quinta-feira, 19 de abril de 2012

A Telefonica e o Santander vão boicotar a Argentina? Hein, Miriam Leitão?

Pescado no blog Os Amigos do Presidente Lula


Imprensa demotucana colonizada toma as dores do imperialismo decadente
A estatização (e nacionalização) da petrolífera YPF na Argentina é praticamente unanimidade nacional lá. Até a oposição apoia. Nem o PIG (partido da imprensa golpista) de lá tem como ir contra seus leitores e, se evitam elogios à presidenta Cristina Kirchner, enchem seus espaços com declarações de oposicionistas que apoiam a medida.

O pancadaria contra Cristina Kirchner foi terceirizada para o PIG de um país vizinho... aquele da Miriam Leitão, Carlos Alberto Sardenberg, que falam em "custar caro para Argentina, essa atitude", como se a privataria de lá não tivesse um custo muito mais alto.

A empresa privatizada conseguiu a "façanha" de diminuir a produção de petróleo em 12% entre 2003 e 2010. Isso, mesmo tendo o mercado de consumo aquecido, subindo 38% no período.

A gota d'água foi transformar a balança comercial do setor petrolífero de um superávit próximo de US$ 2 bilhões em 2010, para um déficit próximo de US$ 3 bilhões em 2011.

A Espanha fala em disputa judicial internacional (o que deve acontecer, até para forçar acordo em melhores condições) e retaliação contra alguns dos principais produtos de exportação argentinos: biodiesel, óleo de soja e carne.

O Parlamento Europeu vai votar uma resolução contra a nacionalização da petrolífera. É do jogo demarcar posições.

Mas de concreto mesmo, os técnicos europeus afastam "uma guerra comercial". Descartam uma decisão consensual dos 27 países da União Européia e acreditam que, mesmo para os espanhóis, será complicado medidas mais enérgicas, levando em conta os interesses de outras empresas espanholas no país, como Telefónica, Santander e BBVA, que têm optado pelo silêncio.

Viu Leitão e Sardenberg? 

"Império espanhol" na Argentina:

- Telefónica: a operadora tem 21,9 milhões de clientes no mercado argentino e uma quota de 29,8%. No último dia 2, a Telefónica foi responsável por um ‘apagão' da rede fixa e móvel que atingiu 16 milhões de pessoas. O episódio foi recordado pela presidente Kirchner durante o anúncio da nacionalização para estender o aviso às empresas estrangeiras, sobretudo "telefónicas ou bancos".

A face desumana da crise na Europa

Extraído no blog do Miro


De um lado, temos os números da crise que afeta Europa e Portugal – e a discussão técnica sobre causas, efeitos e caminhos para contorná-la; de outro, temos as reações das pessoas comuns, compondo um cenário que se pode traduzir numa palavra: perplexidade.
Economistas não atentam muito aos efeitos sociais e individuais de uma política recessiva levada ao extremo, como ocorre em Portugal. Por exemplo, não há nenhum estudo econométrico sobre o aumento da taxa de suicídios em relação a cada ponto percentual de retração do PIB, pelo menos aqui em Portugal. Na Grécia falida já se sabe que os suicídios aumentaram 17% de 2007 para 2009, e dados ainda não oficiais acrescentam uma subida de 25% em 2010.

Em Portugal, há apenas uma informação da base de dados Pordata, registrando que 1098 pessoas suicidaram-se em 2010, ou 84 a mais do que no ano anterior, mas sem avaliação de quantas dessas mortes podem ser relacionadas aos problemas econômicos agravados. Mesmo assim, o secretário de Estado da Saúde, Leal da Costa, admite podem aumentar os casos de morte auto-provocada, diante de circunstâncias como “aumento do desemprego, aumento de situações de maior dificuldade social, individual e familiar”. O governo apela à solidariedade entre as pessoas, como meio de aliviar as pressões e traumas psicológicos devidos às dificuldades materiais. Antes de ser criticada por jogar nas costas da sociedade um problema que sucessivos governos criaram, a Secretaria anuncia que tem um plano de prevenção de suicídio “que está sendo ultimado e isso para nós é prioritário”, na palavra de Leal da Costa.

Até a Igreja, tradicionalmente conservadora, começa a falar na crise e exigir uma posição mais ativa das autoridades e dos católicos, no alívio de suas consequências no plano pessoal. Na missa de Páscoa, há poucos dias, o arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, disse que há “demasiadas mãos sujas com a iniquidade, com a exploração dos fracos ou com as conjunturas de interesses. E isto acontece porque há mãos limpas mas atadas pelo ‘deixar correr’, não querer comprometer-se, ter medo do que poderá acontecer”. Diante da indiferença da maioria com os que mais sofrem com a crise, o arcebispo advertiu que Portugal vive em “tempo de risco de um grande colapso social”.

O curioso é que as medidas recessivas, cortes de gastos sociais e reengenharia no serviço público e empresas privadas (o que se traduz no aumento do desemprego) começam a preocupar o governo e a troika (como são chamados o Banco Central Europeu, Comissão Européia e FMI, responsáveis pelo “socorro” a Portugal há um ano) Motivo: elas começam a dar os resultados previsíveis… Impôs-se a recessão, e agora revela-se surpresa porque a recessão dói socialmente, paralisa a economia, reduz a arrecadação, e traz efeitos contrários aos apregoados pelos defensores deste remédio amargo.

>Chefe-adjunto da missão da troika em Portugal, o austríaco Peter Weiss, sugeriu que a culpa pelos altos índices de desemprego é… dos desempregados! Ele afirmou que as taxas de desocupação estão acima do previsto porque muitos trabalhadores, que esperavam ser demitidos em maio ou junho, estão pedindo dispensa agora. Na verdade, eles querem proteger-se contra a redução do salário-desemprego – mais uma medida draconiana exigida pelos organismos assumiram o controle sobre a economia portuguesa.

Weiss fez uma comparação típica da burocracia bancária empenhada em demolir o estado de bem-estar que fez a Europa rica e poderosa durante décadas: “Isso acontece sempre. Quando se aumentam os impostos sobre o tabaco, as pessoas começam a comprar mais cigarros. É um comportamento normal”.

Tais declarações, feitas no início de abril, causaram muita irritação nas ruas, onde as pessoas perguntam quem é Peter Weiss para dizer que o trabalhador português está antecipando o próprio desemprego: “Esse homem não foi eleito por nós, nem pela União Europeia, não tem autoridade para analisar os problemas que vivemos por causa da troika e dos governos submissos”, desabafa Francisco Soares, pequeno comerciante em Óbidos.

Cadeias Lotadas: Tem a ver com a crise o fato de as cadeias portuguesas ficarem muito mais cheias de três anos para cá? Desde o ano 2000, o número de presidiários vinha caindo gradativamente; mas em 2008, a curva de condenações voltou a subir rapidamente. Neste abril, pela primeira vez, Portugal superou a marca dos 13 mil detentos. As cadeias têm capacidade para 1,2 mil presos a menos que este número, e não há recursos para ampliações.

A falta de recursos preocupa também a polícia especializada em controle de manifestações sociais, que devem aumentar em resposta ao agravamento da crise. No seu plano de atividades para 2012 a Polícia de Segurança Pública (PSP) já previa uma fase de desafio “quer ao nível da criminalidade, quer ao nível da determinação, competência técnica e bom senso na atuação em situações decorrentes do direito de reunião e manifestação, quer ainda na assertividade e rigor de gestão e empenho dos seus próprios recursos”.

