sábado, 7 de abril de 2012

Demóstenes e o estandarte da hipocrisia


Por Mauricio Dias, na CartaCapital:

O senador Demóstenes Torres é uma figura mais emblemática do que ele próprio imagina. Essa derrocada que sofreu, após assumir o papel de guardião da moral pública, tem sido típica da oposição conservadora há mais de meio século.

Caso houvesse um lema na bandeira desses oposicionistas – sem dúvida representada pelo lábaro udenista – ele seria composto de duas palavras: “Moralidade e Legalidade”, e poderia ser apelidado imediatamente de “Estandarte da Hipocrisia”.



Esse espírito da UDN, hipocritamente moralista e legalista, assombra a democracia brasileira desde a fundação, em abril de 1945. Na esteira da participação militar do País na Segunda Guerra Mundial, os udenistas encarnaram o papel de principal oposição ao Estado Novo. Muita gente, à esquerda e à direita, foi presa e sofreu no cárcere. Não se sabe, no entanto, de nenhum udenista preso ou torturado durante o regime varguista.

No DNA da UDN, além de uma ideologia que varia do conservadorismo ao reacionarismo golpista, consta também a célula de rejeição ao que de melhor fez o ex-presidente Getúlio Vargas. A construção das bases do moderno Estado Nacional e das regras de proteção aos trabalhadores.

Principalmente por essas decisões Vargas pagou com o suicídio, em 1954, quando o arauto da oposição era Carlos Lacerda. Ele segurou o estandarte da moralidade quando criou a expressão “Mar de Lama”, que supostamente corria sob o Palácio do Catete. Nada provado, mas perfeitamente executado e ampliado pelas trombetas da mídia.

Na eleição de 1950, Vargas deu uma surra eleitoral no udenista Eduardo Gomes, um brigadeiro identificado como reserva moral do País. Gomes já tinha perdido, em 1945, para o candidato Eurico Gaspar Dutra, apoiado por Getúlio. Em 1955, a UDN empurrou para o páreo o marechal Juarez Távora. Ele perdeu para Juscelino Kubitschek, que tinha como vice o getulista João Goulart.

A UDN tentou ganhar no tapetão. Renomadas figuras do partido, como Afonso Arinos, tentaram um golpe branco com o argumento, não previsto na legislação, de que JK não havia conquistado a maioria absoluta de votos. Não deu certo.

Em 1960, os udenistas ganharam a eleição presidencial na garupa da vassoura do tresloucado Jânio Quadros. Ele renunciou após sete meses, mas levou a faixa presidencial na esperança de voltar ao poder com o apoio dos militares. Prevaleceu, no entanto, a resistência democrática, comandada por Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul. A esquerda saiu fortalecida do episódio e com a bandeira da legalidade nas mãos.

O udenismo chegou ao poder em 1964. Dessa vez a reboque dos militares, com a deposição de João Goulart. Por uma sucessão de erros políticos do presidente, e com uma parte da esquerda alimentando-se de fantasias revolucionárias, entregou de mão beijada aos golpistas o discurso da legalidade. Era falsa. A legalidade udenista abriu caminho para uma ditadura que durou 21 anos.

O mote da ética levou o espírito udenista, encarnado pelo ex-presidente Fernando Henrique, a propor o impeachment inicialmente e, posteriormente, a renúncia à reeleição ao ex-presidente Lula. Não levaram.

Os conservadores de agora, com o processo democrático fortalecido, sem o discurso da legalidade, acabam de perder a bandeira da moralidade sustentada pela hipocrisia de Demóstenes Torres. Com que bandeira eles vão à luta eleitoral?

