sábado, 15 de agosto de 2009

Oposição encurralada dá como certa a permanência de Sarney

Do Portal Vermelho.org

Entre os caciques dos partidos de oposição no Senado não há mais quem aposte na possibilidade de afastamento do presidente da Casa, José Sarney (PMDB). Na próxima quinta (20), o presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ), anunciou que vai submeter ao plenário do colegiado os dez recursos do PSDB e um do PSOL sobre o arquivamento das 11 denúncias contra o senador do Amapá, entre elas, o suposto envolvimento dele nos chamados atos secretos.

Ocorre que na contabilidade dos oposicionistas é dado como certo que eles não terão os oito votos necessários para o desarquivamento das ações entre os 15 parlamentares do conselho. O PSDB e o DEM, que possuem cinco votos no colegiado, precisam do apoio dos três senadores petistas para desarquivar as ações contra Sarney.

Antes de viajar em missão oficial ao Haiti, o senador João Pedro (PT-AM), membro do conselho, deixou claro que não votará contra o presidente da Casa e contribuir para por fim a aliança com PMDB em 2010. Ele é voz divergente do líder do partido Aloizio Mercadante (SP) que defende ao menos o desarquivamento de uma das ações. Os outros petistas Ideli Salvatti (SC) e Delcídio Amaral (MS) querem ficar fora do processo e voltar para a suplência.

Jogada contra líder tucano

Para completar o tabuleiro político, o PMDB recorreu na noite desta quinta (13) do arquivamento da representação contra o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), acusado de manter no exterior um funcionário do seu gabinete recebendo salário da Casa. O documento foi assinado por Almeida Lima (PMDB-ES), Wellington Salgado (PMDB-MG), Gilvam Borges (PMDB-AP), Gim Argelo (PTB-DF) e Inácio Arruda (PCdoB-CE). Na hipótese do desarquivamento de uma das ações contra Sarney o tucano também terá que ser julgado no colegiado.

Segundo articulistas políticos em Brasília, o PMDB também trabalha como plano B a dissidência dentro do DEM que foi o principal aliado de Sarney nas eleições para a Mesa. O líder do partido Agripino Maia (RN) teria visitado nesta semana a residência do líder peemedebista Renan Calheiros (AL) para discutir o assunto. Ele distribuiu nota nesta sexta (14) negando que estivesse acontecendo um acordo.

O fato é que o DEM nas últimas três legislatura assumiu a Primeira-Secrataria da Casa de onde partiram os atos secretos. O maior número deles, inclusive, foi baixado quando Antonio Carlos Magalhães, o ACM, era presidente. Nos bastidores, comenta-se que os peemedebistas têm conversado com ACM Júnior que é suplente no colegiado.

As articulações são constantes e o imbróglio pode não ter fim na próxima semana. À Agência Senado, Paulo Duque disse que pretende colocar todos os 12 recursos para apreciação do plenário do Conselho, mas lembrou que tem regimentalmente 30 dias para isso. Ainda afirmou que não mudará "nenhuma vírgula" de suas decisões. "Não vou mudar nada, mesmo porque já está tudo publicado", afirmou.

De Brasília,
Iram Alfaia


Brasil é líder na área de energia limpa

Os cuidados ambientais que cercam a construção de hidrelétricas fazem com que o Brasil seja reconhecido mundialmente como grande produtor de energia limpa.

A afirmação foi feita pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que participou nesta quinta-feira de uma audiência pública na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), no Senado Federal.

O ministro explicou aos senadores as mudanças que vem sendo adotadas em seu ministério, para promover maior rapidez e agilidade na liberação de licenças ambientais para obras de infraestrutrura.

Carlos Minc comentou ainda o processo de licitação que definirá as empresas responsáveis pela construção da Usina Nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro.

Minc ressaltou que as exigências ambientais postas pelo ministério não interrompem o andamento da licitação e que a principal exigência, que é a definição do local onde se depositará o lixo atômico, já está praticamente acertada.

Outra decisão tomada a partir de negociações entre os ministérios do Meio Ambiente e dos Transportes diz respeito a manter a navegabilidade dos rios onde são construídas usinas hidrelétricas. O ministro afirmou que, a partir de agora, construções de eclusas que permitem a navegação serão realizadas concomitantemente com as obras das usinas.

Participaram do debate os senadores Francisco Dornelles (PP-RJ), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Efraim Morais (DEM-PB), Rosalba Ciarlini (DEM-RN) e Gilberto Gollner (DEM-MT). Eles reclamam de atrasos em obras em seus estados, causados por entraves burocráticos, entre os quais as licenças ambientais.

Fonte: Correio do Brasil

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Bessinha - chargeonline

Fazendo Media entrevista a cônsul de Honduras: "meios de comunicação apoiaram os golpistas"

Do blog do Rodrigo Vianna (Escrevinhador)

Quando fui demitido da TV Globo, depois de discordar da linha de cobertura da eleição presidencial, em 2006, o primeiro a me procurar para uma entrevista foi Marcelo Salles. O jornalista - que vive em Niterói (RJ) - mantém, com outros bravos colegas, o ótimo site Fazendo Media - que cobre de forma crítica os bastidores da imprensa brasileira.

Agora, a turma do Fazendo Media faz uma bela entrevista com a cônsul de Honduras no Rio - que foi demitida pelo governo golpista.

Para ir ao Fazendo Media, clique aqui - http://www.fazendomedia.com/?p=531.

Confira abaixo a entrevista...

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Entrevista concedida a Marcelo Salles, Raquel Junia, Mariana Vidal, Eduardo Sá, Tatiane Mendes e Gilka Resende. Fotos: Fernanda Chaves.

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A arquiteta Gioconda Perla assumiu, há um ano, o cargo de Cônsul-Geral de Honduras no Rio de Janeiro. Integrante do Partido Liberal, o mesmo do presidente Manuel Zelaya, ela afirma que o golpe de 28 de junho foi uma surpresa. “Pensávamos que isso era uma coisa do passado. É como resgatar um morto do túmulo, com toda a podridão e tudo o que isso implica”, diz. A diplomata recebeu a carta de demissão, via fax, no dia 16 de julho, assinada por Roberto Micheletti, que se auto-intitulou presidente. Seu salário foi cortado, assim como a verba de representação. Apesar disso, Gioconda seguiu trabalhando, pois não reconhece a legitimidade do governo de fato. Nesta entrevista, realizada num café próximo ao Consulado, ela comenta algumas das causas do golpe (mudança na lei de petróleo e aumento do salário mínimo) e garante que, hoje, existe uma ditadura em seu país. Mas, apesar de tudo, está confiante no retorno do presidente Zelaya, em face do enorme apoio manifestado pela comunidade internacional. Por fim, a diplomata faz uma declaração reveladora: não foi procurada por nenhuma das corporações de mídia para dar sua versão dos fatos.

Como tem sido o dia a dia do povo em Honduras? As pessoas estão saindo às ruas? Estão se manifestando? Porque a gente não consegue ver…
Vocês não conseguem ver na televisão, nem vão conseguir ver. Mas as pessoas têm se organizado, especialmente o grupo dos professores – alguns deles, inclusive, foram mortos. Mas, sim, as pessoas estão se manifestando.

O trabalho continua? As escolas continuam? Como está isso?
Não, as escolas não continuam. Há algumas semanas se suspenderam as aulas.

Então o país não está numa situação de normalidade?
Não. Alguém disse pela rádio que não havia crise, mas não é verdade porque o país está numa convulsão total. Muita gente está ameaçada.

E a energia desse povo mobilizado, você acha que continua mesmo com toda essa repressão?
Eu creio que sim. Eu creio que, inclusive, à medida que vai passando o tempo a gente vai organizando forças cada vez maiores e isso vai dando impulso e as pessoas vão se tornando mais seguras, vão se juntando a essa onde de repúdio ao que está acontecendo.