A PSP, assim como a Guarda Nacional Republicana e a Polícia Judiciária, estão mobilizadas para controlar e, se for o caso, reprimir manifestações populares previsíveis. A pretexto de combater a criminalidade, os órgãos de segurança demandam mais recursos, aumentam a vigilância sobre a população e os movimentos sociais e preparam-se para possíveis confrontos. Assim como na Grécia, o povo não aceita passivamente o ônus da crise – sempre imputado ao trabalhador, ao jovem, à dona-de-casa. Os mais desesperados recorrem ao suicídio, como tem ocorrido crescentemente, sob fingida ignorância da mídia; outros vão à greve e quando desempregados, às ruas.

Ainda tem eleitor que vota no PSDB. É gostar de sofrer!

sanguessugado no blog Aposentado Invocado




Bancos recuam e preparam juro menor
Instituições privadas reconhecem erro no debate com governo e preveem perda de cliente se não mexerem em taxas 
Segmento de maior concorrência é o de empresas; Santander anunciou ontem redução de taxa a lojistaSHEILA D’AMORIM
EM SÃO PAULO
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
Depois da polêmica criada na discussão sobre redução do custo dos empréstimos, os bancos privados já indicam que vão aderir à rodada de corte nos juros iniciada pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal. Eles esperam, no entanto, a "poeira baixar" para oferecer taxas e tarifas mais competitivas.
O diagnóstico dos bancos é que, se não fizerem nada para reduzir as taxas, vão perder clientes para instituições públicas, sobretudo no atendimento a empresas.
Isso porque as pessoas jurídicas têm a cultura de operar com mais de três bancos e costumam "fazer cotações" antes de tomar empréstimos.
Na semana passada, declaração do presidente da Febraban, Murilo Portugal, indicando que a redução dos juros dependia da adoção de medidas do governo irritou o ministro Guido Mantega (Fazenda). Para a equipe econômica, nenhuma medida será adotada até que os bancos privados reduzam os juros.
O presidente da Febraban se desculpou em telefonema ao secretário-executivo do ministério, Nelson Barbosa. Internamente, os banqueiros concluíram que erraram no encaminhamento da questão e que deveriam "ter oferecido" alguma ação em vez de apenas "cobrar o governo".
Diferentemente do atendimento ao consumidor, os segmentos de grandes e de médias empresas são os de maior concorrência.
O Santander reduziu ontem os juros para micro e pequenas empresas -foi o primeiro banco privado após o HSBC a mexer nas taxas.
No Santander, os juros para os lojistas "adiantarem" faturas de cartões caiu do intervalo de 2,54% a 3,27% ao mês para entre 1,5% e 2%.
"Mas isso não tem nada a ver com a ação do BB e da Caixa. É resultado de anos de estudo do funcionamento das microempresas. Agora temos diagnóstico mais preciso de risco", disse Pedro Coutinho, vice-presidente do Santander. 
TEMPO
Diante do constrangimento criado pela Febraban no governo, a estratégia agora é não alimentar mais a polêmica, esperar um tempo e agir para retomar as discussões.
A avaliação é que, para os juros caírem de forma prolongada, é preciso debater a estrutura atual do "spread", a diferença entre o que o banco paga para captar o dinheiro e o que cobra do clientes.
Os depósitos compulsórios (parcela do dinheiro captado retida no Banco Central) têm um peso significativo para os bancos, mas se sabe que esse instrumento tem funções de regulação da demanda e de proteção ao sistema financeiro em momentos de crise.
Por outro lado, os bancos querem discutir como facilitar a portabilidade, que permite levar histórico de relacionamento de um banco para outro, além da implementação do cadastro positivo, central que ajudará a avaliar o perfil dos clientes.

Aqui se faz, aqui se paga

Editoriais
A batalha espanhola
Capacidade da Espanha de superar agravamento da crise econômica com austeridade e reformas será decisiva para o destino da Europa e do euro 
Depois de três meses de trégua, a crise europeia voltou à cena. A ação do Banco Central Europeu no início do ano -€ 500 bilhões injetados no mercado- foi suficiente, por certo, para conter o risco de iminente colapso dos bancos. Não resolveu os problemas, mas comprou tempo para que os países pudessem realizar seus ajustes. 
Desde então se tornou comum considerar que o estado da crise passou de agudo para crônico -o que tem um fundo de verdade. Os desequilíbrios, no entanto, permanecem, e a recessão que se abate sobre a maior parte da zona do euro mantém vivos os riscos de ruptura financeira. 
O principal foco de problemas no momento é a Espanha, que vive as consequências do estouro da bolha imobiliária. Em relação ao tamanho de sua riqueza, os problemas são maiores que os vividos nos últimos anos pelos norte-americanos. No auge da euforia, a construção civil chegou a representar 13% da economia espanhola, enquanto nos EUA esse setor nunca passou de 6,5%. 
As perdas bancárias estão longe de terminar. Até o ano passado, a suposição era a de que a limpeza dos bancos custaria 5% do PIB espanhol, mas esse número já se aproxima de 10% (cerca de € 100 bilhões). Será difícil escapar de aportes adicionais do governo e, provavelmente, também da União Europeia (UE). 
O bloco reforçou no mês passado os fundos de resgate. Nesta semana, o encontro dos ministros das Finanças dos países do G20 e a reunião do FMI talvez resultem em um acordo global para aumentar os recursos deste último. 
Mas muitos não estão seguros -e com razão- de que a Europa já tenha colocado o suficiente de seu próprio dinheiro para credenciar-se a pedir contribuições alheias. 
A economia espanhola, por sua vez, continua a contrair. A última projeção do FMI aponta para uma queda do PIB de 1,8% neste ano. A taxa de desemprego já supera 24%. Neste ambiente, cortes de gastos tornam-se mais difíceis. No ano passado, a meta de deficit fiscal de 6% do PIB foi estourada em 40%. A dívida pública, que era das mais baixas da Europa antes da crise, já ameaça superar a marca de 90% do PIB. 
Para a Europa, a batalha da Espanha -pela dimensão de sua economia e de seus problemas- decidirá a guerra. Se a receita de austeridade e reformas estruturais mostrar-se eficaz para restaurar o crescimento, será possível falar num ponto de inflexão da crise. Do contrário, o futuro do euro permanecerá indefinido. 
O curto prazo não autoriza otimismo. O segundo trimestre será difícil. As eleições na França podem comprometer temporariamente a capacidade decisória da UE, e o risco de aprofundamento da recessão ainda não foi afastado.