Tem certas coisas que só o DEM faz por você

Extraído no blog da Cidadania





por Eduardo Guimarães
Tem sido muito comentado até na imprensa amiga do Democratas – que já foi PFL e, de alguma forma, Arena – que a agremiação estaria moribunda. Para um certo setor da sociedade, supõe-se que seja uma hipótese incompreensível. Há gente que, quando fala em corrupção, cita Delúbio, Dirceu, blábláblá, blábláblá e blábláblá, mas não fala de um só “democrata” ou tucano.
Essas pessoas não entendem por que um partido teria que acabar “apenas” por um de seus quadros ter sofrido denúncia de corrupção. Diante de uma pseudo contradição, logo tecem argumentação que até poderia fazer sentido: sendo assim, o PT deveria ter acabado há muito tempo, pois ao menos depois que chegou ao poder não há outro partido que tenha sofrido tantas denúncias de corrupção.
Não dá para negar. Não existe partido, na história recente, que supere o PT como alvo de acusações de gente como Demóstenes Torres ou José Roberto Arruda, por exemplo. Todavia, o que é incompreensível é que não há partido tão atingido por corrupção comprovada quanto o DEM.
Com base em dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral divulgou um balanço com os partidos com maior número de parlamentares cassados por corrupção desde 2000. O DEM, com 69 cassações, tem o equivalente a 9,02% de todos os políticos cassados no período de apuração, sendo o campeão.
Veja, abaixo, o ranking da corrupção COMPROVADA em cada partido.
A realidade combina com os dados. Não há notícia de políticos de expressão de outros partidos que tenham sido flagrados nas situações em que foram flagrados José Roberto Arruda, ex-governador de Brasília, e o senador goiano Demóstenes Torres, só para ficarmos na história mais recente.
De uma forma um tanto quanto bizarra, portanto, o Democratas – ou qualquer outro nome que venha a ter no futuro, se é que terá outro nome ou algum futuro – presta um serviço à sociedade. E não é de hoje. Desde a revelação do caso Hildebrando “motosserra” Paschoal, que tinha o péssimo hábito de serrar adversários políticos ao meio (literalmente), esse partido explica ao país, de forma didática, que tipo de gente há na política se fazendo de probo e “indignado” com a “corrupção petista”.
Demóstenes Torres e José Roberto Arruda são versões civilizadas de Hildebrando Pachoal. E mostram que quando há corrupção de verdade, cedo ou tarde ela vem à tona e não é através de ilações e suposições, mas de provas para lá de materiais, como as que pesam contra esses dois entre tantos outros demos da vida.
Claro que há corrupção em qualquer partido. Aliás, em um partido desses pequenos, na lista aí em cima, alguém pode achar que existe pouca corrupção, mas, às vezes, são partidos com meia dúzia de deputados ou vereadores ou prefeitos que, apesar de terem tão poucos representantes, quase todos são corruptos.
Se não fosse assim, não teria um índice de corrupção para o PT, também. É o 10º colocado. Não se pode negar que tem sua cota de políticos ímprobos. Agora, usar uma sigla com tão menos corrupção para simbolizá-la só é possível porque a mídia não usa critérios técnicos e sérios para criar esse quadro nas mentes da minoria que se opõe a esse partido.
A extinção do DEM, portanto, significaria menos corrupção? Negativo. Ela se espalharia por outras agremiações. Dessa maneira, defendo que tenha vida eterna, pois, pelo menos, a corrupção estará concentrada em um lugar só e, dessa maneira, tanto para a polícia quanto para a Justiça ficará mais fácil fiscalizar. Isso sem falar do didatismo sobre corrupção que tal partido proporciona.
Há certas coisas que só o DEM faz por você, leitor.
—–
PS: Victoria continua na UTI, mas não tem febre desde a manhã de quarta-feira. Sua alta está sendo cogitada para a próxima segunda-feira. Aproveito para agradecer, do fundo do coração, o apoio dos amigos do blog. Vossa energia por certo tem parte importante do mérito pela recuperação da minha filha.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Novo cerco ao Brasil