A gente vem tendo informações pela internet da resistência hondurenha e acompanhado, também, via Telesur, que o presidente Zelaya tenta retornar. Também soubemos que o governo golpista estaria implantando uma ditadura lá…
Sim, um sistema de terror. Porque, por exemplo, quando o presidente Zelaya tentou regressar, nesta vez que estava na Nicarágua, e quis entrar pela fronteira, havia milhares de pessoas o esperando, mas não foi possível chegar até a fronteira porque foram reprimidos. Conheço pessoas que tiveram suas casas ameaçadas, gente que foi despedida de seu trabalho, então há todo um sistema de terror.

Seriam nove mortos e mais de dois mil presos, você confirma essa informação?
Na realidade, é bem difícil confiar no que sai na imprensa. Porque, por exemplo, eu havia recebido dos meus amigos de Honduras uma notícia de que havia sido seqüestrada uma pessoa, de que foi maltratada e obrigada a dizer onde estão as pessoas ligadas ao presidente Zelaya. Então, essas coisas não saem à luz, entende? Não são publicadas todas as coisas que estão ocorrendo em Honduras.

Quais as suas principais fontes de informação?
Meus amigos que estão lá dentro de Honduras e os que estão fora de Honduras, mas perto das fronteiras, perto do presidente. Alguns ministros, algumas pessoas conhecidas que estavam no governo e tiveram que sair acompanhando o presidente e todas as pessoas do povo que escrevem e passam os correios comuns. Essas são as minhas fontes de informações.

Você está acompanhando as notícias que saem na mídia brasileira?
Nem sempre, trato de seguir pelas agencias internacionais e as notícias dos meios de Honduras. Estou há uma semana sem ler as brasileiras.

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Você chegou a ser ameaçada?
Eu fui despedida pelo governo atual. Apesar de eles terem feito uma promessa pública de que não despediriam as pessoas que não estão, digamos, na cúpula do governo. Mas é a maior demissão em massa. Por exemplo: no meu caso, que sou a Cônsul-Geral de Honduras aqui no Rio de Janeiro, fui despedida, suspenderam meu salário, suspenderam a verba de representação. Ou seja, não se pode pagar a minha sala, não se pode pagar os telefones, a residência, uma forma que me parece sutil, mas uma forma de reprimir. De evitar que nós não nos pronunciemos, não denunciemos o que conhecemos e sabemos.

(CLIQUE EM "LEIA MAIS" PARA CONFERIR A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA)

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Striptease midiático

por Eduardo Guimarães(Cidadania.com)

Confesso a vocês que, em meio século de vida, nunca vi coisa igual à guerra das tevês que ora beneficia o país. E sei que não faltarão os que dirão “feio” o barraco midiático estabelecido entre Globo e Record a partir da última terça-feira, mas, para este blogueiro, nunca se viu coisa mais útil na tevê.

Nesta quinta-feira à noite, o novo round veio de forma mais elaborada, lenta, revestido de alguma coisa que me fez lembrar de sensualidade, provavelmente pelo cair das vestes que se viu não apenas das duas emissoras, mas de todos os impérios de mídia do país.

Era como se Globo e Record, através dos minutos incontáveis de suas matérias de ataque uma à outra, fossem deixando, lânguidas, que os véus translúcidos que resguardam suas vergonhas caíssem um a um.

As duas emissoras começaram a se atacar exatamente ao mesmo tempo – tão logo terminou o horário eleitoral do PTC. A Record manteve os ataques por mais tempo do que a Globo.

Ambas arrastaram seu bate-boca ao Congresso nacional, mostrando que a briga realmente é de cachorro grande e de como foi na política que esses impérios de comunicação nasceram, cresceram e como chafurdam nela até hoje, mais do que nunca.

A Globo escalou seu time de parlamentares oposicionistas de sempre (Arthur Virgílio, Rodrigo Maia etc.) e o indefectível petista Eduardo Matarazzo Suplicy. Defenderam investigações logo depois do acordão que fizeram para pôr fim a elas no Senado, a Casa do Telhado de Vidro.

A Record respondeu com outro time de parlamentares maior e bem mais agressivo do que os que se apresentaram no Jornal Nacional para pedir “apuração” das denúncias contra a Igreja Universal. Os parlamentares da emissora de Edir Macedo citaram a Globo nominalmente sem parar, falando sobre os malefícios do monopólio da emissora carioca.

De resto, a Globo requentou informações de terça-feira sobre a denúncia do Ministério Público de São Paulo contra a Universal e a Record promoveu uma lacrimejante defesa do “dízimo” através de fiéis que teriam enriquecido valendo-se daquela prática cristã (dízimo), a qual a Record também lembrou ser comum em outras igrejas, como a católica.

No fim das contas, a nudez midiática revelou o que jamais os impérios de comunicação exibiram sobre si e revelou o quanto tinham a esconder. Acredito que o que mais chamou a atenção naquela nudez indecente foi o envolvimento da televisão com políticos, a mesma televisão que boa parte do público sempre acreditou apolítica.

Foi o striptease mais bem feito a que assisti, apesar de não ter assistido a tantos assim e de os outros a que assisti terem sido com stripers mais bonitas.

Jakobskind: A Globo e o pré-sal

Globo se alia aos EUA por bases americanas e contra pré-sal

Por Mário Augusto Jakobskind, no Direto da Redação


A TV Globo mais uma vez deu o ar de sua graça subserviente quando da passagem pelo Brasil do general James Jones, assessor de Segurança Nacional do presidente Barack Obama. O âncora de um dos jornais da emissora, Wiliam Wack, fez uma entrevista do gênero convescote para o militar mostrar que os Estados Unidos estão muito a fim das riquezas petrolíferas do pré-sal e com “toda generosidade” (na visão da Globo, claro) oferecer “armas de última geração” para as desequipadas Forças Armadas brasileiras.

De quebra, o entrevistador levantou a bola para o general justificar as bases militares estadunidenses que estão sendo instaladas na Colômbia, embora Obama um dia depois tenha dito que não assinou autorização nesse sentido. Waack ainda por cima aproveitou a oportunidade para reforçar a cruzada anti-Hugo Chávez que a mídia hegemônica desencadeia diariamente.

Com base em informações totalmente manipuladas, os meios de comunicação conservadores e o governo colombiano tentam de todas as formas vincular armas em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) com a República Bolivariana da Venezuela. Armas compradas da Suécia há 20 anos, ou seja, dez anos antes da ascensão de Chávez e que foram parar no arraial do grupo insurgente colombiano depois de terem sido roubadas em um posto fronteiriço da Venezuela com a Colômbia em 1995, segundo informou o governo venezuelano.

O esquema lavagem cerebral faz lembrar os meses que antecederam a invasão e ocupação do Iraque, em 2003, quando o governo do então presidente George W. Bush pregava uma mentira deslavada sobre as armas de destruição em massa de Saddam Hussein, que serviram de justificativa para a ação militar desencadeada pelo Pentágono. Agora até Israel entrou na história para mentir sobre a presença do Hezbollah na Venezuela.

Imaginava-se inicialmente que o governo do presidente Barack Obama adotaria na América Latina uma política diferenciada em relação ao famigerado W. Bush, mas com o passar do tempo parece que não há nada de novo no front, a não ser uma retórica mais light.

O governo brasileiro, que sem dúvida deve estar sendo pressionado pelos abutres de sempre, nacionais e estrangeiros, tem tido uma posição de destaque na área externa, inclusive demonstrando preocupação com a intensificação da presença militar estadunidense na Colômbia através de sete bases que estão sendo criadas.

Já o governo Barack Obama justifica, na palavra do general James Jones, que as bases militares na Colômbia servirão apenas para intensificar o combate ao narcotráfico, quando se sabe que a movimentação existe porque há consumo, em maior grau nos Estados Unidos. Aliás, a demanda por lá cresce e ainda por cima quando o governo anuncia maior combate ao narcotráfico.

O general ajudado pela TV Globo para dar o recado garantiu que as bases militares estadunidenses na Colômbia não afetarão a soberania de ninguém. Quem garante? Historicamente, garantias como a do general sempre foram letras mortas. Talvez só mesmo os editores da Globo e de outras mídias conservadoras acreditam.

