Supremo Tribinal Federal Marco Aurélio Mello negou um habeas corpus a uma mulher condenada a dois anos de prisão por ter roubado caixas de chiclete em Sete Lagoas (MG).

O princípio da insignificância pode ser aplicado quando o caso não representa riscos à sociedade e não tenha causado lesão ou ofensa grave. Roubar um pacote de macarrão para matar a fome de dois filhos em casa por exemplo ou um desodorante para ficar mais cheiroso - tipo de coisa que apenas os mais tacanhas e com déficit de humanidade ousam condenar. Se o princípio fosse amplamente adotado, teriam sido evitados casos como o de Maria Aparecida, que foi para a cadeia por ter furtado um xampu e um condicionador (ela perdeu um olho enquanto estava presa), e de Sueli que também foi condenada pelo roubo de dois pacotes de bolacha e um queijo minas. As duas situações ocorreram em São Paulo, que tem julgado com celeridade casos de reintegração de posse para fazendeiros contra sem-terra e é moroso nos casos de desapropriação de terras griladas que deveriam retornar ao Estado.

Não creio que manter alguém na cadeia por conta de chiclete vai ajudar em sua reinserção social, o que mostra uma sanha mais punitiva do que educativa. Além, é claro, de que todo o custo do processo é bem maior do que o bem em questão. Bem, no caso de Ademir, nem processo houve.

Morto a rodo por furtar coxinhas… E se ele tivesse um empreguinho na prefeitura de São Carlos e contratasse, por baixo dos panos, o namorado da neta ou desviasse alguns trocados para empresas em seu nome através de compadrios com o chefe da repartição, o que aconteceria? Provavelmente, se conseguisse tal façanha, seria empalado em praça pública e sua cabeça içada em um poste para mostrar que ralé é ralé e rico é rico. E que roubo grande é coisa para gente poderosa, que fica impune, e não para qualquer zé mané.


Fonte:Blog do Sakamoto.
Fonte: Blog Terror do Nordeste

Colaboração João Sérgio.

Wellington Salgado expõe hipocrisia de Pedro "Perdigoto" Simon e Cristovam "Golpista" Buarque

O Monarca dos Perdigotos mais uma vez (milésima?) é exposto como hipócrita e oportunista. De quebra o oportunista e golpista Buarque ouve parte do que merece.




Post original: blog O esquerdopata

JOSÉ SERRA TAMBÉM DEVERÁ SER DENUNCIADO ATÉ O FINAL DO ANO


O governador de São Paulo José Serra, no máximo, até o fim de 2009 deverá ser objeto de uma denúncia já em fase final, a exemplo da representação que envolve a governadora tucana Yeda Crusis será protocolado um pedido de afastamento imediato do cargo de Governador do Estado, bloqueio de bens, assim como, pedidos de prisões, recolhimento de passaportes e a proibições de deixar o país.

A soma dos contratos firmados entre a ALSTOM e estatais paulistas durante os governos tucanos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e agora José Serra em valores atualizados, já chegaria a R$ 1,378 bilhão. A multinacional franco-suíça sob investigação também nos dois países onde tem origem é acusada de pagar nos últimos 14 anos mais de R$ 13 milhões em suborno a políticos do PSDB e a autoridades do governo tucano de São Paulo em troca da obtenção desses contratos com as estatais paulistas.

EMPRESÁRIO CONFESSA LIGAÇÃO

O empresário preso pela Polícia Federal Luiz Geraldo Tourinho Costa testemunhou que usou uma conta de empresa sua no Uruguai para a Alstom pagar propinas à políticos por negócios feitos com a Petrobrás, durante último ano do governo FHC, em 2002, fato que envolveria também um ex-presidente. A Petrobrás teve 2 presidentes em 2002 sob comando tucano de FHC: Philippe Reichstul e Francisco Gros. Subornos de US$ 550 mil e US$ 220 mil (dólares) eram remetidos da Alstom na Suíça para a empresa off-shore de Tourinho Costa. O empresário recebia 5% de comissão, e repassava 95% para abastecer as malas de dinheiro de políticos demo-tucanos.

O caso é investigado na Suíça, na França e no Brasil. As autoridades brasileiras já estariam bastante adiantadas e já estariam de posse da documentação da Alstom em poder do Ministério Público da Suíça que provam que pelo menos parte da propina atribuída à empresa chegou a políticos tucanos de São Paulo por meio de dois doleiros.

CONSELHEIRO TUCANO DO TCE PAULISTA ESTARIA ENVOLVIDO

Algumas provas apontam a existência de uma conta que pertenceria ao conselheiro do TCE Robson Marinho em suposta ligação com o esquema de propinas da Alstom que ocorreu no período em que ele deixou o cargo de secretário da Casa Civil do governador Mário Covas (morto em 2001) e assumiu o posto de conselheiro do TCE. Pesssoa ligadas aos tucanos em 1994, ele foi coordenador da campanha que elegeu Covas governador.

Vários contratos suspeitos têm relação com o Metrô de São Paulo e vêm se perpetuando nos sucessivos governos do PSDB, que controlam a máquina estadual há 13 anos. Um ex-diretor da empresa, José Sidnei Colombo Martini, assumiu em 1999 a presidência da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP), então controlada pelo governo estadual. Desde então, a CTEEP celebrou 47 contratos com a Alstom, no valor de pelo menos R$ 333 milhões.

