sábado, 28 de janeiro de 2012

Mauro Santayana: A vingança dos dinossauros

Lido e pescado no blog Limpinho & Cheiroso


Mauro Santayana, via Carta Maior

Os leitores se recordam dos anúncios patrocinados pelo governo federal durante o mandato de Collor, quando o caçador de marajás iniciava o processo de entrega dos bens nacionais aos estrangeiros, em nome da modernidade. Os que defendiam o patrimônio público eram desdenhosamente identificados como dinossauros, ou seja, animais dos tempos jurássicos. Iniciou-se, com o confisco dos haveres bancários, o processo de desnacionalização da economia, sob o comando da senhora Zélia Cardoso de Mello e do economista Eduardo Modiano, nomeado presidente do BNDES com a missão de desmantelar o setor estatal e entregar suas empresas aos empreendedores privados que se associassem às multinacionais.
Naquela época publiquei artigo na Gazeta Mercantil, em que fazia a necessária distinção entre os dinossauros – uma espécie limpa, sólida, quase toda vegetariana – e os murídeos: camundongos, ratos e ratazanas.
É difícil entender como pessoas adultas, detentoras de títulos acadêmicos, alguns deles respeitáveis, puderam fazer análise tão grosseira do processo histórico. Mas eles sabiam o que estavam fazendo. Os economistas, sociólogos e políticos que se alinharam ao movimento neoliberal – excetuados os realmente parvos e inocentes úteis – fizeram das torções lógicas um meio de enriquecimento rápido.
Aproveitando-se dos equívocos e da corrupção ideológica dos quadros dirigentes dos países socialistas – que vinham de muito antes –, os líderes euro-norte-americanos quiseram muito mais do que tinham, e resolveram recuperar a posição de seus antecessores durante o período de acumulação acelerada do capitalismo do século 19. Era o retorno ao velho liberalismo da exploração desapiedada dos trabalhadores, que havia provocado a reação dos movimentos operários em quase toda a Europa em 1848 (e animaram Marx e Engels a publicar seu Manifesto Comunista) e, logo depois, a epopeia rebelde da Comuna de Paris, com o martírio de milhares de trabalhadores franceses.
Embora a capitulação do Estado se tenha iniciado com Reagan e Thatcher, no início dos anos de 1980, o sinal para o assalto em arrastão veio com a queda do Muro de Berlim, em novembro de 1989 – coincidindo com a vitória de Collor nas eleições brasileiras. Não se contentaram os vitoriosos em assaltar os cofres públicos e em exercer a prodigalidade em benefício de seus associados do mercado financeiro. A arrogância e a insolência, nas manifestações de desprezo para com os pobres, que, a seu juízo, deviam ser excluídos da sociedade econômica, roçavam a abjeção. Em reunião realizada então na Califórnia, cogitou-se, pura e simplesmente, de se eliminarem quatro quintos da população mundial, sob o argumento de que as máquinas poderiam facilmente substituir os proletários, para que os 20% restantes pudessem usufruir de todos recursos naturais do planeta.
Os intelectuais humanistas – e mesmo os não tão humanistas, mas dotados de pensamento lógico-crítico – alertaram que isso seria impossível e que a moda neoliberal, com a globalização exacerbada da economia, conduziria ao malogro. E as coisas se complicaram, logo nos primeiros anos, com a ascensão descontrolada dos administradores profissionais – os chamados executivos, que, não pertencendo às famílias dos acionistas tradicionais, nem aos velhos quadros das empresas, atuavam com o espírito de assaltantes. Ao mesmo tempo, os bancos passaram a controlar o capital dos grandes conglomerados industriais.
Os “executivos”, dissociados do espírito e da cultura das empresas produtivas, só pensavam em enriquecer-se rapidamente, mediante as fraudes. É de estarrecer ouvir homens como George Soros, Klaus Schwab e outros, outrora defensores ferozes da liberdade do mercado financeiro e dos instrumentos da pirataria, como os paraísos fiscais, pregar a reforma do sistema e denunciar a exacerbada desigualdade social no mundo como uma das causas da crise atual do capitalismo.
Isso sem falar nos falsos pensadores nacionais que, em suas “análises” econômicas e políticas, nos grandes meios de comunicação, começam a identificar a desigualdade excessiva como séria ameaça ao capitalismo, ou seja, aos lucros. Quando se trata de jornalistas econômicos e políticos, a ignorância costuma ser companheira do oportunismo. Da mesma maneira que louvavam as privatizações e a “reengenharia” das empresas que “enxugavam” as folhas de pagamento, colocando os trabalhadores na rua, e aplaudiam os arrochos fiscais, em detrimento dos serviços essenciais do Estado, como a saúde, a educação e a segurança, sem falar na previdência, admitem agora os excessos do capitalismo neoliberal e financeiro, e aceitam a intervenção do Estado, para salvar o sistema.
Disso tudo nós sabíamos, e anunciamos o desastre que viria. Mas foi preciso que dezenas de milhares morressem nas guerras do Oriente Médio, na Eurásia, e na África, e que certos banqueiros fossem para a cadeia, como Madoff, e que o desemprego assolasse os países ricos, para que esses senhores vissem o óbvio. Na Espanha há hoje um milhão e meio de famílias nas quais todos os seus membros estão desempregados.

Não nos enganemos. Eles pretendem apenas ganhar tempo e voltar a impedir que o Estado volte ao seu papel histórico. Mas o momento é importante para que os cidadãos se mobilizem, e aproveitem esse recuo estratégico do sistema, a fim de recuperar para o Estado a direção das sociedades nacionais, e reocupar, com o povo, os parlamentos e o poder executivo, ali onde os banqueiros continuam mandando.

Mauro Santayana é colunista político do Jornal do Brasil, diário de que foi correspondente na Europa (1968–1973). Foi redator-secretário da Última Hora (1959) e trabalhou nos principais jornais brasileiros, dentre eles, a Folha de S.Paulo (1976–1982), de que foi colunista político e correspondente na Península Ibérica e na África do Norte.

Caixa dois suspende fundo partidário do PSDB

Extraído do blog O Terror do Nordeste

Com contas desaprovadas, PSDB-SP perde fundo
Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo diz que o partido se valeu de R$ 56,2 mil de origem não identificada em 2009; decisão suspende por um ano o direito da legenda ao repasse de cotas do fundo partidário; tucanos terão de devolver R$ 87,9 mil

 
Fernando Porfírio _247 - O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo desaprovou na quinta-feira (26) a prestação de contas do PSDB, referente ao exercício de 2009. A decisão suspende pelo prazo de um ano o direito do partido ao repasse de cotas do fundo partidário. O Tribunal também decidiu que os tucanos deverão devolver ao fundo o valor de R$ 87,9 mil.
O desembargador Mathias Coltro, relator do processo, disse que partido valeu-se de recursos de origem não identificada(leia-se:caixa dois), no valor de R$ 56.250,50, referentes a doações de pessoas jurídicas, contribuições de parlamentares e de filiados.