Extraído do blog Com Texto Livre

Se, amanhã, os terrestres vierem a colonizar Marte, como muitos sonham, o feito será, dentro das circunstâncias do tempo e da ciência, menos surpreendente do que foi o desembarque europeu na América do Sul e a ocupação do espaço ainda desconhecido. Sabemos hoje muito mais do planeta vermelho do que os contemporâneos do Renascimento podiam conhecer da América do Sul. Na realidade, nem mesmo podiam ter certeza de que a quarta parte existisse.
Não só a conquista do território continental, mas a construção da consciência de pátria – da plena identidade e da soberania de nossos povos – tem sido ato permanente de luta e de resistência, contra a natureza hostil e contra a opressão política.
Só há dois séculos, na esteira da Revolução Francesa, da Guerra de Independência dos Estados Unidos e das guerras napoleônicas, admitiram a nossa existência como povo, mas sob arrogante tutela e subordinação aos seus interesses. O pior é que as coisas continuam quase da mesma forma. Querem-nos apenas como fornecedores de matérias primas. Ao usar o vocábulo commodities para designar nossos produtos primários, os neoliberais brasileiros engambelam-nos com a sonoridade britânica do termo, como antes os colonizadores nos engabelavam com os espelhos e miçangas. Continuamos exportando minérios e comprando máquinas; exportando soja e pagando royalties por tecnologia; exportando produtos de nossa singular biodiversidade, e importando medicamentos.
Se houvesse sido possível a exportação da cana em seu estado natural, não teríamos construído aqui os primeiros engenhos açucareiros. Só depois da Independência erigimos forjas para a fundição econômica do ferro; até então foices e enxadas vinham da Europa, por via de Portugal. A independência dos países latino-americanos foi de interesse da Grã Bretanha, que substituiu Madri e Lisboa. A partir de então, Londres se livrou dos intermediários e passou a disputar, com os Estados Unidos, que cresciam, o nosso mercado, como fornecedor de matérias primas e comprador de produtos manufaturados.
É interessante notar que todas as vezes que as circunstâncias nos ajudavam, o cerco estrangeiro se fechava sobre o Brasil – e sobre os paises do continente. Nosso desenvolvimento industrial no Segundo Reinado – em que houve, para o bem e para o mal, a aliança da Coroa com Mauá – foi tolhido pela ação britânica, contra a economia brasileira e com o cerco ao grande empreendedor, cuja presença política no continente incomodava a geopolítica imperialista.
A República, não obstante todos os seus avanços, propiciou, pelas dificuldades políticas de sua consolidação, o assédio britânico. As negociações draconianas da nossa dívida com a praça de Londres – o famoso funding loan é o exemplo da arrogância e voracidade dos banqueiros internacionais – favoreceram o desembarque de sua empresas no país, que, logo se associaram às norte-americanas.
Em 1922, em uma visão histórica equivocada, os tenentes se levantaram contra a eleição do mineiro Artur Bernardes, a partir de cartas falsas, a ele atribuídas, e que ofendiam o marechal Hermes da Fonseca. Até hoje não sabemos, exatamente, a quê e a quem serviram os falsários, não obstante as versões divulgadas. Era um bom momento para o Brasil, e que se frustrou em parte, na medida em que o presidente teve que defender, a ferro e fogo, o seu mandato – não tendo, em razão disso, conseguido ampliar as medidas nacionalistas adotadas contra os interesses anglo-saxônicos, entre elas as de nosso desenvolvimento siderúrgico.
Para não lembrar episódios menores no intervalo, o cerco a Getúlio, em seu segundo mandato, é nisso exemplar. O presidente entendera, desde os anos 30, que não teríamos soberania sem que tivéssemos a energia necessária ao desenvolvimento da economia. Por isso, cuidou da Petrobrás e da Eletrobrás, como bases necessárias à economia industrial brasileira.
Os interesses estrangeiros – leia-se, norte-americanos – se mobilizaram, conforme documentos ianques indesmentíveis, com a ajuda dos meios de comunicação brasileiros, e políticos cooptados, a fim de acossar o presidente até a tragédia de 24 de agosto de 1954. Não satisfeitos, desde que o tíbio governo de Café Filho não os garantira, tentaram novamente o golpe, em 11 de novembro de 1955, mediante os seus cúmplices nacionais. Se impedissem a posse de Juscelino, como queriam – e Lacerda vociferava em seus ataques ao mineiro – a primeira medida seria a revogação do monopólio estatal do petróleo.
A reação dos militares nacionalistas, chefiados por Lott, frustrou-lhes os planos, e Juscelino pôde, em seu qüinqüênio presidir ao extraordinário salto do Brasil rumo ao futuro – enfrentando, ao mesmo tempo os interesses estrangeiros e o derrotismo conformista de muitos brasileiros. A facção pró-americana, de civis e militares, que não queria o desenvolvimento autônomo do país, também açulada por Lacerda e outros, iniciou o processo golpista, prontamente contido pela reação de Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul. Diante da iminência da guerra civil, houve negociações que mudaram o sistema, implantando-se o parlamentarismo. Jango assumiu reduzido em seus poderes constitucionais, outorgados pelas eleições livres, e era natural que a nação lutasse para que ele os recuperasse, como os recuperou, com a vitória no referendo popular.
O novo momento foi, mais uma vez, usado pelos norte-americanos, com a desavergonhada intromissão em nossos assuntos internos, mediante o IBAD e outros instrumentos. O golpe de 1964 se fez contra o Brasil, e não em defesa da soi-disant democracia hemisférica contra Cuba e a União Soviética. O que eles temiam, e continuam a temer, é a transformação de nosso país em grande potência econômica, provida de conseqüente força militar, capaz de garantir a sua presença política continental e sua soberania no mundo.
Estamos em momento similar, e em plena ascensão. Essa situação auspiciosa, é bom repetir até a exaustão, recomenda a todos os brasileiros, civis e militares, conscientes de seu pertencimento à comunidade nacional, o máximo de prudência. É preciso fechar as nossas portas aos estrangeiros, interessados em retirar o seu butim dos conflitos internos, como fazem no Iraque, no Afeganistão, na Líbia – e se preparam para fazer na Síria e no Irã.