As investigações já teriam provado a ligação direta dos tucanos com os envolvidos nas propinas da Alstom e estariam bastante adiantadas em vista do oferecimento da delação premiada, alguns seriam operadores, outros beneficiários e outros intermediavam a entrega do dinheiro superfatrurado dos cofres públicos no esquema. O jornal "Wall Street Journal" publicou matéria relatando que a multinacional estava sendo investigada por autoridades francesas e suíças sobre o pagamento de propinas de milhões de dólares para ganhar contratos na Ásia e na América Latina.

ALSTOM CONTINUA ATUANDO EM SÃO PAULO

E mesmo sob suspeita de prática de propina a fornecedora de equipamentos para o setor de energia e transporte Alstom, anunciou fechamento de novos contratos com o governo estadual paulista de José Serra PSDB, para modernizar o sistema das linhas 1, 2 e 3 do metrô paulista no valor de mais R$ 712 milhões. David Zylbersztajn, secretário de Energia do Estado e presidente do conselho de administração da Eletropaulo durante o período em que foram negociados contratos com a Alstom seria também um dos denunciados.

Há suspeita também de suborno no setor elétrico, pois o ex-diretor da Alstom Sidnei Colombo Martini antes do leilão de privatização da CTEEP, teria se reunido na Colômbia com dirigentes da Interconexión Eléctrica. Cinco meses depois, os colombianos arremataram a estatal por R$ 1,193 bilhão.

Pesariam acusações de enriquecimento ilícito, dano ao erário e infração de princípios administrativos, peculato, corrupção ativa, falsidade ideológica, locupletamento em dispensa de licitação e formação de quadrilha serão quase que certas. Quatro transferências foram parar na conta da "offshore" MCA Uruguay Ltd., nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal localizado no Caribe. Segundo investigadores a MCA seria controlada pelo brasileiro Romeu Pinto Jr.

Os valores transferidos sob ordens da Alstom são os seguintes: US$ 207.659,57 (outubro de 1998), US$ 298.856,45 (dezembro de 1998), US$ 245 mil (dezembro de 2001) e US$ 255 mil (fevereiro de 2002). O valor total (US$ 1.006.516) equivale a R$ 1,8 milhão, quando se corrige os valores pelas datas da transferência.

Uma ação de improbidade administrativa prevê as seguintes sanções: perda dos bens adquiridos ilicitamente, ressarcimento do prejuízo aos cofres públicos, perda do cargo ou função pública, suspensão dos direitos políticos por um período de 8 a 10 anos, pagamento de multa civil e proibição de contratação com o setor público.

Postado originalmente no blog FRONT

Minoria com complexo de maioria ou o partido do jatinho


Por Paulo Henrique Amorim (Conversa Afiada)

. O debate desta quinta feira no Senado foi especialmente esclarecedor.
. Por que o PSDB, segundo Renan Calheiros, é “a maioria com complexo de maioria “?
. Porque os tucanos – em que o peso de São Paulo é predominante – pensam que são melhores que os outros.
. Porque os tucanos – e subsidiariamente sua linha auxiliar, os Demos – são mais ricos.
. E terceiro, porque os Demo-tucanos controlam o PiG (*).
. Isso deu a eles a sensação de maioria, especialmente porque o Presidente da República foi um metalúrgico – e é nordestino !
. A percepção de que controlar o PiG (*) resolvia o problema começa a se esfacelar.
. E não só porque a Internet e os blogs adquiriram a relevância que tem no Brasil.
. Em boa parte por causa da falencia do PiG (*). Mas, também , porque houve uma super-utilização do poder do PiG (*).
. Em todo país do mundo, o jornal vai atrás da denúncia do parlamentar.
. O jornal cobre o parlamentar.
. No Brasil, como a oposição não tem o que dizer.
. O PiG (*) manda no parlamentar (de oposição).
. É patética a cena do senador Arthur “caso de psiquiatra” Virgilio, no jornal nacional, a compulsar meia dúzia de recortes do PiG (*) para subir à tribuna com argumentos, no mínimo, velhos …
. No Brasil, o PiG (*) começa a esgotar sua capaciade de condicionar o debate publico e gerar crises, como disse o profesor Wanderley Guilherme dos Santas.
. Tanto assim, que o presiente do Conselho de Ética, Paulo Duque avisou que reportagem do PiG (*) não é prova contra o Sarney.
. Começa a chegar ao fim a capacidade de o PiG (*) chantagear o país com crises que ele proprio fabrica e que os demo-tucanos dão vida política no Congresso (especialmente no Senado).
. Os demo-tucanos se viciaram em PiG (*).
. O PiG (*) se viciou em demo-tucanos.
. E os dois precisam de se recolher a uma clínica de reabilitação.
. Provavelmente uma clínica geriátrica…
. O que restou do salutar debate no Senado foi a confissão do Senador Tasso Jereissati de que tem jatinho porque pode.
. Tenho porque posso.
. Foi o momento “Silvio Berlusconi” dele.
. A exibição da riqueza da forma mais escrachada.
. Como se fosse um atributo de Deus.
. Não se tem notícia de que Nelson Rockefeller, um dos mais destacados homens públicos americanos – e uma das maiores fortunas construídas no século XX – , ou seu sobrinho, hoje no Senado, jamais tenha dito: tenho porque posso.
. E Rockefeller não era dono um jatinho.
. Era dono de vários, porque possuía uma empresa de aviação comercial (além de alguns poços de petróleo…).