Fernando Rodrigues muda de assunto e foge da CPI do DEMóstenes, na próxima coluna ele vai dar receita de bolo de laranja


Fernando Rodrigues
Acesso ainda sem regra
BRASÍLIA - Falta menos de um mês para o dia 16 de maio. É quando entra em vigor a Lei de Acesso a Informações Públicas. Por força constitucional, a legislação deve ser regulamentada por meio de um decreto da presidente da República. 
Dilma Rousseff deixou para cuidar do assunto na última hora. Há duas razões possíveis. A primeira é porque o tema não é a prioridade de fato do governo, apesar do discurso público. A segunda, ou também, porque há muitas divergências sobre como organizar e colocar à vista todas as informações produzidas dentro da administração pública. 
Uma polêmica pendente é a respeito de salários. Os cerca de 500 mil servidores públicos federais terão seus nomes divulgados com o valor exato da remuneração que cada um recebe, mês a mês? Ninguém sabe. Dilma Rousseff arbitrará -apesar de o tema já ter sido analisado preliminarmente pelo Supremo Tribunal Federal, que decidiu a favor da transparência. 
Outra dúvida importante foi pacificada, mas para pior. As empresas estatais, embora submetidas à Lei de Acesso, continuarão sem oferecer a transparência devida. A desculpa é a de sempre: por estarem competindo no mercado, não divulgarão certos dados sob risco de ajudar concorrentes privadas. 
Nos Estados e nas cidades, a situação é pior. Embora a Lei de Acesso seja clara, vários governadores consideram que a regra não é autoaplicável. Ou seja, as Assembleias Legislativas teriam de aprovar legislações locais. A prevalecer essa lógica, o país demorará uma vida até a transparência pública disseminar-se em todos os níveis de governo. 
Com tantos obstáculos à frente, o atraso de Dilma Rousseff em baixar uma regulamentação é apenas o mais visível. O que já está evidente era também algo fácil de prever: há um longo caminho pela frente, sem certeza de sucesso, até que a Lei de Acesso pegue no Brasil. 

Rei da Espanha se cala


Folha mente, engana, omite e teme a CPI do DEMóstenes. Inventou que o governo não queria a Comissão e agora aborta essa tentativa. É de chorar de tanta tristeza! Vai ser corrupta no inferno!

CPI do Cachoeira avança depois de recuo do governo
Palácio do Planalto aborta tentativa de atrasar investigações no Congresso 
Relações de empresário com políticos e negócios de construtora que cresceu no setor público serão foco principal DE BRASÍLIA
Líderes governistas e da oposição apresentaram ontem no Congresso o pedido de criação da CPI do caso Cachoeira, abortando movimento iniciado dias antes para atrasar as investigações. 
O objetivo da CPI será investigar os negócios do empresário Carlos Cachoeira e suas relações com políticos e outros empresários. Cachoeira é acusado de explorar jogos ilegais e foi preso pela Polícia Federal em fevereiro. 
Aliados da presidente Dilma Rousseff apoiaram a instalação imediata da comissão para reverter o desgaste causado nos últimos dias por articulações feitas para frear o impulso pela criação da CPI. 
Dilma está preocupada com os riscos que as investigações do caso Cachoeira criam para a imagem do governo e dos partidos que a apoiam no Congresso, mas muitos petistas querem usar a CPI para atingir a oposição. 
Escutas telefônicas feitas pela PF nos últimos três anos mostram que Cachoeira tinha influência nos governos de pelo menos três Estados e relações com políticos de seis partidos, do PT ao PSDB. 
A oposição deseja que o foco principal das investigações seja a construtora Delta, que cresceu nos últimos anos com contratos no setor público e recebeu R$ 3,6 bilhões do governo federal desde 2003. 
A PF desconfia que parte dos recursos recebidos pela empresa foram transferidos para Cachoeira e depois repassados a políticos durante a campanha eleitoral de 2010. 
A oposição quer que a CPI examine as relações da empresa com o ex-ministro José Dirceu, que prestou serviços de consultoria para a Delta depois que saiu do governo, afastado por causa de seu envolvimento com o mensalão. 
Mas as investigações da PF indicam que a empresa também tinha relações com a oposição. Segundo um relatório do Ministério Público Federal obtido pela Folha, o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), usou o cargo para defender interesses de Cachoeira e negociar uma obra para a Delta em 2011. 
No governo, a ordem é blindar tudo que possa arranhar a imagem do Planalto na CPI. Integrantes do governo trabalham para indicar parlamentares afinados com o governo para a comissão. 
O pedido para que a CPI seja instalada foi apoiado por 340 deputados e 67 senadores. Depois que todas as assinaturas do pedido forem conferidas, o documento será lido em sessão do Congresso. 
A comissão só poderá ser instalada depois que os partidos indicarem seus integrantes. O ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL) e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), investigados pelo Congresso no passado, deverão fazer parte da CPI. 
A deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), que preside interinamente o Congresso, prometeu agilizar a criação da CPI. "Se a Casa optou por fazê-la, evidentemente que ela tem que ser feita", disse. 
A deputada substitui o presidente do Congresso, José Sarney (PMDB-AP), que pediu licença médica de 15 dias para se recuperar de uma cirurgia cardíaca a que se submeteu no fim de semana. 
Discursos calorosos da oposição e até de governistas também contribuíram para o recuo governista ontem. "Isso não pode terminar em pizza", afirmou o líder do DEM, deputado ACM Neto (BA). 
(GABRIELA GUERREIRO, MARIA CLARA CABRAL, ANDREZA MATAIS E NATUZA NERY)
Brasil é 11º em impunidade de assassinato de jornalistas
De 2002 a 2011, 5 mortes não foram solucionadas DE SÃO PAULO
O Brasil é o 11º país do mundo em que os assassinatos de jornalistas mais ficam impunes, mostra levantamento divulgado ontem pelo CPJ (Comitê para Proteção de Jornalistas), sediado nos EUA. 
De acordo com o "Índice da Impunidade", elaborado anualmente pelo órgão, cinco mortes de jornalistas que ocorreram entre 2002 e 2011 ainda não resultaram em nenhuma condenação no país. 
Duas delas aconteceram no ano passado. A mais recente é a do dirigente petista e editor do jornal "O Serrano", Edinaldo Filgueira, que recebeu seis tiros em junho. O crime aconteceu em Serra do Mel (252 km de Natal), no Rio Grande do Norte. 
Segundo o órgão, também não foi esclarecida a morte do apresentador de TV e radialista Luciano Leitão Pedrosa, de Pernambuco. Ele também foi alvo de tiros em abril do ano passado. Antes de ser morto, relatou ameaças. 
O indicador leva em conta o percentual de casos não solucionados de mortes de jornalistas em relação à população do país. Só entram no levantamento países em que ao menos cinco crimes não tenham gerado condenação. 
O pior país é o Iraque, onde 93 mortes no período não foram esclarecidas. Ele é líder desde a primeira edição do índice, em 2008. Entre latino-americanos, além do Brasil, também aparecem a Colômbia, com oito mortes impunes, e o México, com 15.

A imprensa corrupta brasileira trabalha incessantemente contra o PT e ouve declarações da quadrilha do PSDB. Dá espaço para todos os tucanos falarem as mentiras de sempre, como se alguém pudesse acreditar em Sergio Guerra

Durante encontro, governadores tucanos falam sobre Carlinhos Cachoeira e pedem CPI "sem interesses partidários"

Rafael Moro Martins
Do UOL, em Curitiba
Presente a um encontro que reuniu sete dos oito governadores do PSDB em Curitiba, nesta terça-feira (17), o presidente nacional do partido, o deputado federal Sérgio Guerra (CE), disse esperar que a CPI mista (Comissão Parlamentar de Inquérito) proposta por partidos da base aliada para investigar o bicheiro Carlinhos Cachoeira seja “limpa, aberta e sem interesses partidários”.

