sábado, 1 de maio de 2010

Sérgio Guerra, o Anão do Orçamento, defende site que ataca o PT

O Anão do Orçamento confessou ter criado um blog para atacar a candidata Dilma Rousseff.Não é possível que o TSE deixe uma baixaria dessas impune. Se o TSE não tomar providência é sinal de sua total desmoralizaçção.

Por Jair Stangler


Em e-mail aos militantes do PSDB, o presidente nacional da legenda, senador Sérgio Guerra, defendeu nesta sexta-feira, 30, o site Gente que mente, denunciado também nesta sexta pelo PT à Justiça Eleitoral. Leia abaixo a nota de Sérgio Guerra:

Caro amigo,


Mentira tem pernas curtas. Estamos sendo atacados por dizer verdades que o PT não quer que o Brasil conheça.


Para isso criamos o site http://www.gentequemente.org.br, que agora o PT quer tirar do ar. Insinuam que o PSDB faz baixarias na Internet. É outra mentira. Desafiamos qualquer pessoa a mostrar que baixarias são essas. Nós combatemos as mentiras com a verdade. Por isso incomodamos o PT.


Guerra suja faz quem mente. Tudo que nós dizemos é registrado, tem autor e conteúdo passível de verificação. O PSDB não atua acobertado pelo anonimato. O PSDB NÃO ATUA ACOBERTADO PELO ANONIMATO, NO ENTANTO, TEVE QUE CRIAR UM BLOG PARA ATACAR DILMA SOUSSEFF.ESSES TUCANOS SÃO MUITOS RIDÍCULOS.


Usamos a Internet para apresentar nossas propostas e idéias para o Brasil, mas também para denunciar mentiras, bravatas e falsas promessas.


Fique atento. Não caia em mentiras ou insinuações. Não se deixe enganar nem intimidar.
Quanto mais mentiras eles contarem sobre nós, mais verdades diremos sobre eles.

Contra a censura na internet!


Sérgio Guerra
Presidente Nacional do PSDB
Partido da Social Democracia Brasileira

Morales nacionaliza 4 empresas elétricas na Bolívia

Do Portal Vermelho.org

O presidente da Bolívia, Evo Morales, decretou neste 1º de Maio a nacionalização de uma cooperativa local e de três empresas geradoras de energia com sócios internacionais, durante um ato realizado numa usina elétrica no centro do país pelo Dia dos Trabalhadores, de acordo com informações da agência EFE.
As companhias nacionalizadas são a Corani, que é 50% da Ecoenergy International, subsidiária da francesa GDF Suez; a Guaracachi, cuja sócia principal é a britânica Rurelec PLC, e a Valle Hermoso, onde metade das ações pertence à Bolivian Generating Group, da empresa Panamerican da Bolívia.

A cooperativa boliviana nacionalizada é a Empresa de Luz e Força de Cochabamba (Elfec). As empresas nacionalizadas foram ocupadas na madrugada por soldados e policiais. O presidente agradeceu às Forças Armadas pela colaboração.

Segundo Morales, agora 80% da produção de energia são da estatal Empresa Nacional de Eletricidade. O setor elétrico boliviano estava nas mãos de capital privado desde 1996. O presidente afirmou que seguirá "nacionalizando todas as empresas elétricas que antes eram do Estado boliviano".

Em anos anteriores, Morales também aproveitou o 1º de Maio para nacionalizar outros setores, como os de hidrocarbonetos, telecomunicações, minerador e de distribuição de combustível para o segmento aéreo.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

O líder mais influente do mundo


O Presidente Lula foi eleito nesta quinta-feira (29) pela revista americana “Time” como o líder mais influente do mundo. Lula encabeça o ranking de 25 nomes e é seguido por J.T Wang, presidente da empresa de computadores pessoais Acer, o almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, o presidente americano Barack Obama e Ron Bloom, assessor sênior do secretário do Tesouro dos Estados Unidos.
No perfil escrito pelo cineasta Michael Moore, o programa Fome Zero é citado como destaque no governo do PT como uma das conquistas para levar o Brasil ao “primeiro mundo”. A história de vida de Lula também é ressaltada por Moore, que chama o presidente Lula de “verdadeiro filho da classe trabalhadora da América Latina”.

A revista lembra quando Lula, aos 25 anos, perdeu sua primeira esposa Maria grávida de oito meses pelo fato dos dois não terem acesso a um plano de saúde decente. Ironizando, Moore dá um recado aos bilionários do mundo: “deixem os povos terem bons cuidados de saúde e eles causarão muito menos problemas para vocês”.

A lista mostra os 100 nomes de pessoas mais influentes do mundo em diversas áreas –líderes da esfera pública e privada, heróis, artistas, entre outros.

Entre os líderes em destaque também estão a ex- governadora do Alasca e ex-candidata republicana à Vice-Presidência, Sarah Palin; o diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn; os primeiros-ministros japonês e palestino, Yukio Hatoyama e Salam Fayyad, e o chefe do Governo da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.

The World's Most Influential People: Luiz Inácio Lula da Silva

“Quando, pela primeira vez os brasileiros elegeram Luiz Inácio Lula da Silva presidente em 2002, os barões ladrões do país nervosamente verificaram os medidores de combustível de seus jatos particulares. Eles transformaram o Brasil em um dos lugares mais desiguais do planeta, e agora parecia que chegara a hora desta conta ser cobrada. Lula, 64 anos, era um verdadeiro filho da classe trabalhadora da América Latina – na verdade, um membro fundador do Partido dos Trabalhadores – e já tinha sido preso uma por liderar greve.

No momento em que Lula, finalmente, conquistou a presidência, após três tentativas fracassadas, ele já se tornara uma figura familiar na vida brasileira. Mas o que o levou para a primeiro lugar da política? Foi seu conhecimento pessoal do quão duramente muitos brasileiros têm de trabalhar para sobreviver? Ser forçado a abandonar a escola depois da quinta série para sustentar sua família? Trabalhar como engraxate? Perder parte de um dedo em um acidente de trabalho?Não. Foi quando, aos 25 anos, viu sua esposa Maria morrer durante o oitavo mês de gravidez, junto com seu filho, porque não podiam pagar os cuidados médicos decentes.

Há uma lição aqui para bilionários do mundo: deixar que as pessoas têm bons cuidados de saúde, e eles causam muito menos problemas para vocês.

E aqui está uma lição para o resto de nós: a grande ironia da presidência de Lula – ele foi eleito para um segundo mandato em 2006 e que terminará este ano – é que, mesmo enquanto ele tenta impulsionar o Brasil ao Primeiro Mundo com programas sociais do governo como o Fome Zero, que visa acabar com a fome, e com planos de melhorar a educação oferecida aos membros da classe trabalhadora do Brasil, os EUA se parecem mais com o antigo Terceiro Mundo a cada dia.
O que Lula quer para o Brasil é o que costumamos chamar o sonho americano. Nós, os EUA, onde os 1% mais ricos possuem agora mais riqueza do que os 95% mais pobres somados, estamos vivendo em uma sociedade que está rapidamente se tornando mais parecida com o Brasil.”

Outras homenagens

Lula já havia recebido outras homenagens de jornais e revistas importantes no cenário internacional. Em 2009, foi escolhido pelo jornal britânico "Financial Times" como uma das 50 personalidades que moldaram a última década.

Também foi eleito o "homem do ano 2009" pelo jornal francês 'Le Monde', na primeira vez que o veículo decide conferir a honraria a uma personalidade. No mesmo ano, o jornal espanhol 'El País' escolheu Lula o personagem do ano. Na ocasião, Zapatero redigiu o artigo de apresentação do Presidente e disse que Lula 'surpreende' o mundo.
Veja abaixo a lista dos 10 líderes mais influentes da Time

1 - Luiz Inácio Lula da Silva
2 - J.T. Wang
3 - Admiral Mike Mullen
4 - Barack Obama
5 - Ron Bloom
6 - Yukio Hatoyama
7 - Dominique Strauss-Kahn
8 - Nancy Pelosi
9 - Sarah Palin
10 - Salam Fayyad

Fonte: www.osamigosdopresidentelula.blogspot.com/

TV Globo amarga sua pior audiência da década


No mês em que completa 45 anos, a Globo teve presentes de aniversário nem tão agradáveis. O primeiro foi a repercussão polêmica do vídeo de comemoração do acontecimento – suspeito de fazer propaganda para José Serra. O outro, pior: a emissora teve neste mês de abril a média de audiência mais baixa da década.
No período avaliado, a Globo teve audiência média de 16,8 pontos por dia. A melhor marca da década veio em 2004, quando registrou 21,7 pontos – que serviriam de estímulo para alcançar os tão sonhados 22 pontos. Antes, a emissora vinha crescendo significativamente: em 2000, a média foi de 20 pontos; em 2002 subiu para 20,3 e, em 2003, para 21 pontos.

Porém, a descida começou mesmo a partir de 2007, quando a média diária da Globo ficou nos 18,7 pontos, passando para 17,4 em 2008 e 2009 – que a emissora ainda espera bater neste ano.

Queda geral

Apesar dos números, a queda de audiência não é privilégio da Globo. O hábito de consumo de mídia dos brasileiros tem se alterado com o fácil acesso a novas mídias e possibilidades de se alimentar de conteúdo farto em várias plataformas.

Pesquisa de dezembro de 2009 aponta que o número de TVs ligadas caiu 66% na média anual em 2000, no horário nobre, para 59% em 2009. Até 21 de novembro, a queda chegou a sete pontos (mais dois chegariam a audiência da Record).