. Nelson até brincava em comícios, quando sugeriam que ele gastasse dinheiro do próprio bolso em alguma campanha – era um pão-duro.

. Ele dizia: quem você pensa que eu sou ? Um Rockefeller ?

. John Kerry é casado com uma das herdeiras mais ricas dos Estados Unidos.
. Fez uma campanha presidencial, apanhou de George Bush, foi acusado de “esquerdóide” -e jamais se vangloriou de ser rico.
. Tasso Jereissati pode ter muito mais do que um jatinho.
. Ele é dono de metade do Ceará.
. E de múltiplos instrumentos do PiG (*) local.
. Só falta, pelo jeito, uma coisa ao Tasso Jereissati:
. Pudor.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Acorda, PT!



por Eduardo Guimarães, no blog Cidadania.com

O vídeo acima é de um comentário de Alexandre Garcia no telejornal da Globo Bom Dia Brasil desta sexta-feira.

Para quem não conseguiu assistir – provavelmente por não ter banda larga para acessar a internet, o que impede a utilização plena desse que é o mais importante e completo meio de comunicação da atualidade –, transcrevo, abaixo, seu conteúdo.

Aproveitando as observações do senador Demóstenes Torres, poderia se dizer que quando os senadores olham para cima, não veem apenas muitos telhados de vidro, mas também veem, lá em cima, o fundo do poço.

A cada dia se deteriora mais a situação, confirmando as previsões de que a permanência do senador Sarney na presidência da Casa torna mais incontrolável a catástrofe do Senado, a generalização da falta de decoro. Tanta coisa poderia aproveitar a carona dos contêineres de lixo que estão voltando para a Inglaterra.

Como vimos, se depender do Conselho de Ética, Sarney não deixa a presidência do Senado. Se depender do plenário, se depender do PMDB, se depender do próprio Sarney, ele não sai. Só sai se a pressão pública lhe for insuportável.

Quanto ao apoio do governo, parece estar havendo uma indecisão. O presidente Lula já teria constatado prejuízo para o PT e queda de aprovação pessoal por causa das ligações com Sarney, Collor e Renan.

A propósito, lembrando o que disse Collor na segunda-feira para Pedro Simon, sobre engolir palavras, vale pensar sobre as palavras que disseram, há anos, Sarney, Collor e Lula, uns dos outros. Como será que as digerem agora?

Enquanto isso, o que faz o PT? Simplesmente ameaça dar vitória à mídia e à oposição na questão de Sarney.

E a mídia, já faz cerca de uma semana, continua anunciando pesquisas (que ninguém jamais viu) que denotariam queda da aprovação de Lula por apoiar Sarney, conforme previ que aconteceria muito antes de começar a acontecer.

No dia 24 de julho, divulguei no Twitter que recebera informações de que haveria um complô para divulgar pesquisas de opinião falsificadas que denotariam o que vai no parágrafo anterior.

O complô envolveria o Ibope (Carlos Augusto Montenegro, que surge na cena política agora depois de prever que Serra será o novo presidente), o Datafolha (Frias e seu jornal), a Globo, o Estadão, a Veja, FHC e Serra, primordialmente.

Enquanto isso, o senador acreano Tião Vianna e o paulista Aloizio Mercadante têm criado embaraços para o governo, feito o jogo da mídia, e justo no momento em que ela realiza a que talvez seja sua maior ofensiva contra Lula desde o mensalão.

É por essas e por outras que anuncio aqui que, se o PT permitir a queda de Sarney, pode esquecer meu voto nas eleições do ano que vem. Não votarei num partido que ajuda a sabotar o governo que apóio.

#AcordaPT

Ajude a difundir a tag #AcordaPT no Twitter (clique aqui ) e pela blogosfera (usando o link deste post).

Senadora do DEM usou cota aérea para turismo

Rosalba Ciarlini (DEM-RN) custeou passagens e hospedagem em viagens nacionais e ao exterior para ela, parentes e amigos Suplente do Conselho de Ética, senadora diz que cota podia ser utilizada "para o deslocamento" de pessoas que se julgasse "conveniente"