 
Além disso, de acordo com o desembargador que é vice-presidente do TRE paulista, foram detectadas diversas irregularidades na aplicação do fundo partidário.

 
Entre as irregularidades estão a falta de comprovação de gastos no valor de R$ 52.708,80 feitos com despesas de locação de bens imóveis, além de R$ 7.829,60 de obrigação de aluguel. Mathias Coltro destacou ainda que os tucanos receberam em 2009 R$ 939.035,87 de cotas do fundo partidário.
A lei 9.096/95 determina que se for constatada que na prestação de contas o partido não mencionar a origem de recursos a agremiação pode ter suspenso o recebimento das cotas do fundo partidário. Cabe recurso da decisão.
Da redação, com informações do Brasil 247

DEZ MENTIRAS QUE CERCAM O PINHEIRINHO

Extraído do Mingau de Aço


DESOCUPAÇÃO DO PINHEIRINHO NÃO FOI PACÍFICA.

COMENTÁRIO DESTE BLOGUE: O caso Pinheirinho, a desocupada comunidade de São José dos Campos, mostra o quanto ainda existe o reacionarismo político, através da ação conjunta e truculenta da prefeitura da cidade e do governo do Estado de São Paulo, governados pela ala mais retrógrada do PSDB. Segue, antes do referido texto, um comentário que eu mesmo fiz sobre o ítem 10 desta lista, no blogue que serviu de fonte para este texto:

"O caso Pinheirinho é uma catástrofe, sim. Uma catástrofe política que mostra a verdadeira cara do fascista Geraldo Alckmin, que parece sentir saudades do AI-5, porque o processo de desocupação é digno dos tempos do DOI-CODI, do "Brasil Grande" e outras barbaridades da ditadura militar".

Pinheirinho só não é uma catástrofe no sentido de que seus ex-moradores tenham que se resignar como tal, mas continuar agindo para fazer valer seus direitos, o que felizmente é amplamente garantido por lei.

Dez mentiras que cercam o Pinheirinho

Por Hugo Albuquerque - Blogue O Descurvo

Com a tragédia ainda em curso, e a quantidade colossal de sofismas e boatos propositalmente espalhados acerca do Pinheirinho, me dei ao trabalho de selecionar as dez piores mentiras - no sentido de superstição consciente e oportunamente utilizadas pelo Poder - que estão a pairar por aí sobre o tema. Vamos lá:

1. "Não houve violações, a reintegração de posse foi pacífica"

Eis a pior e mais primária de todas. Vídeos aos montes, fotos aos milhares, além de relatos emocionados de testemunhas oculares - como o nosso Tsavkko - e de moradores - dados, inclusive, para a imprensa internacional - contradizem isso. A polícia não veio para brincar, com sua tropa de choque, suas balas de borracha e sua sede por violência. Atacaram uma comunidade formada por famílias - seus velhos, suas crianças, pessoas com necessidades especiais - e quem ficou no meio do caminho apanhou. Sobre eventuais distorções da nossa imprensa, convido à leitura do que pensa sobre isso o Guardian, um dos principais jornais do mundo.

2. "A culpa é dos moradores, por serem invasores e/ou por não terem negociado"

É a tese do varão da república (do café com leite) Elio Gaspari, devidamente rebatida pelo nosso João Telésforo. Acrescentamos ainda que o Brasil possui 22 milhões de vítimas do chamado "deficit habitacional" - o eufemismo contábil que expressa a quantidade daqueles que foram largados para morrer ao relento -, o Brasil possui uma Constituição que fala em função social da propriedade privada e em dignidade da pessoa humana, o Brasil possui uma jurisprudência que não aceita a inércia da administração pública como desculpa. para não realização de políticas públicas. Outra, não estar nem aí para um contingente de milhares de pessoas - só no caso do Pinheirinho - é uma decisão política sua, portanto, assuma o risco dela, mas esperar que essa gente simplesmente tenha de sentar e esperar a morte chegar, é pedir de mais - ou mesmo aceitar um xeque qualquer e enfie o rabo entre as pernas do lugar onde ela estão estabelecidos, só para, no fim das contas, realizar o fetiche dos credores da massa falida de um mega-especulador.

3. "Foi um processo duro, mas cumpriu-se a letra da lei"

Nem isso. Na manhã de domingo, quando ocorreu a invasão, havia um conflito de competência entre a Justiça Estadual e a Justiça Federal, portanto não havia ordem judicial que autorizasse realmente qualquer reintegração de posse. Mesmo se houvesse, uma ordem judicial não equivale a uma carta branca da polícia para fazer nada, tampouco ignorar os direitos ou as garantias daqueles cidadãos asseguradas pelas Constituição.

4. "Os moradores estão sendo atendidos devidamente"

Os moradores do Pinheirinho, depois de perderem suas casas, estão amontoados em igrejas, ginásios ou quetais. Eles estão ao relento e identificados com uma pulseira azul - por que numa estrela azul logo de uma vez?

5. "Os policiais só cumpriram ordens"

Opa, tudo bem que militares obedecem ordens, mas isso não significa que, numa democracia, um oficial deva acatar irresponsavelmente uma ordem qualquer e executa-la da maneira que bem entende - com suscitou a secretária de justiça de São Paulo Eloisa Arruda -, do contrário, lhes seria autorizado atentar contra a ordem ("democrática"), o que seria uma hipótese absurda. É evidente que os maiores responsáveis por essa hecatombe são os senhores Geraldo Alckmin e Eduardo Cury - respectivamente governador do estado e prefeito municipal de São José dos Campos -, mas os oficiais que lideraram a missão tem sua parcela de responsabilidade nessa história sim.

6. "O Pinheirinho é uma espécie de Cracolândia"

"Só se for no quesito da especulação imobiliária sobrepondo-se ao direito e à dignidade das classes pobres" como diria meu amigo joseense Rodrigo dos Reis. De resto, essa analogia - como foi utilizada pela Rede Globo - só duplica a perversão verificada no apoio à política de "dor e sofrimento", aplicada na região do centro de São Paulo chamada "Cracolândia" - um grave problema de saúde pública e de moradia, tratado à base de cacetete.

7. "O governo federal é culpado por ter politizado a situação"

Como testemunhamos na nota soltada pelo PSDB para "responder" o governo federal. Bom, nem vou perguntar como alguém poderia ter politizado uma situação que é política por natureza, mas como seria possível despolitiza-la. Ainda, é curioso como se responda ao quase silêncio do governo federal culpando-o por uma ação violenta que foi executada por dois governos seus, o estadual de São Paulo e o municipal de São José dos Campos. De novo, chuto o balde aqui: faça um, dois, um milhão de pinheirinhos, mas pelo menos assuma o que fez e não se ponha como vítima, as vítimas são os desabrigados.