“Esperamos que o PT e o governo tenham capacidade de desenvolver uma CPI, pois até agora só souberam impedi-la. Desde a CPI do Mensalão que não se deixa comissão alguma funcionar”, criticou, em entrevista coletiva realizada no Palácio Iguaçu, sede do governo do Paraná.

Antes, na abertura da entrevista, Guerra saiu em defesa de Marconi Perillo (GO), suspeito de envolvimento com Cachoeira. “Temos convicção quanto à integridade do governador. Perillo é um exemplo de uma liderança efetiva e desenvolveu um PSDB forte em Goiás. Entre nós, não há o que esclarecer”, falou.

Cachoeira foi tema da primeira pergunta da entrevista, dirigida a Perillo e ao governador do Tocantins, Siqueira Campos. Ambos negaram que o bicheiro tivesse influência em seus governos. “Nunca recebi pedidos de Cachoeira para cargos no governo. Não há nenhuma pessoa indicada por ele nas gerências, que obedecem a critérios de meritocracia”, falou Perillo.

“Jamais alguém teria a ousadia de me procurar para discutir assunto que dissesse respeito a ilegalidades. Estou absolutamente tranquilo. Quero tranquilizar meus colegas e meu presidente (Sérgio Guerra) quanto a isso”, garantiu o goiano.

“Não existe nenhum contrato em meu governo com empresas ligadas ao Cachoeira. Uma vez, fui apresentado a Cachoeira pelo [ex-senador] Ataídes Oliveira (PSDB-TO), após um encontro fortuito. Mas nunca mais nos encontramos, não temos nenhum relacionamento”, afirmou Campos.

O encontro também serviu para os tucanos realizarem projeções para as eleições municipais deste ano. “Analisamos a situação Estado a Estado. Hoje, temos cerca de 780 prefeitos, e pretendemos eleger 1.000 prefeitos em outubro. No Paraná [que tem 399 municípios], esperamos ficar com 100 prefeituras”, falou Guerra.

Pacto federativo

O evento reuniu em Curitiba os governadores Geraldo Alckmin (SP), Antonio Anastasia (MG), Beto Richa (PR), Simão Jatene (PA) e Anchieta Júnior (RR), além de Perillo e Campos. Único governador tucano ausente, Teotonio Vilela Filho (AL) alegou compromissos em seu Estado.

Na Carta de Curitiba, divulgada ao final do evento, os tucanos falam em “enfrentamento da falência federativa”, apontam “a perigosa omissão da União diante do compromisso pelo financiamento dos serviços públicos” e defendem “agenda emergencial e sincera com o governo federal para um reposicionamento nacionalista de temas como a redução de encargos e do comprometimento dos Estados com o pagamento da dívida”.

“Há uma concentração abusiva na arrecadação de impostos a favor da União. Ano passado, o governo federal arrecadou R$ 1 trilhão. Minas, que tem 10% do PIB brasileiro, não chegou a R$ 40 bilhões em tributos estaduais, e isso se repete em outros Estados. Enquanto isso, recebemos novos encargos, e por isso é imprescindível que a União aponte fonte de receita”, disse Anastasia.

“A centralização dos recursos na União é um problema histórico, mas que se agravou nos últimos anos. A saúde está subfinanciada [pelo governo federal]. Os parceiros do SUS, como as Santas Casas, estão abandonando o sistema”, lamentou Alckmin. “Falência da federação é a falência da saúde, da educação”, bradou Jatene. Em meio às reclamações sobre a falta de dinheiro, porém, ouviu-se poucas sugestões para solucionar o problema.

Uma delas, mencionada na entrevista coletiva, é desvincular parte da arrecadação estadual de gastos obrigatórios (educação e saúde, por exemplo) para investimentos em infraestrutura, de modo semelhante ao que hoje faz o governo federal com a Desvincunlação das Receitas da União (DRU).

“(Mas) isso sequer está na Carta de Curitiba”, admitiu Richa. “Avaliamos de forma genérica a necessidade de recursos para investimentos. Estamos discutindo de forma mais profunda a questão no Confaz. Um exemplo prático: parte da arrecadação com IPVA pode ser desvinculada para financiar investimentos em rodovias”, explicou o paranaense. Para isso, porém, seria necessário aprovar uma emenda constitucional no Congresso Nacional.

Os governadores também pediram mudanças no indexador da dívida dos Estados. “O valor do indexador ficou distorcido, o que tornou a dívida impagável e onera o dia a dia, por causa do comprometimento da receita corrente líquida com o pagamento. Temos reunião na próxima quinta-feira, na Câmara dos Deputados, para tratar do assunto”, disse Anastasia.

quarta-feira, 18 de abril de 2012


Imaginem um lugar com cerca de 110 mil habitantes e quase 5 milhões de metros quadrados, todo cercado, com um administrador que toma decisões sem ouvir ninguém, que recorre à repressão policial e ao banimento de dissidentes e utiliza espiões para se manter informado da atividade dos adversários. Não, não se trata de nenhuma republiqueta de bananas, mas da maior universidade do País, a USP, sob a governança do reitor João Grandino Rodas, também conhecido no campus como “o rei”.
Desde que assumiu a direção da USP, em 2010, uma série de medidas polêmicas tem colocado na berlinda a gestão de Rodas, criticada como pouco democrática, para dizer o mínimo. Em janeiro deste ano, vieram à tona documentos que mostram que o reitor recebe de arapongas relatórios sobre o que se passa nas reuniões dos funcionários, professores e alunos. Confeccionados por certa “sala de crise”, os textos trazem todos os detalhes sobre as assembleias, narradas ponto a ponto, inclusive com os nomes e ligações partidárias dos envolvidos.
Estudante é retirado a força de ocupação na reitoria da USP, em novembro de 2011. Desde a ditadura, não havia o risco de tantos alunos serem expulsos como agora. Foto: André Lessa/AE
A última das controvérsias envolvendo o reitor ainda está por vir: na semana passada, os 73 alunos presos durante a ocupação da reitoria, em novembro do ano passado, começaram a receber a intimação para apresentarem defesa no processo movido contra eles pela USP. Não se trata apenas de expulsão, mas da “eliminação” dos estudantes, baseada num regimento da época da ditadura: se confirmada, nenhum deles poderá retornar, por meio de vestibular, nem se empregar na universidade. Ou seja, estarão banidos.
Embora a ocupação da reitoria tenha sido considerada desastrada até mesmo por representantes dos alunos, também a punição é vista como digna de quem governa como ditador. Será a primeira vez, desde os anos de chumbo, que a USP expulsa alunos em massa. Em dezembro do ano passado, seis estudantes foram expelidos da universidade por terem ocupado o prédio da Coordenadoria de Assistência Social (Coseas) em 2010. Se os 73 também saírem, a universidade alcançará o impressionante número de 79 alunos eliminados em dois anos de administração Rodas. É o equivalente a um terço do total de estudantes expulsos durante toda a ditadura no País: 245, segundo cálculos da Comissão de Mortos e Desaparecidos do Ministério da Justiça.
Cinco dos alunos expulsos já estão recorrendo da decisão. No mês passado, o juiz da 10ª Vara de Fazenda Pública de São Paulo, Valentino Aparecido de Andrade, mandou a USP readmitir um deles, sob a alegação de que a pena foi “excessiva”. A universidade anunciou que vai recorrer. Na terça-feira 10, outro expulso, o estudante de Geografia Yves de Carvalho Souzedo, assinou um artigo no jornal Folha de S.Paulo questionando a decisão da USP de defenestrá-lo, às vésperas de receber o diploma de conclusão do curso, sem que fossem apresentadas provas de seu envolvimento na ocupação.
Leia também:


“Acordei com a notícia de que tinha sido expulso. Foi uma cacetada: já havia sido aprovado em concurso para ser professor da rede pública estadual e não posso assumir o cargo porque não tenho diploma”, disse Yves a CartaCapital. Ele afirma que nunca pertenceu a partidos políticos e não ocupou a Coseas. “Estive lá para dar solidariedade aos colegas quando fui avisado de que a polícia estava chegando. Minha expulsão foi uma decisão política do reitor, que esperou o momento certo para intimidar os estudantes. Tanto é que todo mundo pensa que fomos expulsos por causa da ocupação da reitoria.”
Diretor reeleito do Diretório Central dos Estudantes (DCE), o estudante de Ciências Sociais Pedro Serrano acusa o reitor Rodas de seguir uma política de “criminalização” das entidades representativas dos estudantes, professores e funcionários. “Ele não debate. Várias medidas que toma não foram sequer submetidas ao Conselho Universitário. Para nós, a política de militarização da universidade não é motivada pela insegurança, mas um pretexto para o controle ideológico”, diz Serrano.
Em fevereiro, dez diretores da Associação dos Docentes da USP (Adusp) foram interpelados judicialmente pelo reitor por causa de frases atribuídas à entidade em editorial de O Estado de S. Paulo. “É uma tentativa de calar vozes críticas à forma como ele vem administrando, gerindo e representando a USP. Demonstra a opção por um método de viés autoritário, cuja principal característica é a intolerância”, acusa César Minto, vice-presidente da Adusp.
“O consenso não é uma das virtudes do reitor Grandino Rodas. Os conflitos aumentam quando chegam às mãos dele”, opina o professor da Faculdade de Ciências Humanas, Filosofia e Letras Vladimir Safatle, colunista de CartaCapital. “Infelizmente, ele não é a pessoa adequada para ocupar o cargo de reitor. Precisávamos de alguém que diminuísse os conflitos, que tivesse uma ascendência acadêmica clara. Um reitor deve lembrar que a universidade não funciona graças a ele, mas independentemente dele. Não é o caso de Rodas.”
A questionada convocação de policiais militares para cuidar da segurança na USP foi decidida pelo Conselho Gestor, em caráter emergencial, em maio de 2011, após o assassinato de um aluno dentro da Cidade Universitária, em tentativa de assalto. Em outubro, depois que três alunos do curso de Geografia foram presos pela PM por estarem fumando maconha no estacionamento, aconteceu a ocupação da reitoria, que acabou com a chegada de 400 policiais da tropa de choque da PM, expulsando e prendendo os estudantes.
Força Tática em frente a reitoria para cumprir o mandado de reintegração de posse, em novembro. Foto: Milton Jung/Flickr
As entidades representativas de alunos, professores e funcionários sempre defenderam que o policiamento deveria ser feito pela Guarda Universitária e que faltou debater o assunto, como ocorre em outros países – no México, por exemplo, um grupo de reitores discute atualmente como resolver o problema dos assaltos, sequestros e do narcotráfico dentro dos campi universitários. Segundo o professor de Planejamento Urbano da Faculdade de Arquitetura da USP Nabil Bonduki, trata-se de um problema complexo, porque o modelo para as universidades foi pensado nas décadas de 1940 e 1950, e está superado.
“As cidades universitárias são enormes e distantes, uma área cercada que não se integra e não incorpora usos urbanos. Isso leva à desertificação nos horários e dias em que não há aulas”, opina Bonduki, para quem o policiamento é só parte da solução. “Deveria haver novos espaços residenciais, para povoá-la mais, um sistema de transporte público eficiente para reduzir a presença de automóveis no campus, conexão entre a estação de trem próxima e a universidade, e que a USP voltasse a ser um espaço de lazer para a cidade, como já foi. Atualmente está fechada ao público nos fins de semana. Mas tudo isso tem de ser discutido com a comunidade, inclusive com seu entorno.”
Na vizinhança da USP, a Favela São Remo foi recentemente alvo de uma denúncia da TV Bandeirantes: um relatório da Polícia Civil de São Paulo revelou conexões entre o tráfico de drogas ali exercido, e ninguém menos que o batalhão que policia a universidade. Uma pesquisa feita pelo instituto Datafolha em novembro do ano passado mostrou que 58% dos estudantes da universidade apoiam o policiamento, mas 57% deles também disseram que a presença da PM não havia alterado a sensação de falta de segurança no campus.
Não bastasse ter chamado a polícia para dentro da universidade, há duas semanas foi noticiada a contratação, pela reitoria, de um coronel reformado da PM para ser o responsável pela segurança da universidade, na recém-criada Superintendência de Segurança (SS).
Uma das primeiras polêmicas envolvendo o reitor foi justamente a utilização do termo “revolução de 1964” em uma placa no monumento em homenagem aos mortos e desaparecidos da ditadura que está sendo erguido na Cidade Universitária, em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência. Denunciado o ato pela imprensa, a placa foi retirada, mas o próprio Rodas costuma utilizar a expressão “revolução” em entrevistas. A CartaCapital o reitor se recusou a falar: exigiu que as perguntas fossem enviadas por e-mail, o que se deu, mas elas não foram respondidas até o fechamento desta edição.
Afetado. Souzedo (o tapume existe por causa dele) atingido pela ira de Grandino Rodas. Foto: Olga Vlahou
Outro acontecimento digno de dúvida sobre a visão do reitor em relação à ditadura aconteceu no julgamento, em 1997, do processo da estilista Zuzu Angel pela Comissão de Mortos e Desaparecidos, da qual Rodas era membro. O advogado negou a participação do Estado na morte mal explicada de Zuzu em um acidente de carro em 1976, por considerar que não foram demonstradas conexões do governo da ditadura com sua morte. Foi voto vencido. Em 2007, o futuro reitor da USP seria condecorado com a medalha de mérito Castello Branco da Associação Campineira de Oficiais da Reserva do Exército.
Quando ainda era candidato a reitor, em 2009, O Estado de S. Paulo interpelou Rodas sobre os rumores de que seria ligado às organizações de direita Opus Dei e Tradição, Família e Propriedade (TFP). Dizendo-se “apolítico”, ele respondeu: “Sou católico, mas, embora respeitando movimentos mais específicos dentro do catolicismo, nunca me filiei a nenhum deles”.
A rejeição ao reitor, na verdade, nasceu de uma decisão por si pouco democrática: Grandino Rodas foi o segundo candidato mais votado de uma lista tríplice, mas acabou sendo escolhido pelo então governador José Serra, quebrando uma tradição que vinha desde a volta da democracia. Hoje presidente do CNPq, o físico Glaucius Oliva, que venceu a disputa, mas não levou, chegou a se declarar “desapontado”, e disse na época: “É muito ruim quando as cabeças são pequenas o bastante para contaminar questões acadêmicas com o viés político”. Imediatamente após a decisão de Serra, os estudantes fariam o primeiro protesto contra Rodas, ocupando o prédio da antiga reitoria.
As críticas sobre o “autoritarismo” do reitor vinham, porém, de antes, do período em que foi diretor da faculdade de Direito do Largo de São Francisco (2006-2009) e terminou como persona non grata. Isso porque, no apagar das luzes de sua gestão, vieram à tona decisões tomadas sem consulta à congregação: uma delas foi a transferência da biblioteca da faculdade para um prédio vizinho, de 11 andares e sem elevador. A outra, dar nomes a salas de advogados ilustres que fizeram doação de 1 milhão reais cada um à faculdade. Uma terceira e prosaica razão foi a doação de dois tapetes persas da faculdade para a reitoria, que iria ocupar em seguida.
“Ele doou os tapetes a si mesmo”, critica o professor Sérgio Salomão Schecaira, porta-voz da Faculdade de Direito no processo que declarou Rodas persona non grata. Em março, o reitor entrou com recurso para revogar o título, mas perdeu. Após pedido da congregação ao Ministério Público Estadual, Rodas mandou devolver os tapetes. Em pé de guerra com sua faculdade de origem, é atualmente alvo de um processo movido pela congregação na Promotoria do Patrimônio Público e Social do MP por suposta malversação de verbas públicas, porque utilizou boletins produzidos pela assessoria de imprensa da USP para criticar os diretores da São Francisco.
Schecaira é irônico ao falar do desafeto. “Não tenho nada pessoalmente contra o professor Grandino. Até porque ele é um diplomata. Diplomata formado na escola americana de diplomacia, que primeiro ataca, mas um diplomata”, provoca. “Ele saiu da São Francisco com uma imagem bastante desgastada no seio da faculdade. O título de persona non grata, concedido por unanimidade, revela que não temos apreço por ele. Não se diz que quando alguém não é querido é porque ‘os santos não batem’? Pois bem, nossos santos estão em desacordo. O professor Grandino conseguiu antipatia total da faculdade de Direito, seja de docentes, seja de alunos ou funcionários.”
Sobre a administração Rodas à frente da reitoria, Schecaira é taxativo. “A gestão dele é catastrófica no aspecto democrático e sem eficiência no aspecto gerencial. No caso da PM, novamente tomou a decisão solitária de fechar o convênio, queimando o cartucho de uma discussão séria sobre a questão da segurança. O professor Grandino, em vez de governar com a comunidade universitária, preferiu assumir o papel de antagonista. Como se o fato de ser reitor o tornasse rei”, alfineta.
Extraído no blog do Saraiva