LEONARDO SOUZADA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Suplente do Conselho de Ética do Senado, Rosalba Ciarlini (DEM-RN) usou verba pública para pagar viagens de turismo para ela, marido, filhos, além de outros parentes, amigos, o advogado e a mulher do advogado, no país e no exterior. Custeou passagens e, em alguns casos, até estada em hotéis.Em seu primeiro mandato, ela bancou essas despesas com recursos de sua cota aérea, criada para permitir o deslocamento de congressistas no exercício da atividade parlamentar. O ato do Senado que regulamenta a concessão das passagens não prevê o uso da cota para pagamento de hotel.A Folha obteve mais de 320 páginas de cartões de embarque e comprovantes de passagens e hospedagem descontadas da cota da senadora de maio de 2007 a fevereiro de 2008, somando cerca de R$ 160 mil. Foram mais de 240 viagens em menos de 300 dias -quase uma passagem por dia. Mais da metade dos bilhetes (124) foi emitida em nome de membros das famílias Ciarlini e Rosado (sobrenome de seu marido, Carlos Augusto).Rosalba é o primeiro caso detalhado no Senado de descontrole no uso da cota aérea a vir a público. Em abril, foram dezenas de exemplos na Câmara, no escândalo conhecido como a "farra das passagens".A senadora financiou, por exemplo, a vinda de sua filha Karla e do genro alemão Jan Nabendahl de Frankfurt para Natal, em novembro de 2007, ao custo de R$ 5.813. Presenteou outro membro da família, Luana Rosado, e uma pessoa chamada Tricia Maia com uma viagem para Lisboa, Barcelona e Paris, no valor de R$ 7.457.Em 29 de fevereiro de 2008, Rosalba viajou para Estrasburgo, cidade turística francesa, onde passou duas semanas. Os bilhetes custaram R$ 3.376. No requerimento para se ausentar do país, ela só informou atividades de interesse parlamentar entre 4 e 8 de março.Ela custeou também a hospedagem de seu filho Carlos Eduardo no Marina Park Fortaleza em junho de 2007. Nos dias 19 e 20 de julho, em pleno recesso, pagou a estada dela, do marido, do filho, do advogado Paulo Fernandes e da mulher dele, Olindia Fernandes, no Gran Meliá Mofarrej. A conta somou R$ 2.212,70.Rosalba é cria política do líder do DEM no Senado, o também potiguar José Agripino Maia, e está em primeiro lugar na corrida para o governo do Rio Grande do Norte, em 2010, de acordo com pesquisas encomendadas por seu partido.Apesar de dizer que não se recorda de todos os voos e gastos citados pela Folha, ela confirmou que usou sua cota para pagar passagens e estada para parentes, amigos e o advogado."Antes, [a cota] era vista mais como uma complementação que era de uso do parlamentar, que ele podia usar para o deslocamento seu, do cônjuge, de dependentes ou de pessoas que achasse que era conveniente."Questionada se não sabia que é irregular o pagamento de hospedagem e passagens para parentes e amigos em situações sem relação com a atividade parlamentar, respondeu: "Eu cheguei aqui, senadora nova, a orientação era essa".Até maio, o ato que regulamentava o uso da cota previa cinco bilhetes de ida e volta por mês para cada congressista, tendo como referência trechos (com tarifa cheia) que passam por Brasília, Rio e a capital do Estado do congressista. Por essa regra, a verba mensal de Rosalba era de cerca de R$ 22.400. O ato permitia acúmulo de recursos não usados, mas não abria a possibilidade para gastos com hospedagem nem custeio de viagens de turismo.Em abril, após a revelação de gastos considerados abusivos no Congresso, a Mesa editou novo ato regulamentando o uso da cota. Foram criadas restrições, mas não foi aberta a hipótese de usar com estada.A Diretoria Geral informou que o contrato com a empresa encarregada de gerir as despesas aéreas dos senadores, a Sphaera Turismo, prevê a prestação de outros serviços afins. Contudo, a própria Diretoria Geral confirmou que o novo ato não prevê o uso da cota para pagamento de hospedagem. Esse turismo todo nós pagamos. Eu, você, você, você. Não é uma beleza, lembre-se disso na próxima eleição, e se gostar de bancar o palhaço- trouxa eleja esses tipos do DEM novamente. Conforme informações o site do TSE, DEM é o partido mais corrupto do Brasil. Postado originalmente no blog desabafobrasil, aqui

Saudades do comunismo

por Leandro Fortes ( Brasília, eu vi)

Não deixa de ser engraçado – e emblemático – o pavor físico que a presença de Hugo Chávez na presidência da Venezuela provoca numa quantidade razoável de colunistas e analistas de aleatoriedades políticas que abundam na imprensa brasileira. De certa forma, o chavismo veio suprir a lacuna deixada pelo comunismo como doutrina do medo, expediente muito caro à direita no mundo todo, mas que no Brasil sempre oscilou entre o infantilismo ideológico e o mau caratismo. Antes do fim dos regimes comunistas da União Soviética e de seus países satélites, no final dos anos 1980, era fácil compor um bicho-papão guloso por criancinhas, ateu e cruel, prestes a ocupar condomínios de luxo com gente grosseira e sem modos, a mijar nas piscinas e sujar o mármore dos lavabos com graxa e estrume roubado a latifúndios expropriados. Ao longo dos anos 1990, muita gente ainda conseguiu sobreviver falando disso, embora fosse um discurso maluco sobre um mundo que não mais existia. Entende-se: certos vícios, sobretudo os bem remunerados, são difíceis de largar.

No vasto império da América do Norte, onde o fim do comunismo também foi comemorado como o fim da História, os falcões republicanos perceberam de cara que seria inviável continuar a assustar os eleitores com o fantasma débil e inacabado da ditadura de Fidel Castro, esse sujeito que, incrivelmente, ainda faz sujar as calças dos ruralistas brasileiros e de suas penas de aluguel. Por essa razão, e para manter azeitado o bilionário negócio de venda de armas, os americanos inventaram a tal guerra contra as drogas, cujo resultado prático, duas décadas depois, vem a ser o aumento planetário da produção e do consumo de todo tipo de entorpecente, da maconha às super anfetaminas. O Brasil, claro, embarcou na mesma canoa furada, quando, assim como no resto da América Latina de então, o presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu militarizar o comando do combate às drogas no país – o que, aliás, não mudou muito. Na Secretaria Nacional de Políticas Antidrogas (Senad), da Presidência da República, reina soberano, desde o governo FHC, o general Paulo Roberto Uchoa.