No mesmo diapasão, ou seja, desta feita no sentido de desconstruir o que vem sendo pouco a pouco construído em matéria de TV pública, os jornalões de sempre investem furiosamente contra a TV Brasil. A Folha de S.Paulo, por exemplo, foi mais audaz de todos ao pedir pura e simplesmente o fechamento da emissora pública sob o falso argumento de que a mesma tem baixa audiência.

Não é por causa disso que os editores dos jornalões condenam a existência da TV Brasil, que por pior audiência que tenha, e isso é discutível, está próxima de muitos órgãos de imprensa. Para se ter uma ideia, segundo os critérios do Ibope, só no Rio de Janeiro em dia ruim a audiência do noticiário jornalístico das 21 horas atinge 200 mil telespectadores.

A contagem abrange apenas os que estão sintonizados na TV aberta — e não os que assinam sistemas de cabo e assim sucessivamente. E isso, vale lembrar, em um ano e meio de funcionamento da emissora.

Quanto aos jornalões, alguns deles centenários, como O Estado de S. Paulo, a venda alcança 215 mil exemplares diários, a Folha de S. Paulo, nas mãos dos Frias desde 1962, chega a 296 mil diários. A Folha de S. Paulo, jornal que se diz “a serviço do Brasil” (resta saber que Brasil), no início do ano 2000 vendia um milhão de exemplares diários. O maior jornal carioca, o octogenário O Globo, segundo aferições confiáveis, vende diariamente 260 mil exemplares.

Não é que a TV Brasil possa ser considerada um canal ideal, mas, mesmo com todas as suas limitações, já oferece alternativas para um público cansado das emissoras tradicionais que repetem em seu jornalismo o mais do mesmo, como tem acontecido, sobretudo em relação às informações relativas aos países da América Latina.

É isso aí, os setores conservadores midiáticos estão preocupados e se sentem incomodados com a TV Brasil. Daí investirem, agora furiosamente, contra uma emissora pública que tem uma proposta diferenciada.

Texto: Mário Augusto Jakobskind / Postado em 12/08/2009 ás 06:02

http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=067a26d87265ea39030f5bd82408ce7c&cod=4630

Fazendo Media: A mídia e o golpe em Honduras

Blog Fazendo Media - Marcelo Salles

Honduras: ‘Um dos principais apoios do golpe foram os meios de comunicação’

Por Redação, 14.08.2009

A arquiteta Gioconda Perla assumiu, há um ano, o cargo de Cônsul-Geral de Honduras no Rio de Janeiro. Integrante do Partido Liberal, o mesmo do presidente Manuel Zelaya, ela afirma que o golpe de 28 de junho foi uma surpresa. “Pensávamos que isso era uma coisa do passado. É como resgatar um morto do túmulo, com toda a podridão e tudo o que isso implica”, diz.

A diplomata recebeu a carta de demissão, via fax, no dia 16 de julho, assinada por Roberto Micheletti, que se auto-intitulou presidente. Seu salário foi cortado, assim como a verba de representação. Apesar disso, Gioconda seguiu trabalhando, pois não reconhece a legitimidade do governo de fato. Nesta entrevista, realizada num café próximo ao Consulado, ela comenta algumas das causas do golpe (mudança na lei de petróleo e aumento do salário mínimo) e garante que, hoje, existe uma ditadura em seu país. Mas, apesar de tudo, está confiante no retorno do presidente Zelaya, em face do enorme apoio manifestado pela comunidade internacional. Por fim, a diplomata faz uma declaração reveladora: não foi procurada por nenhuma das corporações de mídia para dar sua versão dos fatos.

[...]

Qual o papel, no golpe, dos meios de comunicação comerciais hondurenhos?
Eu penso que vários donos dos meios e os meios em si foram um dos principais apoios que o golpe encontrou. Nós estávamos na expectativa no domingo 28, mas não passaram nada sobre o plebiscito. As notícias falavam de programa de saúde, mas jamais, em Honduras, quando há uma votação ou acontece uma coisa como essa… é todo o dia, todo o dia se fala nisso. Se passaram várias horas e nós não escutamos absolutamente nada. De repente, como às onze da manhã, saiu uma só notícia de que havia ocorrido o golpe e não ouvimos mais nada o dia inteiro. É claro que usamos os telefones e a internet para averiguar, porque inclusive as pessoas dentro de Honduras não se davam conta de que o presidente fora seqüestrado pela manhã. Soubemos mais adiante que uma das principais rádios que nós hondurenhos estamos acostumados a ouvir, uma rádio típica, foi explodida com uma bomba e sabotaram seus transmissores; sei que a rádio não pôde transmitir.

Tem um jornalista, Johnny Lagos, que disse que existe uma lista de pessoas, comunicadores populares, inclusive ele, marcadas para morrer. A Amarc, a Associação de Rádios Comunitárias, enviou um correspondente para Honduras e as informações que eles têm enviado é que rádios comunitárias também estão sendo fechadas. Qual era a relação do Zelaya com o movimento de rádios comunitárias e mídias alternativas e populares? A relação dele era sempre muito boa, ele se relacionava com as rádios e com todos os meios e também ele foi o primeiro presidente a instaurar uma rádio estatal.

Esses meios estão sendo perseguidos agora?
Sim, tanto que uma das coisas que mais me impressionou, além de tudo isso, é o fato de que o conhecidíssimo caricaturista Allan McDonald foi seqüestrado no mesmo dia em que foi seqüestrado o presidente. Ele foi seqüestrado com a sua filha de dois ou três anos. Para que vocês vejam: um caricaturista não tem a liberdade de fazer um discurso político. Essa é a situação.

Para ler a íntegra, vá ao Fazendo Media

Fonte: blog vio mundo

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Charge de P. Barbosa para A Charge Online



PHA: O padrão Globo (Kamel) de atacar a Petrobrás

Na charge acima, a doutrina Kamel em ação

Na charge acima, a doutrina Kamel em ação

O Conversa Afiada reproduz a inteligente seleção de manchetes sobre a CPI da Petrobrás publicadas no blog do Nassif pelo navegante Luciano:

Agência Estado
CPI: Cartaxo diz que Petrobras não foi multada

Agência Senado
Cartaxo diz que sigilo fiscal impede divulgação de dados, mas aponta legalidade em operação da Petrobras

Band News
Romero Jucá encerra investigação de manobra contábil da Petrobras

CNT
Otacílio Cartaxo afirma que legislação é omissa em relação a mudança de regime tributário feita pela Petrobras

Diário Comércio e Indústria
Receita vê brecha legal para opção da Petrobras

Folha de S.Paulo
Receita recua e agora nega irregularidade na Petrobras

Band News
CPI: Receita Federal, representada por Octacílio Cartaxo, isenta a Petrobras de culpa

JB Online
Secretário: lei não proíbe mudança tributária na Petrobras

Rádio Bandeirantes SP
Receita isenta Petrobras de culpa

Petrobras teria agido dentro da lei em suposta manobra fiscal

Valor Econômico
Na CPI, Receita reconhece legalidade em manobra tributária da Petrobras

Abaixo, a doutrina Kamel de jornalismo:

G1
Legislação é omissa sobre mudança tributária feita pela Petrobras, diz Cartaxo

Globo News
CPI: legalidade da mudança contábil não é unânime

O Globo
Receita tenta proteger Petrobras em CPI

Os EUA estão de volta aos anos 30?


Por João Villaverde

Depois dos tempos neoliberais dos anos 80, 90 e 00, a explosão da enorme crise financeira nos Estados Unidos, no ano passado, fez ressurgir um modelo há tempos dado como morto: o keynesianismo. Isso é o que dizem alguns economistas e analistas expoentes do cenário internacional, certo? Quer dizer, os keynesianos estão eufóricos com o "retorno". Os liberais (ou clássicos) estão enraivecidos com o que chamam de "retorno do keynesianismo".