8. "Os moradores do Pinheirinho são envolvidos com movimentos sociais radicais"

Membros do PSDB, como o pré-candidato paulistano Andrea Matarazzo, pensam o mesmo do correligionário Geraldo Alckmin, nem por isso alguém razoável defende que o governador seja arrancado à força do que quer que seja. No mais, o governador Alckmin ou os próceres da massa falida do Nahas na imprensa, deviam saber que vivemos numa democracia e as pessoas têm liberdade para se filiar ao grupo pacífico que bem entendem - nem na hipótese absurda de todos os moradores do Pinheirinho terem relação com o PSTU (que é como dizer que todos os moradores do bairro de Alckmin têm ligação com, p.ex. a opus dei), é fato que aquele partido jamais usou de força ou conluios no judiciário para desalojar um bairro inteiro, logo, quem é radical mesmo?

9. "O governo federal não podia ter feito, nem pode fazer, nada"

Podia sim, tanto que estava negociando uma saída pacífica, até que veio a invasão no domingo, uma boa dose de paralisia, uma comemoração de 25 de março com tucanos de alta plumagem e uma condenação vazia no recente fórum social mundial. Dizer que o Pinheirinho é Barbárie, até eu digo, Presidenta, agora mandar hospitais de campanha do exército fornecer ajuda humanitária aos milhares de desabrigados, nem todo mundo pode - e mesmo vale para a construção de moradias dignas para eles no curto prazo. Importante: não estou nivelando tucanos a petistas, esse caso deixa claro que os primeiros não têm coragem de assumir o que fazem, enquanto os segundos não têm coragem de fazer aquilo que assumem - são papéis inteiramente diferentes.

10. "O Pinheirinho é uma catástrofe, estamos todos derrotados, não há nada o que fazer contra essa marcha invencível"

Toda marcha desse tipo, em seu interior, admite uma Leningrado - e eu não estou chamando tucanos de fascistas em um sentido histórico não, afinal, aqueles tinham coragem moral de assumir o que faziam, isso foi só uma metáfora que guinadas reacionárias, por sua própria natureza, trazem consigo a possibilidade de sua derrota. No demais, não existe espaço para choradeira como colocou com precisão o Bruno Cava pelo papel que o Pinheirinho está cumprindo. Digo mais, repetindo o que já digo aqui o tempo todo: a favela é o locus definitivo de resistência daqueles que foram largados para morrer ao relento, é processo de luta, portanto, sua própria existência - e sua re-existência - é positividade pura. O antropofágico Pinheirinho, mais ainda. Derrota é a resignação, é sentar-se e aceitar morrer, nada disso aconteceu.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

RAIOS QUE OS PARTAM !!!

Pescado no blog do Bemvindo


Os verdadeiros algozes ficam nos palácios e lançam  pobres contra pobres. 
"A história do homem  é a história da sua repressão." Marcuse, 1999.


Esta expressão lusitana é na verdade uma praga , uma maldição.
Há uma outra expressão que diz que “um raio não cai duas vezes no mesmo lugar."
Pois cai.
Nos governos estaduais do PSDB caem.
Caem sobre o povo pobre.
Curiosamente cairam nos dois governos estaduais do PSDB.
Coincidência ou maldição?
No Pará, no governo de Almir Gabriel, o Massacre dos Carajás.
Em SP no Governo Alckmin, Pinheirinho.
É...sociais democratas tucanos...será isto praga de madrinha lusitana lançada sobre o PSDB?
Ou apenas coincidência.
De toda forma, perplexo e chocado com a violência dos governos tucanos contra o povo pobre, repito a expressão:
- “RAIOS QUE OS PARTAM !!!!”

As saúvas e o jeitinho

Sanguessugado do Crônicas do Motta


A tragédia de ontem à noite no Rio, embora ainda de causa desconhecida, é resultado de algo trivial na sociedade brasileira: o jeitinho.
Por meio dele, consegue-se de tudo, desde furar a fila do supermercado até o alvará para construir um megaempreendimento.
O jeitinho, a "gorjeta", o "cafezinho", a corrupção, são sinônimos da pior praga que assola este país, câncer que se entranhou em todos os níveis sociais, em todas as esferas administrativas, públicas e privadas.
Vamos reformar um prédio velho, caindo aos pedaços?
Mão à obra, mas antes de mais nada, vamos dar um jeitinho de burlar a legislação, de facilitar as coisas, de não pagar taxas. 
E assim o Brasil caminha, em meio a grandes tragédias, a pequenos dramas, a mortes anunciadas. 
Com o jeitinho pode-se tudo. 
Até mesmo transformar a esperança de se construir uma nação forte, saudável, que dê oportunidades iguais a todos, que seja justa e solidária, num paiseco onde as leis são meras letras perdidas em alfarrábios carcomidos.
Parafraseando a antiga frase, de autor desconhecido, que se referia à força destrutiva das saúvas, é mais que oportuno dizer que ou o Brasil acaba com o jeitinho, ou o jeitinho acaba com o Brasil.

A privataria, a pancadaria e a disputa de idéias

Lido e pescado no Esquerdopata

Gilberto Maringoni 
Vamos combinar: a administração Alckmin atingiu seu objetivo. Desocupou a força o bairro Pinheirinho, em São José dos Campos, desalojando cerca de seis mil pessoas. Através de uma guerra de liminares, contornou um imbróglio de competências jurídicas e legalizou a brutalidade contra setores pobres da população (mais uma vez). Fez um cálculo político: estamos a nove meses das eleições, tempo suficiente para que cenas de mães correndo com filhos nos braços, policiais espancando crianças e incêndios e tratores dando cabo de moradias sejam esquecidas pelo eleitorado. No jargão da Polícia Militar, a operação foi um sucesso.
Mas o governo do Estado de São Paulo parece estar perdendo a batalha de comunicação. O presidente interino do PSDB, Alberto Goldmann, acusa o golpe de forma clara, em nota oficial de seu partido. Logo de saída, ele ensaia um ataque:
“O cumprimento da decisão judicial fez com que o PT movimentasse todos seus tentáculos políticos e sua máquina de desinformação, com o intuito de atingir três metas: culpar o Governo do Estado pelo fato, caracterizar como de extrema violência a intervenção policial no local e se apresentar como paladino da justiça social, fazendo falsas promessas e criando expectativas irreais para os moradores do local”.
Goldman tenta reduzir o caso a uma querela político-partidária. “Todos os tentáculos” se refere, obviamente, à impressionante difusão que o caso ganhou nas redes sociais e em toda a internet, não apenas por possíveis petistas, mas por gente cujo elo de ligação maior era o espanto com o ocorrido.
No fim do texto, o dirigente tucano tenta eximir seu governo de qualquer responsabilidade:
“O governo de São Paulo agiu em cumprimento de determinação do Judiciário, e a operação foi comandada diretamente pela Presidência do Tribunal de Justiça paulista”.
Tudo certo. Nada aconteceu por vontade do governador. Houve apenas o cumprimento de uma decisão “técnica” e “racional” para que as coisas voltassem à sua ordem natural. Algo impessoal e asséptico.
Não é com ele
O PSDB exibe aqui a mesma defensiva que pauta a agremiação quando o assunto é a política de privatização dos anos 1990. Ao longo daquela década, os líderes do PSDB – como bem mostra Amaury Ribeiro Jr. em “A privataria tucana” – posavam exultantes ao lado dos martelinhos dos leilões com os quais eram vendidas as estatais. 
Passada a euforia, após a abrupta desvalorização do real em 1999, o partido mostrou-se hesitante e mesmo envergonhado para defender a acelerada alienação do patrimônio público nos governos de Fernando Henrique Cardoso. 
Isso ficou claro nas campanhas presidenciais de 2006 e 2010, quando os candidatos Geraldo Alckmin e José Serra foram acuados por Lula e Dilma Rousseff, que repetiram o tema até constranger seus oponentes. O atual governador de São Paulo chegou a ostentar na TV um ridículo jaleco salpicado de logotipos de estatais para demonstrar seu amor às empresas públicas. (É bem verdade que para isso, o PT, que agora defende a privatização de aeroportos, lançou mão de eficiente cara de pau diante do eleitorado. Tudo bem, faz parte do show).
As privatizações se constituem em outro caso claro de vitória operacional que se transformou em derrota política. 
Amaury Ribeiro Jr. assinalou isso em um concorrido debate para o lançamento de seu livro na tarde desta quarta (25), no Fórum Social Temático, em Porto Alegre. “Fiquei me perguntando por que um livro sobre as privatizações, um tema da macroeconomia, vendeu tanto e sensibilizou tanta gente em todo o Brasil”, disse ele logo de início. Em seguida, emendou: “É porque a venda das estatais afetou a vida de milhares de pessoas, não apenas daquelas que trabalhavam e foram demitidas das companhias, mas daquelas que acreditaram nas promessas de que o país melhoraria com os leilões”.
Amaury certamente conhece uma pesquisa realizada em 2007 pelo jornal O Estado de S. Paulo sobre o assunto. Ela constatava que “A maioria do eleitorado brasileiro (62%) é contra a privatização de serviços públicos”. 
Poder de fogo