Georg W. Bush usou o medo do terrorismo para também suprir a ausência da ameaça comunista, embora não tenha sequer tido o cuidado de mudar os métodos, baseados na mentira e na tortura, nem sempre nessa ordem. Assim foi, desde os atentados de 11 de setembro de 2001, com as invencionices sobre as armas de destruição de massa do Iraque e a prisão de Guantánamo, em Cuba, uma espécie de Auschwitz hightech. Ao sul do Equador, consolidou o tal Plano Colômbia, um desaguadouro de dólares cujo pretexto é o combate às drogas, embora qualquer índio isolado da fronteira saiba que o país de Gabriel García Márquez se tornou um estado preposto dos EUA, um Israel sulamericano. No fim das contas, uma estratégia para se opor ao “perigo chavista”, embora não haja nenhum argumento realmente sério que sustente essa novíssima e encomendada paranóia tão bem nutrida pelas elites locais.

O mote agora, replicado aqui e acolá por analistas apavorados, é a sombra de Hugo Chávez sobre Honduras, onde um golpe de Estado passou a ser descaradamente justificado nesse contexto. Graças aos golpistas, visivelmente uma elite branca e desesperada, como aquela que faz manifestações trajando jogging em Caracas, o chavismo teria sido abortado em Honduras, antes que virasse coisa como a Bolívia, o Equador e o Paraguai – ou seja, repúblicas perigosamente dominadas por governos populares. São os novos comunistas, revolucionários da pior espécie porque, justamente, abriram mão das revoluções para tomar o poder pela via do voto, da democracia. E, pior, muitos são cristãos.

Quando tucanos e pefelistas se mobilizaram, inclusive à custa de compra de votos, para aprovar o projeto de reeleição de FHC, em 1997, os editoriais e colunas da mídia nacional se desmancharam em elogios e rapapés. Saudaram a quebra da regra eleitoral como um alento à democracia e condição essencial à continuidade do desmonte do Estado e à privatização dos setores estratégicos da economia, a qualquer custo. Quando o assunto é Chávez, no entanto, qualquer movimento institucional, todos previstos nas regras constitucionais da Venezuela, é golpe. Reeleição? É golpe. Plebiscito? É golpe. TV pública? É golpe. Usar o dinheiro do petróleo em projetos populares? Isso, então nem se fala: é mais do que golpe, é covardia.

As tentativas de re-reeleição de Álvaro Uribe, na Colômbia, contudo, ainda passeiam no noticiário brasileiro como “nova reeleição” do corajoso cruzado contra os narcoguerrilheiros das Farc. No Brasil, a simples insinuação de que Lula pudesse querer o mesmo virou o “golpe do terceiro mandato”. Em Honduras, as multidões contrárias ao golpe contra o presidente Zelaya são chamadas de “manifestantes contrários ao governo interino”. Mais ou menos o que acontece com a resistência iraquiana à invasão das tropas americanas, cujos membros foram singelamente apelidados de “insurgentes” pelo jornalismo nacional.

Os tempos do anticomunismo eram estúpidos, mas pelo menos a gente sabia do que os idiotas tinham medo, de verdade.

Duque dá sinais de que aceitará denúncias contra tucano


No Portal Vermelho.org

Na apreciação de uma representação e três denúncias contra Sarney, o presidente do Conselho usou o mesmo argumento para rejeitá-las: “inépcia e factóides para criar demandas na Justiça, recortes de jornais não embasados por documentos”. Ele diz que há decisões nesse sentido no SupremoTribunal Federal (STF).

"É um caso mais consistente. Não é baseado em recortes de jornal. Os outros não, foram todos baseados em recortes de jornal", disse Duque, referindo-se a representação contra o tucano, um calhamaço de aproximadamente 50 páginas, que chegou ao Conselho na noite de quarta (5) pelas mãos do advogado do PMDB Hercules Fajose.

São várias as denúncias contra o tucano na representação. O líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL), leu o documento nesta quinta (6) no plenário. Segundo ele, a representação tomou como base as confissões do senador amazonense como no caso do servidor que recebeu R$ 210 mil do dinheiro público para estudar teatro na Espanha. Depois de admitir o ato ilícito, o senador prometeu devolver todo o dinheiro ao Senado.

O documento destaca o empréstimo que o senador fez no valor de US$ 10 mil junto ao ex-diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, um dos principais envolvidos nas denúncias de fraudes administrativas na Casa. Segundo o líder tucano, o dinheiro foi solicitado por um assessor para pagar dívida de um cartão crédito numa viajem a Paris. Ele disse que o valor era menor e não sabia que o dinheiro era de Agaciel.

O senador também é acusado de operar no ressarcimento de R$ 723 mil do Senado pelas despesas médicas da sua mãe. Como viúva do senador Arthur Virgílio Filho, pai do parlamentar amazonense, ela só teria direito ao ressarcimento de R$ 30 mil por ano.