O Ibope avaliou as possibilidades para o desinteresse pela TV aberta, que vão da programação, o crescimento da internet, o fácil acesso ao DVD e os dias quentes. A conclusão é que a TV não perde apenas para o botão de "off" dos aparelhos, já que o Instituto atribui a queda aos chamados outros canais, nos quais se incluem (DVDs, videocassete, videogame e PC).

O DVD é uma das mídias que mais rouba telespectadores da TV, especialmente da Globo e do SBT. Em 2001, o total de televisores sintonizados em "outros aparelhos"no horário nobre era de 0,6%. Neste ano, já chegou a 3,8%, maior do que a audiência da Band, quarta maior rede aberta. As TVs sintonizadas em "outros canais", em 2001, foi de 3%, mas neste ano já subiu para 5%.

Além de perder sete pontos com os aparelhos desligados, as redes abertas também perderam dois pontos para os "outros canais" e mais três para outros aparelhos.

Fonte: Vermelho

Brasil tem criação recorde de empregos nos últimos sete anos

Do Blog da Dilma, aqui

Nos últimos sete anos, o Brasil deu um salto na geração de postos de trabalho, virando a página da estagnação que marcou a década de 1990 com a chamada “crise do emprego”. Entre 2003 e 2009, durante o governo Lula, foram criados 12,4 milhões de vagas com carteira assinada. Nos oito anos anteriores (1995 a 2002), foram menos da metade: 5 milhões de empregos, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais).

Segundo os dados, entre 1995 e 1998, o setor público e as empresas privadas criaram 824.394 vagas. Por outro lado, entre 2003 e 2006, primeiro mandato do presidente Lula, foram abertos 6.471.336 postos de trabalho.

Descontados os números do setor público, o balanço das contratações e demissões no setor privado revela que o Brasil encerrou 1999 no negativo, com um recuo de 196 mil. De 2000 a 2002, houve uma tentativa de reversão do quadro de retração da dácada anterior com a geração de 2 milhões de empregos. No primeiro ano do governo Lula, o Caged registrou ainda a tímida criação de 645 mil novos postos de trabalho. Mas, a partir de 2004, uma sucessão de recordes mudou o cenário de estagnação que dominava o mercado de trabalho.

“Há muita coisa por fazer, mas certamente o Brasil tem o que comemorar. Os trabalhadores têm mais oportunidades e mais direitos. E este é o primeiro governo a manter um diálogo permanente com as centrais sindicais”, afirma o ex-ministro do Trabalho Ricardo Berzoini.

O governo atribui os elevados índices de geração de emprego ao crescimento econômico estimulado pelos investimentos em políticas sociais. A alta do consumo nas classes mais baixas protegeu o Brasil dos efeitos mais nefastos da crise econômica de 2009. Sem investimentos em política social, isso não seria possível. No ano passado, segundo o Caged, foram criados 995 mil postos de trabalho. A maioria dos países desenvolvidos teve redução acentuada dos empregos. Para 2010, a expectativa do governo é de 2 milhões de vagas.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, avalia que a revisão do papel do Estado como regulador e indutor do crescimento econômico foi fundamental para que a “década da resistência” ficasse para trás. Ele cita a política de valorização do salário mínimo, o Bolsa Família e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) como exemplos da “recolocação” do Estado na economia. A taxa média de crescimento da economia passou de 2,1% (1999-2002) para 3,3% (2003-2005), devendo atingir 5,8% em 2010.

“Passamos os anos 1990 resistindo aos ataques da política neoliberal contra os salários e as políticas sociais. Hoje vemos que crescimento econômico tem que vir aliado à inclusão social e distribuição de renda”, nota o presidente da CUT.

Ouça as reportagens sobre Crescimento do emprego e empregos para os jovens.

Cuba representa valores necesarios para salvar la especie humana

SANTIAGO DE CHILE, 27 de abril.— El Padre Miguel D' Escoto, presidente de la anterior Asamblea General de la ONU, dijo hoy aquí que Cuba representa los valores más importantes para salvar a la especie humana y a la Madre Tierra del camino de muerte en que va enrumbada.

Cuba, sin duda alguna, lleva el primer lugar en el mundo en cuanto a ética, solidaridad y respeto a los derechos humanos y a la verdadera y única democracia, puntualizó en declaración a PL.

Asimismo, agregó: "Fidel, nuestro gran héroe mundial de la solidaridad, es algo que el enemigo no tolera, porque —yo creo— le remuerde la conciencia".

Más temprano, D' Escoto, quien fue presidente del 63 Periodo de Sesiones de la Asamblea General de la ONU (2008-2009), dictó una conferencia magistral en la sede capitalina de la Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL), titulada La reinvención de las Naciones Unidas.

En la ocasión, la destacada personalidad nicaragüense planteó la necesidad no de reformar, sino de reinventar el máximo foro internacional, pues el mundo de este siglo es muy distinto al de hace 64 años, cuando la ONU fue fundada. (PL)

Fonte: http://www.granma.cu/espanol/2010/abril/mier28/cubare-presenta.html

Sem ódio, mas com nojo

Do Blog Tijolaço.com

No dia 5 de outubro de 1988, ao discursar na promulgação da Constituição, o velho Ulysses Guimarães, que jamais foi um esquerdista, disse que tinha “ódio e nojo” da ditadura. Disse ele:

-Quando, após tantos anos de lutas e sacrifícios, promulgamos o estatuto do homem, da liberdade e da democracia, bradamos por imposição de sua honra: temos ódio à ditadura. Ódio e nojo. Amaldiçoamos a tirania onde quer que ela desgrace homens e nações, principalmente na América Latina.

Hoje, ao relatar a ação da OAB que apontava os crimes de tortura e assassinato políticos cometidos no regime autoritário como insuscetíveis de terem sido acolhidos pela nova ordem democrática que se consolidou naquela Carta, o Ministro Eros Grau apagou as palavras de Ulysses Guimarães.

A Constituição brasileira, para o ministro Grau, não tem ódio e nem sequer nojo da ditadura, das torturas e mortes que, em nome do Estado, vitimaram brasileiros. E não se diga que elas foram praticadas em situação de guerra, porque fizeram tombar brasileiros que nunca puseram a mão em uma arma, mas que foram sequestrados, seviciados, assassinados e nem mesmo seus restos mortais têm direito a uma lápide onde seus filhos possam colocar uma flor, como é o caso de Rubens Paiva.

Poderia não ter ódio, porque os homens podem ter a grandeza de não odiar, tantos anos depois. O ódio, tão velho, poderia nos fazer pequenos, mesquinhos e maus. Mas o conhecimento da verdade, a revelação daqueles episódios, a responsabilização – ainda que fosse mais moral do que penal – de seus autores, esta precisa existir, sob pena de que este país carregue, eternamente, esta mancha moral em seu passado.

O voto do Ministro Eros Grau, porém, não padece pela falta do ódio a que Ullysses se referiu. O voto de Grau é pior, porque revoga o nojo à ditadura, à tortura, a violência covarde de quem tem todas as armas e poderes contra alguém amarrado, algemado, amordaçado. E este sentimento de nojo, ao contrário do de ódio, ao ser perdido, nos torna um espécie de cúmplices tardios daquela indignidade.

O pacto do esquecimento de uma anistia é político, não é moral. Não se quer levar os torturadores brasileiros ao mesmo que eles fizeram outros seres humanos passar. Nem mesmo é essencial que apodreçam os últimos anos de suas miseráveis vidas numa cela. Embora seja compreensível o sentimento de ódio de quem sofreu as mais bárbaras torturas, pode-se admitir que este seja um sentimento pessoal.

O nojo, não. O nojo, o asco, a repugnância, mais do que juríidicos – e por isso há o tipo penal de crimes hediondos – são sentimentos éticos e morais de uma sociedade que possui valores. A lei que promove ou acoberta a indignidade profunda, a desumanidade, apenas por isso, é indigna.

Os argumentos trazidos ao Supremo pela Ordem dos Advogados do Brasil não são antijurídicos. Pediu-se ao Supremo – e a Eros Grau, o relator – que diante das controvérsias das leis decidisse de que lado estava o bom Direito.

Torturar e assassinar a sangue frio não podem ser bom Direito. Nem bom, nem Direito.

Sua Excelência pode ser um constitucionalista. Pode ter sido, ele mesmo, um preso e torturado pelo regime militar. E é muito bom que não lhe tenha ódio, com o que não poderia ser juiz.

Mas é deplorável que não tenha nojo da tortura, da covardia, do assassinato, porque sem esse nojo não se pode ser bom juiz.

A falta de ódio poderia engrandece-lo; a falta de nojo o apequena.

Ainda restam juízes em Berlim, embora reste pouca esperança no país. O relatório e o voto de Eros Grau relativizam os crimes hediondos da tortura e do assassinato covarde. De agora em diante, há o entendimento de que a lei – porque a a Lei da Anistia é considerada legítima para fazê-lo – pode fazer com que eles jamais sejam considerados uma abjeção.

Sobram argumentos tecnicos para justificar sua capitulação moral aos que foram jovens sonhadores, lutadores, que descobriram na maturidade quanto o status-quo lhes lhes pode ser confortável.

