sábado, 8 de maio de 2010

Guerrillas comunicacionales forman pensamiento crítico en adolescentes


Caracas, 06 May. ABN.- La Defensora del Pueblo, Gabriela del Mar Ramírez, expresó este jueves que el objetivo principal de las Guerrillas Comunicacionales es formar a los adolescentes con un pensamiento crítico ante lo que reciben diariamente de los medios de comunicación.

Igualmente, subrayó que es muy importante recordar que la Ley de Protección de Niños, Niñas y Adolescentes (Lopnna) consagra claramente el derecho que tiene este sector a opinar, expresar sus ideas a viva voz y a asociarse, razón por la cual la conformación de estos grupos buscará impulsar una opinión alternativa a lo que le están brindando los medios de comunicación actualmente.

Al respecto, la Defensora del Pueblo indicó que la escogencia del nombre de Guerrilla Comunicacional ha generado matrices de opinión de rechazo e, inclusive, algunas personas han señalado que se van a organizar en contra de esa propuesta.

Recordó que estos adolescentes están ejerciendo derechos consagrados en la Lopnna, por lo cual deben ser tratados con respeto y, por eso, quienes opinen políticamente sobre este tema deben hacerlo con mucha madurez y altura porque se trata de un sector que merece una protección integral de toda la sociedad.

“El Estado venezolano es respetuoso y celoso con los derechos de los niños, niñas y adolescentes”, concluyó Ramírez.



La fuente original de este documento es:
Agencia Bolivariana de Noticias (ABN) (http://www.abn.info.ve)

Irritado, Serra não responde pergunta sobre mensalão do DEM

O Brasil não merece esse tipo de gente como governante.

João Cândido, petróleo, racismo e emprego


A Transpetro lançou ao mar o navio petroleiro João Cândido. Batizado com o nome de um dos nossos heróis, marinheiro negro, filho de escravos e líder da Revolta da Chibata, o navio tem 247 metros de comprimento, casco duplo que previne acidente e vários significados históricos. Primeiro, leva a industrialização para Pernambuco, contribuindo para reduzir as desigualdades regionais. Em segundo lugar, dá um cala-boca para quem insinuou de forma maldosa que o PAC era apenas virtual. Em terceiro, prova que está em curso a remontagem da indústria naval brasileira criminosamente destruída na era da privataria. O artigo é de Beto Almeida.

Nesta sexta-feira a Transpetro lançou ao mar o navio petroleiro João Cândido. Batizado com o nome de um dos nossos heróis, marinheiro negro, filho de escravos e líder da Revolta da Chibata, o navio tem 247 metros de comprimento, casco duplo que previne acidente e vários significados históricos. Primeiro, leva a industrialização para Pernambuco, contribuindo para reduzir as desigualdades regionais. Em segundo lugar, dá um cala-boca para quem insinuou de forma maldosa que o PAC era apenas virtual. Em terceiro, prova que está em curso a remontagem da indústria naval brasileira criminosamente destruída na era da privataria. Como um simbolismo adicional, um total de 120 operários dekasseguis foram trazidos do Japão, com suas famílias, para juntarem-se aos operários nordestinos que construíram o navio. Os primeiros não precisam mais morar longe da pátria; os outros, saem do canavial para a indústria e não precisam mais pegar o pau-de-arara, nem entoar com amargura a Triste Partida, de Patativa do Assaré, como um certo pernambucano teve que fazer na década de 50. Até que virou presidente.

Mulheres trabalhando como chefes de equipe de soldagem no Estaleiro Atlântico Sul, no município de Ipojuca, em Pernambuco, pronunciavam frases orgulhosas lembrando que não sabiam nem que esta também poderia ser uma tarefa feminina. O ex-pescador de caranguejo contava em depoimento agreste que antes do estaleiro não sabia direito como ganhar o sustento da família a cada dia que acordava. O ex-canavieiro, agora operário, destaca que não depende mais temporalidade insegura da colheita da cana e quando acorda já tem para onde ir, quando antes vivia a insegurança. Estes alguns dos vários depoimentos colhidos na inauguração do navio petroleiro João Cândido ao ser lançado ao mar pernambucano. Deixa em terra um rastro de transformação.

Inicialmente, na vida destas pessoas antes lançadas ao deus-dará de uma economia nordestina reprimida, desindustrializada. A transformação atinge os municípios mais próximos, pois no local onde foi construído o estaleiro, uma antiga moradora, Mônica Roberta de França, negra de 24 anos, que foi escolhida para ser a madrinha do navio, dizia que ali era um imenso areal, não tinha nada. Agora tem uma indústria e uma escola técnica para os jovens da região. E que só agora ela tem seu primeiro emprego na vida com carteira assinada.

Desculpas à Nação
Para o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, o lançamento do João Cândido ao mar tem o mesmo alcance histórico do gesto de Getúlio Vargas quando deu forte impulso à nacionalização da indústria naval brasileira, na década de 30, por meio da empresa de navegação estatal. “Aqueles que destruíram a indústria naval tem que assumir sua responsabilidade e pedir desculpas à Nação”, disse Campos na solenidade que teve a participação de 5 mil pessoas aproximadamente, sobretudo dos operários.

O Navio João Cândido abre uma nova rota para a economia brasileira. Incialmente, porque a Petrobrás já não será obrigada a desembolsar cerca de 2,5 bilhões de reais por ano com o afretamento de navios estrangeiros. Há, portanto, um revigoramento do papel do estado na medida em que a reconstrução da indústria naval brasileira é resultado direto de encomendas da nossa empresa estatal petroleira. O que também permite avaliar a gravidade e o caráter antinacional das decisões que levaram um país com a enorme costa que possui, tendo montado uma economia naval de peso internacional respeitável, retroceder em um setor tão estratégico.

E isso quando nossa economia petroleira, há anos, já dava sinais de expansão, mesmo quando estavam no poder os que promoveram o espantoso sucateamento, a desnacionalização e a abertura da navegação em favor dos países que querem impedir nosso desenvolvimento. Este tema, certamente, não poderá faltar nos debates da campanha presidencial deste ano.

Almirante negro
A escolha do nome João Cândido também foi destacada na solenidade por meio do novo ministro da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, Eloy Moreira. Vale registrar que há pouco mais de um ano Lula participou de homenagem ao Almirante Negro inaugurando sua estátua na Praça XV, no Rio, que estava há anos guardada, supostamente porque não teria havido grande empenho da Marinha na realização desta solenidade. Pois bem, agora João Cândido não está apenas nas “pedras pisadas do cais”, com diz a maravilhosa canção de Bosco e Blanc. Está na estátua e está cruzando mares levando para o mundo afora o nome de um de nossos heróis.

Navegar é possível
O novo petroleiro estatal, portanto, é uma prova real de que sim “navegar é possível”, como dizia uma faixa no ato. Navegar na rota inversa daquela que promoveu o desmantelamento da nossa indústria naval. Navegar na rota da revitalização e qualificação do papel protagonista do estado. Recuperar um curso que havia sido fundado lá durante a Era Vargas onde se combinava industrialização e nacionalização com geração de empregos e direitos trabalhistas. Se no período neoliberal foi proclamada a idéia de destruir a “Era Vargas”, agora, está não apenas proclamada, mas já colocada em marcha, a necessidade de reconstruir a partir dos escombros da ruína das privatizações - entulho neoliberal - tendo no dorso no navio-gigante o nome heróico do líder da Revolta da Chibata. Sem revanchismo, o episódio permite lembrar outra canção: “É a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar”

(*) Presidente da TV Cidade Livre de Brasília

Da Agência Carta Maior

Os muquiranas voltaram

Por Miguél do Rosário, no Blog Oleo do Diabo

Os urubus sentiram cheiro de carniça. A quebradeira na Grécia trouxe alegria aos agourentos. Miriam Leitão voltou a ser feliz, porque pode apontar os dedos para o berço da civilização ocidental e vaticinar as mesmas desgraças para nós.

A boa vontade oficial para com reajustes acima da inflação na previdência, por exemplo, é mostrada como erro terrível que nos conduzirá ao abismo.

Acontece que o Brasil não tem nada a ver com a Grécia. Nem jamais terá. Sem contar que a crise grega está muito mal explicada. O culpado não é o funcionário público grego ou a previdência. Ou pelo menos não só isso.

Os países ricos possuem vastos e generosos programas de previdência social, com níveis de salário muito superiores aos praticados no Brasil. Esse é um dos fatores que fazem deles ricos e desenvolvidos. Há mais dinheiro circulando internamente. A política da muquiranagem que alguns círculos economicos defendem para o Brasil tem um fundamento ideológico reacionário, colonizado, injusto.

Explico. Primeiro porque ainda falta muito para o peso do funcionalismo no Brasil atingir o patamar dos países europeus mais liberais. Quanto mais a Grécia, que supostamente exagerou no estatismo. Em segundo lugar porque o Brasil, ao contrário da Grécia, tem uma população jovem e um potencial econômico extraordinário. A Grécia, país de topografia acidentada, com suas ilhas minúsculas, não tem agricultura, não tem minérios, não tem petróleo. Suas indústrias foram sugadas pelo ultra-moderno aspirador alemão, de um lado, e pelos modelos populares da Ásia, de outro.

Provado está que a previdência é uma das âncoras sociais mais importantes do país, e que o aposentado colabora fortemente para a estabilidade econômica. A aposentadoria, contudo, é baixa. Há espaço para ampliar os salários. Os urubus esquecem que esse dinheiro não é totalmente um gasto, porque ele volta para o governo multiplicado na forma de impostos e desenvolvimento. O aposentado compra, se diverte, ajuda a família.