Ou seja, está todo mundo falando em keynesianismo, desde, pelo menos, os acontecimentos de setembro/outubro do ano passado.

Vamos pensar um pouco, então.

Segundo a teoria de John Maynard Keynes, que virou papa econômico entre os anos 30 e 60 do século XX, o Estado deve participar ativamente da economia. Ou seja, não deve apenas regular mercados, mas atuar como agente, seja investindo em obras públicas, contratando funcionários, aumentando gastos, etc.

Foi com as teorias de Keynes que os EUA, sob a presidência de Franklin Delano Roosevelt (1933-1945) sairam da mais grave crise da história do capitalismo: a Grande Depressão que se seguiu ao crash de 1929. Depois, a partir do sistema desenhado pelo acordo de Bretton Woods de 1944, os ideais keynesianos viraram consenso pelo mundo ocidental. O Estado de Bem-Estar Social europeu é resultado direto deste consenso.

Importante lembrar que o contra-peso ideológico representado pela União Soviética, com Estado centralizador e soberano sobre a sociedade e o mercado, exercia grande força econômica em muitos pensadores ao longo das décadas de 30 e 60, mais ou menos.

Keynes gostava de dizer (ou seria Roosevelt? não lembro com certeza) que suas ideias ambicionavam salvar o capitalismo dele mesmo, isto é, dar ao sistema uma segurança que a forma liberal (ou neoliberal) era incapaz de assegurar.

Por que então os analistas -- políticos e econômicos -- dizem que os EUA de Obama são keynesianos?

O déficit fiscal americano saltou, entre o primeiro semestre de 2008 e o primeiro semestre de 2009, de US$ 285,85 bilhões para US$ 1,086 trilhões. Estão computados aí, os gastos promovidos pelo governo americano para salvar o país de uma Depressão semelhante a que ocorreu nos anos 30. Obama, assim que assumiu, já saiu anunciando pacote de US$ 800 bilhões para "salvar" a economia -- acabou sendo aprovado em US$ 787 bilhões pelo Congresso. Pouco antes, ainda sob Bush, em outubro/novembro de 2008, o secretário do Tesouro Henry Paulson lançara pacote semelhante, da ordem de US$ 700 bilhões em gastos federais.

A diferença é que as centenas de bilhões de dólares gastos pelo governo americano foram, em sua maior parte, transferidos para os bancos (comerciais e de investimentos) que estavam na beira da falência. Transferência direta de dinheiro, além de títulos repassados e garantia financeira. Tudo para manter o sistema financeiro seguro.

Existem também as enormes quantias repassadas às indústrias automobilísticas -- GM, Ford e Chrysler -- para que estas não falissem.

Há mais gastos em obras federais? Certamente. Mas eles não são tão vultosos assim e não se comparam -- nem de longe! -- com o que Roosevelt levou à cabo nos anos 30.

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Imagem tirada daqui.

PERIGO À VISTA: FHC DIZ QUE PETROBRAS TEM DE SER PRIVATIZADA!

DE OLHO NO PRÉ-SAL FHC DIZ QUE O BRASIL PRECISA PRIVATIZAR PETROBRÁS!

Brasília (12) - As discussões que envolvem a Petrobras no âmbito da CPI que investiga a estatal precisam se estender para um debate ainda mais amplo: o que o Brasil quer e precisa da Petrobras. A proposta é do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra do PSDB. Para ele, é preciso investigar se há corrupção na empresa, mas também discutir qual o papel dela diante das descobertas do pré-sal, da autosuficiência e até mesmo das parcerias internacionais.

FHC listou algumas questões que julga pertinentes avaliar, como a necessidade de se criar uma nova estatal para administrar o pré-sal ou até mesmo novas leis para regular a exploração de petróleo. "O governo pode regular por decretos. Será que precisamos de novas leis? Tudo é passível de análise. O que não pode é desvirtuar o papel da ANP (Agência Nacional do Petróleo). Andei lendo que ela pode vir a ser usada na própria perfuração. É algo sem sentido", disse ele.

O ex-presidente da República disse que o tema requer reflexão, estudo e discussão e é perigoso descartar ou assumir modelos prematuramente. Ele acrescentar outra questão: qual será o tamanho do sacrifício que o país deve fazer por causa dos investimentos previstos no pré-sal?

Fernando Henrique Cardoso diz que é necessário o Brasil botar na balança o que pode ser mais vantajoso, assim como "avaliar se o modelo que queremos deve ser executado pela União, pela Petrobras ou através de uma competição entre várias empresas". Ele ressalva que, confirmado o volume extraordinário de petróleo no pré-sal, será preciso muito investimento para a sua captura. "O BNDES já investiu R$ 20 bilhões. E é dinheiro do Tesouro. Será que convém? Não estaríamos prejudicando investimentos em outras áreas?", questiona.

O governo Lula está elaborando uma nova Lei do Petróleo, onde, segundo informações publicadas em diversos veículos de imprensa, a União poderá ficar com 80% da exploração do pré-sal, o que pode inibir o investimento de empresas estrangeiras no país. Os projetos a serem enviados ao Congresso devem ser divulgados na reunião ministerial do próximo dia 17.

Os críticos do modelo estudado avaliam que o governo usará o pré-sal para fechar o mercado, levando-o de volta a 1997, antes do monopólio na exploração ser quebrado. Para o líder tucano, a discussão sobre o monopólio fazia sentido quando imaginava-se que a costa brasileira não dispunha de petróleo. "A competição faz muito bem. Lembre que a aquisição do campo de Tupi, como é conhecido hoje, em 2002, foi feita numa parceria da Petrobras com o grupo BG e a Petrogal", disse o presidente.

Fonte: Agência Tucana e Blog do Oni presente

Gabeira avisa: Marina será sublegenda dos tucanos

por Rodrigo Vianna, em (Escrevinhador)

Muita gente comemora a entrada de Marina Silva na campanha presidencial. Ela seria uma alternativa para "arejar a disputa", dizem uns amigos a quem respeito. Eu mesmo acho uma lástima termos de escolher entre um tucano autoritário e uma candidata do PT que não parece lá muito comprometida com bandeiras históricas da esquerda.


A candidatura ideal pra mim seria aquela que reconhecesse os avanços do governo Lula (e são vários), sem abrir mão de fazer a crítica pela esquerda.

Marina seria essa alternativa? O perfil dela indica que sim. Acontece que política não se faz com perfil do candidato apenas....

Essa aí será a linha de frente da candidatura de Marina Silva? A UDN, finalmente, terá representante no Acre

Um velho barbudo, no século XIX já dizia: as pessoas não são aquilo que dizem ser, mas aquilo que são na prática. A frase não é bem essa, a citação é mambembe, mas a idéia é essa. Não adianta o PT dizer que ainda é socialista. O partido virou uma máquina eleitoral social-democrata - e olhe lá. Não adianta o Serra dizer que ele é social-democrata; porque o partido dele foi responsável por um governo ultraliberal e privatista.

Sobre a candidatura de Marina, é preciso fazer duas perguntinhas simples:
- a quem interessa?
- quem estará com ela?

A resposta para a primeira pergunta é subjetiva. Há quem diga que interessa ao Serra, por tirar votos de Dilma, pela esquerda. Marina seria a Soninha em nível nacional. Mas há quem diga que a candidatura dela interessa ao eleitor que se sente órfão diante de um governo Lula que se abraça ao Sarney e ao Renan para sobreviver.

A resposta para a segunda pergunta é mais simples. Marina, se sair candidata, estará no PV. Ela foi recebida nesta quarta-feira pelo Gabeira. Ele trabalha há alguns anos como linha auxiliar dos tucanos, todo mundo sabe. Mais que isso: Gabeira é uma espécie de UDN verde. Moralista da boca pra fora, berrava contra Severino, de dedo em riste. Ao mesmo tempo, se lambuzava em dinheiro público, como já escrevi aqui - http://www.rodrigovianna.com.br/plenos-poderes/gabeira-a-nova-udn-se-lambuza-em-dinheiro-publico.