Deputado Fernando Ferro fala sobre a associação entre o crime organizado e a mídia

Do blog O Esquerdopata



segunda-feira, 2 de abril de 2012

De nada adiantou a censura à CartaCapital

Extraído no blog O Terror do Nordeste

O crime no poder

*matéria de capa da CartaCapital desta semana.
Restritas ao noticiário local de Goiânia, as informações sobre uma “minirreforma” no secretariado do governador de -Goiás, Marconi Perillo (PSDB), são o primeiro sinal de que suas ligações com o esquema -conjunto do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, prometem levar a crise para dentro do governo goiano.


 
Transformado em menos de um mês em zumbi político, Torres agoniza pelos corredores do Senado, agora sob risco de ser cassado. Mas não deve naufragar sozinho, se as investigações da Polícia Federal forem aprofundadas. Novos documentos, gravações e perícias que integram o relatório da Operação Monte Carlo, revelados com exclusividade por CartaCapital, apontam uma total sinergia entre o esquema do bicheiro, o senador e o governo de Marconi Perillo.
Em uma interceptação telefônica de 5 de janeiro de 2011, os agentes federais registraram uma conversa entre Cachoeira e seu principal auxiliar, Lenine Araújo de Souza, vulgo Baixinho. Na conversa, o bicheiro, a partir de um telefone em Miami, recebe a notícia de que um de seus indicados para o governo de -Goiás, identificado apenas por Caolho, acabou preterido, sem maiores explicações e aparentemente sem o conhecimento do governador. Segundo homem na hierarquia e braço operacional de Cachoeira, Souza administrava e operava o sistema de contabilidade da quadrilha. Também era responsável pelo pagamento de boa parte das propinas a agentes públicos, em troca de proteção e informação.

“Marconi, hora que souber disso (sic), vai ficar puto”, reclama o bicheiro, no telefonema a Souza. E acrescenta, a seguir: “Já mandei avisar ele (sic)”. Mas adiante, revela, por duas vezes, a ordem dada ao senador Torres para entrar no caso e falar diretamente com o governador. “O Demóstenes já está ligando para ele”, garante Cachoeira.

 
Mais adiante, no mesmo grampo, o bicheiro pede a Souza para tomar providências e entrar em contato com Eliane Gonçalves Pinheiro, chefe de gabinete do governador. Ela chegou ao cargo no início do ano passado, depois das eleições de 2010, na qual foi responsável -pela arti-culação do tucano para que prefeitos do PP aderissem à campanha do PSDB ao governo estadual. Até então, era ligada ao ex–secretário extraordinário de Assuntos Estratégicos de Goiás Fernando Cunha, importante liderança tucana no estado, falecido em novembro de 2011. Segundo as investigações da PF, uma filha de Cunha é casada com um irmão de Cachoeira.