A chamada “batalha da comunicação” faz parte de uma aguda disputa de idéias na sociedade, difícil de ser levada adiante por conta da diferença do poder de fogo dos meios de comunicação. Ela pode expor de forma nítida que concepções ou projetos de sociedade cada setor deseja concretizar.
Provavelmente a idéia de Geraldo Alckmin é que os seis mil moradores do Pinheirinho, por não terem acesso à mídia, não causariam maiores problemas de imagem à sua gestão. Desocupações sustentadas pela polícia ocorreram às dezenas antes, sem que houvesse eco na opinião pública. Além disso, não seria difícil vincular aos moradores a imagem de baderneiros, violadores do direito à propriedade e marginais. Para uma classe média conservadora, leitora de “Veja” e que detesta pobre, não haveria problema algum em descer o tacape nos miseráveis. Nunca é demais lembrar que o massacre do Carandiru, que completa vinte anos no segundo semestre, foi saudado à época por largas parcelas da população, que chegou a eleger o comandante da operação como deputado estadual. E que investidas policiais contra os sem-terra sejam volta e meia aplaudidas por expressivos setores da opinião pública.
No caso atual, não apenas há imagens dramáticas, como há o fator internet. As cenas de espancamentos no Pinheirinho adquiriram quase que um caráter viral na rede. Disseminaram-se sem controle, colocando o governo estadual e a direção do PSDB na defensiva.
Não há ainda pesquisas sobre as impressões da população diante do caso. Pode ser que uma maioria ainda apóie a ação oficial. Mas o quadro tendencial é de desgaste crescente. 
O conservadorismo tucano parece ter encontrado seus limites. Enquanto suas iniciativas no terreno da segurança pública conseguiam ser enquadradas no guarda chuva genérico de se garantir a “tranqüilidade da população” ou de se manter a previsibilidade sobre a ação policial (“bandido bom é bandido morto”, “a lei tem de ser respeitada”, “polícia boa é polícia dura” etc.), tudo ia bem. Mas quando há excessos, que revelam ações desmedidas e causadoras de sofrimentos desnecessários, o apoio à truculência deixa de ser incondicional. 
E é aí que se começa a perder a batalha de idéias.
Batalha de idéias? Em outros tempos a pendenga era chamada por seu nome correto: luta ideológica. Essa do Pinheirinho é das boas.
Truculência tem história
Só a título de curiosidade: a política higienista empreendida pelo governo do Estado no Pinheirinho e da prefeitura na Cracolândia tem antecedentes ilustres.
Em 1914, o então prefeito de São Paulo, Washington Luís (que viria a ser presidente da República, usou as seguintes palavras para justificar a violenta expulsão da população pobre da Várzea do Carmo para a construção do parque D. Pedro, no centro da capital: 
“O novo parque não pode ser adiado porque o que hoje ainda se vê, na adiantada capital do Estado, a separar brutalmente do centro comercial da cidade os seus populosos bairros industriais, é uma vasta superfície chagosa, mal cicatrizada em alguns pontos e ainda escalavrada, feia e suja, repugnante e perigosa, em quase toda a sua extensão (...). É aí que, protegida pela ausência de iluminação se reúne e dorme, à noite, a vasa da cidade, numa promiscuidade nojosa, composta de negros vagabundos, de negras emaciadas pela embriagues habitual, de uma mestiçagem viciosa, de restos inomináveis e vencidos de todas as nacionalidades, em todas as idades, todos perigosos (...). Tudo isso pode desaparecer sendo substituído por um parque seguro, saudável e belo. Denunciando o mal e indicado o remédio, não há lugar para hesitações, por que a isso se opõem a beleza, a higiene, a moral, a segurança, enfim, a civilização e o espírito de iniciativa de São Paulo.”
Tirando uma palavra ou outra, parece discurso proferido pelas atuais autoridades paulistas.
Gilberto Maringoni, jornalista e cartunista, é doutor em História pela Universidade de São Paulo (USP) e autor de “A Venezuela que se inventa – poder, petróleo e intriga nos tempos de Chávez” (Editora Fundação Perseu Abramo).

Roseana Sarney será cassada?

Extraído do blog do Miro

Por Altamiro Borges

As redes sociais estão agitadas com a campanha #CassaRoseana, que atingiu o topo da internet no final da tarde de hoje (26). O motivo da euforia é que a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, sofreu uma dura derrota no Tribunal Regional Eleitoral e poderá ser alvo da abertura de um processo de cassação por abuso de poder econômico e político nas eleições de outubro de 2010.



Nesta segunda-feira (23), o juiz federal Nelson Loureiro dos Santos negou o pedido formulado pelo vice-governador Washington Luiz Oliveira para suspender a audiência marcada para o próximo dia 27, em que serão ouvidas as testemunhas de defesa no processo em que ele e a governadora Roseana Sarney são acusados de corrupção eleitoral.