Mas lhes falta a capacidade para entender as palavras do velho Ulysses, que se seguiram àquela frase e que reproduzo aqui:

A coragem é a matéria-prima da civilização. Sem ela, o dever e as instituições perecem. Sem a coragem, as demais virtudes sucumbem na hora do perigo. Sem ela, não haveria a cruz, nem os evangelhos.(..)O Estado autoritário prendeu e exilou. A sociedade, com Teotônio Vilela, pela anistia, libertou e repatriou. A sociedade foi Rubens Paiva, não os facínoras que o mataram.

Rusia reitera interés en construir estación espacial en Bolivia




Los presidentes de Bolivia, Evo Morales, y de Rusia, Dimitri Mevdeved (ABI)

















La Paz, 28 abr (ABI).- El embajador de Rusia en La Paz, Leonid Golubev, reiteró el miércoles el interés de su país en construir una estación espacial en Bolivia para el lanzamiento de satélites.


Las zonas emplazadas a más de 4.000 metros sobre el nivel del mar que tiene el país andino amazónico crean "muy buenas condiciones" para desarrollar esas operaciones espaciales, consideró el diplomático ruso en una rueda de prensa.

Los presidentes de Rusia, Dimitri Mevdeved, y de Bolivia, Evo Morales acicatean desde 2009 la relación bilateral.

"Hemos propuesto cooperar en materia espacial (porque) consideramos que Bolivia tiene muy buenas condiciones para construir una estación espacial de lanzamiento de los satélites espaciales al cosmos", manifestó el representante de Moscú.

El ahorro de combustible en los lanzamientos espaciales sería fundamental para insistir en ese proyecto, insistió.

"Las cartas están en la mesa", afirmó Golubev, al recordar que una misión del gobierno boliviano negocia en Moscú un préstamo de más de 150 millones de dólares para renovar el equipamiento de las Fuerzas Armadas de Bolivia, además de la compra de un avión presidencial, cinco helicópteros para lucha antidroga y aeronaves para la estatal Boliviana de Aviación.

"Yo, como embajador (del país euroasiático), espero buenos resultados", acotó.

La instalación de una planta de energía nuclear en Bolivia también tiene "buenas posibilidades" de apoyo ruso por las vetas de uranio que posee, indicó el diplomático.
drm/cc ABI


ABI. Copyright 1998-2010.

Fonte: http://www.abi.bo/#

Lula: "Quem é contra o Mercosul é contra o desenvolvimento"


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou os setores que não apóiam o Merscosul e a Unasul como formas importantes de promover a integração regional, fortalecer a soberania e o desenvolvimento dos países da América do Sul. Em coletiva realizada nesta quarta-feira (28/4) em Brasília, ao lado do presidente venezuelano, Hugo Chávez, Lula afirmou que "quem é contra o Mercosul é contra o desenvolvimento".

“Algumas pessoas no Brasil não acreditavam no Mercosul e queriam a construção da Alca", disse o presidente brasileiro. "São pessoas que criticaram a criação da Unasul, pessoas que acham que o Brasil está ficando muito prepotente, que está se metendo em conflitos internacionais que até então eram discutidos apenas pelas grandes potências, que tinham preconceito da nossa relação de amizade”.

Na mesma linha, o presidente venezuelano afirmou que o governo brasileiro está cumprindo papel importante para o fortalecimento das relações políticas e econômicas dos países latino americanos.

“Se não fosse você, Lula, ter chegado à presidência da república do Brasil, hoje o Mercosul estaria pulverizado”, disse o venezuelano em evento no Palácio do Itamaraty, onde os dois presidentes assinaram acordos bilaterais.

Na semana passada, em encontro com empresários, o candidato do PSDB à presidência, José Serra, criticou o Mercosul - chamando bloco de "farsa" e de "barreira" para o comércio - e sugeriu que o Brasil deveria abandonar o bloco.

Nesta quarta-feira, Chávez defendeu que "a construção de um novo mundo" deve começar a emergir "não mais de relações unipolares ou bipolares" e sim "de relações multipolares".

“É absolutamente necessário para o desenvolvimento da América do Sul o fortalecimento econômico e social e a unidade do povo. É absolutamente necessária, para a integração da América Latina, a aprovação da Venezuela no Mercosul”.

Atualmente, o país de Chávez é candidato a entrar no bloco sul-americano e, para isso, depende apenas da aprovação pelo congresso do Paraguai - última etapa para ratificar a adesão venezuelana. Mas, no evento de hoje, Chávez evitou criticar o Paraguai pela demora na votação.

“Agora estamos à espera do tempo político do Paraguai”, contemporizou.

Tanto Lula quanto Chávez fizeram referência à importância do fortalecimento de iniciativas como o Mercosul e a Unasul como forma de organização dos países latino-americanos e, principalmente, reafirmaram a irreversibilidade nas relações econômicas entre os dois países.

“É irreversível a relação entre a Venezuela e o Brasil, a importância da Venezuela como um país estratégico, com uma quantidade enorme de matéria-prima com reserva extraordinária de petróleo e gás”, disse o presidente brasileiro.

A reunião em Brasília marcou o oitavo encontro presidencial no marco das reuniões trimestrais acertadas entre os dois países desde 2007. No meio da manhã, os presidentes fizeram uma reunião a portas fechadas, na qual, de acordo com declarações do ministro Franklin Martins, os líderes trataram de política. Em seguida, participaram de uma reunião ampliada com ministros de Estados dos dois países.

No início da tarde, os presidentes deram início à assinatura de cerca de 20 acordos bilaterais, envolvendo, entre outras, as estatais venezuelanas PDVSA e Banco de Venezuela e as brasileiras Petrobras e Caixa Econômica Federal além de companhias privadas como Odebrecht e Portal do Boi. As duas últimas entraram em parcerias que pretendem contribuir para as políticas de habitação e de fornecimento de alimentos do governo venezuelano.

Sem subordinação

Lula também anunciou que, além da Caixa Econômica Federal, o Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) e a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias) também abrirão escritórios em Caracas, capital venezuelana. Estes novos acordos, ainda segundo o presidente brasileiro, marcam o fortalecimento de “dois pólos que se sentem irmãos”.

“Estou terminando meu mandato e a Venezuela se transformou em um parceiro excepcional. Lá, os empresários brasileiros estão fazendo investimentos e ganhando dinheiro e melhorando a economia venezuelana”, disse Lula. “Quero agradecer a Lula por tudo e por esse impulso nesses oito anos [de mandato dele no Brasil]. Antes, a relação do Brasil com a Venezuela era quase nula”, reagiu Chávez.

À imprensa, Lula falou ainda sobre as críticas que estão sendo feitas às suas visitas a países africanos e asiáticos, bem como às mediações de paz que o Brasil vem fazendo no mundo. De acordo com o presidente Lula, as críticas são feitas por quem acredita que “o normal seria que cada um de nós [países em desenvolvimento] fosse subordinado a uma grande potência. Mas assumimos um papel diferente”.

O presidente, também em resposta às perguntas da imprensa, falou que o país vem cumprindo um importante papel pacifista no mundo e que as críticas a uma possível prepotência do Brasil não procedem. Lula defendeu que não havia escrito em lugar nenhum do mundo que apenas determinados países pudessem cumprir o papel pacifista. “Se tem um país no mundo que pode cumprir esse papel, esse país é o Brasil”, defendeu Lula.

*Com informações da Agência Brasil.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

O PSDB, o FMI e a turma dos 30%

Da Agência Carta Maior

O PSDB de hoje olha a economia e o Brasil com o viés do mundo internacional das finanças e a propensão a pensar em pedaços, em satisfazer-se com políticas que miram só um terço dos brasileiros – os mais ricos – e só uma parte de nosso território – o sul-sudeste. É a turma dos 30%. Expansão de consumo, crescimento de salários, ampliação da produção, desenvolvimento da infraestrutura, inclusão e capacitação das pessoas, todos esses são temas ausentes de suas formulações – ou vistos como “aleijões”. O artigo é de Artur Araújo.

O espectro de uma pergunta deveria estar rondando as redações e, se formulada, desnudaria o que realmente separa as duas principais candidaturas à presidência. Bastaria perguntar a José Serra: “o senhor propõe parar o Brasil?”

Explico-me, a partir de três exemplos muito recentes: um artigo de Luis Carlos Mendonça de Barros, as manchetes sobre a orientação do FMI para que o Brasil reduza sua taxa de crescimento e os 50 anos de Brasília.

Em artigo publicado na FSP de 16/04, Mendonça de Barros, o ex-ministro de FHC de volta a sua vida de financista, desnuda o que é o coração da "economia política" do PSDB. Tido e havido como desenvolvimentista, anti-Malan, da escola de Sérgio Guerra e José Serra, Mendonça tem uma tese: "a euforia pelo crescimento nos levará a bater no muro das restrições econômicas; esse filme tem final triste". E para quem esperava as clássicas formulações – sobre os gargalos de infraestrutura, a baixa taxa de expansão da capacidade instalada, a "gastança” em custeio que impede o investimento público – ele abre seu coração e surpreende:

“A maior parte da oferta na economia brasileira é constituída por bens e serviços que não podem ser importados. O mais importante deles é o mercado de trabalho e nele é que está a componente mais ameaçadora que vejo para a frente... Poderemos chegar ao fim deste ano com uma taxa de desemprego da ordem de 6%, mantido o crescimento atual da geração de postos de trabalho. Em março, o número de empregos formais aumentou em 266 mil, número muito forte para o mês.

“A pressão sobre os salários desse segmento dos trabalhadores já está ocorrendo e deve se acelerar... São evidências de instabilidade grave. Dou um exemplo: a produção de caminhões da Mercedes-Benz brasileira em março foi o dobro da matriz na Alemanha. Mesmo com a crise na Alemanha esse número é um aleijão para mim”.