Pois bem. Se alguém tinha alguma dúvida sobre as intenções do PV em relação a Marina Silva, isso se dissipou depois do encontro com Gabeira.

Leiam o que Gabeira disse ao site G1, que é uma espécie de porta-voz da UDN do Leblon.

G1
"Gabeira afirmou ainda que o “fator Marina” pode interferir no seu planejamento eleitoral. Ele é pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro e diz contar com o apoio de PSDB, DEM e PPS para a empreitada. O problema é que toda a negociação da aliança foi feita em cima da possibilidade de o deputado fazer campanha para o candidato à Presidência do PSDB, José Serra (SP) ou Aécio Neves (MG), apontados como potenciais nomes para encabeçar a chapa tucana.
Na visão de Gabeira, sua candidatura ao governo do Rio de Janeiro só seria possível com um acordo entre os partidos para que ele defenda dois candidatos à Presidência, o do PV e o do PSDB.

Ele descartou ser candidato apenas pelo PV, sem alianças. “Não vou disputar só com um minuto na televisão.”
=

Volto eu. Gabeira, como se vê, terá dois candidatos a presidente: Serra e Marina. Nessa ordem. Ou seja: a senadora do Acre, para o PV, é sublegenda dos tucanos.

O povo não é besta. Vai perceber isso.
Espero que Marina também perceba. Antes que jogue sua biografia no lixo...

A boa notícia é que a candidatura Marina pode acabar com essa polarização Dilma x Serra. Se há espaço para uma sub-leganda dos tucanos, por que não apostar numa outra candidatura lulista?

O Ciro já avisou que está no jogo.
E disse, ao "Estadão", qual seria o mote de sua campanha: "manter e institucionalizar tudo de bom do Lula. E consertar o que de contradição existe".

Ciro seria um pós-Lula. Um candidato que reconheceria os avanços de Lula, sem preconceito anti-nordestino, sem elitismo, e principalmente sem tucanos à sua volta.

Sou mais o Ciro do que a Marina capturada pelo PV serrista.

Bolívia: "A direita ainda não foi derrotada economicamente"

Bolívia: "A direita ainda não foi derrotada economicamente"Em entrevista ao Le Monde Diplomatique da Bolívia, dirigido por Pablo Stefanoni, o vice-presidente Álvaro García Linera analisa o atual momento político do governo Evo Morales. Linera destaca as vitórias políticas e eleitorais do governo, mas adverte: "a direita sofreu um golpe político, perdeu o mando do Estado, perdeu a capacidade de seduzir estatalmente à sociedade, mas tem muito poder econômico ainda. É diferente a forma de consolidação do ponto de bifurcação quando é o setor popular o derrotado, política e materialmente, que quando se trata do setor empresarial".
- Como explica o enfraquecimento da oposição depois de mais de dois anos de prova de força com o governo?”

Álvaro García Linera: O governo do presidente Evo viu a Assembléia Constituinte como apossibilidade de armar um grande bloco coletivo de todas as forças sociais do país. Nos jogamos de cabeça nesse projeto de pacto. Internamente no seio do povo, havia que coesionar o bloco popular, com muitas dificuldades, porque havia muita diversidade corporativa e em seguida havia que dar o passo seguinte de abertura para os outros setores sociais opositores, minoritários, mas importantes. E nisso demos mostras de vontade de flexibilizar posições políticas, de ceder em demandas e de incluir a todos. Mas o bloco social opositor havia definido uma estratégia de bloqueio ou de suspensão constituinte, isto é, de irresolução da estrutura de poder, e optou pela rejeição dos pactos constituintes várias vezes. Seu objetivo consistia em prolongar a crise do estado iniciada em 2000, enfraquecendo ao governo na espera de um momento em que a correlação de forças lhe fosse favorável para a resolução da crise. E nós, ainda assim, insistimos.

O debate sobre os chamados “dois terços”, no final de 2006, foi um primeiro ensaio do que estava em jogo e da decisão de um setor que não estava disposto a aceitar sua posição de minoría política democrática. Nos dois terços e no tema da onipotência da Constituinte cedemos, recuamos, mas ao mesmo tempo, como contrapartida, avançamos na consolidação de uma maioria social e política que também se convertia em uma maioria decisória constituinte. O segundo grande momento de confrontação foi o tema da capitalidade de Sucre. Desenterrou-se um tema centenário, causador da guerra civil de 1899, como ponta de lança para voltar a suspender a Constituinte. Ai o bloco opositor, cívico-prefeitural de direita, nos mostrou que estava disposto a tudo, inclusive a colocar em risco a vida de constituintes contanto que conseguisse inviabilizar a possibilidade de um pacto nacional constituinte. E nós, frente a esse cenário voltamos a fazer grandes concessões.

Visto à distância, a direção cívica sucrense, que era empurrada pelas elites cruzenhas, estava obtendo uma grande quantidade de conquistas: quase um terço das sessões do Congresso em Sucre, os escritórios do Defensor do Povo, da Procuradoria, talvez da Corte Nacional Eleitoral, um conjunto de instituições que lhe davam uma relevância administrativa e econômica em Sucre, além de uma viabilização mais rápida de um conjunto de obras de infraestrutura. Mas eles tampouco aceitaram. E comprovando que não havia nenhum interesse de fazer um acordo, mas de antagonizar indefinidamente, nos lançamos à aprovação da Nova Constituição, primeiro em Calancha e em seguida já em Oruro. Isto é, resolvemos definir pela via das maiorias constituintes a estrutura do poder estatal.
Continua...

Fonte: Agencia Carta Maior


Endossando a roubalheira:PSDB entrará com representação contra procuradores que denunciaram Yeda


Não há nenhuma novidade nessa representação dos tucanos contra o MP.Tucanos não praticam corrupção, cometem "erros formais". Tucanos quando roubam, entrega o objeto do roubo e fica por isso mesmo.De lamentar que ainda tem gente que apoia o que a tucanalha fez.Que coisa mais ridícula!


"O PSDB irá protocolar uma representação no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) contra os procuradores responsáveis pela ação civil pública que denunciou à Justiça a governadora Yeda Crusius (PSDB) e outras oito pessoas ligadas à administração do Estado por improbidade administrativa.

Na nota, divulgada nesta quarta-feira pela Comissão Executiva Nacional, o partido classifica como "claramente político-partidária" a atuação dos procuradores no caso.

"A entrevista dos procuradores na semana passada teve um roteiro próprio aos anúncios de espetáculos. Primeiro o vazamento de que uma 'bomba atômica' seria apresentada contra a governadora. Depois o genérico, sem apresentação de qualquer fato, pedindo o afastamento da governadora", diz a nota.

O partido afirma ainda que não se surpreendeu com a "absoluta falta de qualquer elemento de prova contra a governadora Yeda Crusius, bem como a inexistência de fatos objetivos que possam ser tipificados como crime ou improbidade".

"Isto apenas torna a espetacularização feita pelos adversários inconformados e desesperados e, infelizmente, também pelo Ministério Público mais estarrecedora", afirma a nota.

Além da representação, o partido diz que irá exigir, nas futuras sabatinas dos procuradores a serem designados para o conselho, o "compromisso de luta efetiva contra a politização do Ministério Público".

O Ministério Público afirmou que não irá comentar a representação.

Ação

Além de Yeda, foram denunciados à Justiça pelo Ministério Público o marido dela, Carlos Crusius; o deputado federal e secretário de Segurança do Estado entre 2003 e 2006, José Otávio Germano (PP-RS); o presidente do TCE (Tribunal de Contas do Estado), João Luiz Vargas; o deputado estadual e chefe da Casa Civil na época da denúncia Luiz Fernando Záchia (PMDB); o deputado estadual Frederico Antunes (PP); o ex-secretário-geral de governo, Delson Martini; a assessora da governadora, Walna Meneses; e o tesoureiro da campanha de Yeda, Rubens Bordini.