Trio de Cachoeira: “Chico”, “amendoim” e “caneta”


Estes eram os apelidos que ele costumava usar para se referir a algumas pessoas próximas, como o sargento Dadá (Chico), o senador Demóstenes Torres (amendoim) e o jornalista Policarpo Júnior (caneta), da revista Veja; cujas relações com o contraventor se tornam cada vez mais próximas
Brasil 247
A cada dia, novas revelações sobre o caso Carlos Cachoeira. A de hoje, trazida pela Folha de S. Paulo, mostra a construtora Delta tentando plantar uma reportagem na revista Veja porque não vinha sendo atendida no DNIT – órgão do Ministério dos Transportes responsável por obras viárias. “Em conversas no primeiro semestre de 2011, Cachoeira disse a Claudio Abreu, diretor da Delta no Centro-Oeste, que estava fornecendo informações sobre irregularidades no Dnit para a revista Veja durante a apuração de uma reportagem”, aponta trecho de um relatório da Polícia Federal, citado pela Folha.

O trecho constrange ainda mais a publicação da Editora Abril, que provavelmente verá serem convocados pelo CPI o jornalista Policarpo Júnior, diretor da sucursal Brasília, e o próprio dono da empresa, Roberto Civita. As ligações são tão estreitas que Cachoeira tinha um apelido carinhoso para se referir ao jornalista. Ele era chamado de “caneta” pelo contraventor. Outros que também tinham codinomes eram o sargento Idalberto Martins, o Dadá, e o senador Demóstenes Torres. O primeiro era chamado de “Chico”, justamente por ter a mania de tratar todos os interlocutores por Chico. O senador era chamado de “amendoim” – uma lembrança dos tempos em que era gordo e não se cansava de comer amendoins.

Veja já tem um discurso pronto para a CPI. Assim como colocou na edição deste fim de semana, dirá que boas informações podem ser colhidas com homens de má reputação. A revista, no entanto, foi rebatida pelo jornalista Janio de Freitas, da Folha de S. Paulo. Ele afirmou que, ainda que exista interesse público nas informações prestadas por fontes criminosas, o interesse de marginais, em geral, é o de ampliar a marginalidade (leia mais aqui).

Diante da revelação trazida hoje pela Folha, o blogueiro Luís Nassif aponta as conexões entre os matérias pautadas por Carlos Cachoeira e seus interesses comerciais, nem sempre republicanos. Leia, abaixo, o texto de Nassif:

A Folha tem dois bravos repórteres – Cátia Seabra e Rubens Valente – lutando com um braço amarrado. É isso que explica o fato do lide da matéria sobre Cachoeira (a informação mais importante, que deveria estar na abertura) ter ficado no pé:

"Em conversas no primeiro semestre de 2011, Cachoeira disse a Claudio Abreu, diretor da Delta no Centro-Oeste, que estava fornecendo informações sobre irregularidades no Dnit para a revista "Veja" durante a apuração de uma reportagem".

Na verdade, a Folha (e a Globo) têm muito mais que isso. Pelas matérias divulgadas, a Globo teve acesso às gravações do Guardião – a máquina de grampo da Polícia Federal. A Folha tem acesso a relatórios da Operação Monte Carlo, provavelmente do material reservado que está no Supremo Tribunal Federal (STF), envolvendo o senador Demóstenes Torres e dois deputados federais.
Nesse relatório existem informações relevantes sobre a relação Veja-Cachoeira – que a Folha ainda não deu.”
Matéria Completa, ::Aqui::

domingo, 15 de abril de 2012

A mídia está de gringo no samba

Pescado no blog Tijolaço, Brizola Neto

 