Trocando em miúdos: crescer rápido é um "problema", porque pode gerar aumentos salariais para os trabalhadores e reduzir a taxa corrente de lucros. A ótica do imediatismo salta aos olhos; nem mesmo de relance, o articulista se refere a um ciclo virtuoso, em que o crescimento real da massa salarial implica ampliação da demanda efetiva, cria as condições para expansão da capacidade produtiva (e da formação de mão-de-obra) e para a expansão da própria acumulação de capital, pelo crescimento do volume produzido e realizado.

O seu negócio é o aqui e agora, é o lucro já e o futuro, provavelmente, nem a Deus pertence. O espantalho que agita é o da inflação de demanda, que se recusa a atacar pela via do choque de oferta, do mercado interno de massas e da expansão das exportações de maior valor agregado. Sua panacéia é o aumento dos juros.

Já na cobertura dos jornais paulistas sobre os 50 anos de Brasília, um velho espectro ressurgiu, explicitamente referido, por exemplo, em editorial de “O Estado de São Paulo”: Brasília, entre outras mil de suas supostas mazelas, estaria na origem da espiral inflacionária do início dos anos 1960. Sem, até hoje, compreender o que de fato Brasília realizou, como meta-síntese do programa de desenvolvimento nacional de Juscelino, as vozes do passado ressurgem, opondo-se às obras públicas, à ação do Estado na criação de infraestrutura, na indução econômica e na integração democrática de todos os brasileiros e de todo o território nacional.

A rádio CBN tem apresentado uma ótima série de reportagens sobre a história da criação de Brasília. Em um dos programas, o tema era o debate na imprensa daquela época. A matéria narrava a campanha cerrada que o engenheiro da UDN Gustavo Corção, guru de Carlos Lacerda, movia contra a construção da cidade. Um de seus temas preferidos era o Lago Paranoá que, do alto de sua sapiência, o Dr. Corção garantia que nunca ficaria cheio, dados o regime de chuvas e as características do solo do cerrado.

No dia em que o lago ficou completo, JK, pleno de mineirice e bom humor, telegrafou para a redação do jornal em que Corção escrevia. Usou uma só palavra: “Encheu”.

O que Juscelino enfrentava era uma herança maldita, um Brasil litorâneo que só via a si mesmo, que desprezava mais de dois terços de seu território. A Marcha para o Oeste significou, muito além de Brasília, a experiência pioneira de Ceres, cidade-modelo agrícola implantada em Goiás, em que se desenvolveram as técnicas de correção de solo que permitiriam a expansão agrícola e que hoje fazem do Brasil um ator mundial em alimentos e biomassa para geração de energia. Significou, também, a abertura da rodovia Belém-Brasília (aquela que a UDN chamava de estrada para onça), articulando os eixos Norte e Oeste do desenvolvimento nacional.

E significou, mais do que tudo, para todos os brasileiros, trabalhadores ou empresários, uma mudança de postura e ângulo; Brasíla permitiu que olhássemos mais e melhor para os nossos próprios potenciais e capacidades.

O FMI, que não é daqui, ecoa a mesma lógica. Seu mais recente relatório, diz a FSP em manchete, “vê economia brasileira ‘no limite’”. Forçado pelos fatos a revisar – para cima – sua estimativa de crescimento da economia do Brasil, “aponta demanda ‘em estágio avançado’ e espera medidas para desacelerar crescimento de 5,5% neste ano para 4,1% em 2011”. Tanta coincidência, até de terminologia, é sintoma de um alinhamento automático, de um modo de pensar e conduzir o país.

O PSDB de hoje, por vezes até mais que os “demos”, olha a economia e o Brasil com esse viés. O que os orienta é o mundo internacional das finanças e a propensão a pensar em pedaços, em satisfazer-se com políticas que miram só um terço dos brasileiros – os mais ricos – e só uma parte de nosso território – o sul-sudeste. É a turma dos 30%.

Expansão de consumo, crescimento de salários, ampliação da produção, desenvolvimento da infraestrutura, inclusão e capacitação das pessoas, todos esses são temas ausentes de suas formulações – ou vistos como “aleijões”. Aumento continuado e real do salário mínimo, instituição de pisos salariais nacionais, redução de jornada de trabalho, pleno emprego, PAC, PROUNI, são pautas que os levam à beira do pânico. Tudo que seja para todos é risco, não oportunidade.

Ainda que se dê a José Serra o benefício da dúvida, do quanto ele ainda preserva de seu suposto desenvolvimentismo, não é despropositado indagar o quanto ele “resistiria” à pressão combinada do tucanato econômico, do udenismo paralisante e elitista e da banca mundial, falando pela boca do FMI. A experiência FHC não traz muitas esperanças quanto a isso. Um jornalista arguto qualificaria a pergunta que abre este texto e questionaria o que o candidato faria com a turma dos 30%, aqueles que, há décadas, sempre estiveram do seu lado e sempre quiseram que o Brasil pudesse menos.

(*) Artur Araújo é consultor especializado em gestão pública e empresarial

Ministério da Segurança é bravata de Serra



Por Altamitro Borges, no Blog do Miro

Em entrevista nesta semana a José Luis Datena, na TV Bandeirantes, o demotucano José Serra só apresentou uma idéia “original”: afirmou que, se eleito, criará o Ministério da Segurança Pública. Na maior caradura, no mesmo mês em que mais de 23 pessoas foram assassinadas na Baixada Santista, o candidato fez demagogia com um tema tão grave e sensível à população. Ele só não explicou porque a situação da segurança pública em São Paulo, estado dominado pelos tucanos há quase 20 anos, é uma das mais caóticas do país, com crescentes índices de homicídios.

A recente onda de violência na Baixada Santista só confirma a gravidade da situação. Em apenas quatro dias, de 20 a 23 de abril, cinco pessoas foram executadas em São Vicente, seis morreram no Guarujá; e outras duas foram mortas em Santos e Praia Grande. Desesperados, os jovens não foram às aulas e os comerciantes fecharam as portas. Até o Conselho Assessor de Segurança no Exterior (Osac), ligado ao Departamento de Defesa dos EUA, aconselhou os turistas a “evitarem viajar” para o litoral paulista, prejudicando a imagem do Brasil no exterior.

A barbárie imposta pelos tucanos

Diante desta nova onda violência, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo declarou que a situação no litoral “está sob controle”. A mesma resposta foi dada quando da onda de ataques do PCC, em 2006, que resultou em dezenas de mortos em várias cidades paulistas. A mesma atitude passiva e incompetente ocorreu diante dos 53 homicídios no Guarujá em 2009 – quase cinco por mês. Na prática, o governo tucano de São Paulo não tem política para a segurança pública – os policiais ganham salários de fome, não há serviço de inteligência e predomina a dura repressão.

A juventude é a principal vítima desta barbárie. O Cemitério São Luiz, na periferia sul da capital paulista, é hoje o local com maior número de jovens sepultados por metro quadrado no planeta. Eles são alvos das quadrilhas de criminosos e da própria ação violenta da polícia. Tanto que ela é vista com medo pelas populações carentes. E não é para menos. Os tucanos acionam a PM para reprimi-la e humilhá-la. Basta um exemplo. No ano passado, a polícia promoveu uma operação “saturação” na favela Paraisópolis, zona sul da capital, invadindo casas sem mandatos judiciais, prendendo e torturando moradores, inclusive crianças e idosos, segundo o insuspeito Estadão.

Manipulação das ocorrências

Sob comando tucano, a polícia coleciona péssimas estatísticas. Em 2007, ela foi responsável por 438 mortes; em 2008, outras 431; em 2009, com base nos registros até setembro, por mais 400 mortos. E estes dados chocantes são subestimados, segundo a própria Ouvidoria, que afirma que as ocorrências são manipuladas para esconder a selvageria. Os homicídios são ocultados como “resistência seguida de morte” ou “encontro de cadáver”. Há inclusive grupos de extermínio no interior da PM, como o dos “highlanders” – o esquadrão da morte integrado por policiais do 37º Batalhão da PM, cuja marca é cortar cabeças e mãos das vítimas para impedir a identificação.

Desgovernada, desmotivada e arrochada, a polícia paulista não consegue cumprir a contento seu papel de garantir a segurança pública. Os 40 mil agentes da Polícia Civil operam em péssimas condições, sem os equipamentos indispensáveis para o esclarecimento dos crimes. A carência de recursos e os baixos salários já resultaram em vários protestos e greves, como a do ano passado que terminou com cenas de guerra perto do Palácio dos Bandeirantes. Já os 90 mil soldados da PM, responsáveis pelo policiamento ostensivo, recebem míseros salários para enfrentar o perigo.

Datena pegou leve contra o tucano

O sistema penitenciário é outra calamidade. Ao invés de reeducar o preso para reinseri-lo na sociedade, ele serve como escola do crime. As 147 unidades prisionais do estado abrigam cerca de 150 mil presos, quando teriam capacidade para 96 mil detentos. Como relata um acalentado estudo da assessoria técnica do PT na Assembléia Legislativa, “celas superlotadas e sem asseio obrigam os presos a fazer rodízio para que todos possam dormir. Faltam funcionários, colchões, remédios e até água... Os Centros de Detenção Provisória, construídos para abrigar apenas os que aguardam julgamento, foram transformados em penitenciárias e estão com superlotação”.