O trabalhador brasileiro é sofrido, ganha pouco, sem falar nas terríveis privações por que passou na história recente. Se há perspectivas positivas para a economia brasileira, é justo que os aposentados, que viram seu poder aquisitivo despencar vergonhosamente nas últimas décadas, ganhem um pouquinho mais.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Serra cria factoides para se exibir como sucessor ideal de Lula

Do Portal Vermelho.org

Na semana em que voltou a ajustar o figurino de sua pré-campanha, o presidenciável José Serra (PSDB-SP) protagonizou dois factoides dignos de nota. O primeiro se deu na terça-feira (4), durante o Fórum das Entidades Empresariais de Santa Maria (RS). Depois de fazer longo discurso sobre “entraves” da economia, Serra receitou “muito tesão” como uma das medidas necessárias para dar continuidade ao crescimento do PIB. A repercussão da sandice constrangeu até seus aliados.

Por André Cintra

Apenas dois dias depois, o ex-governador paulista participou do congresso anual da AMM (Associação Mineira de Municípios), em Belo Horizonte, ao lado das também pré-candidatas a presidente Marina Silva (PV) e Dilma Rousseff (PT). Quando Marina criticou as alianças eleitorais de seus oponentes e afirmou ter “a ética dos valores acima da ética das circunstâncias”, Serra lançou no ar o segundo factoide: “Vou dizer o seguinte, Marina: se depois da campanha eu for eleito — e pode parecer uma heresia, viu, Dilma? —, mas vou querer tanto o PT quanto o PV no governo em função de objetivos comuns, com base no programa”.

Serra sabe que o “novo” PV, cada vez mais pragmático e contraditório, não teria dificuldades nem pudores para se adaptar à plataforma neoliberal da trinca PSDB-DEM-PPS. Uma aliança do tipo já existe no Rio de Janeiro, onde o palanque do pré-candidato “verde” a governador, Fernando Gabeira, deve preferir o tucano a Marina. Se o PSDB voltar à Presidência da República, bastaria estender a promiscuidade do Rio para o restante do país.

Mas o alvo da declaração demagógica de Serra não é o PV. O tucano se dirige, sim, à generosa fatia do eleitorado que aprova o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e deseja votar num candidato que dê prosseguimento a seu governo.

Desde que se desincompatibilizou do governo paulista a fim de se dedicar à pré-campanha, Serra tenta reverter o incontornável caráter plebiscitário do pleito. Declara-se como candidato pós-Lula (e não anti-Lula). Diz estar na disputa “nem como oposição nem como situação em relação ao governo”.

A diferença fundamental entre Dilma e Serra é que ela é a única candidata do presidente Lula e das forças políticas de esquerda que formam a base aliada do governo. PSDB e PT estão em campos políticos claramente antagônicos há pelo menos 16 anos, o que torna meramente oportunista a proposta de uma coalizão — ainda mais sob um programa liderado pelas forças que levaram o Brasil ao retrocesso.

Os cardeais demo-tucanos estranharam o descaramento de Serra, mas o PT — a começar por sua pré-candidata — não passou recibo. “Qualquer tentativa de dizer que (os projetos) não são distintos tem que ser explicada”, declarou Dilma, cobrando coerência dos tucanos. “Por que foram contra o presidente Lula durante tanto tempo? Por que fizeram uma oposição tão raivosa? Agora, quando temos 75% de aprovação para o governo e mais de 90% para o presidente Lula, soa um pouco estranha essa fala.”

Segundo a Folha de S.Paulo, o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, rebaixou a proposta de Serra, tachando-a de “conversa de candidato”, e demarcou diferenças. “Vamos participar do governo do PT. Temos uma grande coalizão e vamos contar com quem é nosso aliado”. Já o coordenador da campanha de Dilma, Fernando Pimentel, questionou por que Serra não buscou essa composição tão heterodoxa quando foi prefeito de São Paulo (SP) e governador.

Também o PCdoB, desde que tornou público seu apoio a Dilma, acusa as diferenças inconciliáveis entre as principais candidaturas presidenciais. “Estão em confronto dois campos políticos antagônicos. A aliança de partidos, movimentos populares, setores sociais e empresariais democráticos, liderada pelo presidente Lula, versus legendas que sustentaram o governo neoliberal de FHC que levou o Brasil à estagnação e até mesmo à decadência”, afirma uma nota do Comitê Central do partido aprovada em 8 de abril.

“Neste embate não há meio-termo”, agrega o texto. “Seu resultado ou garantirá a continuidade do ciclo político virtuoso aberto pelo presidente Lula, ou será o retrocesso com o retorno daqueles que arrasaram o Brasil”.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

A Idade Mendes

No fim das contas, a função primordial do ministro Gilmar Mendes à frente do Supremo Tribunal Federal foi a de produzir noticiário e manchetes para a falange conservadora que tomou conta de grande parte dos veículos de comunicação do Brasil. De forma premeditada e com muita astúcia, Mendes conseguiu fazer com que a velha mídia nacional gravitasse em torno dele, apenas com a promessa de intervir, como de fato interveio, nas ações de governo que ameaçavam a rotina, o conforto e as atividades empresariais da nossa elite colonial. Nesse aspecto, os dois habeas corpus concedidos ao banqueiro Daniel Dantas, flagrado no mesmo crime que manteve o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda no cárcere por 60 dias, foram nada mais que um cartão de visitas. Mais relevante do que tudo foi a capacidade de Gilmar Mendes fixar na pauta e nos editoriais da velha mídia a tese quase infantil da existência de um Estado policialesco levado a cabo pela Polícia Federal e, com isso, justificar, dali para frente, a mais temerária das gestões da Suprema Corte do País desde sua criação, há mais cem anos.

Num prazo de pouco menos de dois anos, Mendes politizou as ações do Judiciário pelo viés da extrema direita, coisa que não se viu nem durante a ditadura militar (1964-1985), época em que a Justiça andava de joelhos, mas dela não se exigia protagonismo algum. Assim, alinhou-se o ministro tanto aos interesses dos latifundiários, aos quais defende sem pudor algum, como aos dos torturadores do regime dos generais, ao se posicionar publicamente contra a revisão da Lei da Anistia, de cuja à apreciação no STF ele se esquivou, herança deixada a céu aberto para o novo presidente do tribunal, ministro Cezar Peluso. Para Mendes, tal revisão poderá levar o País a uma convulsão social. É uma tese tão sólida como o conto da escuta telefônica, fábula jornalística que teve o presidente do STF como personagem principal a dialogar canduras com o senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás.

A farsa do grampo, publicada pela revista Veja e repercutida, em série, por veículos co-irmãos, serviu para derrubar o delegado Paulo Lacerda do comando da PF, com o auxílio luxuoso do ministro da Defesa, Nelson Jobim, que se valeu de uma mentira para tal. E essa, não se enganem, foi a verdadeira missão a ser cumprida. Na aposentadoria, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá tempo para refletir e registrar essa história amarga em suas memórias: o dia em que, chamado “às falas” por Gilmar Mendes, não só se submeteu como aceitou mandar para o degredo, em Portugal, o melhor e mais importante diretor geral que a Polícia Federal brasileira já teve. O fez para fugir de um enfrentamento necessário e, por isso mesmo, aceitou ser derrotado. Aliás, creio, a única verdadeira derrota do governo Lula foi exatamente a de abrir mão da pol ítica de combate permanente à corrupção desencadeada por Lacerda na PF para satisfazer os interesses de grupos vinculados às vontades de Gilmar Mendes.

O presidente do STF deu centenas de entrevistas sobre os mais diversos assuntos, sobretudo aqueles sobre os quais não poderia, como juiz, jamais se pronunciar fora dos autos. Essa é, inclusive, a mais grave distorção do sistema de escolha dos nomes ao STF, a de colocar não-juízes, como Mendes, na Suprema Corte, para julgar as grandes questões constitucionais da nação. Alheio ao cargo que ocupava (ou ciente até demais), o ministro versou sobre tudo e sobre todos. Deu força e fé pública a teses as mais conservadoras. Foi um arauto dos fazendeiros, dos banqueiros, da guarda pretoriana da ditadura militar e da velha mídia. Em troca, colheu farto material favorável a ele no noticiário, um relicário de elogios e textos laudatórios sobre sua luta contra o Estado policial, os juízes de primeira instância, o Ministério Público e os movime ntos sociais, entre outros moinhos de vento vendidos nos jornais como inimigos da democracia.

Na imprensa nacional, apenas CartaCapital, por meio de duas reportagens (O empresário Gilmar e Nos rincões de Mendes), teve coragem de se contrapor ao culto à personalidade de Mendes instalado nas redações brasileiras como regra de jornalismo. Por essa razão, somos, eu e a revista, processados pelo ministro. Acusa-nos, o magistrado, de má fé ao divulgar os dados contábeis do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), uma academia de cursinhos jurídicos da qual Mendes é sócio. Trata-se de instituição construída com dinheiro do Banco do Brasil, sobre terreno público praticamente doado pelo ex-governador do DF Joaquim Roriz e mantido às custas de contratos milionários fechados, sem licitação, com órgãos da União.

Assim, a figura de Gilmar Mendes, além de tudo, está inserida eternamente em um dos piores momentos do jornalismo brasileiro. E não apenas por ter sido o algoz do fim da obrigatoriedade do diploma para se exercer a profissão, mas, antes de tudo, por ter dado enorme visibilidade a maus jornalistas e, pior ainda, fazer deles, em algum momento, um exemplo servil de comportamento a ser seguido como condição primordial de crescimento na carreira. Foi dessa simbiose fatal que nasceu não apenas a farsa do grampo, mas toda a estrutura de comunicação e de relação com a imprensa do STF, no sombrio período da Idade Mendes.