Especialistas falam em “cassação certa”

Para o blogueiro John Cutrim, o indeferimento do pedido de suspensão frustra a estratégia da defesa dos acusados, “que querem atrasar ao máximo a tramitação do processo. Na avaliação de advogados que acompanham o caso existe uma convicção formada de que a apreciação do processo no TSE tem grandes chances de resultar na cassação da governadora e seu vice”.

O processo de cassação já deveria ter sido julgado no ano passado. “Mas a oligarquia Sarney tem usado de todos os meios escusos para retardar o julgamento, temendo aquilo que os especialistas chamam de ‘cassação certa’”, explica Cutrim. O processo contém farta documentação sobre o uso de recursos de convênios (cujo montante chega a um bilhão de reais) para beneficiar a reeleição de Roseana.

Farra dos convênios eleitoreiros

Para se reeleger, Roseana Sarney teria acionado o seu secretariado para realizar "uma farra alucinante de convênios eleitoreiros com toda espécie de entidades. Foram realizados convênios com prefeituras, associação de ‘beach soccer’, associação de moradores, clube de mães, etc., culminado com a assinatura de mais de mil convênios somente no mês de junho de 2010, sendo mais de quinhentos deles apenas no dia da convenção que homologou a candidatura de Roseana, em 24 de junho”, informa o blogueiro.

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III)
da  Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948
Preâmbulo
        Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo,   
        Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do homem comum,   
        Considerando essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo Estado de Direito, para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra tirania e a opressão,   
        Considerando essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações,   
        Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla,   
        Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a desenvolver, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos humanos e liberdades fundamentais e a observância desses direitos e liberdades,   
        Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mis alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso,   
A Assembléia  Geral proclama 
        A presente Declaração Universal dos Diretos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.   
Artigo I
        Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão  e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.   
Artigo II
        Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua,  religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. 
Artigo III
        Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo IV
        Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.   
Artigo V
        Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.
Artigo VI
        Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como pessoa perante a lei.   
Artigo  VII
        Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.   
Artigo VIII
        Toda pessoa tem direito a receber dos tributos nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem  os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.   
Artigo IX
        Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.   
Artigo X
        Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.   
Artigo XI
        1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.   
        2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Tampouco será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
Artigo XII
        Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.
Artigo XIII
        1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado.   
        2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.
Artigo XIV
        1.Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.   
        2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas.
Artigo XV
        1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.   
        2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.
Artigo XVI
        1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer retrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.   
        2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.
Artigo XVII
        1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.   
        2.Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
Artigo XVIII
        Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.
Artigo XIX
        Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
Artigo XX
        1. Toda pessoa tem direito à  liberdade de reunião e associação pacíficas.   
        2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo XXI
        1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de seu país, diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.   
        2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.   
        3. A vontade do povo será a base  da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo  equivalente que assegure a liberdade de voto.
Artigo XXII
        Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.
Artigo XXIII
        1.Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.   
        2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.   
        3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.   
        4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e neles ingressar para proteção de seus interesses.
Artigo XXIV
        Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e férias periódicas remuneradas.
Artigo XXV
        1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle.   
        2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.
Artigo XXVI
        1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.   
        2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.   
        3. Os pais têm prioridade de direito n escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos.
Artigo XXVII
        1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do processo científico e de seus benefícios.   
        2. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor.
Artigo XVIII
        Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e  liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.
Artigo XXIV
        1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, em que o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível.   
        2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa estará sujeita apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.   
        3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos propósitos e princípios das Nações Unidas.
Artigo XXX
        Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição  de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

BATATA,MILHO...- Anvisa quer proibir uso de dois agrotóxicos que fazem mal à saúde

Extraído do Cutucando de Leve




A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quer proibir o uso de dois agrotóxicos no país. A agência abriu nesta data (23) consulta pública propondo banir o parationa metílica e o forato do mercado brasileiro.


Segundo a Anvisa, estudos científicos mostram que as substâncias fazem mal à saúde. O parationa causa problemas no sistema endócrino, transtornos psiquiátricos e afeta o desenvolvimento do embrião e do feto na gravidez. 


O inseticida é usado no controle de pragas nas plantações de algodão, alho, arroz, batata, cebola, feijão, milho, soja e trigo.


O forato aumenta o risco de diabetes na gestação e atinge o sistema respiratório, podendo levar à morte com a exposição a baixas doses. É autorizado para o combate de parasitas e insetos nas lavouras de algodão, amendoim, café, feijão, milho, tomate e trigo.


As consultas ficam abertas por dois meses, período em que a população pode opinar sobre o banimento dos agrotóxicos.