Estes dados revelam a demagogia de José Serra quando fala em criar o Ministério da Segurança. Como não consegue dar resposta efetiva a um problema real, ele promete criar mais um cabide. Sua bravata nem sequer foi retrucada por Datena, que vive do espetáculo com o crime e posa de durão diante de seus entrevistados. Dias antes, o jornalista não poupou a petista Dilma Rousseff, fazendo perguntas até sobre o “mensalão do PT”. Já com o queridinho da mídia, ele pegou leve. Não perguntou, por exemplo, sobre a onda de violência no litoral paulista. O vídeo do Fantástico ao menos registrou o caos da segurança – mesmo que se esforçando para mostrar viaturas da polícia.

terça-feira, 27 de abril de 2010

PSB decide apoiar Dilma para "somar, unir e avançar"

 PSB

O anúncio foi feito pelo presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos (ao centro), após reunião da Executiva Nacional, em Brasília.

O PSB oficializou nesta terça-feira (27) que Ciro Gomes não será candidato à Presidência da República. Após reunião da Executiva, o partido decidiu não indicar candidato próprio para a disputa. A legenda avaliou que se enfraqueceria nos Estados caso mantivesse a candidatura de Ciro Gomes. A tendência é que o PSB declare apoio à candidatura de Dilma Rousseff, do PT. Durante o anúncio, foi lida uma nota afirmando que Ciro é um "administrador vitorioso" que "engrandeceu o debate republicano". "Foi quase uma escolha de Sofia. Ou levar à degola vários candidatos ao governo e ao Senado ou ter a candidatura própria", afirmou Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB, para quem o apoio a Dilma é o caminho natural da legenda.

Em nota distribuída à imprensa, o partido afirma que "a Comissão Executiva Nacional avalia como correta e consequente a participação do PSB no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É dever das forças populares contribuir para a continuidade desse projeto, a partir do qual o Brasil retomou o caminho do desenvolvimento soberano", diz o documento.

Eduardo Campos afirmou que ele e o vice-presidente do partido, Roberto Amaral, se reunirão com Ciro ainda nesta terça-feira ou amanhã no Rio de Janeiro, onde ele está, para discutir o futuro político do deputado. O presidente da legenda afirmou que falou com Ciro assim que a Executiva tomou a decisão e que o deputado recebeu a notícia com tranquilidade. O presidente do PSB disse ter certeza de que Ciro seguirá a orientação do partido.

Entre os diretórios regionais do PSB, apenas sete queriam que o partido apresentasse candidato próprio. Na reunião de hoje, apenas dois membros da Executiva votaram a favor de lançar um candidato.

Nos últimos dias, Ciro deu várias declarações polêmicas que refletem seu estilo pessoal mas que ao ganharem ampla repercussão contribuíram para sepultar suas chances de disputar o Palácio do Planalto pela terceira vez. Ciro já havia se candidatado à Presidência em 1998 e 2002, quando ainda era filiado ao PPS.

Tratamento igualitário

Eduardo Campos afirmou que o partido se reunirá na próxima terça-feira (4) com o PT para tratar do apoio da legenda à pré-candidata petista Dilma Rousseff. Campos marcou a reunião com presidente do PT após a decisão da Executiva.

Na internet, corre a versão de que o PSB irá cobrar uma "fatura alta" do PT em troca da desistência de disputar a Presidência. Mas o presidente do PSB negou que a decisão de não ter candidatura própria esteja vinculada a qualquer contrapartida do PT dentro dos Estados. Segundo Campos não há nenhum acordo sobre as disputas regionais. Campos afirmou que a única exigência será a não discriminação de candidatos do partido. "Não estamos condicionando a decisão daqui a qualquer acordo com relação aos candidatos a governador [...]. O que não vamos aceitar é tratamento com discriminação com os candidatos do PSB. O que valer para o candidato do PT vai valer para os candidatos do PSB", disse Campos.

O PSB quer o apoio do PT em quatro Estados, especialmente no Piauí, onde terá como candidato ao governo Wilson Martins, no Espírito Santo, onde Renato Casagrande será o candidato do partido ao governo, na Paraíba, onde a legenda lançará Ricardo Coutinho, e no Amapá, onde a disputa terá Camilo Capiberibe. O PSB também terá candidatos próprios ao governo em pelo menos outros seis Estados: Ceará (Cid Gomes), Rio Grande do Norte (Iberê Ferreira), Pernambuco (Eduardo Campos), Rio Grande do Sul (Beto Albuquerque), Mato Grosso (Mauro Mendes) e em São Paulo, com Paulo Skaf. Neste último, o PT ainda tenta atrair o apoio dos socialistas para a candidatura do senador Aloizio Mercadante ao governo estadual, oferecendo a vaga de vice a Paulo Skaf. Mas o PSB paulista tem dito que as chances de Skaf ser vice de Mercadante são, hoje, as mesmas de Mercadante ser vice de Skaf.

Dilma diz querer Ciro de volta e mais perto

Mais cedo, antes do PSB tomar a decisão de não ter candidatura própria, a pré-candidata Dilma Rousseff disse querer uma reaproximação com Ciro Gomes. Nos últimos dias, Ciro deu declarações que a imprensa repercutiu como sendo críticas à pré-candidata petista. "Não vou responder ao deputado Ciro Gomes. O deputado Ciro Gomes sempre esteve ao nosso lado, espero que ele volte a estar de uma forma mais próxima agora", disse Dilma a jornalistas antes de participar de um evento promovido pelo sindicato dos caminhoneiros. "Para mim, o Ciro sempre foi um apoio", resumiu.

O chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, seguiu na mesma linha e afirmou que Ciro foi um homem 'leal' ao presidente, por isso suas palavras não foram mal interpretadas pelo Palácio do Planalto. "Tudo o que ele falar não vai diminuir o nosso respeito e carinho por ele. Não há nenhum palanque que vai diminuir o carinho que temos por ele. Consideramos o Ciro muito mais aliado do que muitos que elogiam o governo apenas", disse.

A adesão do PSB à pré-candidatura de Dilma Rousseff é uma grande reforço para a campanha da ex-ministra da Casa Civil. Além de aumentar ainda mais seu tempo de propaganda no rádio e na TV, o PSB oferecerá boa estrutura nos estados e colocará sua militância e dirigentes para pedirem votos para a candidata petista. A adesão do PSB também ajuda a unificar o palanque da base aliada em alguns estados, porém cria problemas em outros.

Veja abaixo a íntegra da nota emitida pelo PSB logo após a reunião de sua direção executiva

"A Comissão Executiva Nacional do Partido Socialista Brasileiro reuniu-se nesta data em sua sede em Brasília para avaliar o quadro político-eleitoral do País e deliberar, depois de ouvidos os Diretórios Estaduais, sobre o papel a ser desempenhado pelo PSB na sucessão presidencial. Decidiu, por maioria de voto, não apresentar candidatura própria à Presidência da República.

A Comissão Executiva Nacional avalia como correta e consequente a participação do PSB no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É dever das forças populares contribuírem para a continuidade desse projeto, a partir do qual o Brasil retomou o caminho do desenvolvimento soberano, com maior repartição de renda e menor exclusão social.

As eleições de outubro não estão definidas. A aliança da oposição representa um desafio real aos socialistas e outras forças populares. O PSB está pronto para ampliar sua presença nos governos estaduais e no Senado, e duplicar sua representação na Câmara dos Deputados, reafirmando-se como um partido capaz de liderar, ao lado de outros, o avanço das mudanças há tanto tempo exigido pelo povo brasileiro. Sob tal perspectiva, para o PSB a disputa das eleições em outubro, em todos os seus níveis, é um projeto estratégico, condicionado, obrigatoriamente, pelos balizamentos da conjuntura.

Ao patrocinar a pré-candidatura presidencial do deputado federal Ciro Gomes, enxergou o PSB, associadamente a esse projeto estratégico, a possibilidade de contribuir para o aprofundamento das mudanças iniciadas pelo governo do presidente Lula.

De nenhuma forma foram em vão os esforços do PSB e do deputado Ciro Gomes nestes movimentos iniciais da campanha presidencial. Administrador vitorioso em diversos níveis de governo, homem de ideias e de atos em favor do País, Ciro Gomes engrandeceu o debate republicano. Com ele, expusemos nossas propostas aos brasileiros, mobilizando a nossa militância e abrimos novas e concretas vias de crescimento partidário. O PSB permanece firme e ativo no processo sucessório. Nele, queremos somar, unir e avançar, em favor da construção de uma nação à altura das mais legítimas esperanças socialistas.

Brasília, 27 de abril de 2010.

Comissão Executiva Nacional (CEN)

Partido Socialista Brasileiro (PSB)"
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Da redação, Cláudio Gonzalez, com agências

Dilma: Brasil não pode voltar à época da política da roda presa


A pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, afirmou nesta terça-feira (27) durante o Congresso Nacional dos Sindicatos dos Transportadores Autônomos de Carga (Sindact), no Senado, que o Brasil não pode mais voltar aos tempos da política da roda presa, que colocou o país no acostamento. Ela salientou a importância da categoria para o desenvolvimento do país e a necessidade de crédito abundante para renovação da frota de caminhões.

“Tenho certeza que vocês não vão permitir a volta do atraso e da estagnação. Se caminhão parado não tem frete, o Brasil parado não tem desenvolvimento. O Brasil precisa impedir a volta daquela política da roda presa, que colocou o país no acostamento. Nós paramos com ela e agora vocês têm carga para transportar, vamos lutar por remuneração justa para vocês e cada vez teremos mais crédito para ver uma frota nova no país”, discursou.