Na ação, a Procuradoria da República no Rio Grande do Sul pede o afastamento da governadora e de outros agentes públicos. Os procuradores pedem também que a Justiça determine a indisponibilidade dos bens de todos os envolvidos para garantir a devolução integral aos cofres públicos dos recursos supostamente desviados.

A estimativa dos procuradores é de que o valor ultrapasse R$ 44 milhões. Os recursos teriam sido desviados do Detran gaúcho, da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) e fundações de apoio, como a Fatec (Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência vinculada à UFSM) e Fundae (Fundação Educacional e Cultural para o Desenvolvimento e Aperfeiçoamento da Educação e da Cultura), além de outras empresas ligadas ao governo. Folha.

Do blog Terror do Nordeste

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Marina candidata é factóide

Mesmo com a alternativa Marina Silva, agora colocada no tabuleiro das eleições presidenciais, confirma-se o que já se anunciava quando apenas Serra e Dilma eram candidatos quase declarados. Em termos de modelo econômico, ainda não há no horizonte dos/as postulantes à Presidência qualquer um/a que defenda algo diferente do sistema econômico primário-exportador que sempre caracterizou a inserção subordinada da economia brasileira no sistema mundo.

Marina terminou seu ministeriado concordando com causas que inicialmente rejeitava com veemência – como a convivência entre soja transgênica e não transgênica, a transposição do São Francisco e as usinas no rio Madeira - e, a rigor, só ganhou a projeção que tem por ser herdeira simbólica de Chico Mendes e não por defender uma alternativa ecologicamente viável para o País em seu todo.

Nesse contexto, a esquisita candidatura Marina pelo Partido Verde legenda que ora se liga ao ex-prefeito do Rio César Maia, ora ocupa o Ministério da Cultura no governo lulista - é apenas mais do mesmo, embora com toques de dignidade pessoal da postulante. Porém, na prática, Marina candidata a presidenta é apenas o primeiro grande factóide de 2010. Faz muito bem à até aqui incerta estratégia política da candidatura Dilma, à qual se aliaria, sem qualquer dúvida, em um eventual segundo turno contra Serra, e não constitui um polo de alternativas para o País.

Ou alguém imagina que Marina no PV, sem qualquer estrutura partidária nem movimento social que lhe sustente, conseguiria vencer Dilma e Serra, dois candidatos muito bem alicerçados, respectivamente, na máquina do governo federal e no capital industrial e financeiro sediado em São Paulo?
Mais: alguém poderia supor que, se realmente conseguisse levar no primeiro turno os tais 14% de votos que o PV diz que ela tem, Marina fecharia não com Dilma, candidata do partido que a acreana ajudou a fundar, mas com o tucano Serra? A não ser que uma tsunami nos atinja, em um segundo turno, Marina carrearia votos para Dilma, com quem teve divergências somente de procedimento e não de conteúdo.

Só para ficar em três exemplos da convergência entre as visões "ecologicamente sustentáveis" de Marina e obreirista de Dilma:

1. Como Ministra do Meio Ambiente, Marina nunca admitiu o óbvio: as usinas Jirau e Santo Antônio, que estão barrando o rio Madeira (RO), são inviáveis do ponto de vista legal e ecológico e dispensáveis do ponto de vista energético. São caríssimas e jogam o BNDES, seu principal financiador, em um enorme risco político. Contra Dilma e Lula, Marina apenas defendeu o rito legal para concessão das licenças ambientais, que acabaram sendo emitidas após a presidência do Ibama ter desconsiderado a posição em contrário dos técnicos do próprio órgão. A ex-Ministra nunca abordou publicamente os problemas estruturais dos projetos nem os danos que eles já estão causando à toda bacia do Madeira e aos milhares de ribeirinhos que ali residem há décadas;

2. Antes uma fervorosa opositora da transposição do rio São Francisco, obra com a qual Lula quer marcar seu bimandato, Marina passou a defender a obra faraônica em público, mesmo na presença de ambientalistas e membros dos movimentos sociais que em tese seriam seus aliados na luta contra a o desvio das águas;

3. Finda sua passagem pelo governo, em 2008, passou a considerar tecnicamente possível a convivência entre soja transgênica e não transgênica, o que contraria as ponderações sobre a mais absoluta incerteza científica quanto à segurança de commodities geneticamente modificadas. Como senadora, ela própria usou esses argumentos no Projeto de Lei 216/1999, de sua autoria, que propõe cinco anos de moratória para os transgênicos no Brasil.

Uma candidatura para não vencer, como essa, apenas traria ganhos a seus propositores. Primeiro, para Marina, que perdeu espaço na política interna do PT nacional e acreano; e para o PV, que talvez levasse mais um ministério. Mas, o Brasil, que deveria estar no centro das atenções de qualquer candidatura, permaneceria rigorosamente do mesmo jeito que está.

Carlos Tautz é jornalista

Do blog do Armando Raposo

ZÉ CHIRICO E OS DOSSIÊS


Do blog Terror do Nordeste

Quando o zé povinho diz que não assiste mais telejornal porque não aguenta tanto trólóló, a elite ressentida, o chama de ignorante.

Claro, é só nossa elite que sabe tudo. O pobre não sabe nada, e porque não tem mais fígado para ler a Veja (nem bolso, afinal, custa caro), nem estômago para ver o JN, ele continua votando no Lula.

Por certo, todo mundo já ouviu que só ignorante vota no Lula.

Bom, um dos motivos da indigestão da pessoa comum com o noticiário é a tolice do momento. Segundo a ex-secretária da Receita Federal, que foi DEMITIDA por Dilma, a Ministra Chefe pediu pra agilizar a investigação do filho do Sarney. E claro, a demitida, "negou" porque é honesta.

Bem, esta tese só resiste mesmo ao tutano dos telespectorantes do JN e dos leitores do folhetim da Abril.

Francamente, que vantagem Maria (no caso, a Dilma) leva mandando encerrar a investigação sobre o filho do Sarney? Sabendo que no dia seguinte isso iria pra mídia?

Que é isso, em rio de piranha, jacaré nada de costas. Dilma não é nada burra.

Mas eu não me assustaria se visse em algum lugar que o zé chirico mandou investigar o rapazote. O zé sim, tem interesse em desmontar a base de apoio da Ministra.

E provém dele, todo esse carnaval. Os cães de assalto do PSDB e do PFL não nos deixam dúvida.

Mas claro, a mídia brasileira, isso não mostra.

Vai ficar que nem o tal caseiro do Palocci. Hoje sabemos que a história não era bem aquela que a imprensa mostrou, e que custou o cargo do Ministro. Mas eram outras épocas. Lula ainda tinha que jogar fora o lastro. Política tem dessas coisas. Quem entende, sabe.

E o que vai acontecer então? O zé chirico vai se dar mal, porque neste joguinho que ele pensa que joga bem, vai atraindo cada vez mais inimigos querendo seu pescoço. Vamos ter um repeteco da eleição de 2002 e da de 2006. O zé vai perder de novo por 66 a 34.

O zé, depois de tanto tempo de política devia ser mais esperto. Mais experimentado. Não dá pra atirar em todo mundo e depois fingir que nada aconteceu. A política pode ser um mundo de faz-de-conta, mas ele guarda sim, ressentimentos. Na primeira bobeada que você der, babáu.

Então, já vou emendando. Bye Bye Serra 2010, como diz o PHA.
Fonte:Anais Políticos.

SERRA APANHA DE DILMA NO SUL









Pesquisa fresquinha do Instituto Vox Populi sobre a intenção de voto dos eleitores do Rio Grande do Sul - estado desgovernado pela tucana Yeda Crusius - apurou que 26% dos gaúchos preferem Dilma Rousseff na Presidência da República contra 25% que escolheriam Zé Chirico. Os dados completos da pesquisa estarão disponíveis ao público amanhã, quinta-feira, na edição de agosto da revista Voto.
Apesar de os números apresentarem um "empate técnico" na liderança, a realidade mostra que a "popularidade" do governador paulista encontra-se em processo de franca derrocada. Vale dizer que, no estado mais meridional do Brasil, Serra está levando fumo.
A pesquisa aponta ainda que Ciro Gomes tem 16% e Heloísa Helena tem 10% das preferências na sucessão presidencial. O Vox Populi também apurou as intenções de voto dos gaúchos para o governo estadual e para o Senado.