Emblemática sobre essa relação foi uma nota do informe digital “Jornalistas & Companhia”, de abril de 2009, sobre o aniversário do publicitário Renato Parente, assessor de imprensa de Gilmar Mendes no STF (os grifos são originais):

“A festa de aniversário de 45 anos de Renato Parente, chefe do Serviço de Imprensa do STF (e que teve um papel importante na construção da TV Justiça, apontada como paradigma na área da tevê pública), realizada na tarde do último domingo (19/4), em Brasília, mostrou a importância que o Judiciário tem hoje no cenário nacional. Estiveram presentes, entre outros, a diretora da Globo, Sílvia Faria, a colunista Mônica Bergamo, e o próprio presidente do STF, Gilmar Mendes, entre outros.”

Olha, quando festa de aniversário de assessor de imprensa serve para mostrar a importância do Poder Judiciário, é sinal de que há algo muito errado com a instituição. Essa relação de Renato Parente com celebridades da mídia é, em todos os sentidos, o pior sintoma da doença incestuosa que obriga jornalistas de boa e má reputação a se misturarem, em Brasília, em cerimônias de beija-mão de caráter duvidoso. Foi, como se sabe, um convescote de sintonia editorial. Renato Parente é o chefe da assessoria que, em março de 2009, em nome de Gilmar Mendes, chamou o presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), às falas, para que um debate da TV Câmara fosse retirado do ar e da internet. Motivo: eu critiquei o posicionamento do presidente do STF sobre a Operação Satiagraha e fiz justiça ao trabalho do delegado federal Protógenes Queiroz, além de citar a coragem do juiz Fausto De Sanctis ao mandar prender, por duas vezes, o banqueiro Daniel Dantas.

Certamente em consonância com o “paradigma na área de tevê pública” da TV Justiça tocada por Renato Parente, a censura na Câmara foi feita com a conivência de um jornalista, Beto Seabra, diretor da TV Câmara, que ainda foi mais além: anunciou que as pautas do programa “Comitê de Imprensa”, a partir dali, seriam monitoradas. Um vexame total. Denunciei em carta aberta aos jornalistas e em todas as instâncias corporativas (sindicatos, Fenaj e ABI) o ato de censura e, com a ajuda de diversos blogs, consegui expor aquela infâmia, até que, cobrada publicamente, a TV Câmara foi obrigada a capitular e recolocar o programa no ar, ao menos na internet. Foi uma das grandes vitórias da blogosfera, até então, haja vista nem um único jornal, rádio ou emissora de tevê, mesmo diante de um gravíssimo caso de censura e restrição de liberdade de expressão e imprensa, ter tido coragem de tratar do assunto. No particular, no entanto, recebi centenas de e-mails e telefonemas de solidariedade de jornalistas de todo o país.

Não deixa de ser irônico que, às vésperas de deixar a presidência do STF, Gilmar Mendes tenha sido obrigado, na certa, inadvertidamente, a se submeter ao constrangimento de ver sua gestão resumida ao caso Daniel Dantas, durante entrevista no youtube. Como foi administrada pelo Google, e não pelo paradigma da TV Justiça, a sabatina acabou por destruir o resto de estratégia ainda imaginada por Mendes para tentar passar à história como o salvador da pátria ameaçada pelo Estado policial da PF. Ninguém sequer tocou nesse assunto, diga-se de passagem. As pessoas só queriam saber dos HCs a Daniel D antas, do descrédito do Judiciário e da atuação dele e da família na política de Diamantino, terra natal dos Mendes, em Mato Grosso. Como último recurso, a assessoria do ministro ainda tentou tirar o vídeo de circulação, ao menos no site do STF, dento do sofisticado e democrático paradigma de tevê pública bolado por Renato Parente.

Como derradeiro esforço, nos últimos dias de reinado, Mendes dedicou-se a dar entrevistas para tentar, ainda como estratégia, vincular o próprio nome aos bons resultados obtidos por ações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), embora o mérito sequer tenha sido dele, mas de um juiz de carreira, Gilson Dipp. Ministro do Superior Tribunal de Justiça e corregedor do órgão, Dipp foi nomeado para o cargo pelo presidente Lula, longe da vontade de Gilmar Mendes. Graças ao ministro do STJ, foi feita a maior e mais importante devassa nos tribunais de Justiça do Brasil, até então antros estaduais intocáveis comandados, em muito s casos, por verdadeiras quadrilhas de toga.

É de Gilson Dipp, portanto, e não de Gilmar Mendes, o verdadeiro registro moralizador do Judiciário desse período, a Idade Mendes, de resto, de triste memória nacional.

Mas que, felizmente, se encerra hoje.

Enviado do L'Humanté relata a resistência grega

Do Portal Vermelho.org

Uma maré humana encheu as ruas na capital e nas grandes cidades da Grécia. A população conseguiu dar uma demonstração de força, apesar dos trágicos acontecimentos provocados em Atenas por elementos "fora de controle", relata Fabien Perrier, enviado especial do diário comunista francês L'Humanité. Veja a íntegra.

Os manifestantes estavam convocados em Atenas para as 11 horas (desta quarta-feira, 5). Desde bem antes disso as ruas estavam cheias. Só o cortejo do Pame (a central sindical onde participa o KKE, o partido comunista grego) reunia pelo menos 25 mil pessoas.

Na longa Avenida Patission, milhares de cidadãos também acompanhavam a bandeira da Syriza (coalizão da esquerda radical), dos sindicatos da Adedy (do setor público) e da GSEE (setor privado), dos trabalhadores imigrados e sem-papéis, ou ainda dos anarquistas.

Sindicalista alemão arranca aplausos

Figuras conhecidas estavam lá: o lutados da Resistência ao nazismo Manolis Glezos, a cantora Haris Alexiou, jornalistas... Toda a sociedade grega tentava demoinstrar sua determinação de repudiar as medidas de austeridade. Em nível europeu, numerosas delegações vieram trazer seu apoio e se exprimiram da tribuna, antes do início da passeata.

"O FMI e a Uniâo Europeia exigem que vocês paguem uma crise que não foram vocês que provocaram", afirmou Claus Matecki, dirigente da poderosa central sindical alemã DGB. Ainda que os gregos não engulam a posição do governo alemão em relação a eles, os aplausos não podiam ser mais calorosos.

Muitos aplausos também para Paul Fourier, da central francesa CGT, que encerrou dizendo: "Hoje, somos todos gregos! Obrigado e coragem!"

"Não acreditamos no FMI"

O discurso de Yannis Panagopoulos, presidente da GSEE, foi o menos bem recebido: vaias e assovios encobriram repetidamente sua voz. E, pedindo anonimato, quadros dessa central com nada menos de 2 milhões de filiados admitem que ela vive uma crise. Sua direção, que retardou as ações em comum com a Adedy, terminou ultrapassada pela base, e em parte desmoralizada.

"Vim aqui porque quero estar no movimento. É preciso que nos devolvam o dinheiro que foi roubado, criar empregos, recuperar os salários. E que o sindicato realmente me defenda"!", explicava Tonia, 26 anos, secretária na Federação dos Eletricitários da Grécia. Ela ganha um salário de 480 euros em um contrato parcial, imposto. Para ela, "os gregos não podem mais constituir uma família; quanto aos aluguéis, nem é bom falar. Sobrevivemos", completa.

Sobreviver, sim, e restaurar sua dignidade de assalariado, de trabalhador. "A situação vai piorar: eles rebaixam nossos salários, suprimem os empregos de que,m sai de férias, reduzem as aposentadorias. Quem aceitaria um tratamento desses?", indaga Johanna, 30 anos, sem filhos. "Filho para fazer o quê? Como eu poderia criá-lo?", explica ela. E se pronuncia pelo "não ao FMI. Eles querem nos fazer acreditar que é preciso o Fundo se instalar aqui. Mas nós não acreditamos nisto nem por um segundo."

"Vamos perder 50% do poder aquisitivo"

Além das medidas antissociais, o FMI terminou contribuindo para a mobilização, em um país onde, por razões históricas, o sentimento antiamericano se difundiu. O que não impedem que os gregos compreendam bem que não são os primeiros a sofrer com essa política.

"Na realidade, estamos a ponto de perder 50% do nosso poder aquisitivo", reclama Kaliopi, 38 anos, que assiste a manifestação degenerar e o gás lacrimogêneo invadir a Praça Syndagma, diante do Parlamento. "Não somos vagabundos. Trabalhamos duramente e estamos entre os mais mal pagos da Europa. Amanhã, a Europa inteira vai viver a mesma coisa."

Na cauda da passeata, que iniciou sua marcha duas horas depois da linha de frente, as bombas de gás ainda tentam dispersar os manifestantes. Estes permanecem reunidos.

"Antes eu ganhava 1.250 euros por mês, agora, 1.150. Meu adicional diminuiu. E sei que meu salário ainda vai baixar mais", testemunha Yannis, 30 anos, professor em uma grande escola. "Todo mundo sabe que não há justiça. Dinheiro existe, mas não se pode procurar onde ele está..."

Os policiais tomam posição, os dedos no gatilho dos lançadores de bombas de gás, os cassetetes em punho. "Não enxergo o que se pode fazer mais. Eles só nos deixaram uma opção", conclui Yannis.

Os sindicatos que convocaram a greve geral estiveram por um longo período divididos. O Pasoik (partido social-democrata, hoje no governo) se desagrega. A esquerda radical, entre o KKE e a coalizão Syriza (onde a maior organização é a Synaspismos) tropeça em divergências internas. Já os manifestantes precisam de rumos políticos. São 16 horas, e os gritos de contestação ainda ecoam em Atenas. Como o soar das sirenes.