- Sabe por que americano samba com um dedinho levantado em cada mão?
- Não, por que?
- Pra que ninguém lhe olhe os pés, desajeitados…
A brincadeira carioca tem tudo a ver com o comportamento da mídia diante da CPI sobre Carlinhos Cachoeira.
Agora,dizem os jornais, é o Governo e a própria presidenta Dilma quem estariam temerosos de uma investigação. Só falta dizer que o Lula também.
Pura cortina de fumaça.
Pode haver até algum governista preocupado, por razões próprias ou por ser adepto da política de tratar a política como – a expressão é do Brizola – “um clube ameno”,  onde o importante é o Vossa Excelência para cá e para lá e empurrando os dias de poder, algum poder, todos os dias, enquanto durar.
Se a Presidenta, acaso, deu uma “freada de arrumação” na participação de ministros seus na articulação da CPI, fez muito bem. A CPI não é do Executivo, não é “chapa-branca”. E ela é a comandante política do Governo, não os ministros.
Dispensa, portanto, a prudência “muy amiga” que lhe sugere a mídia.
Da mesma forma, é assim a “preocupação” dos jornalões com a possibilidade de que a CPI do Cachoeira “mele” o julgamento do dito “mensalão”.
Porque melaria, se uma coisa, como sustenta Merval Pereira isso não passa de uma  “tentativa desesperada de criar um fato político que possa influenciar a decisão do Supremo sobre o mensalão”?
Se não há ligação entre uma coisa e outra, porque isso se misturaria?
Mas há, ou pelo menos há fortes indícios de que há.
É uma gravação ordenada por Carlos Cachoeira que deflagrou aquele processo.
E essa gravação, segundo um ex-integrante do grupo do bicheiro, foi feita e divulgada com o obejtivo de “vingar” o veto de José Dirceu à nomeação de um homem do esquema Cachoeira – o senador Demóstenes – para o controle de um setor importante para o bicheiro, nada menos que a Secretaria Nacional de Justiça.
Além disso, existem provas materiais da ligação próxima, íntima, entre Cachoeira e Policarpo Júnior, editor do centro daquela e de quase todas as denúncias que se fizeram contra o Governo Lula: a máquina de demolir reputações chamada Veja.
De novo, sirvo-me de uma das expressões do velho Brizola: um dos chefes do “Comando Marrom”.
Que, aliás, só é indulgente quando os escândalos atingem a direita, como no caso Demóstenes e no da “Privataria Tucana”.
Por isso, a nossa mídia está como o gringo no samba: “olhem o meu dedinho apontado para cima, não vejam os meus pés desengonçados”.
Vai apelar para tudo o que puder desviar o olhar de suas vergonhas e distribuir “conselhos prudentes” para que  não se mexa demasiado no assunto, até a pretexto de preservar o Governo.
Anotem aí: falta pouco, muito pouco, quase nada, nada mesmo para que se atribua a Lula e a José Dirceu o escândalo Cachoeira.
Esta que o porta-voz da direita midiática, Merval Pereira,  chama de “tática escancarada pelos blogueiros governistas” e que, segundo ele, “parece ter se tornado um verdadeiro tiro no pé” é, sim, de fato, um tiro no pé.
No pé enlameado de uma mídia que, proclamando-se moralizadora, chafurdou nas imundícies de um bandido para “cumprir” seu objetivo de desaestabilizar governos progressistas.
Uma missão cívica, que o indigitado Cachoeira resumiu  soberbamente:
- Limpando esse Brasil, rapaz, fazendo um bem do caralho pro Brasil, essa corrupção aí. Quantos (furos de reportagem) já foram, rapaz? E tudo via Policarpo.”

Bateu o desespero: A capa da Veja

No blog do Miro


Venezuela, dez anos depois do golpe. O que vem pela frente?

Pescado na Carta Maior

Malogro do 11 de abril de 2002 marca uma novidade na América Latina. Nunca uma articulação envolvendo classes dominantes, Igreja Católica, mídia e Estados Unidos fracassara por aqui. Hoje, com a popularidede acima de 60%, Chávez é o favorito na disputa presidencial. Mas um drama pessoal ameaça se transformar em fator político determinante: a gravidade de seu quadro de saúde. Se a situação se agravar, não há substituto à altura. Não há uma Dilma do Chávez. O artigo é de Gilberto Maringoni.

Estive pela primeira vez na Venezuela três semanas após o fracassado golpe de 11 de abril de 2002. O motivo foi um convite do jornalista Raimundo Pereira, um dos pais do jornalismo político moderno no país e editor da revista Reportagem. “Você não quer passar uns dias em Caracas, saber como foi essa volta do Chávez ao poder e fazer uma matéria extensa?”, perguntou ele em uma curta e objetiva reunião que tivemos dois dias após o fim da aventura de Pedro Carmona e seus aliados.

Aceitei e fiz as malas sem saber muito do país, além da generalidade superficial de quem lê o noticiário da mídia brasileira.

Dias antes, Arnaldo Jabor havia saudado o golpe. Aparecera com aquele ar de amigo esperto nas telas da Globo, segurando uma taça de vinho numa mão e uma banana na outra. “Vamos brindar o fim de mais uma república bananeira”, ironizou, antes de fazer biquinho para saborear a bebida.

O Estado de S. Paulo foi mais direto. No editorial de sábado, 13 de abril tascou o seguinte: “O que ocorreu na Venezuela não foi um simples golpe de Estado que tirou do poder o coronel Hugo Chávez. Foi - assim como ocorreu no Brasil em 1964 - uma reação cívica a um governo que, eleito em pleito livre, em consequência do cansaço popular com partidos que já não tinham representação e se excediam na corrupção, se esmerou, uma vez no poder, em eliminar progressivamente todo e qualquer vestígio daquilo que se poderia chamar de institucionalidade democrática”.

Clima pesado
Em Caracas, o clima era mais pesado. Os jornais e os noticiários de TV praticamente diziam que Chávez era o responsável pelo golpe. Havia denúncias e mais denúncias, anúncios catastróficos sobre a reforma agrária e um rosário de torpedos verbais contra o presidente em todos os horários e canais.

Mas os atendentes, camareiras, garçons, camelôs, balconistas, mendigos, cobradores de ônibus e lideranças de bairros estavam exultantes. “Intentaran sacar el presidente porque él és nuestro”, me falou baixinho a copeira do hotel onde fiquei.

A sensação nas ruas era semelhante. As marchas da oposição exibiam loiras oxigenadas, com blusas de oncinha, calça de couro e salto alto. Também se viam rapazes, marombados por intermináveis horas nas academias, descendo de Pajeros e Cherokees. A ala dos governistas era composta por mulatos, mestiços, desdentados e malvestidos. Visualmente, o panorama era de ricos contra pobres, quase uma imagem de manual de luta de classes.

O malogro
O malogro da ação se deu por três fatores: 1. Os golpistas não conseguiram maioria nas forças armadas. A cúpula queria a saída de Chávez, mas a média oficialidade e os cabos e soldados não embarcaram na intentona. Na própria madrugada do dia 12, enquanto o presidente era detido, várias guarnições importantes começaram a se rebelar; 2. A formidável reação popular evidenciou a rarefeita legitimidade da nova situação e 3. O novo governo conheceu um acachapante isolamento internacional.

O fim da trapalhada ficará marcado como uma das mais belas e emocionantes páginas das lutas sociais de todo o mundo. O figurino continental desandou. Puxadas de tapetes com sólidos apoios entre o empresariado, a Igreja Católica, os militares e a embaixada dos Estados Unidos nunca foram revertidos de forma tão espetacular

A volta de Hugo Chávez ao palácio de Miraflores, rodeado por centenas de milhares de apoiadores, tornou-se também objeto de disputa entre a direita e a esquerda. Qual o real significado das movimentações daqueles dias? A oposição valia-se de um argumento semelhante ao do jornal O Estado de S. Paulo: não houve golpe, mas um levante cívico militar contra a baderna. Golpista seria Chávez, que liderou um fracassado levante militar em 1992. O presidente, de seu lado, não economizou palavras para demonstrar a aliança de Pedro Carmona com a Casa Branca, num quadro de radicalização internacional promovida pelo governo de George W. Bush, poucos meses após os atentados de 11 de setembro de 2001.