Na representação, o PMDB também critica a imagem que Arhutr tentaria passar como parlamentar. “Talvez pensando traçar um perfil de humildade e desprendimento, o representado declarou que não usa carro oficial, no discurso, mas não expôs as humilhações impostas a cerca de vinte motoristas do Senado nos últimos quatro anos. Também silenciou sobre o fato de atribuir afazeres domésticos a um policial cedido ao Senado, em indesculpável desvio de função em benefício particular.”

Clientelismo e patrimonialismo

“O Senador Arthur Virgílio elevou às culminâncias do absurdo a prática do clientelismo, do patrimonialismo e do tráfico de influência, exacerbando o uso das prerrogativas parlamentares. Por parte, as condutas indecorosas e aéticas, a urgia com o dinheiro público”, diz um trecho do documento lido por Calheiros.

Diz ainda que o representado, generoso com o dinheiro público, abrigou no seu gabinete quatro pessoas de uma mesma família. “Nomeou em cargos de elevado padrão remuneratório os três filhos do amigo Carlos Homero Vieira Nina, seu sub-chefe de gabinete, então candidato a diretor-deral do Senado e filho de um ex-aliado político, do município de Parintins: Guarani Alves Nina, Tomás Alves Nina e Carlos Alberto Nina Neto. Comenta-se que parte dos valores recebidos teria sido repassada ao representado, e essa suspeita precisa ser tirada a limpo por esse Conselho de Ética.”

A ação chama Virgílio de “bizarro falatório” e apresenta um rol de irregularidades contra ele:

- nomeação de uma família inteira para seu gabinete;
- autorização ilegal para um membro do premiado grupo familiar se afastar do trabalho e morar no exterior, sem prejuízo dos vencimentos, inclusive horas extras – agora se sabe;
- receber doação de autoridade pública, procedimento expressamente vedado pelo Código de Ética e Decoro Parlamentar;
- esconder da Receita Federal a doação e o imóvel em que mora; recebimento de quantias para tratamento de saúde de pessoa de sua família que nunca fora sua dependente muito superiores aos admitidos pelas normas do Senado e;
- nomeação de um personal trainer, Osvaldo Alves, de Manaus, pago pelo Senado para orientar atividade física individual do representado.

De Brasília,

Iram Alfaia



O duelo entre Renan e Tasso

Do Blog vi o mundo

SÓ FALTA O BOLO, A GO GO GIRL – MORRER ATIRANDO

por Laerte Braga

Tasso Jereissati e Renan Calheiros são dois pilantras sem qualquer respeito por coisa alguma que não seja “negócio.” O grande problema dessa história toda envolvendo outro pilantra, José Sarney, é que os pilantras do tucanato não achavam que o presidente da “Câmara Alta” – putz! – fosse morrer atirando. E de quebra com pistoleiro do porte de Renan, bem mais rápido no gatilho que o pistoleiro tucano Arthur Virgílio.

Clube de amigos e inimigos cordiais. O filme era bem melhor, Marilyn Monroe, Jack Lemmon e Tony Curtis. E de quebra Marilyn ainda cantava. Se sabia ou não sabia isso é detalhe. Mas Tasso Jereissati falando em honra? Em dignidade? Onde CORRUPtasso ouviu isso? Não sabe nem pra que lado fica.

Os caras estão no desespero para eleger outro pilantra para o lugar de Lula, José Serra, em último caso Aécio, loucos para por a mão chave do cofre. Não contavam com a reação de Sarney e muito menos com Renan Calheiros em doublé de Doc Holliday.

Eles se merecem. O Brasil e os brasileiros não.

O problema do tucanato brasileiro (é uma praga mundial, pior que gripe suína, existe nos mais variados nomes e denominações) é que se inspirou no udenismo mais sem vergonha e cretino que existiu. O de Carlos Lacerda, mas lhes falta algo que Lacerda tinha. Um talento para desfechar golpes precisos, mortais, até que tomasse um pelas costas, exatamente de seus aliados.

É costume entre eles. Yeda Crusius, bandida de plantão no governo do Rio Grande do Sul já foi avisada pelo chefão da máfia, FHC, que tem que sair de cena, pois está atrapalhando o capo paulista José Serra.

O xis da questão é que Renan todo mundo sabe e conhece e Tasso ainda consegue passar para alguns a imagem de bom moço, empresário bem sucedido, essas coisas todas que a GLOBO vende, ao mesmo tempo que é comprada.

Caiu. Caiu a máscara. O “coronel de merda” como retrucou Renan não agüentou.

Tira uns quatro lá, embrulha o Senado e joga no lixo. É o melhor negócio. Aproveita e de quebra passa no STF pega Gilmar Mendes mete no mesmo embrulho e pronto, mais uns deputados aí a coisa começa a cheira melhor.

Imagino o desespero de Temer que finge que é aliado do PT enquanto dorme com o PSDB. Deve estar no desespero, a briga só atrapalha seus planos de levar seu partido, o PMDB, para o ninho tucano e de quebra eleger Orestes Quércia senador em São Paulo. É, ou melhor, são aliados de Serra.

Credo em cruz três vezes, um exorcista dos bons, pai de santo de respeito e milagreira/benzedeira um mês no Senado para limpar a sujeira toda.