Fonte: http://www.humanite.fr; intertítulos do Vermelho

SE nega pedido do PSDB para multar instituto que apontou empate entre Serra e Dilma


Partido alegava ilegalidade na divulgação do resultado de pesquisa eleitoral

O ministro auxiliar Joelson Dias, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), não aceitou nesta quarta-feira (5) a representação em que o PSDB pedia ao Tribunal a aplicação de multa, no valor de R$ 50 mil a R$ 100 mil, ao Instituto Sensus.

O partido alegou que a divulgação da pesquisa, que apontava empate técnico entre os candidatos à Presidência Dilma Rousseff e José Serra, descumpriu o prazo estipulado por lei, que determina que o resultado seja divulgado 5 dias depois da inscrição da pesquisa no TSE.

O Sensus inscreveu o levantamento no dia 5 de abril, mas alterou dados no dia 9. Portanto, na avaliação do PSDB, a pesquisa só poderia ser divulgada no dia 14, mas foi a público um dia antes.

O instituto argumenta em sua defesa que cometeu um erro no preenchimento do formulário do registro, trocando o nome de um sindicato por outro, já que ambas as entidades (Sindecrep e Sintrapav) têm sede no mesmo edifício e compartilham o mesmo número de telefone. Segundo o Sensus, o contratante da pesquisa sempre foi o Sintrapav.

Ao rejeitar a aplicação da multa, o ministro afirmou que o pedido de correção do nome do contratante da pesquisa foi feito previamente e de forma espontânea pelo instituto. Ressaltou ainda, que não foi constatado que a alteração tenha trazido qualquer benefício ao instituto ou prejudicado alguém.

Do Portal R7.

Há um golpe sendo tramado


É o que eu venho dizendo:Há um verdadeiro esquema encastelado no TSE e na MPE com o fim de prejudicar a candidatura de Dilma Rousseff.A última atuação do consórcio PSDB-DEM-PPS-MPE foi pedir a suspensão do Programa Partidário do PT previsto para este mês.Segundo a golpista que lançou o parecer pedindo a punição de Dilma e do PT, a programa partidário do PT do mês de dezembro de 2009 fez campanha descarada em favor de Dilma.Eu já disse isso aqui, todos os partidos usam a programa partidário para fazer campanha política.Todos, não escapa um.Quem não se lembra quando Serra e Aécio Neves dividiram um programa inteiro do PSSB para fazer propaganda antecipada? E Marina que usou 10 minutos da propaganda do PV para fazer propaganda antecipada?E Ciro Gomes, que usou boa parte do programa do PSB para fazer propaganda antecipada? Ora, se é assim, por que essa procuradora porra-louca só pediu a punição do PT, de Dilma? Gente, todo cuidado é pouco. Há uma trama flagrante comandada pelo DEM-PSDB-PJE-MPE-PIG para impedir que Dilma vença a eleição de 2010.Todo cuidado é pouco com essa máfia! Banner tomado emprestado do Blog da amiga Elaine Berti.

O cúmulo da cara-de-pau

Ainda na entrevista para o RBS, o tucano bandido disse não conhecer o Valerioduto de MG: "Que mensalão de Minas Gerais? O que é isso?", disse ao ser questionado sobre o suposto esquema de desvio de recursos públicos durante a campanha ao governo do Estado do tucano Eduardo Azeredo. "Erro é erro, mas não teve mensalão. Quando Azeredo foi governador de Minas Gerais, nunca fez mensalão para deputados. Nunca."

Do Blog O terror do Nordeste

Carta Maior: O contraste entre o fim de dois mandatos

da Carta Maior

Dia 6 de maio de 2001:

a) Brasil vive crise dramática de energia e aguarda o pronunciamento do Presidente Fernando Henrique Cardoso que anunciará o racionamento à Nação;

b) Folha Online: “Além de sofrer com o aumento das tarifas de energia elétrica, o brasileiro ainda terá de gastar mais dinheiro para acender uma vela, em caso de apagões”.

c) preço do produto será reajustado devido ao aumento de 5,5% no valor da parafina, vendida mais cara pela Petrobras desde o último dia 1º.

d) acidente com a plataforma P-36 que explodiu e afundou na Bacia de Campos dia 20-03, causando 11 mortes, reduziu produção nacional de petróleo em 84.000 barris/dia

e)Agência Nacional de Petróleo (ANP) afirma que acidente foi causado por ”

“não-conformidades quanto a procedimentos operacionais de manutenção e de projeto” por parte da Petrobrás.

f) Folha On line: “Se os aumentos de tarifa não forem suficientes para reduzir o consumo de energia elétrica, brasileiros poderão ficar até quatro horas por dia no escuro”.

Dia 6 de maio de 2010:

a) governo anuncia o Plano Nacional da Banda Larga para garantir acesso de alta velocidade à Internet a 40 milhões de domicílios até 2014; a estatal Telebrás é capitalizada para assumir o comando da rede de transmissão.

b) Governo cria Eximbank para incentivar exportações e define incentivos fiscais com devolução rápida de tributos para alavancar vendas brasileirsas ao exterior;

c) Indústria de máquinas e equipamentos registra o melhor março da sua história este ano com faturamento de R$ 7,2 bilhões

d) IBGE: crescimento de 18% da produção industrial no 1º trimestre deste ano é a maior expansão trimestral desde o início da série histórica, em 1991.

e) Petrobrás prepara-se para realizar mega-capitalização destinada a investimentos da ordem de US$ 174 bilhões na exploração das reservas brasileiras do pré-sal, a principal descoberta de petróleo do mundo nas últimas décadas;

f) Oposição no Congresso boicota votação das regras do pré-sal que garantem soberania nacional no controle e exploração das novas jazidas;

g) Serra, ex- ministro da Saúde e do Planejamento Econômico de FHC, apresenta-se novamente como candidato anti-Lula à Presidência da República; tucano, agora, diz que vai resolver problemas da economia com ‘tesão’.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Kirchner é eleito secretário-geral da Unasul com voto e elogio do Brasil

Foto oficial da reunião de chefes de Estado e de Governo da Unasul, realizada em Buenos Aires (Argentina). Foto: Ricardo Stuckert/PR

Foto oficial da reunião de chefes de Estado e de Governo da Unasul, realizada em Buenos Aires (Argentina). Foto: Ricardo Stuckert/PR

A eleição do ex-presidente da Argentina, Nestor Kirchner, nesta terça-feira (4/5) em Buenos Aires (Argentina), como secretário-geral da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) foi muito elogiada pelo presidente Lula durante reunião do conselho de Chefes de Estado e de Governo da instituição. A escolha de Kirchner, afirmou o presidente brasileiro, representa a consolidação de mais uma etapa do fortalecimento da Unasul e por isso contou com o voto do Brasil.

O Kirchner tem experiência, conhece o continente, conhece as dificuldades políticas, ideológicas que temos aqui no continente, conhece as diferenças e, portanto, eu acho que ele está cem por cento apto para ser um extraordinário secretário-geral da Unasul. Portanto, eu abro esta reunião, declarando o voto do Brasil ao companheiro Kirchner.

Lula também elogiou o presidente do Equador, Rafael Correa, pela capacidade de articulação que ele demonstrou durante sua gestão como presidente pro tempore da Unasul, principalmente em relação a temas ligados à solidariedade ao Haiti e na discussão da crise econômica.

O trabalho que você fez foi a demonstração de que a integração da América Latina e da América do Sul não é uma coisa pequena ou uma coisa de alguns teóricos. Acho que nós descobrimos que somente a nossa organização é que pode garantir um novo rumo para a América do Sul e para a América Latina.

Do Blog do Planalto

Segurança das Casas Bahia, enfurecido, agride estudante negro da USP, depois de bater em cliente

Estudante negro, Jeferson Hugo Pacheco de Rezende, 27 anos, aluno de pós-graduação do Programa de Geografia Humana da USP, viveu momentos de terror na loja das Casas Bahia, da Rua Coronel Xavier da Silveira, em pleno centro de S. Paulo, nas mãos de um segurança da loja.