Fonte: BoqNews

Blogueiro da Veja quer prisão de jornalista que acuse sem provas

Via blog da Cidadania




por Eduardo Guimarães
Há anos que os grandes meios de comunicação do eixo São Paulo – Rio de Janeiro (o que inclui jornais, revistas, rádios, televisões e portais de internet) vêm empreendendo uma cruzada contra o que chamam de “censura à liberdade de imprensa” ou “de expressão” que estaria sendo planejada pelo Partido dos Trabalhadores e seus aliados ou simpatizantes, de forma a coibirem críticas ao governo federal.
Para esses veículos, não pode haver limite para críticas ao governo, ainda que nunca tenham esclarecido se a premissa valeria para qualquer governo ou só para os governos do PT. Agora, porém, isso está sendo esclarecido.
Editoriais dos jornais O Globo e O Estado de São Paulo já vinham na linha da defesa incondicional do governo Geraldo Alckmin, mesmo que em suas campanhas pela “liberdade de imprensa” sempre tenham caracterizado qualquer defesa do governo federal como “jornalismo chapa-branca”.
Já o jornal Folha de São Paulo vinha em uma linha mais jornalística, inclusive dando furos de denúncias de assassinatos ou desaparecimento de moradores do Pinheirinho, mas acabou publicando editorial em que até reconhece os excessos da Polícia Militar, mas centrando fogo nos partidos e movimentos sociais que se ergueram em defesa dos flagelados pela ação da Polícia Militar e, o que é pior, não citando o governador de São Paulo ou seu partido uma única vez.
Mas, agora, o blogueiro e colunista da revista Veja Reinaldo Azevedo foi mais longe. Publicou texto em seu blog na última quarta-feira em que aumenta o tom da defesa que os veículos da grande imprensa de São Paulo e do Rio de Janeiro vêm fazendo do governo de São Paulo diante da forte repercussão negativa de sua ordem para que a Polícia Militar despejasse 1.600 famílias do bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), no último domingo (22.01.2012).
A proposta desse texto é a de que sejam presos jornalistas ou mesmo cidadãos sem formação jornalística que façam acusações sem provas ao governo tucano de São Paulo, mesmo que estejam se limitando a reproduzir denúncias de violações de direitos humanos que já estão até sendo repercutidas no exterior e que já geraram decisão da Organização das Nações Unidas de denunciar o governo de São Paulo por tais violações.
Abaixo, trechos dos vários posts que esse blogueiro da revista Veja está publicando nesse sentido.
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Alô, governo de SP, Justiça e Ministério Público! Hora de combater os criminosos da rede. Cadeia para os mentirosos!
É impressionante!
Multiplica-se na rede a delinqüência originalmente veiculada pela Agência Brasil, sob o comando da EBC, segundo a qual houve mortos na desocupação do Pinheirinho. Há vídeos circulando na rede que acusam, entre outras coisas:
- a Polícia Militar de esconder corpos;
- o governo e a PM de separar as crianças de seus pais;
- a prática de tortura.
E onde estão as evidências? Não há! Até porque não aconteceu nada disso. Afirma-se que, entre os mortos, há crianças. São criminosos operando a serviço de teses políticas. A EBC publicou hoje uma patética reportagem desmentindo o que ela própria havia divulgado ontem (as tais mortes) e, mais uma vez, atropelou a boa técnica jornalística e o bom senso. Na madrugada, trato do assunto. Terei de lembrar a Nelson Breve alguns fundamentos da profissão, uns 20 anos depois de nossa última conversa. Daquela vez, eu lhe passei alguns fundamentos do jornalismo em seu primeiro emprego na área. Agora, eu vou convidá-lo a recuperar alguns fundamentos de sua experiência no setor bancário — de onde ele vinha. Ele precisa tratar o leitor, o ouvinte e o telespectador da EBC como os bancos tratam os correntistas: procurando ganhar a sua confiança!
A expressão na Internet é e deve continuar livre. Mas ninguém tem licença para usar a rede para cometer crimes. Acusar a Polícia Militar, o governo do Estado e a Prefeitura de São José dos Campos de esconder corpos é crime — no caso, de calúnia. E o lugar de caluniadores é a cadeia.
Ou os entes do estado reagem contra os criminosos, ou eles progridem! É perfeitamente possível chegar à origem dessas mensagens e responsabilizar seus autores, segundo as regras vigentes no estado democrático e de direito.
(…)
A liberdade de expressão não confere a ninguém a liberdade de caluniar — continua a ser um crime, pouco importa o meio.
—–
Há uma grave distorção dos fatos, aí. A matéria da Agência Brasil (EBC) não acusou Alckmin ou a PM de nada, apenas repercutiu denúncias que já ganharam o mundo, tendo sido largamente reproduzidas na imprensa internacional em veículos como o diário britânico The Guardian ou na rede de televisão Al Jazeera.
Contudo, quem tem incomodado a grande mídia paulista e fluminense não está fazendo nada nem parecido com o que ela mesma faz há anos contra o governo federal semana sim, outra também. A própria Veja e congêneres, nos últimos anos, não se limitaram a reproduzir denúncias até de assassinato contra o governo Lula, mas endossaram-nas
A revista Veja, por exemplo, em sua edição 1929, de 2 de novembro de 2005, publicou matéria acusando a campanha de Lula à Presidência em 2002 de ter recebido doações ilegais de dinheiro transportado de Cuba para o Brasil clandestinamente. Abaixo, o trecho da matéria contendo a acusação:
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Os dólares, acondicionados em caixas de bebida, andaram por Brasília e Campinas até chegar ao comitê eleitoral de Lula em São Paulo. Dois ex-auxiliares do ministro Palocci confirmaram a história a VEJA. São eles: Rogério Buratti e Vladimir Poleto, que transportou o dinheiro de Brasília a Campinas a bordo de um avião Seneca.
(…)
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Nada jamais foi provado e, que se saiba, ninguém pediu prisão para quem fez essa matéria. Como se vê, é muito diferente do que vêm fazendo a EBC ou mesmo a blogosfera. Não se está reproduzindo denúncias, mas endossando-as. O tom da matéria supra reproduzida não diz que pode ter ocorrido, diz que ocorreu.
A mesma coisa fez o jornal Folha de São Paulo em 2007 ou em 2009, por exemplo.
Em 19 de julho de 2007, o jornal publicou chamada em destaque em sua primeira página que remetia a matéria de um colunista do jornal que acusou o governo Lula de ter assassinado 200 pessoas no âmbito do desastre do avião da TAM em São Paulo, que ocorrera no dia anterior. Abaixo, trecho da matéria.
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FOLHA DE SÃO PAULO
19.07.2007
O que ocorreu não foi acidente, foi crime
FRANCISCO DAUDT
COLUNISTA DA REVISTA DA FOLHA
Gostaria imensamente de ter minha dor amenizada por uma manchete que estampasse, em letras garrafais, “GOVERNO ASSASSINA MAIS DE 200 PESSOAS”. O assassino não é só aquele que enfia a faca, mas o que, sabendo que o crime vai ocorrer, nada faz para impedi-lo. O que ocorreu não pode ser chamado de acidente, vamos dar o nome certo: crime.
(…)
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Alguns anos se passaram e o que se descobriu foi que havia um defeito no avião e que o piloto cometeu um erro. Mas a acusação jamais foi sequer retificada.
Já no dia 5 de abril de 2009, a mesma Folha de São Paulo publicou nova chamada em destaque em sua primeira página, que remetia a reportagem sobre o suposto plano do grupo VAR-Palmares durante a ditadura militar que visava sequestrar o então ministro Antonio Delfim Netto. Na mesma primeira página foi publicada ficha criminal de Dilma Rousseff que conteria seu indiciamento por ter participado desse crime.
O jornal, à época, alegou ter obtido a ficha criminal da hoje presidente da República junto ao arquivo do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). Diante da contestação de Dilma, que apresentou inclusive perícias comprovando a fraude, o jornal admitiu, então, não ter obtido a ficha da parte do DOPS, mas via e-mail, declarando, pois, simplesmente “não poder atestar ou negar sua veracidade”.
Esses são só alguns dos exemplos mais clamorosos, mas há milhares. Não centenas, eu disse milhares.
Daqui por diante, portanto, a cada vez que a grande mídia falar em blogueiros e jornalistas “chapas-brancas” ou em “liberdade de imprensa para criticar o Poder”, você, leitor, jornalista ou blogueiro já está bem ciente do que pode argumentar a fim de encerrar e vencer a discussão: a liberdade de expressão que a mídia quer é só para si, enquanto prega censura e prisão para os que dela divergem.
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Crônicas do Terrorismo de Estado

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A FALSA "CULTURA POPULAR" DESVIA O POVO DA CONSCIÊNCIA CRÍTICA

Pescado no blog Mingau de Aço




Por Alexandre Figueiredo

Os questionamentos acerca do brega-popularesco, a pretensa "cultura popular" da velha mídia, têm seu sentido reforçado quando pensamos que esse entretenimento que transforma o povo pobre numa multidão de "bobos alegres" através da chamada "Disneylândia do mau gosto" serve para desviá-los da atenção de seus reais problemas.

A intelectualidade associada - que entende tanto de periferia quanto uma típica drag queen entende de física nuclear - tenta desconversar, mas a verdade é que ela se empenha, uns por boa-fé, outros por cínico propósito, em marginalizar o debate público progressista apenas para uma minoria de sindicatos, ativistas sociais, parlamentares e jornalistas.