A fúria do “coronel” CORRUPtasso não foi porque Renan chamou-o pela patente apropriada e adjetivada de forma correta, foi decorrência da manobra falha. Sarney sair ou não sair não muda nada. O bandido que assume no lugar do bandido que sai, Marconi Perillo, tucano, tem um monte de processos na Justiça e um monte de fraudes para todos os lados.

O xis é outro. É “pissilone”.

Não sei se a tevê Senado tem classificação por faixa etária a guisa de sugestão para os telespectadores. Mas sugiro, cada vez que CORRUPtasso ou Arthur Virgílio, ou Sarney, ou Renan, ou Marconi Perillo e um punhado deles aparecer, sugiro tarja de impropriedade para cidadãos e cidadãs probos.

Ah! Se for mesmo para jogar no lixo levem também o senador Eduardo Azeredo. É só procurar um poste apagado no Senado que é o próprio. Nem tuge e nem muge. Mas embolsa. E como faz. E a tal de Kátia não sei das quantas, do grupo que se diz DEMOcrata. A senhora em questão sonha em ver a Amazônia transformada em pasto.

E como se trata de lixo altamente tóxico, por favor, não entreguem a essas empresas tipo Queiroz Galvão, especialistas em comprar políticos, do contrário contaminam toda a bacia hidrográfica como estão fazendo em minha cidade, onde o prefeito é outro tucano bandido. Se bem que não existe tucano que não o seja.

As máfias originais eram bem mais divertidas. Tinha orquestra, cantavam parabéns para os chefões, faziam convenções em hotéis cinco estrelas e no final um bolo imenso. Tanto podia sair uma go go girl, como um cara com uma metralhadora e eliminar a turma toda no molho de macarrão da mama.

O suspense da surpresa é que segurava o telespectador. Agora o Senado? CORRUPtasso? Renan Calheiros?

Cabaré daqueles antigos – e bons – de furar cartão a cada dança é lugar de respeito.

Tenha paciência! Deve ter sobrado um pouco do DNA de Al Capone. Pelo menos para dar uma certa compostura no ofício a esses pilantras travestidos de udeno/tucanos, ou “coronel desse prédio, síndico das forças armadas”, ao exigir de pijamas e aos brados que o samba parasse que madrugada já era.

Pera lá cara! Deixa entrar pelo menos um resto de madrugada.

Olha, como está, o melhor seria chamar um dos patrões de Gilmar Mendes, o primeiro-ministro Sílvio Berlusconi. Ele daria umas receitas, umas idéias assim mais divertidas, pô meu! Está faltando marqueteiro no Senado. O sabão em pó está desandando e ao invés de lavar, limpar e tirar manchas, está escorrendo pelas portas, os ralos entupiram e haja nariz para agüentar.

CORRUPtasso? Renan? Liberem a gripe suína.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

EUA cogitam instalar base militar no Recife

Do Portal Vermelho.org

A Força Aérea do Pentágono ambiciona instalar uma base na costa do Nordeste brasileiro, perto do Recife, embora julgue difícil consegui-la devido ao "relacionamento político com o Brasil". A notícia veio à luz na esteira do anúncio da criação de três bases militares na Colômbia. O plano da base na capital pernambucana consta de um documento do Air Mobility Command (Comando Aéreo de Mobilidade) sobre estratégias de transporte militar. Por Bernardo Joffily; colaborou Ronaldo Carmona


Fonte: 'Global en route strategy', Air Mobility Command

O Air Mobility Command (AMC), sediado em Illinois, é um dos Comandos-Maiores da Força Aérea Americana (Usaf). A aeronáutica é arma prioritária dos esforços de guerra do Pentágono desde a Guerra do Vietnã. O documento está no site da Universidade do Ar da Usaf. A especulação sobre uma base no Recife reacende um antigo interesse americano pelo papel estratégico do Nordeste brasileiro, que avança como uma cunha, dominando o Atlântico Sul.


"Zonas de Interesse" na "Guerra Global"


O texto traz a data de 4 de março de 2009, já na administração Barack Obama; mas considera que desde o 11 de Setembro de 2001 os Estados Unidos estão em "Guerra Global Contra o Terror" (chamada, familiarmente, pela sigla em inglês, Gwot) e trabalha com a Estratégia de Segurança Nacional elaborada pelo governo George W. Bush. Seu foco é um plano estratégico de mobilidade militar aérea, que cobre todo o planeta e tem abrangência té 2005.


Segundo o Comando Aéreo, as "zonas de hostilidade ou instabilidade" no mundo, que constituem "Zonas de Interesse" do Pentágono são: Oriente Médio, Sudeste Asiático, Coreia, África, Eurásia e Indonésia. Veja a figura 1, reproduzida do documento Global en route strategy, do Air Mobility Command.


Problemas no no flanco sul-atlântico


Todas as zonas citadas ficam distantes do Brasil. Mas logo se verá que, na cabeça dos generais americanos, as rotas até elas podem passar, por exemplo, pelo Aeroporto Internacional do Recife.


Os estrategistas do Comando Aéreo trabalham com duas rotas de acesso às "Zonas de Interesse", pelos oceanos Atlântico e Pacífico. A primeira delas tem à sua disposição, ao norte e ao centro, as numerosas bases da Otan na Europa. O texto elogia em especial as virtudes "únicas" da Base Naval de Sigonella, na Sicília.