“Quem você pensa que é, seu preto viado, filho da puta?”, investiu o segurança, segundo sua descrição, um homem branco atarracado, de olhos claros, com idade entre 33 e 35 anos – que se apresentou como chefe.
O caso aconteceu por volta das 18h30 de 19/04, quando o estudante já no interior da loja surpreendeu o segurança no banheiro do terceiro piso, agredindo a socos a um homem que mantinha imobilizado com uma gravata e pediu que parasse de bater na vítima que já estava imobilizada e chamasse a polícia. O homem, pelo que o estudante pôde entender posteriormente, estaria praticando “atos libidinosos” no banheiro.
Depois de um “quem você pensa que é?”, o segurança enfurecido se voltou para Jeferson, que foi atingido com um violento chute à altura da bacia e permaneceu caído, já imobilizado no chão com o coturno do agressor sob o rosto, enquanto desesperadamente pedia por socorro. “Primeiro, ele veio prá cima de mim me agredindo com uma gravata; botou um dos pés na minha cara, depois de me derrubar ao chão, e destruiu uma bolsa de couro que eu carregava”, contou, acrescentando que o agressor parecia totalmente descontrolado. “Você cala a boca que aqui a lei sou eu. Eu sou o chefe da segurança”, teria gritado.
“O meu receio era de a loja fechar e eles me levarem para algum canto”, contou ele à agência Afropress, ainda com dificuldades para se locomover, acompanhado por um amigo, Dario Ferreira de Souza Neto, do Curso de pós graduação em Letras da USP, e membro do Conselho Municipal de Atenção à Diversidade Sexual do Município de S. Paulo e do Grupo Prisma USP, de GLBT.
O caso foi registrado no Boletim de Ocorrência 3055/2010, do 3º DP de Campos Elíseos, para onde o estudante foi encaminhado, como lesão corporal e injúria racial – previstas respectivamente nos artigos 129 e 140 do Código Penal. As penas para esses tipos de crime variam de três meses a um ano, no primeiro caso, e, no segundo, de um a três anos e multa, em caso de condenação.
Segundo Jeferson, o delegado Paulo Alexandre Colucci, que atendeu a ocorrência, perguntou se havia se sentido ofendido com os termos usados pelo agressor.
Nem o segurança, nem o gerente da loja – Odair Silva Araújo – que teria se omitido a prestar socorro quando alertado do que acabara de ocorrer, foram levados pelos policiais militares que atenderam a ocorrência. O primeiro desapareceu com a chegada da polícia; e o segundo teria dito que o seu “papel era vender e não resolver problemas de outros andares”. “Não posso te atender porque o meu papel é vender e não resolver problema de outros andares”, teria dito, segundo Jeferson, ao ser alertado do que acabara de ocorrer antes da chegada da Polícia.
Segundo Jeferson, as agressões contra ele só cessaram quando foi arrastado e levado a um canto – fora do alcance das câmeras de segurança da loja – onde permaneceu rodeado por outros três homens que ele não sabe dizer se também eram seguranças. Com o celular que mantinha no bolso, ele conseguiu chamar a Polícia Militar discando o 190 e avisou os amigos no CRUSP, onde mora.
O gerente da loja Odair Silva Araújo, que estava no térreo, disse à polícia que não poderia prestar maiores informações sobre o que havia ocorrido no terceiro andar.
“Me sinto injustiçado e maltratado”, disse o geógrafo que acabou de chegar da Cidade do México, onde permaneceu por seis meses trabalhando em pesquisa acadêmica, por conta de convênio entre a USP e a Universidade Nacional Autônoma do México.
“Me sinto envergonhado ao voltar ao meu país e perceber que, enquanto sou tratado com respeito e prestígio lá fora, aqui me torno alvo dessa violência insana por parte de um segurança de uma loja, em pleno centro de S. Paulo. O interessante é que a propaganda das Casas Bahia é “dedicação total a você”. Prá mim foi pancadaria e racismo total. Minha vontade é ir embora. O tratamento que tive lá era melhor”, acrescentou.
O amigo, Dario Ferreira de Souza Neto, disse que a Coordenadoria de Diversidade Sexual, que é um órgão ligado à Coordenação de Assuntos do Negro (CONE), da Secretaria de Participação e Parceria da Prefeitura de S. Paulo, deverá convocar nos próximos dias um ato público de protesto e denúncia em frente à loja.
“Trata-se de um ato de homofobia por parte do segurança que agredia barbaramente o senhor que estaria praticando atos libidinosos no banheiro, e de racismo em relação a Jeferson, que apenas tentava interceder para evitar a continuidade das agressões, no uso do seu direito de cidadão, e acabou se tornando alvo dessa brutalidade e violência”, afirmou.

Do Blog do Imbroglione

Banda Larga para todos: Governo Lula quebra o monopólio do cartel privado das telecomunicações e reativa a Telebras

Amigos do Presidente - por Zé Augusto - terça-feira, 4 de maio de 2010

Com a privataria das teles pelo governo FHC/Serra em 1998, foi criado um monopólio privado do cartel dos tubarões nas telecomunicações.

O setor levou o brasileiro a pagar as tarifas mais exorbitantes do mundo, e receberem um serviço de má qualidade, sem qualquer atitude enérgica do ANATEL. O modelo empresas-privadas-ANATEL estava esgotado, inclusive esgotando a paciência de qualquer usuário, seja d telefonia, seja de internet.

O governo Lula enfrenta o cartel e quebra o monopólio da telefonia privada, reativando a Telebras.

A empresa estatal enviou na noite desta terça, 4, fato relevante à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) informando o seu papel no PNBL (Plano Nacional de Banda Larga), com as funções:

(i) implementar a rede privativa de comunicação da Administração Pública Federal;

(ii) prestar apoio e suporte a políticas públicas de conexão à Internet em banda larga para universidades, centros de pesquisa, escolas, hospitais, postos de atendimento, telecentros comunitários e outros pontos de interesse público;

(iii) prover infraestrutura e redes de suporte a serviços de telecomunicações prestados por empresas privadas, Estados, Distrito Federal, Municípios e entidades sem fins lucrativos; e

(iv) prestar serviço de conexão à internet em banda larga para usuários finais, apenas e tão somente em localidades onde inexista oferta adequada daqueles serviços.

As principais diretrizes do plano deverão ser anunciadas nesta quarta-feira (5) pela ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, e pelo coordenador do Programa de Inclusão Digital da Presidência da República, Cezar Alvarez.

O Plano Nacional de Banda Larga foi concluído hoje, em reunião na Casa Civil, da qual participaram os ministros das Comunicações, José Artur Filardi; do Planejamento, Paulo Bernardo; da Educação, Fernando Haddad; da Saúde, José Gomes Temporão; e da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães.

O governo pretende oferecer o serviço por, no máximo, R$ 35 por mês. O objetivo é levar o acesso à internet rápida às classes C e D e em locais ainda não atendidos pelas empresas privadas.

O plano prevê a implantação da internet em alta velocidade em quase todos os municípios brasileiros até 2014. A previsão é que, neste ano, a banda larga esteja disponível em 100 cidades, sendo 17 capitais.

terça-feira, 4 de maio de 2010

O mais plebeu dos barões



No dia 14 de maio, às 19 horas, será lançado em São Paulo o Centro de Estudos da Mídia Alternativa “Barão de Itararé”. O nome é uma homenagem a um dos criadores da imprensa alternativa no país e o “pai do humorismo brasileiro”. Reproduzo abaixo a singela biografia redigida pelo jornalista e cartunista Gilberto Maringoni, publicada na Revista de História da Biblioteca Nacional:

- O que o senhor deseja?

- Trabalhar no seu jornal.

- E o que o senhor sabe fazer?

- Tudo, desde varrer o chão até dirigir o jornal, mesmo porque não há muita diferença.

Testemunhas desse diálogo, acontecido em meados de 1925 na redação de O Globo, no Rio de Janeiro, garantem que um dos protagonistas era o diretor da empresa, Irineu Marinho. As mesmas testemunhas dividem-se quanto à identidade de seu interlocutor. Algumas dizem tratar-se de um gaúcho baixo, um tanto rechonchudo, e muito abusado, chamado Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly. Outros juram ser aquele nada mais, nada menos que o ilustre fidalgo Barão de Itararé, o Brando, senhor feudal de Bangu-sur-Mer.

É possível que os primeiros tivessem mais razão, por um pequeno detalhe. O Barão de Itararé só chegaria ao mundo seis anos depois. Já Apparício nascera em 29 de janeiro de 1895, no Rio Grande do Sul, perto da fronteira com o Uruguai. A imprecisão do local tem sua razão de ser. Ele próprio conta: “Minha mãe queria ter o parto na fazenda do meu avô”, em Pueblo Vergara, no país vizinho. Ela e o marido saíram da cidade de Rio Grande de barco, até Artigas. “De lá até a fazenda viajaram de diligência. No meio do caminho, uma das rodas se partiu e houve um tremendo choque. Com todo aquele barulho e movimento, nada mais natural que eu me apressasse a sair, para ver o que se passava”.

O Barão só viria à luz bem mais tarde, no ano seguinte da Revolução de 1930. O nome foi dado em homenagem a um dos episódios mais dramáticos dos conflitos entre as tropas legalistas, de Washington Luís, e as forças leais a Getúlio Vargas, que subiam do Rio Grande do Sul em direção ao Rio de Janeiro. A cidadezinha de Itararé, no sul do estado de São Paulo, se desenhava como o palco da mais sangrenta batalha na disputa pelo poder. Rota natural para a Capital Federal, todas as suas casas foram evacuadas e tomadas pelas tropas da Força Pública paulista, no início de outubro de 1930. Os batalhões rebeldes, liderados pelo ex-comandante da Coluna Prestes, Miguel Costa, com maior efetivo, cercam o lugar por mais de duas semanas, à espera do melhor momento para atacar. No dia marcado para o confronto, chega a notícia de que Washington Luís fora deposto. A batalha de Itararé jamais aconteceu.

Pacifista e acompanhando a situação com humor, Apparício aproveita para se autoconceder o título de duque de Itararé, logo rebaixado para barão, “como prova de modéstia”. Assim, as duas personalidades passaram a conviver numa só pessoa, um dos mais criativos e irreverentes humoristas de que o Brasil tem notícia, um “herói que a Pátria chora em vida e há de sorrir incrédula quando o souber morto”, segundo suas próprias palavras.

Mas voltemos a fita. Quando trava aquele diálogo com Irineu Marinho, o jovem Apparício havia abandonado há pouco seus estudos de medicina na capital gaúcha – onde já se dedicava ao jornalismo – e se aventurava pela então sede da República. Para sua surpresa, é admitido em O Globo, no qual assina uma crônica por alguns meses, sob o pseudônimo de Apporelly.