De resto, o povo que fique nos bares bebendo, em casa vendo TV, nas ruas ouvindo rádio. Para o intelectual que tanto "louva" os camelôs que vendem CDs de brega, pouco importa se nos dias seguintes os mesmos trabalhadores são reprimidos pela polícia por causa da instalação ilegal - mas necessária por óbvios motivos econômicos e políticos (no caso, omissão das autoridades) - de seus balcões improvisados.

Talvez seja preciso analisar por que essa intelectualidade toda (Milton Moura, Pedro Alexandre Sanches, Paulo César Araújo, Mônica Neves Leme etc), que assina embaixo em tudo que os barões da grande mídia lançam na música e no entretenimento "populares", tenta se associar, aparentemente, aos grupos progressistas. Mas dá para perceber o outro lado dessa "heroica" posição.

É porque essa intelectualidade, movida por interesses elitistas subliminares (eles não assumem tal posição e até costumam condenar o "elitismo" dos outros), teme que uma revolta popular tire o sossego da sociedade em que vivem. Esses intelectuais, que desde a infância se acostumaram com a "paz forçada", a "paz sem voz" do "milagre brasileiro", não querem que o povo participe do debate público que, por razões óbvias, é do próprio interesse popular.

Para esses intelectuais, que "generosamente" defendem a "cultura popular" numa aparente "solidariedade" ao povo pobre, as classes populares têm que exercer o papel de multidões obedientes ao mercado do entretenimento.

As classes populares, segundo essa intelectualidade, têm que aceitar sua condição subordinada e esperar que alguma melhoria de vida surja "de cima", enquanto fazem o seu recreio brega e popularesco, piegas ou grotesco.

Para essa intelectualidade, o povo pobre só é "autêntico" quando assume sua grosseria de forma sorridente e bondosa. É o princípio dos "bons selvagens", domesticados, infantilizados, abobalhados.

Mas se o povo recusa a assumir esse papel e parte para a organização sócio-política, pedindo melhorias, fazendo passeatas, resistindo contra ordens de despejo como as da favela Pinheirinho, em São José dos Campos, a intelectualidade sente um frio na espinha.

Eles não podem reagir. Afinal, esses intelectuais são "progressistas", eles têm um protocolo a cumprir. Por isso, a princípio, nenhum deles veio a público desmentir que defenda os interesses da Folha de São Paulo e da Rede Globo, nem mesmo o pupilo histórico de Otávio Frias Filho, o "filho" do Projeto Folha, Pedro Alexandre Sanches, cria do mesmo projeto que horrorizou os "caros amigos" Marilene Felinto e José Arbex Jr..

Também eles não vão condenar os protestos populares, as campanhas pela regulação da mídia, os movimentos pela reforma agrária. Esses intelectuais, quando muito, só reagem pela letra miúda, "condenando", por exemplo, os reacionários da "hora", os mesmos que esses intelectuais terão que recorrer um dia: seja Marcelo Tas, seja Eliane Cantanhede, seja Merval Pereira etc.

Mas o que se sabe é que essa intelectualidade que elogia o brega-popularesco achando que isso é o "novo folclore brasileiro" não entende realmente de povo pobre. São cientistas sociais e críticos musicais inseridos no contexto da classe média abastada, e eles mesmos é que são os verdadeiros preconceituosos, elitistas e higienistas.

Para eles, o povo mais parece miquinhos de realejo. Que o pobre permaneça banguela e mostre seu sorriso dentro dos salões da MPB e da cultura de vanguarda. Investir num implante dentário para esse sujeito, nem pensar. Para esses intelectuais, o povo não merece qualidade de vida, já lhes basta apenas o consumismo e o recreio brega-popularesco.

Por isso é que o brega-popularesco, que movimenta um mercado milionário - afinal, Michel Teló (substitua este nome por Ivete Sangalo, Tati Quebra-Barraco, Alexandre Pires ou É O Tchan, que dá no mesmo) não foi excursionar pela Europa por causa de donativos das ONG's ou de dinheiro colhido pelas ruas, mas por patrocínio de muito "peixe grande" - , desvia o povo pobre da consciência crítica de sua própria realidade.

Afinal, o brega-popularesco, como a "Disneylândia do mau gosto", aliena, anestesia, submete, subordina as classes populares, tidas formalmente como "responsáveis" por essa pseudo-cultura, mas reduzidas apenas a uma massa consumidora ou, quando muito, serva (no caso de cantores e grupos de presumida origem humilde) desse mercadão humilhante e constrangedor.

A cafonice cultural apenas acoberta os olhos das classes populares para elas mesmas. Só que os problemas são fortes demais para que o povo pobre esteja completamente alheio aos mesmos.

Justiça diz não à politização do Enem

Extraído do blog O Terror do Nordeste

Justiça suspende acesso a provas do Enem em todo o


Corretísima a decisão do presidente do TRF 5ª Região.É claro que existe uma campanha orquestrada contra o ENEM.Uma pena que o Ministério Público Federal, com tantas coisas a fazer, perca seu tempo para tumultuar o processo seletivo do Enem.Enquanto o MP fica perdendo tempo com picuinhas, os crimes vão prescrevendo.Não duvido nada que o procurador que ajuizou a ação tenha um filho reprovado no exame.Só para lembrar:um juiz do Tribunal citado desobrigou os bachareis em Direito de fazerem a prova da OAB, tão somente porque teve um filho que fora reprovado duas vezes no mencionado exame.A elite cheirosa não quer que o pobre ingresse na universidade pública, nem na universidade privada.A elite deste país é mesquinha, só pensa em si.
"Decisão é do presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, Paulo Roberto de Oliveira, que considerou a disputa judicial "a mais aparente politização das questões relativas ao Enem
Agência Brasil - Foi suspensa hoje (24) a liminar que liberava o acesso de estudantes às provas e aos espelhos de correção das redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011. A decisão é do presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), Paulo Roberto de Oliveira, que considerou a disputa judicial "a mais aparente politização das questões relativas ao Enem".
Para o presidente, a decisão da Justiça Federal no Ceará desrespeitou acordo firmado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Nacionais (Inep), pela União e pelo Ministério Público Federal, para liberar o acesso às provas corrigidas a partir de 2012. O termo de ajustamento de conduta, mediado pela Subprocuradoria-Geral da República, foi assinado em agosto de 2011.
Oliveira também critica a conduta do MPF no caso, lembrando que o pedido inicial à Justiça sofreu duas alterações ao longo do tempo. Ele sugere que o órgão não sabia o que queria, mas apenas perseguia um resultado. "Se, de um lado, o exame ainda não ostenta – é fato a se lamentar – a qualidade operacional desejada, de outro não pode ser ignorado o descuido – inexiste palavra mais amena para dizê-lo – com que vem sendo judicialmente combatido”.
O desembargador argumenta ainda sobre a dificuldade operacional para que os mais de 3,8 milhões de estudantes que fizeram o Enem tenham acesso às provas, preferindo o conceito de eficiência ao do direito de informação. "A disponibilização das provas e dos espelhos (...) contribuiria mais para tumultuar o certame, já tão devedor de credibilidade à sociedade, que propriamente para eficacizá-lo”.
O MPF havia pedido à Justiça Federal no Ceará que o direito de acesso à redação do Enem e de pedir revisão da nota, já garantido a 12 alunos, fosse estendido a candidatos de todo o Brasil."