Produto de uma crise
O mandato de Chávez, desde sua posse, em janeiro de 1999, foi pontuado por tensões e enfrentamentos. Mas, ao contrário do que a mídia internacional martelava incessantemente, o presidente não provocara crise alguma em seu país. Ele sim, como personagem político, é fruto de uma avassaladora crise econômica, social e política que castigava a Venezuela desde a segunda metade dos anos 1980. Iniciada com uma queda vertiginosa dos preços internacionais do petróleo, principal produto de exportação, o desarranjo mostrou-se estrutural, corroendo serviços e instituições públicas, partidos e lideranças políticas, num quadro de descrédito coletivo.

Um olhar superficial poderia classificar o surgimento de Chávez na cena política como a chegada de um salvador da Pátria. Ao longo dos anos, ele mostrou ser não apenas um dirigente capaz de recompor as bases institucionais da Venezuela, mas de tornar-se um fator de estabilidade política.

As classes dominantes locais e seus aliados internacionais somente muito mais tarde perceberiam não estar diante de mais um governante que poderia ser apeado da cadeira presidencial a qualquer momento. O ex-militar tornou-se caudatário de algo mais profundo. Sua legitimidade expressa uma mudança na estrutura de classes do país, com a entrada em cena de multidões empobrecidas e desiludidas, com difusos anseios de mudança.

Seria muito difícil, nessas condições, o governo golpista se estabilizar. Se derrotasse a investida popular, Carmona teria de seguir lançando medidas draconianas para se manter.

Força e fraqueza
A força do governo é, contraditoriamente, a razão de sua fraqueza. O presidente é não só um líder, mas o principal e praticamente único garantidor da estabilidade política e social. É o porta-voz central de seu governo, assim como é o grande intelectual, formulador e estrategista das ações de Estado.

O câncer que acomete atualmente o presidente Hugo Chávez tem, assim, duas dimensões principais. É um drama pessoal. Não se conhece claramente sua extensão ou gravidade. E pode se tornar uma tragédia política. Se a situação se agravar, não há substituto à altura. Nenhum membro do governo ou das forças aliadas poderia conduzir o processo político local sem enfrentar sérias turbulências iniciais. Não há uma Dilma do Chávez.

Dez anos depois do golpe, o presidente continua a manter índices de aprovação acima de 60%. Há fatores objetivos para alavancar tais indicadores: a vida melhorou na Venezuela. Os pobres comem mais, têm mais acesso à saúde, educação e serviços sociais essenciais. A sociedade segue violenta, mas a desigualdade se reduziu. Se tentarmos sintetizar esse período, podemos dizer que a grande diretriz oficial tem sido a de fortalecer o Estado e investir prioritariamente nas áreas sociais.

Os mandatos de Chávez têm sido marcados por enfrentamentos de variados tipos. Eles vão de tentativas de tirá-lo do poder a turbulências econômicas agravadas pela crise de 2008. A isso se somam dificuldades enfrentadas por um país quase sem indústrias, cuja economia baseia-se em grande parte na exportação de petróleo.

Chávez é o grande favorito para vencer as eleições presidenciais de outubro. Mas a vitória não representará o fim dos problemas.

O presidente agora luta pela vida. Nas condições atuais da Venezuela, isso tem um significado político vasto, profundo e decisivo para o país.

Repórter da Globo também teria se envolvido com Cachoeira

Extraído no blog da Cidadania

por Eduardo Guimarães
Chega a este blog informação que não surpreende porque explica fato que muitos podem estar notando, o de que a Globo, acima da Veja ou de qualquer outro tentáculo da mídia demo-tucana, lidera a difusão de distorções das investigações da Operação Monte Carlo que se traduz em tentativa de voltar a CPI do Cachoeira contra o PT e o governo Dilma.
A fonte que envia tal informação é a mesma que alertara este blog para os fatos de que não foram 15 e, sim, ao menos 18 celulares (no inquérito aparecem 16, fora um 17º que não aparece e foi dado a Demóstenes Torres) que o bicheiro distribuiu a comparsas, e de que a mídia começaria a tocar no assunto Veja/Cachoeira porque o volume de conversas comprometedoras tornaria inevitável a convocação, se não de Roberto Civita, ao menos de Policarpo Jr. pela CPI.
Ainda que a edição da Veja desta semana volte ao ataque e tente vender a teoria de que tudo o que envolve a revista não passaria de “cortina de fumaça” com a qual o PT estaria tentando desviar atenções do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal, a revista está apenas se defendendo, haja vista que sua relação com o crime organizado explodiu na sexta-feira na grande imprensa através da Folha de São Paulo.
Segundo a fonte do blog, Folha e Estadão não teriam aparecido nas escutas da Polícia Federal, mas o forte empenho da Globo em inverter o foco da investigação e intimidar parlamentares que possam integrar a CPI que deve ser instalada na semana que entra se deve ao fato de que ao menos um de seus repórteres teria mantido vários contatos sugestivos com Cachoeira que estariam gravados.
Analisando o que os jornais, telejornais e blogs das Organizações Globo têm feito – o que inclui uso político de uma concessão pública de televisão, sem falar em rádios – logo se percebe que não mantêm o mesmo distanciamento que os dois jornais paulistas estão mantendo, ainda que suas preferências políticas estejam levando-os a encampar parte dos ataques ao PT e a aliados.
Na última sexta-feira, por exemplo, no Jornal Nacional, Willian Bonner faz um ar grave para anunciar escutas comprometedoras contra Agnelo Queiroz que mostrariam que ele ou um “segundo” no comando do governo do Estado teriam se encontrado secretamente com Cachoeira. O diálogo, no entanto, não mostra nada, absolutamente nada irrefutável.
Ainda assim, o blogueiro da Globo Ricardo Noblat anuncia, como se estivesse falando do clima, que Agnelo Queiroz já estaria cogitando renunciar. Isso logo em seguida a manifestação pública e veemente de apoio ao governador que 19 dos 24 deputados distritais do Distrito Federal fizeram na última quinta-feira.
Detalhe: não existe, até aqui, a menor razão para que o governador de Brasília pense em renúncia. Até o momento, nem mesmo seus assessores sofreram revelação de algo sequer parecido com o que o Jornal Nacional de sexta-feira mostraria em seguida às gravações que mostrou contra Queiróz.
Ao noticiar que foi negada pela Justiça o pedido de Demóstenes Torres de interrupção do inquérito da Operação Monte Carlo, o JN mostra gravação em que membros da quadrilha de Cachoeira falam em mandar dinheiro para festa da mulher do senador. Assim, na lata. Que alguém mostre algo parecido contra Queiróz ou qualquer outro governista.
Há, claro, a exceção do deputado do PT de Goiás Rubens Otoni, que aparece em vídeo concordando em não declarar doação de dinheiro oferecida por Cachoeira. Mas é um caso antigo, de 2004, que nada tem que ver com os fatos recentíssimos. De resto, até contra a empreiteira Delta o que se tem são apenas diálogos inconclusivos, ainda que sugestivos.
Eis, portanto, a explicação para a Globo estar liderando a tentativa midiática de ludibriar a opinião pública e de intimidar os membros da CPI para que não tentem trazer à luz escutas que envolvem a grande imprensa.  A cabeça do Partido da Imprensa Golpista, pelo visto, também se banhou nas águas dessa Cachoeira de corrupção midiática.