Mas a variante sul tem problemas: conta apenas com a base anglo-americana na minúscula Ilha de Ascensão (900 habitantes), no Atlântico Sul, e a base de Camp Lemonier, no Djibuti, pequeno país de meio milhão de habitantes no nordeste africano, às margens do Mar Vermelho, única infraestrutura permanente que o documento adota em todo o Continente Negro.


A dificuldade no flanco sul-atlântico conflita com o "novo paradigma" de guerra aérea ("não linear e não contíguo", ao contrário da Guerra Fria), que "aparentemente será muito mais exigente em mobilidade aérea para deslocamentos, abastecimento e manutenção".


Conforme o documento, o avião prioritário para essa função será o C17 Globemaster. Este tem raio de ação de 3.700 quilômetros, ou 6.500 km numa viagem "ponto a ponto" (sem precisar retornar à mesma base). Isto permite alcançar a maior parte do mundo, a partir do território dos EUA, com exceção da parte sul da Ásia, da Oceania e do sul-sudeste da África [figura 1]. É onde a América do Sul entra no documenro da Usaf.


Queixa sobre "relação política com o Brasil"


"Incluir a América do Sul em uma estratégia de rotas globais cumpre dois objetivos: ajuda a efetivar a estratégia de engajamento da região e auxilia na mobilidade da rota para a África. Infelizmente, uma estratégia de engajamento sul-americano que inclua facilidades aeroportuárias não está disponível", lamenta o documento.


O Air Mobility Command refere-se à base de Palanquero (uma das três cedidas dias atrás pelo governo colombiano de Alvaro Uribe) como uma "locação de segurança cooperativa". Destaca que a partir dela "cerca da metade da América do Sul pode ser coberta por um C17 sem necessidade de reabastecimento". Agrega que "com reabastecimento de combustível disponível no destino, um C17 pode cobrir toda a América do Sul, exceto a região do extremo sul do Chile e Argentina".

Também são citadas as bases já existentes em Porto Rico e nas Ilhas Virgens, no Caribe. Ambas não dependem de acordos internacionais, pois trata-se de territórios sob controle dos EUA.

Surge então o problema: nenhuma delas permite que os C17 chegue à base de Ascenção, porta de entrada para a África. "O Comando Sul dos EUA, na tentativa de obter acesso à África, colocou que Caiena, na Guiana Francesa, poderia servir como uma possível base. O Comando também considerou o acesso ao Aeroporto do Recife, Brasil", diz o documento.

"No entanto, a relação política com o Brasil não tende aos necessários acordos", diz o texto. Queixa-se ainda de que a distância entre o Recife e a grande base aérea americana de Charleston, na Carolina do Sul, chega a 7.600 km, fora do alcance dos C17, o que exigiria outra escala.

O precedente da Base de Natal

A ducha fria sobre a "relação política com o Brasil" não leva o Air Mobility Command a descartar a "hipótese". O último capítulo do texto, Chaves do sucesso, diz que "uma estratégia de engajamento diplomático de longo alcance é necessária para garantir a habilidade de perseguir esta estratégia". E volta a citar a América do Sul, aventando o possível uso de aeroportos comerciais da região por aviões da Usaf.

"Finalmente, a estratégia não pode ser estática", adverte ainda o documento. Recomenda a respeito que o Air Mobility Command promova a cada dois anos "uma ampla revisão" da temática, optando entre prossegui-la, introduzir ajustes ou modificá-la por completo.

Caso a hipotética base americana no Recife viesse a se instalar, não seria a primeira. Os EUA já tiveram uma base aérea, em Natal (RN), motivados pela mesma condição nordestina de cunha do Atlântico Sul, embora com curta duração.

A base foi implantada em 1942, como parte das operações da 2ª Guerra Mundial, em que os EUA e o Brasil compuseram o bloco dos Aliados contra o Eixo nazifascista. A base foi partilhada entre a FAB e a Usaf, que operava o seu setor leste. Além das missões de patrulha no Atlântico Sul, os americanos montaram através dela uma verdadeira ponte-aérea para o norte da África, a fim de abastecer as tropas aliadas.

Quando a 2ª Guerra acabou, o Pentágono bem que tentou permanecer em Natal. Mas a aliança antinazista cedera lugar à Guerra Fria e os brasileiros logo mudaram de opinião sobre a base. Os militares americanos reclamavam que eram hostilizados em brigas de rua (o que ocorria também no Rio, quando aportavam navios de guerra dos EUA), sutilmente estimuladas pelos comunistas e outras forças incomodadas por aquela presença militar estrangeira em tempo de paz. Meses depois a Usaf se foi e toda a base passou a pertencer à FAB.

Outro episódio, mais recente (embora apenas indiretamente ligado a esforços de guerra), envolveu a base brasileira de Alcântara, no Maranhão. O governo Fernando Henrique Cardoso havia proposto o uso da base por foguetes americanos e a proposta já tramitava no Congresso. A retirada do texto do acordo foi uma das primeiras medidas de política externa do governo Lula, em abril de 2003.


Veja a íntegra da apresentação do Air Mobility Command em duas partes:
1) Power Point em inglês
2) PDF em inglês