Ela disse conhecer os problemas enfrentados pelos caminhoneiros autônomos porque discutiu essas questões enquanto comandou a Casa Civil. “Conheci as justíssimas reivindicações de vocês. Sei, por exemplo, de um esquema da carta-frete. Que todos da cadeia ganham e vocês são os únicos que perdem. Quando me descreveram isso fiquei indignada e comovida. Alguma coisa estava muito errada quando uma categoria tão estratégica de 8 milhões de trabalhadores autônomos fosse tão lesada. E essa categoria ao exercer seu trabalho todos ganhavam e essa categoria pagava o pato”, comentou.

Dilma ressaltou a importância do crédito para os caminhoneiros autônomos para que eles possam renovar sua frota e ajudar o país a ter um ar mais puro para respirar.
“Acompanhei todas as iniciativas e projetos para que vocês tivesses acesso ao crédito para renovar a frota de caminhões desse país e sei também que muitas instituições financeiras não entenderam o programa pré-caminhoneiro e exigiram mais garantias e atrasaram os empréstimos. Podem ter certeza que vamos fazer com que nesse processo de financiamento terá uma remuneração justa, sem preços abusivos e sem venda casada. Temos a convicção de que o Brasil precisa de caminhões novos. Além disso, o ar que a gente respira precisa de caminhões novos”, disse.

Como navegadores

Dilma comparou os caminhoneiros e as caminhoneiras aos navegadores portugueses que saíam pelo mundo em busca de novas terras e aplicou aos motoristas profissionais os versos de Fernando Pessoa: “tudo vale a pena se a alma não é pequena”.

“Vocês, como naquela época [dos navegadores], vivem com a solidão, com saudades das mulheres e dos filhos, ou dos maridos e dos filhos, queridas companheiras, para levar progresso para todo Brasil. Vocês garantem com que as coisas aconteçam. Por isso, digo para vocês o que disse esse poeta aos navegadores: ´tudo vale a pena se a alma não é pequena´. E sei que a alma de vocês são enormes porque convivi com vocês. Vamos pavimentar juntos a estrada da vida e não da morte, da segurança e do desenvolvimento do país e não da estagnação dele”, concluiu.

http://www.dilmanaweb.com.br/

Banho de teflon

Por Eduardo Guimarães, no Blog Cidadania.com

Não deve ser exagero dizer que Dilma Rousseff, que debuta eleitoralmente neste ano, já sofreu uma campanha de destruição moral por parte da imprensa maior do que qualquer uma das que sofreu seu mentor, o presidente Lula, em seus mais de trinta anos de vida política.

Puxei pela memória – coisa que não me falta, como bem sabem os leitores mais antigos – e em nenhum momento da história contemporânea do país encontrei tal empenho dos grandes meios de comunicação em destruir a imagem de alguém.

Eis o que afasta as mulheres da política e explica por que elas, no Brasil, apesar de serem mais da metade da população, representam apenas cerca de dez por cento dos políticos. Para elas, seres sensíveis criados para dar amor aos filhos que geram, é mais difícil se exporem a ataques como os que Dilma está sofrendo.

É que as mulheres, quando se metem em política, a primeira agressão que sofrem é quanto ao aspecto sexual. Tal como vem acontecendo com Dilma, primeiro tratam de pintá-las como “vagabundas”.

Em blogs como o do Esgoto da Veja ou o do Noblat ou o do Josias de Souza ou como naqueles blogs apócrifos lá de Santa Catarina, os trolls postam comentários – os quais os blogueiros fingem não ver – acusando a candidata petista de ter sido “prostituta de guerrilheiros”, por exemplo.

Nos grandes jornais do PSDB (Folha, Estadão etc.), nos programas políticos da Globo News ou da CBN, nas revistas semanais, etc. e etc., Dilma é sempre pintada como mentirosa ou como incompetente pelas Elianes Cantanhêdes, Cristianas Lobos, Doras Kramer etc. Já a sua campanha, está sempre em crise. Mulheres para atacar mulher, essa é a estratégia.

Devem existir poucos seres humanos tão degenerados e incompetentes quanto essa Dilma que a imprensa golpista pinta.

Quem é da classe média das grandes cidades do Sul e do Sudeste tem a impressão de que a população está acreditando na imprensa quando ela diz que Dilma é tudo de ruim e que Serra, que só aparece bem na foto nos veículos supra mencionados e nos seus apêndices, é tudo de bom.

Globos, Folhas, Vejas e Estadões acham que as pessoas não notam o que estão fazendo.

Vejam só esse caso da foto de Norma Bengel no blog oficial de Dilma. A Folha de São Paulo, de longe o órgão de imprensa mais fiel a José Serra, pôs dois dos seus principais colunistas para atacarem a candidata do PT nos artigos A candidata Bengell e Norma Rousseff , nos quais ela é insultada virulentamente.

Alguém me sugeriu que a mídia deveria ter feito a mesma coisa com o plágio que a Veja fez para Serra da capa da revista Time, na qual Obama apareceu, em 2008, fazendo a mesma pose “meiga” que Serra fez há pouco na capa da publicação brasileira.

Não acho. Isso é coisa de marqueteiro e marqueteiros fazem essas coisas. O eleitorado não dá a menor bola, sobretudo em uma eleição como essa, quando a preocupação das pessoas é a de que o Brasil não volte a ser o que era. Claro que a Veja atuar como marqueteira de Serra é um fato relevante, mas não para o público. Talvez para a Justiça Eleitoral. Mas, para o público, tudo isso não vale nada.

A mídia, ao atacar Lula ininterruptamente por tanto tempo, terminou por envolvê-lo em uma camada de “teflon”. Isso havia acontecido com Maluf. Acontece porque se chega a um ponto em que as acusações já viram rotina e as pessoas passam a desconfiar.

Maluf se beneficiou do excesso de críticas por muito tempo até que ficasse demonstrado que as críticas que recebia tinham fundamento, o que envergonhou seu eleitorado e fez com que ficasse com raiva de seu eterno candidato. Mas se não tivesse sido preso, se não tivessem aparecido tantas provas contra ele, se tivesse ficado só na acusação, ele ainda seria um campeão de votos.

Como com Lula não aconteceu o que aconteceu com Maluf, até porque o presidente, à diferença do velho capo paulista, é um político de vida inatacável, esses sete anos e tanto de baixarias e ataques incessantes foram literalmente jogados fora.

Por tudo que aprendi de política nesses quase quarenta anos em que me interesso por ela de uma forma que chega a fazer as pessoas pensarem que tenho interesses próprios no assunto, estou convicto de que estão dando em Dilma Rousseff o mesmo banho de teflon que deram em Lula e em Maluf.

Dilma rebate proposta de Serra de criação do Ministério da Segurança


A pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, afirmou nesta terça-feira (27), em entrevista coletiva, que o Ministério da Justiça já atende suficientemente a questão da segurança pública e avalia que não existe a necessidade de um novo ministério para cuidar apenas dessa área.

“O Ministério da Justiça tem hoje caráter muito forte na segurança pública e dentro daquela questão de não ficar criando ministério atrás de ministério, não vejo muita importância nisso", disse em entrevista coletiva no Senado. "Concordo que é importantíssimo e será uma das minhas prioridades esse foco na segurança pública. Acho que o Ministério da Justiça tem desempenhado essa função com muito empenho, inclusive multiplicando o investimento de recursos.”

Segundo ela, o Ministério da Justiça destina hoje 78% dos seus recursos para programas na área de segurança pública. Na gestão Lula, ressaltou ela, foram criados a Força Nacional de Segurança e o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), que unem a repressão ao crime organizado com ações de cidadania e programas sociais.

Dilma ressaltou ainda os investimentos feitos pelo governo federal no treinamento dos policiais e no aumento do efetivo e das capacidades da Polícia Federal, o que fez aumentar o número de operações especiais em cerca de 40%. “Todo o reaparelhamento da Polícia Federal que fizemos, investindo numa área crucial de inteligência, é fundamental para fazer operações especiais."

O governo atual, afirmou Dilma, fez mais de 1.000 operações especiais desde 2003, um aumento por 40 vezes em relação ao mesmo período anterior que teve 29 operações. "Foram investigações na área da corrupção, do crime organizado, em todas as áreas com interface de segurança com o governo federal”, comparou.

Banda larga

Dilma defendeu também o Programa Nacional de Banda Larga, em discussão no governo federal, como uma maneira forma de baratear e ampliar o acesso à Internet rápida no Brasil. Ela fez referência a um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), que mostrou a banda larga no Brasil com um custo até dez vezes maior que nos países desenvolvidos.

“Saiu no jornal hoje notícia que acho importante, que o Brasil tem uma banda larga 10 vezes mais cara que os países desenvolvidos e que dos 58 milhões dos domicílios [brasileiros], 79% não tinha banda larga", disse. "Temos duas situações, nós não só não temos acesso como pagamos muito. Isso é uma das fundamentações do plano de banda larga do governo Lula, ao qual eu apoio e que tem que ser desenvolvido porque será uma das formas de levar o nosso povo a emancipação e a uma melhor qualidade educacional.”

Em sua página no Twitter, Dilma comentou hoje o estudo o estudo do Ipea e a importância do programa de banda larga: "Temos que universalizar o acesso ao sistema de banda larga para que o brasileiro tenha uma internet rápida,de qualidade e de baixo custo".