Depois de passar por A Manhã, de Mario Rodrigues, Apparício junta dinheiro para lançar seu próprio jornal, em 13 de maio de 1926. O nome é uma óbvia gozação com o diário do pai do dramaturgo Nelson Rodrigues: A Manha. Sob o dístico “quem não chora não mama”, o Barão fez uma verdadeira revolução no jornalismo de humor brasileiro, superando as já gastas fórmulas das revistas O Malho, Careta e Fon-fon, lançadas na primeira década do século.

Enquanto as três praticavam um gênero de sátira política e de costumes bastante comportados – apesar de contarem com a colaboração de caricaturistas geniais, como J. Carlos, Raul Pederneiras e K. Lixto Cordeiro – Apporelly voltava-se contra o lado conservador da sociedade. Demolindo falsos mitos, tripudiando sobre a pompa de fraque e casaca do mundo político, Itararé praticou um gênero de humor que buscava laços com quem estava por baixo na sociedade.

A Manha, tablóide que alcançava quase todo o país, torna-se um sucesso editorial, num tempo em que não existiam pesquisas de opinião, estratégias de marketing ou verificação de circulação. Era “o único quinta-feirino que sai às sextas”, alardeava seu editor, fazendo troça das dificuldades de produzir praticamente sozinho o jornal inteiro. Graficamente, além de apresentar desenhos de Nássara, Mendez e Martiniano, A Manha publicava colagens e fotos retocadas de políticos e personalidades, numa molecagem editorial que os expunha ao ridículo a cada edição. A contrapartida era clara: ao contrário da maioria dos órgãos de imprensa, a folha de Apparício não recebia nenhum tipo de verba governamental.

As notícias primavam pelo absurdo. “A Manha propõe a regularização dos horários dos desastres da Central do Brasil”, “Foi admitido nos quadros de redatores desta folha o simpático senador Lauro Müller, general de divisão e profundo conhecedor das outras três operações de guerra – adição, multiplicação e subtração” e “O dia é hoje consagrado a Tiradentes, uma das grandes vítimas da política mineira” são exemplos de que os disparos verbais de seu editor quase não tinham limites.

Na edição de 5 de julho de 1930, ao comentar o manifesto de Luiz Carlos Prestes aderindo ao comunismo, A Manha assegurava que “as teorias explanadas pelo chefe revolucionário estão muito aquém das idéias vigorosas e radicais predicadas e praticadas pelo talentoso homem de letras que está à frente desta empresa”. O jornal classificava de "ridícula, simplesmente ridícula" a parte do manifesto que reivindicava a redução da jornada de trabalho para oito horas, perguntando “por que não pleiteia, como nosso chefe, a abolição completa do trabalho?”

A irreverência do Barão levou-o inúmeras vezes à cadeia, após a chegada de Getúlio ao poder. A primeira delas se deu em 2 de setembro de 1932 e durou apenas um dia. Mas inauguraria uma série de agressões que se repetiriam pelos anos seguintes. Se ainda não era um homem claramente de esquerda, o Barão, por essa época, já exibia sua forte ojeriza ao integralismo, movimento de extrema-direita que se espelhava no fascismo europeu.

Em outubro de 1934, o editor d’A Manha partia para uma nova empreitada. Juntamente com Aníbal Machado, Pedro Mota Lima e Osvaldo Costa, lança o Jornal do Povo. As tensões políticas se acentuavam. Em São Paulo, no dia 7, integralistas e comunistas haviam se enfrentado numa batalha campal na Praça da Sé. Quatro dias depois, vários militantes aqui radicados há anos são expulsos do país. No meio desse torvelinho, o novo diário sobrevive por dez dias. A publicação de uma série sobre a Revolta da Chibata (1910), dos marinheiros no Rio de Janeiro, foi o que bastou para o Barão ser seqüestrado e espancado por seis oficiais da Marinha. Após cuidar dos ferimentos, ele volta para A Manha. Coloca na porta a tabuleta: “Entre sem bater”.

Cada vez mais simpático ao Partido Comunista do Brasil (PCB), o “talentoso homem de letras” é preso novamente em dezembro de 1935. A acusação é ser fundador e militante da Aliança Nacional Libertadora (ANL), frente política liderada pelos comunistas. Agora a repressão é dura: são encarcerados, também, centenas de militantes e simpatizantes do PCB, como o escritor Graciliano Ramos, a cronista Eneida de Moraes e o jornalista Moacir Werneck de Castro, além de Luiz Carlos Prestes, sua esposa Olga Benario e boa parte da cúpula do partido.

O Barão foi interrogado pelo juiz Castro Nunes, da Vara Federal, na Polícia Central, que lhe perguntou a que atribuía sua prisão.

– Tenho pensado muito, excelência, e só posso atribuí-la ao cafezinho.

– Ao cafezinho?

– Vou explicar, excelência. Eu estava sentado num bar, na avenida Rio Branco, tomando meu oitavo cafezinho e pensando em minha mãe, que sempre me advertia contra o consumo excessivo do café. Nesse momento chegaram os policiais e me deram voz de prisão... Só pode ter sido isso, por eu ter desobedecido aos conselhos de mamãe.

Apesar do humor, a situação era séria. Vários presos foram barbaramente torturados. Olga Benario seria entregue aos nazistas. Graciliano recorda-se do Barão em numerosas passagens de seu Memórias do Cárcere como um companheiro afável e bem humorado. A Manha, por motivos evidentes, deixa de circular. Por um ano seu editor permanece encarcerado, sem culpa formal.

Quando volta às ruas, percebe que os tempos andam difíceis. No plano pessoal, Itararé havia perdido sua esposa, pouco antes da prisão, vítima de câncer. No mundo à sua volta, avançava o nazi-fascismo na Europa e o regime lançava as bases para um endurecimento. Mesmo assim, tentou relançar A Manha, que circula precariamente em 1937. No fim daquele ano, Getúlio dá novo golpe e instaura a ditadura do Estado Novo, com suspensão de direitos constitucionais, banimento dos partidos políticos e censura à imprensa. Para o nosso humorista, esse era apenas “o estado a que chegamos”.

Tentando sobreviver, mantém uma crônica regular no Diário de Notícias por seis anos. Evita provocar a direita enquanto dura a colaboração, voltando suas baterias para temas mais amenos. Algo mudara radicalmente no Barão desde que saíra da cadeia. Era sua aparência. Agora exibia uma vasta barba, precocemente grisalha, o que lhe dava ainda mais aparência de um nobre dos tempos da monarquia. Sua figura fica ainda mais popular.

Em abril de 1945, A Manha é relançada. Aproveitando-se do clima de mobilizações populares pelo fim do regime ditatorial, contando com a sociedade do político Arnon de Mello (pai de Fernando Collor de Mello) e a colaboração de intelectuais como José Lins do Rego, Marques Rebelo, Rubem Braga, Raymundo Magalhães Júnior e outros, o sucesso é ainda maior que na fase anterior. Quem escrevia e editava a maior parte das matérias, além de fazer a direção de arte, era mesmo o ilustre fidalgo, que por seu talento, chegou a ser chamado de o "Bernard Shaw do Brasil", em referência ao dramaturgo inglês. “Seria mais lógico que se considerasse a Shaw como o Itararé da Inglaterra”, respondeu nossa ilustre figura.

Suas posições políticas o aproximam do PCB. Depois de participar ativamente da campanha presidencial do comunista Yedo Fiúza, em dezembro de 1945, o Barão candidata-se a vereador pelo Distrito Federal. Na ocasião, duas denúncias inquietavam a população: a constante falta d´água e as adulterações no leite. O slogan da campanha não poderia ser mais certeiro: “Mais água, mais leite, mas menos água no leite”. Ainda candidato, seu primeiro ato foi promover seus cabos eleitorais a sargentos. É eleito com relativa folga.

Na Câmara Municipal, o Barão caracteriza-se como um parlamentar combativo e espirituoso na defesa dos interesses da população pobre. Divide seu tempo entre o legislativo e a direção d´A Manha, o que significa uma jornada exaustiva. Mas sua carreira parlamentar dura pouco tempo. Influenciado pelos ventos da guerra fria, o Tribunal Superior Eleitoral suspende o registro do PCB, em maio de 1947. Sete meses depois, todos os parlamentares do partido são cassados, incluindo Itararé.

Nesse meio tempo, apesar da grande aceitação popular, seu jornal não ia bem das pernas. Sem capital e estrutura empresarial para garantir a regularidade, A Manha é novamente suspensa, em 1948. Mas o último nobre da República não desiste e logo vem com mais uma novidade. Chama seu antigo colaborador, o artista gráfico paraguaio Andres Guevara, para lançar o primeiro de seus Almanhaques, em 1949. Aproveitando o sucesso que faziam os almanaques populares com dicas, conselhos e curiosidades astrológicas, o Barão acrescenta à fórmula seu humor anárquico. Essa edição traz logo na abertura uma biografia da impoluta personalidade, cuja “vida pública é uma continuidade da privada”. Ali ficamos sabendo que Itararé, “cioso como ninguém da pureza de sua estirpe, é o único nobre do mundo que, pelo menos uma vez por mês, injeta, por via endovenosa, uma certa quantidade de azul de metileno, para manter inalterada a cor da nobreza do sangue”.

O que era para ser uma publicação semestral só voltou a circular por duas vezes, em 1955. Aos 60 anos, cansado, o Barão colabora por algum tempo na Última Hora, de Samuel Wainer. Quando vem o golpe de 1964, com a volta da repressão, cassações e prisões, Apparício vê repetir-se um filme já conhecido. “Esse mundo é redondo”, dizia ele, “mas está ficando chato”.