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Tim Maia detona ORGANIZAÇÕES GLOBO em sua última entrevista.

Alckmin, Blinder e Israel e suas semelhanças em Pinheirinho

Extraído do Terra Brasilis


O governo paulista parece hoje, após 17 anos de sucessivos mandatos do PSDB, ter alcançado o ápice do pensamento conservador. As ações repressivas, com uso de um aparato exagerado da corporação policial contra usuários de crack e, neste final de semana, durante a desocupação de Pinheirinho são produtos inequívocos de uma política conservadora em nome de uma “ordem pública” a serviço da elite do estado.

O que ocorreu em Pinheirinho muito se assemelha aos assentamentos judaicos em Gaza, expulsando seus habitantes em desfavor de um grupo social indesejado para o Estado.

O uso ostensivo da força policial, com helicópteros, armamento pesado e cerca de 2000 policiais, lembram as imagens cruéis da ação de Israel em território ocupado da Palestina, usurpando, de assentamento em assentamento, e sob as bênçãos da ONU, terras de um povo oprimido, invisível à opinião pública internacional e sem fortes aliados que patrocinem suas causas.

São Paulo parece caminhar por um terreno parecido.
A invasão do contingente policial, sob a anuência do governador Geraldo Alckmin e sua desmotivação para o diálogo e soluções pacíficas, caracterizam o desprezo para com aquelas pessoas, justificam o estado de violência contra os indesejados e agraciam os aliados ultraconservadores. Transformam o estado mais rico do país em um árido conserto de repertórios discriminatórios insuperáveis na história do Brasil.

Pinheirinho, somado aos diversos incêndios inexplicáveis de comunidades carentes nos últimos anos, é mais um marco negativo do processo contínuo de limpeza social, em que o poder público local nada faz para impedir tais tragédias, quando não o viabiliza para sofrimento de seus cidadãos menos assistidos.

A questão não é mais saber onde este governo vai parar com ações como estas, ou até onde seus amigos conservadores objetivam chegar, mas o primordial é saber: até quando a sociedade civil paulista vai permanecer anestesiada, vendo tudo de perto, sem dar o seu basta a tanta arrogância, prepotência e beligerância praticadas contra os mais pobres?
Alckmin e Blinder, do mesmo lado: mais a direita, pelo atraso

Dia desses Caio Blinder, jornalista da Globo News, colega de Diogo Mainardi no programa “Manhattan Connection”, defendeu, após fazer uma insolente piada sobre a morte de mais um integrante do programa nuclear do Irã, a política de assassinatos de cientistas do governo Mahmoud Ahmadinejad para conter o avanço nuclear daquela nação.
Blinder e Mainardi se comprazem na política de violência de Israel no Oriente Médio, sob a proteção norte americana e a dolosa omissão da ONU.

Blinder é de origem judaica, cidadão paulista e funcionário da Rede Globo.

A fala de Blinder representa o pensamento ultra-reacionário que ocupa o governo de São Paulo e baliza as ações do palácio dos bandeirantes, no contexto da segurança pública do estado.

O jornalista, com infalível certeza, apoiaria o uso de forte aparato militar contra civis, despejando-os de suas casas, sem qualquer negociação, em nome desta ordem pública, para garantir os direitos de poucos ricos, em detrimento do bem-estar de milhares de famílias, massacradas por uma corporação que deveria protegê-la.

Estaremos a ponto de presenciar, em breve, uma política de assassinatos de lideranças contrárias as ideologias do atraso daqueles que governam São Paulo há 17 anos?

Priorizar a solução dos problemas de meia dúzia, criando novos problemas para milhares está no centro de ações inflexíveis para a “garantia desta nova ordem”?

E não cabe a desculpa dada pelo comando da PM de agir sob a obediência ao cumprimento de uma ordem judicial, pois o contexto social e as complexas conseqüências de uma ordenação judicial como esta, poderiam e deveriam ser intermediadas, negociadas em favor de milhares de pessoas para se evitar um custo social muito maior.
Blinder, lá de Nova Iorque, parece assessorar as ações de limpeza social desenvolvidas pela administração de Geraldo Alckmin.
 

UE impõe embargo petroleiro e sanções financeiras contra o Irã

Os países da União Europeia (UE) decidiram nesta segunda-feira (23) impor um embargo petroleiro gradual ao Irã e sancionar o Banco Central iraniano com o objetivo de frear o financiamento de seu programa nuclear, indicou à AFP uma fonte diplomática.


"Chegou-se a um acordo para impor um embargo petroleiro ao Irã" em uma reunião de embaixadores dos países da UE em Bruxelas, disse a fonte. "O acordo será adotado formalmente nesta segunda-feira em uma reunião de ministros das Relações Exteriores", acrescentou à AFP.

O texto do acordo proíbe imediatamente os países europeus de estabelecerem com o Irã novos contratos no setor petroleiro. O acordo também prevê uma fase de transição para a anulação dos contratos existentes, que entrará em vigor no dia 1º de julho, apesar da reticência da Grécia, um país muito dependente do petróleo iraniano que pedia que o prazo fosse de um ano.
Os outros dois países europeus que serão afetados pelo embargo são Espanha e Itália, que até agora tinham o Irã como um de seus principais fornecedores de petróleo.

Prevê-se que outros países produtores do Golfo tomem o lugar do Irã no abastecimento dos países europeus. O Irã vende cerca de 20% de seu petróleo aos países da União Europeia.
As exportações iranianas de petróleo estão orientadas, sobretudo, em direção à Ásia. Estados Unidos e UE tentam convencer os países asiáticos, e, em particular, a Índia, a reduzirem suas importações de petróleo iraniano.

As sanções contra o Banco Central iraniano serão utilizadas para congelar seus bens na Europa e realizar uma proibição parcial das transações com este instituto monetário, indicou a fonte.

Nas últimas semanas, o Irã vinha ameaçado com represálias a Europa se o bloco procedesse com o embargo, entre estas o fechamento do Estreito de Ormuz para os petroleiros, por onde transita uma parte fundamental do petróleo mundial.

Nesta segunda-feira (23), o ministro das Relações Exteriores sueco, Carl Bildt, garantiu que a opção seria "profundamente contraproducente" e prejudicaria mais o próprio Irã do que a União Europeia.

A chefe da diplomacia comunitária, Catherine Ashton, ressaltou que a intenção é que assim o Irã "leve a sério" os pedidos de voltar à mesa de negociações.

"Acho que poucos acreditam que as sanções por si só sejam uma solução, são parte da resposta. (...) O instrumento mais importante é o diplomacia", explicou Bildt.

Fonte: Terra