 
Outra interferência direta do bicheiro no governo, revelada nos grampos da PF, tem relação com a atuação do coronel Vicente Ferreira Filho, comandante do 3º Comando Regional da Polícia Militar, em Anápolis. Souza refere-se à preocupação de um certo “Ananias”, provavelmente um dos prepostos da jogatina na cidade, com a atuação do oficial. “O Ananias está demonstrando preocupação com o Vicente em Anápolis, hein”, avisa.

 
Cachoeira informa então a providência tomada. “Já mandei (inaudível), inclusive vai falar com Marconi, hoje à tarde”, diz o bicheiro. Em seguida, tranquiliza o auxiliar sobre a possibilidade de o coronel da PM atrapalhar os negócios em Anápolis, segundo a transcrição da PF. “Não vai, não. Esse comandante pra nóis (sic), ainda vai ser bom. Cê vai ver (sic).” Não há, contudo, nenhuma acusação contra o coronel nos autos da Operação Monte Carlo.

 
Ciente da encrenca em que está metido, Perillo decidiu usar como desculpa a desincompatibilização do atual secretário de Meio Ambiente, Leonardo Vilela, candidato do PSDB à prefeitura de Goiânia, para mexer na equipe e apagar os rastros de Torres e Cachoeira em seus domínios. Assim, a amiga do bicheiro, Eliane Pinheiro, chefe de gabinete de Perillo, deverá deixar o cargo em breve, sob a improvável promessa de mudar de função. Outro que deve sair e colocar as barbas de molho é o secretário de Infraestrutura, Wilder Morais. Suplente de Torres, poderá assumir a vaga no Senado caso o titular venha a ser cassado.

 
Será uma vingança e tanto. A mulher de Morais, Andressa, o abandonou no ano passado para viver com Cachoeira. O drama matrimonial chegou a servir de desculpa para o senador Torres -justificar os 298 telefonemas que trocou com o bicheiro nos últimos seis meses. Morais também tomou medidas preventivas e afastou Leandro Gomes Candido do cargo de secretário-executivo da pasta. Candido é marido de uma irmã de Andressa.


Outro da lista é o secretário da Indústria e Comércio, Alexandre Baldy, indicação pessoal de Torres. Baldy é genro do empresário Marcelo Limírio, sócio do senador do DEM em uma faculdade em Goiás. Ex-dono do Laboratório Neo Química, em Anápolis, segunda maior cidade do estado, o secretário mantém ainda uma sociedade com Cachoeira na ICF, empresa fornecedora de testes para laboratórios. Um deles, o Vitapan, de propriedade do bicheiro, era utilizado para lavagem de dinheiro do esquema de jogatina, segundo informações da PF.


 
“É assustador o alcance dos tentáculos da organização criminosa”, escreveu em 23 de fevereiro deste ano o juiz Paulo Augusto Moreira Lima, da Vara Federal de Anápolis, responsável pela condução processual do inquérito. Segundo o magistrado, “para dar suporte à exploração ilegal de máquinas caça-níqueis, bingos de cartelas e jogo do bicho em Goiás” a quadrilha de Cachoeira montou um incrível esquema de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, contrabando, corrupção, -pe-culato, prevaricação e violação de sigilos.

 
Ainda de acordo com Lima, o grupo de Cachoeira era altamente “profissionalizado, estável, permanente, habitual, estruturado, montado para cometer crimes graves”. Para tal, mantinha uma “estrutura organizacional e piramidal -complexa” que funcionava graças a uma “estrutura estável, entranhada no seio do estado com, inclusive, a distribuição centralizada de meios de comunicação para o desenvolvimento das atividades, com o objetivo de inviabilizar a interferência das agências sérias de persecução”.



Leia a matéria na íntegra

Carlinhos afoga Veja, Gilmar e Demóstenes na corrupção da cachoeira.

Do blog Olhosdo Sertão

 
Operação Monte Carlo mostra vínculo entre Carlinhos Cachoeira e a revista Veja
Por Luís Nassif

Não haverá mais como impedir a abertura das comportas: a Operação Monte Carlo da Polícia Federal, sobre as atividades do bicheiro Carlinhos Cachoeira, chegou até a revista Veja.