Fonte: blog Cloaca News

Por que Obama vai penar nos Estados Unidos

por Luiz Carlos Azenha(vi o mundo)

A recuperação econômica dos Estados Unidos, tão propalada pela mídia, é no papel. É superficial. É para inglês ver. Traz à memória a cobertura que a mídia americana dava à economia brasileira depois que o país aceitou pagar a dívida externa nos termos ditados por Washington. Os números da macroeconomia não davam conta de refletir a realidade da população. A casa é o bem principal da classe média americana.

É dando a casa como garantia que os americanos fazem empréstimos para realizar gastos pessoais. É refinanciando a casa que os americanos pegam um dinheiro extra para trocar de carro. Mas o coração dessa lógica corre risco. Faz algum tempo se noticiou, nos Estados Unidos, que eventualmente a Guarda Nacional será chamada para enfrentar distúrbios sociais. Não duvido.

Uma boa análise publicada pelo Counterpunch.

August 11, 2009

A maioria de nós está quebrado... literalmente

Qual o maior problema econômico dos Estados Unidos?

por MARSHALL AUERBACK

My bills are all due and the baby needs shoes and I'm busted
Cotton is down to a quarter a pound, but I'm busted
I got a cow that went dry and a hen that won't lay
A big stack of bills that gets bigger each day
The county's gonna haul my belongings away cause I'm busted.

--Ray Charles

Quase metade dos proprietários dos Estados Unidos que tem financiamento da casa própria terão acumulado dívida superior ao valor de seus imóveis antes do fim da recessão, de acordo com estimativa do Deutsche Bank AG. A porcentagem de empréstimos "afogados" pode subir para 48%, ou 25 milhões de imóveis, já que a queda de preços no setor imobiliário deve seguir até o primeiro trimestre de 2011, escreveram Karen Weaver e Ying Shen, analistas do Deutsche Bank de Nova York, em um relatório publicado em 6 de agosto.

Em dezembro de 2006, alguns meses depois do pico de alta do mercado imobiliário, o valor total das propriedades residenciais dos Estados Unidos estava em 21,9 trilhões de dólares. Os preços cairam 31% desde o fim de 2006, para um valor hoje estimado em 15 trilhões; no entanto, o valor das dívidas em financiamento permanece inalterado em 10,6 trilhões. Em outras palavras, enquanto a relação dívida-valor do mercado imobiliário dos Estados Unidos era de 48% em dezembro de 2006, agora está em 70% e vai subir para 80% antes que a queda de preços sofra reversão.

Apesar de dolorido, um aumento dessa magnitude poderia ser gerenciável não fosse pelo fato de que a renda e a riqueza nos Estados Unidos são extremamente concentrados. Os 1% no topo representam mais de 20% da renda nacional, enquanto a renda domiciliar média não sofreu aumento nos últimos dez anos. Dentro do domicílio médio, assim, existe uma tremenda vulnerabilidade financeira que não foi atacada pelo governo Obama. A propriedade imobiliária nos Estados Unidos é muito maior que em outras economias modernas. A posse de ações também é alta. O estouro das bolhas imobiliária e de ações destruiu a riqueza da classe média dos Estados Unidos num grau devastador. E é nessa classe média que o alto endividamento privado está. Se houver desdobramentos da crise financeira nos Estados Unidos provavelmente isso vai acontecer nos domicílios. Se a dinâmica da recessão vai deprimir a demanda agregada através da destruição de riqueza, provavelmente será no setor domiciliar.

Quase um terço de todos os domicílios dos Estados Unidos não pagam financiamento. Feito esse ajuste, a taxa de endividamento de 70 a 80% de repente se torna um grande desafio porque significa que os dois terços que pagam financiamento estão diante de dívidas que superam os 100% do valor do imóvel. Pior ainda, assim que a queda de preços acabar, dois terços dos domicílios americanos estarão diante de uma taxa de dívida de 120 a 125%, em média. Os consumidores americanos estão quebrados.

Obviamente, os domicílios têm outros bens. Mas está claro que o consumidor americano tem estado repetidamente no lado perdedor do estouro das bolhas da economia americana. O colapso das empresas de informática [bolha dot.com] e a mais recente queda nos preços do mercado imobiliário mostram que a maioria dos domicílios americanos está sob o maior stress financeiro da história desde a Grande Depressão. E ainda assim a política do governo tem sido a de "resolver" os "problemas" do setor financeiro (onde a maior parte da riqueza do país está concentrada) e esforços mínimos foram feitos para resolver os problemas dos domicílios e dos negócios não-financeiros.

Como o relatório do Deutsche Bank ilustra, a habilidade dos domicílios de gastar depende de três fatores. A entrada de dinheiro (que depende de renda, das prestações de financiamentos e dos impostos), crédito (empréstimos bancários) e valor das propriedades (preços do mercado imobiliário). Agora, devendo mais que o valor de suas casas, com maior pressão sobre a renda como resultado da recessão e praticamente sem poupança para amortecer a dor, a maioria dos domicílios americanos não tem escolha: precisa cortar o consumo drasticamente. E com os consumidores americanos forçados a não gastar, a recuperação global empalidece na falta de estímulo fiscal sustentado que focalize na demanda agregada, não no balanço dos bancos, como tenho repetidamente enfatizado.

A economia americana hoje está esmagada por endividamento maciço dos domicílios. A manutenção do status quo não é solução. As propostas do governo para dar alívio aos devedores através da renegociação dos financiamentos fracassaram miseravelmente. A renda pessoal está em queda num ritmo terrível. Já perderam o emprego 6,5 milhões de pessoas -- com junho acrescentando meio milhão de empregos perdidos. As promessas do governo de um pacote de estímulo que crie 3,5 milhões de empregos nos próximos dois anos não são satisfatórias. E ainda pedem para que sejamos "pacientes".

Precisamos de programas federais que gerem emprego e renda e que restaurem a capacidade dos emprestadores de pagar e a lucratividade das empresas. Precisamos de um pacote para aliviar os domicílios do peso intolerável de suas dívidas. Além disso, dado que a atual crise foi alimentada em parte por um boom do mercado imobiliário, precisamos achar uma forma de lidar com a grande oferta de imóveis que está devastando comunidades, ao provocar o esvaziamento de casas, derrubando os preços e aumentando o custo social da crise. E temos de controlar os renascidos falcões do déficit, que de repente se preocupam em pagar o gasto adicional do governo aumentando os impostos ou pregando o corte de gastos.

Se os preços das casas continuarem a cair o endividamento médio do domicílio americano ficará negativo. Dada a pequena riqueza líquida e os bens em 401k [fundos de investimento voltados para aposentadorias], a maioria dos domicílios não terá qualquer renda extra. Pela lei atual o déficit dos domicílios pode levar a um repúdio maciço das dívidas, em vez do pagamento delas, o que poderia causar novas perdas de casas, deprimindo ainda mais o mercado imobiliário. Porque boa parte da classe média americana terá sua renda pessoal dizimada, isso pode levar a crise política e social. Tal crise poderia se materializar em breve e mais abruptamente do que Washington espera. O ódio populista sentido depois que se soube que a seguradora AIG [que recebeu ajuda com dinheiro público, depois de falir] estava pagando bônus a seus executivos pode ser brincadeira em comparação com o que nos espera.

Marshall Auerback is a market analyst and commentator. He is a brainstruster for the Franklin and Eleanor Roosevelt Intitute. He can be reached at MAuer1959@aol.com

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Eduardo Guimarães: Se ninguém se mexer

Blog Cidadania.com


Estamos assistindo a um fenômeno assustador. O Poder Legislativo federal está paralisado exclusivamente pelos tais recortes de jornal num momento em que todos os países do mundo, do mais rico ao mais pobre, fazem de tudo para superar a crise econômica.