Do Blog O Terror do Nordeste

À “raça superior”, tudo. Aos pobres, a lei da gaiola

Janice Brewer quer engaiolar os imigrantes no Arizona

Na última sexta-feira divulguei a notícia sobre veteranos de guerra americanos estarem criando uma milícia privada para combater a entrada ilegal de imigrantes nos EUA pela fronteira com o México. No mesmo dia, a governadora republicana do estado americano do Arizona, Janice Brewer, sancionou uma lei estadual ( a Arizona SB1070), que torna qualquer imigrante ilegal um criminoso por natureza e ainda requer que a polícia comum do Arizona faça, “quando possível” o trabalho do serviço nacional de imigração (INS), que é um órgão federal.

“O Departamento de Justiça americano está revisando a lei”, disse a Secretária de Segurança Nacional Janet Napolitano, admitindo, indiretamente, que poderá questioná-la na Suprema Corte. Napolitano, coincidentemente, foi governadora do Arizona, mas Democrata.

Já pensaram se a moda pega? Vai ter gente da elite paulistana que vai querer copiar o exemplo da “Terra de Marlboro” (Malboro é uma cidade no Arizona) e decretando que nordestinos, lá, sejam automaticamente considerados criminosos.

Aí é só “engaiolá-los”.

Do Blog Tijolaço.com

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Principais adversários são os que estão por trás do tucanato


Simone de Beauvoir disse que "a ideologia da direita é o medo". O medo foi o grande adversário das campanhas de Lula. O grande adversário dessa campanha não é mais o medo; tampouco é Serra, candidato de poucas alianças, sem programa e que esconde seu oposicionismo no armário. O grande adversário São os que estão por trás do tucanato e o utilizam como recurso político de uma guerra elitista, preconceituosa, autoritária e desigual.

Por Arlete Sampaio*, em Carta Maior

A campanha de 2010 não é apenas uma, mas pelo menos três grandes batalhas combinadas. Uma disputa política, dos que apóiam as conquistas do governo Lula contra aqueles que sempre as atacaram e agora se esquivam de dizer o que pensam e o que representam.

Uma disputa econômica, dos que defendem o protagonismo brasileiro e sabem da importância central do estado na sustentação do crescimento, contra os que querem eletrocutar nossas chances de desenvolvimento com a proposta de "choque de gestão" e de esvaziamento do papel do estado.

Finalmente, uma disputa ideológica entre, de um lado, a esperança de um país mais justo, igualitário e sem medo de ser feliz, contra, do outro lado, a indústria da disseminação de preconceitos.

Na disputa política, a popularidade do presidente Lula criou uma barreira que a oposição prefere contornar do que confrontar. Serra não quer aparecer como aquilo que ele realmente é: o anti-Lula. O mesmo anti-Lula que ele próprio foi em 2002 e que Alckmin fez as vezes, em 2006. Daí a tentativa de posar como "pós-Lula".

A oposição irá para a campanha na vergonhosa condição de fingir que não é oposição, que concorda com o que sempre atacou, que quer melhorar o que tentou, a todo o custo, destruir. Os eternos adeptos da ideia de que o Brasil não pode, não dá conta e não consegue, agora, empunham o discurso de que o Brasil pode mais.

Diante do fato de que alguém precisa assumir o impopular ataque ao governo e ao presidente, para alvejar a candidatura governista, surgiram duas frentes. A mais aberta e declarada é realizada pela imprensa mais tradicional, a que tem relações orgânicas com o grande empresariado brasileiro e com uma elite política que a ela é comercialmente afiliada.

Na ânsia de conseguir, contra Dilma, o que não conseguiu em 2006 contra Lula, esta imprensa tomou para si a tarefa de tentar derrotar ambos. Para tanto, tem enveredado em um padrão autoritário que significa um retrocesso claro até se comparado a seu comportamento na época da ditadura.

Naquela época, a ditadura era a justificativa de suas manchetes. Hoje, não. Se não fosse pela democracia e pela mídia regional e alternativa, a situação seria igual à vivida quando era mais fácil ter notícias fidedignas a partir da imprensa internacional do que pela grande imprensa brasileira.

Um exemplo: o tratamento dado à participação do presidente Lula na cúpula nuclear em Washington. Dois dos mais tradicionais jornais brasileiros (Estadão e Folha) deram manchetes idênticas ("Obama ignora Lula..."), numa prova não de telepatia, mas de antipatia.

Um editorial ("O Globo", 14/4) chegou a dizer que "Lula isola Brasil na questão nuclear". Se contássemos apenas com esses jornais, teríamos que apelar à Reuters, ao Wall Street Journal, ao Financial Times ou à Foreign Policy para sabermos que a China mudou de posição por influência do Brasil e declarou oficialmente sua opção pelo diálogo com Teerã.

Seria demais pedir que se reproduzisse, por exemplo, o destaque dado à cúpula dos BRICs, que no jornal Financial Times e na revista Economist foram bem maiores do que o conferido à cúpula de Washington. Até hoje, porém, o fato de nosso país estar galgando a posição de polo dinâmico da economia mundial, de modo acelerado, é visto com desdém pelos que não acreditam que o Brasil pode mais.

A questão nuclear teve a preferência porque cai como uma luva à tentativa de trazer para 2010 a questão do terrorismo, além de demonstrar a relação que existe entre as campanhas anti-Dilma, declaradas e mascaradas. A questão do terrorismo é um curioso espantalho invocado pelos próprios corvos (para usar uma imagem apropriada ao lacerdismo que continua vivo na direita brasileira e em parte de sua imprensa).

A diferença sobejamente conhecida e reconhecida entre guerrilha e terrorismo e o fato de que os grupos armados brasileiros sempre se posicionaram contra o terrorismo como forma de luta política são esquecidos. Durante a ditadura, os grupos armados eram acusados de terroristas pela mesma linha dura que arquitetava explodir um gasoduto no Rio e bombas no Riocentro para inventar terroristas que, de fato, não existiam. A parte da imprensa que, por conta própria, reedita o autoritarismo faz jus ao título de "jornalismo linha dura".

No campo da política econômica, a batalha será igualmente ferrenha e desigual, apesar dos feitos extraordinários de Lula. Seu governo é de fato o primeiro na história do País a conseguir combinar crescimento econômico, estabilidade (política e econômica) e redução das desigualdades.

Segundo estudos, o Brasil conseguiu avançar em termos sociais em ritmo mais acelerado do que o alcançado pelo estado de bem-estar social europeu em seus anos dourados. Mesmo isso não tem sido suficiente para abalar a aposta de alguns setores da elite econômica de que a principal tarefa a ser cumprida é a de tornar o Brasil o país com o estado mais acanhado dentre os BRICs. São os que querem o Brasil mirando o Chile, e não a China, em termos econômicos. Para alguns, que sempre trataram o Brasil como um custo em sua planilha, não importa o tamanho do país, e sim o tamanho de suas empresas.

O que se vê até o momento não é nada diante do que ainda está por vir, dado o espírito de "é agora ou nunca" da direita em sua crise de abstinência. Os ataques declarados são amenos diante da guerra suja que tem sido travada via internet, por mercenários apócrifos que disseminam mensagens preconceituosas.

Dilma é "acusada" de não ter marido, de não ter mestrado, de não ter sido parlamentar. As piores acusações não são sobre o que ela fez, mas sobre o que ela não fez. As mais sórdidas são comprovadas mentiras, como a de ter sido terrorista.

Simone de Beauvoir disse que "a ideologia da direita é o medo". O medo foi o grande adversário de todas as campanhas de Lula, e ele foi vencido em duas, dentre cinco. Desta vez, o fato de Lula ser governo desfaz grande parte das ameaças que antes insuflavam o temor entre os setores populares.

O grande adversário dessa campanha não é mais o medo; tampouco é Serra, candidato de poucas alianças, sem programa e que esconde seu oposicionismo no armário. O grande adversário são os que estão por trás do tucanato e o utilizam como recurso político de uma guerra elitista, preconceituosa, autoritária e desigual.

A oposição cometeu o ato falho de declarar que "o país não tem dono", mostrando que ainda raciocina como na época em que vendeu grande parte do patrimônio público e tratou o Brasil como terra de ninguém. Mas, por sorte, o país tem dono, sim. É o povo brasileiro. E, mais uma vez, é apenas com ele que contaremos quando outubro vier.


* Arlete Sampaio é médica, foi vice-governadora do DF (1995-1998), deputada distrital (2003-2006) e secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Social, na gestão de Patrus Ananias (2007-2009).

Do Blog O Terror do Nordeste

Os jornalões e os interesses de fora

Da Agência Carta Maior

A aliança dos jornalões não é só com os tucanos. É também contra o país: no debate nuclear, como em outros, o governo Lula defende nossos interesses e a mídia fica com os de fora. Nas primeiras páginas da “Folha”, Estadão e “O Globo” a foto de ministro brasileiro presenteando o vilão Ahmadinejad com a camisa da seleção encantou os editorialistas. Como desprezam os interesses nacionais, eles festejam as leis extraterritoriais criadas nos EUA para intimidar e punir países que divergem de suas posições. O artigo é de Argemiro Ferreira.

O primeira reação de muitos leitores que viram as manchetes idênticas, dia 14, na “Folha de S.Paulo” e no Estadão (a primeira página de “O Globo”, mesmo sem a manchete, coincidiu no enfoque e na foto) foi recordar a peça de propaganda do tucano Geraldo Alckmin na campanha eleitoral de 2006 - o pacote de dinheiro nas primeiras páginas, exposto de norte a sul do Brasil.