Nos últimos anos, Itararé torna-se um recluso em seu apartamento no bairro de Laranjeiras. Lê vorazmente e estuda matemática, biologia e eletrônica, paixões desde a juventude. Cercado de livros, vivia também rodeado de baratas, tratadas por ele como “companheiras”, por terem exercido tarefas importantes nos tempos de cadeia, levando amarrados nas costas papeizinhos com mensagens para seus colegas de cárcere. Com a saúde abalada e só – sua quarta mulher se suicidara anos antes e seus filhos não moravam com ele – Apparício Torelly morre em casa, aos 76 anos, em 27 de novembro de 1971. Era o fim do herói de dois séculos”, como se autodenominava, parodiando o revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi (1807-1882), que lutara em seu país, no Brasil e Uruguai, conhecido como “o herói de dois mundos”.

Do Blog do Miro

Israel ataca palestinos, apesar de presença de emissário dos EUA

Barcos militares de Israel dispararam nesta terça (04) contra lanchas pesqueiras palestinas, em frente à costa de Gaza, apesar do clima conciliador que supôs a chegada a Tel Aviv do enviado especial estadounidense para o Médio Oriente, George Mitchell.

Os navios de guerra da armada sionista abriram fogo com artilharia pesada contra embarcações de pescadores em frente à zona da o-Sudanieh, no norte da faixa costera, causando severos danos, mas nenhuma vítima, disseram testemunhas.

Vizinhos dessa área denunciaram que os pescadores palestinos são hostilizados quase que diariamente por parte de barcos de Israel, que mantém, há mais de três anos, um férreo bloqueio naval e terrestre a este enclave desde que o grupo islâmico Hamas o controla.

À agressão em Gaza uniu-se o ataque de extremistas judeus de um assentamento da Cisjordânia, que, nesta terça-feira, incendiaram a mesquita principal da aldeia Lubban, no sul da cidade de Naplusa, onde reduziram a cinzas várias cópias do livro sagrado Corão.

Segundo o chefe do conselho local de Lubban, Jamal Draghmeh, os colonos protegidos pelo governo israelense também atearam fogo nas cortinas da mesquita e as labaredas se estenderam a outras partes do recinto religioso islâmico.

Fontes palestinas disseram que os extremistas estavam por trás de dois incidentes similares contra mesquitas ocorridos em dezembro passado, sem que até agora se conheça alguma investigação ou ação punitiva por parte das autoridades israelenses.

Os incidentes contra palestinos produzem-se sob o olhar passivo das forças ocupantes dos territórios de Cisjordânia e Jerusalém Este, e no momento em que o emissário do presidente Barack Obama se apresenta para conduzir conversas indiretas na região.

Mitchell regressou na segunda-feira a Israel, depois do impasse nos contatos mediadores de Washington, e após a Liga Árabe e a Autoridade Nacional Palestina (ANP) aceitarem retomar o diálogo indireto com Tel Aviv, sob mediação estadounidense.

As conversas devem começar nos próximos dias, e as duas partes - que não se encontram cara a cara há quase um ano e médio - mostram um cauteloso otimismo no êxito desta fase, sobretudo os palestinos, devido à continuidade das agressões sionistas.

Na agenda de Mitchell está previsto que ele se reúna, nesta semana, em separado, com israelenses e palestinos para preparar o terreno para as conversas indiretas, que - caso avancem em um prazo de quatro meses - permitirão evoluir para um diálogo frente a frente.

Fonte: Prensa Latina

Ligadas a grandes redes, oficinas tratam imigrantes como escravos

No merchandising na novela das oito ou numa propaganda no horário nobre, atores consagrados cumprem o script ignorando a cadeia de produção dos grandes magazines. No mesmo horário, diversos trabalhadores – em geral latino-americanos – terminam sua jornada, iniciada muitas vezes há 12 horas, para dar conta das demandas dos mesmos anunciantes. A cada peça costurada, chegam a ganhar míseros R$0,10 e precisam ignorar seus próprios limites por um salário que supra minimamente as suas necessidades.

As ruas do Bom Retiro, espécie de paraíso das sacoleiras, é a Meca de quem quer comprar roupas por preços abaixo da média. Mas, o custo dessa pechincha é alto para os trabalhadores que fornecem essas mercadorias tanto para as lojas do bairro da capital paulista quanto para grandes redes de vestuário.

MTE flagra trabalhadora em oficina do Bom Retiro
Em pequenas oficinas, que por vezes também servem de moradia, amontoam-se vários homens, mulheres e mesmo crianças que trabalham e vivem num ambiente insalubre e desumano. Fiscais do Ministério do Trabalho estimam que existam entre oito mil e 10 mil oficinas na Grande São Paulo que empregam cerca de 80 mil a 100 mil sul-americanos. Dos 50 mil estrangeiros anistiados em 2009, cerca de 32% (16 mil) são bolivianos que vivem em São Paulo. E uma fatia considerável deles se espalha por essas fabriquetas que prestam serviços terceirizados a grandes lojas, como a Marisa.

A rede, autuada em março, foi a primeira em que os fiscais comprovaram casos análogos à escravidão em ambiente urbano. Por isso, foi multada em R$ 634 mil e os fiscais recomendaram sua inclusão na “lista suja”, que divulga os nomes de ruralistas e empresas que exploram esse tipo de trabalho.

“Há indícios de outras situações idênticas à constatada na Marisa nas redes C&A, Renner e Riachuelo”, disse ao jornal Folha de S.Paulo (18/03/2010) Renato Bignami, chefe da Seção de Fiscalização do Trabalho Substituto do Ministério do Trabalho e Emprego. Ações como essa fazem parte do Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, incluído no Plano Nacional de Direitos Humanos.

Além das ações nacionais, Paulo Sérgio de Almeida, presidente do Conselho Nacional de Imigração do MTE, diz que a superintendência do ministério em São Paulo lançou projetos próprios como o Pacto pelo Trabalho Decente de Imigrantes. “Para isso, foi criada uma rede de entidades que assumiram responsabilidades na erradicação do trabalho escravo de imigrantes. As grandes cadeias de comércio do setor de vestiário foram convidadas a participar, já que de fato estas grandes redes devem monitorar suas cadeias produtivas de forma a não permitir a ocorrência de graves problemas como o uso de trabalhadores imigrantes em condições degradantes entre seus fornecedores”, declarou ao Vermelho.

Apesar do ineditismo do caso, a realidade da exploração dessa mão de obra não é novidade. “Temos denunciado essa situação desde 1990”, explicou ao Vermelho a presidente do Sindicato das Costureiras de São Paulo e Osasco, Eunice Cabral. E, para se ter uma ideia de como a exploração e a informalidade aumentaram, ela completa: “naquele ano, éramos em nossa base, 180 mil trabalhadores no mercado formal. Hoje somos 80 mil. E no mesmo período, a produtividade do setor cresceu assustadoramente, da mesma forma como diminuiu o número de pessoas empregadas formalmente. Para piorar, vale lembrar que nosso setor não usa tecnologia de ponta em sua totalidade; 50% são maquinários mais modernos, mas a outra metade é formada por máquinas obsoletas”.

Eunice: Não queremos um trabalhador mendigo (por Sindicato das Costureiras)
O sindicato vem trabalhando junto a órgãos de fiscalização – como o MTE, o Ministério Público a Polícia Federal, entre outros – a fim de coibir essa prática. “É muito comum haver casos como o da Marisa, que alegou não ter conhecimento de tal situação pelo fato de o trabalho ser terceirizado várias vezes na cadeia produtiva. Mas, como não sabia? Os documentos levantados pelo Ministério mostram isso claramente. Outra coisa: a empresa nunca desconfiou de uma peça ser feita por um valor tão baixo?”, questiona.

“Em geral, o trabalhador recebe R$ 0,10 por peça, valor que pode chegar ao máximo de R$ 0,40 e pode ser vendida, por exemplo, a R$ 40,00 na loja, ou seja, um lucro altíssimo. Além da questão humana, existe também o problema da concorrência desleal que prejudica as empresas que procuram agir corretamente. É um dumping social e econômico e é contra isso que temos lutado”, esclarece Eunice.

Para os trabalhadores formais, o piso da categoria varia entre R$ 766,12 e R$ 850,65, dependendo da função exercida. Se quiser ganhar o menor salário tendo como referência o valor mais baixo (e comumente adotado) por peça (R$ 0,10), o trabalhador informal terá de produzir mais de 7.600 roupas. A fim de alcançar um valor como esse para sua sobrevivência, eles chegam a trabalhar 16 horas por dia, especialmente em épocas de maior demanda, como Natal ou Dia das Mães.

No estilo dos piores coronéis do interior do país, muitos desses patrões retêm os passaportes para garantir a manutenção dos empregados. Não bastasse toda essa situação degradante, há ainda os problemas de saúde, como a bissinose, uma reação fibrosa crônica dos pulmões à inalação de poeira de algodão que os tecidos soltam durante a fabricação das roupas. A doença, comum a quem trabalha no ramo sem proteção, pode ser confundida com a tuberculose e a falta de tratamento rápido e adequado pode levar à morte. “Além da questão respiratória, nossos trabalhadores podem sofrer de tendinite, varizes e há até mesmo casos de câncer vaginal. As mulheres pegam restos de tecidos e fazem almofadinhas para melhorar o conforto na cadeira, o que por vezes acaba levando à doença. Tudo isso advém das péssimas condições de trabalho”, alerta Eunice.

O meio em que se dá a exploração da mão de obra estrangeira é também ameaçador. Na feira da Kantuta, realizada pela comunidade boliviana no bairro do Pari, em São Paulo, carros de luxo têm em seus vidros e capô placas onde se lê, em espanhol e português, “admitem-se costureiros”. Tentar falar com eles é quase impossível. Ninguém quer assumir fazer parte desse submundo.