E o que faz o Brasil? Mergulha numa discussão inútil sobre práticas do Legislativo que sempre existiram e que não será com sua paralisia que deixarão de existir. Com isso, jornais, tevês e a oposição ao governo do país impedem que o Congresso trabalhe.

Resultado: o marco regulatório do pré-sal, por exemplo – matéria do interesse maior de todos os brasileiros –, deverá ficar indefinido até o fim do governo Lula, segundo estimativas da oposição.

Além disso, as famílias Frias, Marinho, Civita e Mesquita arrogaram para si o poder inimaginável de escolherem quem presidirá as duas Casas do Congresso.

Quem lhes delegou esse poder? Quantos votos essas famílias receberam para exercer um poder ditatorial como esse?

E o pior é que não é “só” isso. A mesma imprensa que paralisa o Legislativo, que impede que o Brasil funcione normalmente (num momento delicado como este por que passa o planeta Terra) e que detém o poder de nomear e derrubar os presidentes da Câmara e do Senado, ainda mata ou adoece pessoas com seu poder de alarmar a sociedade, como ficou patente no ano passado na questão da febre amarela e agora no caso da gripe “suína”.

Pergunto-me, então: se o próprio grupo político e o governo federal, que têm sido os alvos principais desse poder discricionário da mídia, não se mexem para reagir a essa barbaridade apesar de terem poder de sobra para tanto, o que é que um mero caixeiro-viajante vai querer fazer?

E mais uma pergunta: por que eu teria que fazer alguma coisa se os que têm muito mais condições para reagir, não fazem nada?

Bem, primeiro porque levei mais de uma centena de outros cidadãos a fundarem comigo uma ONG (o Movimento dos Sem Mídia) justamente para reagir aos abusos da mídia, e, em segundo, porque alguém tem que pôr o guiso nesse gato antes que ele incendeie a casa toda.

Dessa maneira, comunico que o Movimento dos Sem Mídia, por meu intermédio, voltará a se manifestar ao Ministério Público Federal no que tange duas questões cruciais para o país.

A primeira questão é a da representação que a ONG que presido fez ao MPF no ano passado por conta do alarmismo da mídia na questão da febre amarela.

Por inação do Ministério da Saúde, que não forneceu as informações requisitadas pelo Ministério Público para julgar a procedência da denúncia do MSM apesar de aquela Procuradoria ter feito o pedido ao MS duas vezes, o alarmismo voltou agora na questão da gripe suína.

Há farto material para juntar aos autos no MPF, inclusive denúncia do ombudsman da Folha de São Paulo em artigo de sua autoria que leva o sugestivo título de “No Limite da Irresponsabilidade”, no qual denuncia que seu jornal promoveu o alarmismo do qual é acusado pelo MSM.

Esse material será juntado ao processo na próxima terça-feira e, posteriormente, será reproduzido aqui.

A segunda questão sobre a qual o Movimento dos Sem Mídia irá se manifestar ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal é a da ficha policial falsa que a mesma Folha de São Paulo divulgou contra a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e que o jornal, apesar de perícias que provam a falsidade do documento, insiste em coonestar.

Há que investigar quem enviou a falsificação ao jornal e qual sua participação no processo fraudulento e difamatório contra uma autoridade federal.

Apesar de a prerrogativa de processar os difamadores caber exclusivamente à vítima da difamação, a falsificação de documento público é crime que qualquer cidadão pode denunciar e, portanto, é isso o que o MSM fará.

Houve alguma demora para agirmos devido às férias do diretor jurídico do MSM. Com seu retorno, as duas ações supra mencionadas serão retomadas ainda nesta semana, sendo que a representação relativa à ministra Dilma Rousseff talvez não fique pronta esta semana, mas, com certeza, ficará até a próxima.

Por fim, devo fazer uma denúncia. Quando anunciei que faria uma representação ao MPF por conta da ficha falsa da ministra Dilma, recebi ameaça via comentário postado neste blog.

Faço uma sugestão aos que me ameaçaram anteriormente: não percam seu tempo fazendo ameaças. Partam diretamente para a retaliação que me prometeram em caso de eu levar o assunto adiante. Não tenho medo de vocês.

domingo, 9 de agosto de 2009

A República de Pilatos

Do blog do Azenha (vi o mundo)

A República de Pilatos

por Wander Roberto Steca

Naqueles tempos, a opinião pública pedia, “Crucifiquem-no”. Pilatos sabia que aquela não era a opinião pública, era a opinião de quem manipulava a opinião.

Um deputado diz, “eu estou me lixando para a opinião pública”, e ele é então visceralmente condenado pelos jornais e emissoras de televisão. Estava certo o deputado, ele tem que se ater ao que manda a lei.

Diz o ministro do supremo, Gilmar Mendes a mesma coisa que o deputado, mas a reação para com ele é totalmente diferente. A mídia diz que o ministro se coloca acima das pressões populares.

Veja bem, é meritório para a mídia, que um Juiz fique acima da opinião da população, mas não é meritório que o deputado desafie a opinião da mídia que se diz representar a opinião popular.

Quando Collor sobe a tribuna, e pede que Sarney não renuncie e, ao mesmo tempo, pede que o senado não “se agache” perante a pressão da mídia, desafortunadamente para meu desgosto ele está certo. Para novo desgosto meu, Sarney também está certo e, para maior desespero meu, Renan idem. O senador Pedro Simon diz “que o Sarney vencendo não será uma vitória do Renan ou do Collor ou mesmo de Sarney, mas do presidente Lula, que se acha acima de Deus e do Diabo”.

O Senador Pedro Simon erra porque o que está em jogo é algo superior ao cargo que se apega o presidente do Senado, ou seja, a liberdade de todos os senadores.

A mídia está ameaçando não só o Senado, mas todo o Congresso. A mídia está dizendo que um recorte de jornal ou uma reportagem de televisão tem valor de uma jurisprudência. Que através de uma reportagem, a mídia pode levar o presidente do Senado, ou qualquer outro membro seu, ao conselho de ética e que através de uma representação a esse conselho ele se afaste temporariamente, até que tudo esteja esclarecido.

Pergunta-se então Senador Pedro Simon: vencendo uma posição dessa quem irá se opor a um poder desse, que cria jurisprudência com recortes de jornal, cria embaraços a todo e qualquer parlamentar até que se prove sua inocência? Pleiteia-se mais uma vez que o ônus de se provar inocente caiba ao acusado e não ao acusador de provar sua culpa.

Corroborando com esse pensamento os parlamentares ditos Éticos, pedem o afastamento temporário do Senador Sarney. O ex-presidente, aceitando um fato desses colocará definitivamente uma espada sobre a cabeça de cada parlamentar.

Lembremos que quando as acusações do caso “mensalão” estavam sendo admitidas no STF, um dos seus ministros afirmou que eles estavam com a “faca no pescoço”, que a mídia lhes havia imposto uma situação de forma que não se retirasse José Dirceu dessas mesmas acusações.

O Senador Arthur Virgílio apresenta uma série de acusações contra Sarney, sucessões de recortes de jornais, sem maior embasamento, talvez a preguiça pela procura de provas mais consistentes, talvez crença de que o quê afirma um jornal tenha maior valor que as palavras de Deus.

Há então, sobre todo o firmamento midiático a idéia de que qualquer dúvida sobre as suas acusações é de uma heresia abominável e, afronta à opinião pública.

Pois eu lhes afirmo em letras grandes, prefiro um Sarney culpado na presidência do senado do que dar a uma mídia que não é isenta, um poder tão avassalador sobre deputados, senadores e ministros da justiça. É falsa essa idéia de que a mídia representa o pensamento do povo. Ela grita e diz que é o povo quem grita, mas invariavelmente de seus pleitos, somente ela se beneficia.

Estão nos convencendo que devemos dar a Pilatos toda a razão.