Daquela vez o truque sujo adiou a decisão do eleitorado para o 2˚ turno - no qual Alckmin acabaria com menos votos do que no 1˚. Agora a “coincidência” funciona como alerta para truques futuros. Mas a aliança dos jornalões não é só com os tucanos. É também contra o país: no debate nuclear, como em outros, o governo Lula defende nossos interesses e a mídia fica com os de fora.

Jornalões, revistonas e penduricalhos (Rede Globo à frente) apoiam-se no estereótipo iraniano fabricado por eles próprios. O presidente Ahmadinejad é baixo, magrelo e feio. Não está em questão a aparência dele e nem o holocausto - que reconheceu ter ocorrido, mesmo lembrando que os mortos na II Guerra foram 60 milhões e não apenas os 6 milhões de judeus.

O expediente de produzir o vilão e a partir dele demonizar um país inteiro para invadi-lo e tomar-lhe o petróleo - como foi em 1953 no próprio Irã (de Mossadegh) e em 2003 no Iraque (de Saddam) - começa com difamação e sanções. Armas de destruição em massa foram o pretexto dos EUA para invadir o Iraque. Armas que sequer existiam, como não existe a bomba-A do Irã.

Ao invés de sanções a política externa do Brasil prefere o apelo sensato à negociação. Afinal, o Iraque foi arrasado pelas bombas dos EUA e viu um milhão de civis (segundo estimativas) serem mortos. E lá as sanções, que puniram mais as crianças do que o governo, foram o capítulo inicial. Hoje a acusação dos EUA é que o Irã pode vir a ter uma bomba - em cinco anos.

Seria situação menos ameaçadora do que o arsenal nuclear de 100 bombas que o estado de Israel já tem, sem nunca ter assinado o TNP (Tratado de Não Proliferação Nuclear). A exemplo dos israelenses, Índia e Paquistão negaram-se a aderir ao TNP e já têm armas nucleares - não tantas como Israel, mas prontas para serem usadas numa guerra entre os dois.

E onde entra o Brasil nesse quadro? Assinou e cumpre o TNP, não tenta desenvolver a bomba (mesmo tendo condições para isso), proclama em sua Constituição que não o fará e ainda assinou pactos (um bilateral, com a Argentina; e outro regional, com a América Latina) nesse sentido. Mas sofre cobrança dos EUA, que descumprem o TNP e se arvoram em xerife nuclear.

O TNP não lhe confere tal autoridade. Ao contrário: manda os detentores de armas atômicas reduzirem os arsenais até sua eliminação completa. Os acordos EUA-Rússia só aposentam armas obsoletas, logo substituídas pelas modernas, sofisticadas e portáteis, que tornam mais provável o uso. (Até hoje um único país usou a bomba-A - duas, em Hiroshima e Nagasaki, contra populações civis e não instalações militares).

Nas primeiras páginas da “Folha”, Estadão e “O Globo” a foto de ministro brasileiro presenteando o vilão Ahmadinejad com a camisa da seleção encantou os editorialistas. Como desprezam os interesses nacionais, eles festejam as leis extraterritoriais criadas nos EUA para intimidar e punir países que divergem de suas posições, seja em Cuba ou no Irã.

Em janeiro do ano passado a mídia corporativa já criticava o destaque dado na Estratégia Nacional de Defesa, anunciada então pelo governo Lula, ao desenvolvimento da energia nuclear. Os jornalões prestavam-se claramente ao papel de veículo da pressão do governo Bush em fim de mandato - um “pato manco” agonizante, golpeado ainda pela derrota eleitoral humilhante.

Os mesmos veículos ansiosos para anistiar os crimes da ditadura (de que foram cúmplices e beneficiários) viam - e ainda vêem - com suspeita o compromisso dos militares brasileiros com a democracia e a defesa dos interesses nacionais. O faroeste midiático na época ainda buscava legitimar a superpotência invasora do Iraque no papel insólito de guardiã da paz e do desarmamento.

Essa mídia não costuma ter dúvidas, só certezas. Condena a resistência do Brasil em aderir ao protocolo adicional ao Acordo de Salvaguardas do TNP e atribui a culpa a militares obcecados em ter a bomba-A. Não leva em conta que a questão do desenvolvimento nuclear está longe de ser simplista como sugere o cacoete de um jornalismo aliado aos interesses externos.

Países sem armas nucleares sofrem restrições nas pesquisas - punidos por assinar o TNP. Índia, Paquistão e Israel, por ignorarem o TNP, têm suas bombas-A e são paparicados e privilegiados com acordos especiais. Em 1997-98 essa mesma mídia aplaudiu FHC por sujeitar-se à pressão dos EUA e aderir ao TNP, enquanto o Iraque sob sanções era acusado de ter a bomba - sem tê-la.

Depois do TNP os EUA passaram ainda a exigir que nós, os “sem bomba-A” (ou “have nots”, em oposição aos “haves”) assinássemos o tal protocolo adicional, que amplia as restrições, os controles e as inspeções. Inexistente antes, o protocolo teria de ser negociado com cada signatário do TNP, nunca imposto pelos EUA.

Os “sem bomba” sofrem limitações nas pesquisas, que a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) faz cumprir com inspeções. O compromisso do Brasil é com o uso pacífico da energia atômica. Defende o desarmamento nuclear e é reconhecida sua tradição pacífica. Mas não pode abrir mão da tecnologia nuclear e da necessidade estratégica de desenvolvê-la e dominá-la.

Em 2004 a “Folha” não hesitou em propor rendição singular, a pretexto de ser “transitória” a existência de países com e sem a bomba: o Brasil devia aderir ao protocolo adicional, “como uma decisão soberana”, e ao mesmo tempo “pedir” avanços pelo desarmamento. Ora, os que apóiam o protocolo são pouco mais de 80 dos 190 que assinaram o TNP. A maioria, assim, percebe a ameaça dos EUA de eternizar seu arsenal “transitório”.

Há ainda os interesses comerciais: em 2001 o crescente mercado mundial de urânio enriquecido já movimentava US$18 bilhões. Dono da 5ª maior reserva natural de urânio, o Brasil tem tecnologia própria de centrifugação, desenvolvida por seus cientistas ao longo de 30 anos. Para preservá-la protege com painéis, nas inspeções da AIEA, a sala das centrífugas na Fábrica de Combustível Nuclear da INB, em Resende.

Os interesses dos detentores de arsenais nucleares, claro, são diferentes daqueles dos “sem bomba”. A hipótese de espionagem industrial nas inspeções da AIEA não pode ser subestimada mas a proteção da tecnologia inovadora do Brasil foi descartada pela “Folha” com a alegação de que os EUA não precisam disso porque dispõem de sua espionagem “clássica”.

Antes da invasão do Iraque, no entanto, a CIA usava a equipe de inspeção da ONU (UNSCOM) - chefiada pelo sueco Rolf Ekeus até 1997 e depois pelo australiano Richard Butler (1998) - para espionar. O inspetor Scott Ritter, ex-fuzileiro dos EUA e veterano da guerra do Golfo, acusou os dois de tolerarem o jogo da CIA, permitindo a espionagem nas inspeções.

Na mesma linha do editorial da “Folha”, o do Estadão, dias depois, negou haver razão que justifique a não adesão ao protocolo adicional. Alegou ser do interesse do Brasil ratificar o compromisso com o desenvolvimento pacífico da energia atômica e “evitar atritos” com as potências empenhadas em impedir a proliferação nuclear. (E a FCN? E o mercado de urânio?)

Meses depois dos editoriais, o secretário de Estado de Bush, Colin Powell, ouviu no Brasil a explicação do ministro Celso Amorim sobre a proteção da tecnologia desenvolvida por nossos cientistas. E minimizou, ao falar à “Veja”, o que “Folha” e Estadão maximizaram: o Brasil não preocupava os EUA e nem devia ser comparado a Irã e Coréia, apesar dos “desacordos momentâneos” na AIEA.

Ao voltar ao ataque a 9 de janeiro de 2009, a “Folha” publicou matéria do chefe da surcusal de Brasília, Igor Gielow. “Os EUA cobraram ontem a adesão do Brasil ao chamado protocolo adicional”, dizia o texto. Não ficou claro se a “cobrança” era iniciativa americana, usando a “Folha”, ou se viera por acaso, premiando alguma solicitação de entrevista do jornal.

O entrevistado era o embaixador Gregory Schulte, que representava os EUA não no Brasil mas na AIEA e outros organismos sediados em Viena. Gielow omitiu (de propósito?) se o diplomata respondera a perguntas, se falara em Brasília (estaria ali por alguma razão?), se a entrevista fora por telefone ou se mandara respostas por email a perguntas enviadas a Viena.

Como o próprio jornalista caracterizara a entrevista como “cobrança” dos EUA, seria oportuno informar como tinha ocorrido - por telefone, cara-a-cara, troca de emails ou qualquer que tenha sido a situação. Teria sido uma tentativa de intimidação? Afinal, a dupla Bush-Cheney, derrotada, vivia seus últimos momentos – a apenas 12 dias do final do mandato.

No relato insólito da “Folha” Schulte cobrava a adesão do Brasil a pretexto de que “os EUA aderiram”. Mas o protocolo adicional ao Acordo de Salvaguardas (artigo III do TNP) só é aplicável (e impõe obrigações) aos “sem bomba”. Para os EUA a adesão não prevê inspeções - que são compulsórias para os "sem bomba". Estes têm de aceitá-las. Cabe à AIEA decidir o que inspecionar, como e onde.

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