Entre os trabalhadores, a situação é ainda mais delicada. Mariela, nome fictício de uma boliviana de 24 anos, embora seja um desses trabalhadores, prefere não falar. “Ganho menos do que o piso, mas meu patrão é bom. Não tenho problema”, hesita. “Mas, minha prima trabalhava demais e ganhava muito pouco”, contorna, tentando fugir do assunto. Porém, reconhece: “emagreci muito desde que estou nisso porque trabalho bastante e acabo comendo pouco”.

Eunice vai além: “já recebi ameaças anônimas por telefone”, mas “não me preocupo porque quando topei estar à frente do sindicato, sabia que minha vida não seria normal. Ainda assim, enquanto eu cumprir esta função – e este é o pensamento de nossa diretoria – vou trabalhar para mudar essa situação. Não queremos um trabalhador mendigo, nem que os estrangeiros deixem o país, mas que tenham uma vida e um trabalho dignos e seus direitos assegurados”.


Do Portal Vermelho.org

Segue a falsificação de pesquisas


Do Blog Cidadania.com

Em um momento em que todos os institutos de pesquisa estão recolhidos, a Veja, mais uma vez, inovou na arte da malandragem. Além de “noticiar” uma pesquisa desconhecida e sem prova de existência, pôs um de seus fofoqueiros para mentir sobre dados conhecidos.
Como se vê na imagem acima, o fofoqueiro em pauta alude a uma pesquisa sem registro – o que torna impossível comprovar sua existência – e a compara com uma oficial, ambas do instituto Vox Populi.
Mas que pesquisa “anterior” do Vox Populi é essa com a qual o tal Lauro Jardim compara a pesquisa sem comprovação?
A última pesquisa Vox Populi sobre a sucessão presidencial foi feita entre os dias 30 e 31 de março. Como todas as outras, apurou dois cenários – um com Serra, Dilma, Ciro e Marina e outro sem Ciro, mas com os outros três pré-candidatos.

Vejam os números:

Cenário 1

José Serra 34

Dilma Rousseff 31

Marina Silva 5

Ciro Gomes 10

Cenário 2

José Serra 38

Dilma Rousseff 33

Marina Silva 7


Desde meados do ano passado, todos os institutos vêm apurando dois cenários em todas as pesquisas que fizeram: um cenário com Serra, Dilma, Ciro e Marina e outro só com Serra, Dilma e Marina.
Pergunta: se essa pesquisa-fantasma que Jardim noticia existisse, ela deveria ser comparada com qual cenário? Trocando em miúdos: o sujeito pinçou o percentual de Serra no cenário com Ciro e misturou com o percentual de Dilma no cenário sem Ciro.
Se existir, essa pesquisa “sem registro” tem que ser comparada só com o cenário sem Ciro, o que revelaria que Serra caiu (de 38% para 37%) e Dilma subiu (de 33% para 34%), tudo dentro da margem de erro.
Aliás, se essa pesquisa existir ela diz que Serra e Dilma estão tecnicamente empatados ou a petista pode até tê-lo ultrapassado, pois a margem de erro do Vox Populi costuma ser de dois por cento e, assim, Serra pode ter até 35% e Dilma, até 36%.
A Justiça Eleitoral não age por moto próprio, tendo que ser provocada para agir. Será que alguém terá que representar a ela pedindo que proíba esse tipo de tramóia de não só divulgarem pesquisas-fantasmas, mas mentirem sobre pesquisas oficiais?

Mercado negro de pesquisas

No fim da noite desta segunda, Lauro Jardim, confrontado com a contradição, diz que comparou a pesquisa-fantasma de agora com outra pesquisa-fantasma. Só faltava essa, agora: mercado negro de pesquisas eleitorais.

DEM vai à Justiça porque não tem argumentos



Na manhã desta segunda-feira (3), o DEM ingressou com uma representação junto ao Tribunal Superior Eleitoral contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contra sua pré-candidata, Dilma Rousseff e a Central Única dos Trabalhadores (CUT). A oposição alega campanha antecipada nos atos do 1º de Maio. "A oposição tem dificuldades de encontrar outros tipos de argumentos para desqualificar o presidente", afirmou Márcio Silva, advogado que coordena a equipe jurídica do PT.


Em evento organizado por centrais sindicais em São Paulo, Lula disse: "quero vir aqui falar bem do próximo presidente, que vocês sabem quem eu quero que seja". "Quero que continue o mesmo projeto de governo", afirmou Lula que se antecipou e já respondeu a possíveis ataques da oposição. "Muitas pessoas vão dizer que é um ato político porque eu vim. Agora, os sete anos que os outros vieram, não foi".

Para se preservar das críticas da oposição, Lula tem ido a eventos de caráter político somente nos finais de semana e fora de seu horário de expediente no Palácio do Planalto.

O TSE contabiliza mais quatro processos contra o presidente e pelo mesmo motivo. O advogado disse ainda que toda movimentação de Lula com Dilma será alvo de impugnação. "Isto é de se esperar", acrescenta. Questionado se o PT ingressaria com um processo contra o adversário tucano, José Serra, por conta do evento evangélico em Santa Catarina, Márcio Silva disse que ainda precisa analisar os áudios do evento. Contudo, adianta que sua opinião pessoal não é favorável à "judicialização" das pré-campanhas. "Ficar fazendo isso sem muito critério banaliza e foge ao escopo do tribunal", disse.

No 1º de Maio, Serra foi para longe das manifestações sindicais de São Paulo, Estado do qual ele foi governador até final de março. Em Camboriú (SC), o tucano advogou em causa própria e pediu aos fiéis presentes no 28º Congresso Internacional de Missões que orassem por "sabedoria para enfrentar as lutas e desafios daqui por diante". Os pastores "entenderam o recado" e pediram abertamente aos fiéis que orassem para que Serra seja eleito presidente.

Guerra judicial

A nova representação do DEM contra Lula é só mais uma batalha da longa guerra judicial que promete dominar a campanha presidencial deste ano. Para se preparar para esta guerra, os partidos estão montando verdadeiros esquadrões de advogados. Defensores ligados a PT e PSDB preveem que campanha será muito judicializada e que terão de agir em mais fronts.

Segundo reportagem do jornal Folha e S. Paulo, faltando poucos detalhes para a contratação dos defensores, os nomes à frente dos times jurídicos dos partidos não devem ser novos, mas a estrutura, o número de advogados e a complexidade do trabalho deverão ser bem maiores que nas últimas eleições.

Os advogados Ricardo Penteado e Márcio Silva trabalharam nos últimos três pleitos presidenciais para o PSDB e o PT, respectivamente, e a escolha deles para atuar na coordenação das equipes é praticamente certa, segundo os partidos.

Apesar de calejados após três eleições, Penteado e Silva dizem que as dificuldades do pleito deste ano serão novas, já que em 2010 a questão do uso da máquina pública na campanha estará mais em evidência.

Eles lembram que, em 1998 e 2006, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva buscavam a reeleição ancorados em bons índices de popularidade e o suposto uso da máquina não gerou maiores problemas às candidaturas.

Em 2002, quando o presidente era FHC e José Serra era o candidato do PSDB -e em tese, poderia ocorrer um questionamento sobre o uso da máquina pelos tucanos-, Serra procurou desvencilhar sua imagem da do governo FHC, e o assunto não foi central para as equipes jurídicas dos partidos.


"Neste ano nossa preparação está sendo maior porque as questões sobre uso da máquina são mais complexas. As investigações sobre esse tipo de irregularidade são complicadas e, como ela se apresenta de muitas formas disfarçadas, vamos ter mais trabalho para apontá-las à Justiça Eleitoral", diz Ricardo Penteado.

Márcio Silva, que já atuou na defesa de Lula ao lado do então advogado e atual ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) José Antonio Dias Toffoli, também prevê que o tema será o mais espinhoso. "Não é razoável que o governo pare porque tem uma candidata. Mas certamente não é nada fácil demonstrar onde está a linha entre o que o governo pode e o que não pode fazer antes das eleições."

O time jurídico do PSDB deverá contar com dez advogados do escritório de Penteado em São Paulo, o Malheiros, Penteado, Toledo e Almeida Prado, e da banca do advogado José Eduardo Alckmin, ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitora), em Brasília.

Prevendo uma acirrada batalha jurídica, Silva apresentou à direção do PT uma proposta de formação de equipe mais complexa, com seis núcleos de atuação, cada um chefiado por um advogado.

Também é dada com certa a atuação do advogado e ex-ministro da Justiça de Lula Márcio Thomaz Bastos na defesa do PT na campanha.
O deputado José Eduardo Cardozo, que não disputará a eleição, está atuando como uma espécie de coordenador jurídico informal de Dilma.

Os advogados não revelaram à Folha os valores dos contratos a serem fechados com os partidos. Mas, para se ter uma ideia das quantias envolvidas, nas eleições de 2006 os defensores do PSDB e do PT receberam cerca de R$ 2 milhões e R$ 1,5 milhão, respectivamente, segundo dados do TSE.

Agenda em Minas

Nesta segunda, os pré-candidatos visitam o mesmo evento no segundo maior colégio eleitoral do País, Minas Gerais. Em Uberaba, a petista e o tucano serão recebidos na cerimônia de abertura oficial da 76ª ExpoZebu que, no ano passado, contabilizou 300 mil visitantes. Está é a segunda vez em que os adversários Dilma e Serra visitam o mesmo evento e no mesmo dia. A outra ocasião se deu em Ribeirão Preto, São Paulo, na última quinta-feira (29). O tucano e a petista visitaram 17ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, a Agrishow.

Do Blog O Terror do Nordeste