As gravações efetuadas mostram sinais incontestes de associação criminosa da revista com o bicheiro. São mais de 200 telefonemas trocados entre ele e o diretor da sucursal de Brasilia Policarpo Jr.

Cada publicação costuma ter alguns repórteres incumbidos do trabalho sujo. Policarpo é mais que isso.

Depois da associação com Cachoeira, tornou-se diretor da sucursal da revista e, mais recentemente, passou a integrar a cúpula da publicação, indicado pelo diretor Eurípedes Alcântara. Foi um dos participantes da entrevista feita com a presidente Dilma Rousseff.

Nos telefonemas, Policarpo informa Cachoeira sobre as matérias publicadas, trocam informações, recebe elogios.

Há indícios de que Cachoeira foi sócio da revista na maioria dos escândalos dos últimos anos.

Agora se sabe onde a Veja metia o dedo… e a mão (leve)… com DEMÓSTENES CACHOEIRA


Carlinhos Cachoeira,Demóstenes Torres,DEMo,Veja 


A sabedoria do PIG em escolher seus representantes éticos é notória. 


A Veja havia escolhido José Roberto Arruda. 


A Globo havia escolhido Serra, o ator da Bolinha de Papel. E depois ainda querem nos ensinar a escolher políticos. 


A Época tinha em Demóstenes Torres o paladino da moral e bons costumes. Dentre outros costumes, o de ser contra as políticas afirmativas, como as cotas e a Bolsa Família. E agora se vê que ele tinha arraigado outro costume, a do crime organizado. Bem, pelo menos era organizado. Tão organizado que tinha até a participação da Veja, outra sempre com o dedo “cheiroso” em riste para condenar os movimentos sociais. 


Agora se sabe onde a Veja metia o dedo… e a mão (leve)… 


Duas “épocas”de Demóstenes “Cachoeira” Torres 


Postado por Juremir em 30 de março de 2012 – Política 


A revista Época, em outra época, publicou esta entrevista do senador Demóstenes Torres. 


O parlamentar aparecia assim: 


“O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) ganhou fama no Congresso como um parlamentar afeito às investigações das CPIs. 
Agora, o senador tem empunhado outra bandeira. 
Demóstenes tornou-se o principal opositor do projeto de lei que cria cotas para negros e índios nas universidades federais”. 


Beto Barata 


QUEM É 


Demóstenes Lázaro Xavier Torres, de 48 anos, é senador desde 2003 pelo DEM (antigo PFL) de Goiás. Natural de Anicuns, município do interior de Goiás, tem dez irmãos. Diz ser descendente de negros 


O QUE FEZ 


Graduou-se em Direito, foi advogado por um curto período e depois ingressou no Ministério Público de Goiás. Chefiou a instituição por duas vezes. Também foi secretário de Segurança Pública em Goiás. É especialista em Direito Penal 


Ele soltava o verbo como um paladino do universal e do mérito: 


“O governo está querendo fazer demagogia com essa história de cota racial. Quer dar privilégio a uma parte da sociedade”. 


Quem diria! O mesmo senador foi dar privilégios ao bicheiro Carlinhos Cachoeira. 


Em troca de fogão, geladeira e outros presentinhos. 


Ele ia fundo contra privilégios: “O governo, infelizmente, está loteado em segmentos. Reúne ecologistas e, ao mesmo tempo, fazendeiros e movimento de sem-terra. E tem também o movimento negro. De vez em quando, o governo tem de tomar alguma medida para contemplar esses segmentos. Esse projeto de cotas é isso. Está em curso um processo de doutrinação complicado, e esse governo apoia isso. Palavras consagradas no dicionário do brasileiro passaram a ser excomungadas. Querem agora criar um índex para o costume do brasileiro em relação ao negro. A pessoa fica até com medo de conversar com um negro e usar uma palavra que, na visão desses grupos, pode ser ofensiva 


Agora, pelas escutas telefônicas, a conversa do senador, publicado pelo jornal O Globo, mudou: Por falar nisso, tem que pagar aquele trem do Voar. Do Voar, não, da Sete, né? – pede Demóstenes. - Tá, tu me fala aí. Eu falo com o… com o Vilnei. Quanto foi lá? – concorda Cachoeira.


Favor em troca de dívida 


O senador informa que a despesa é de R$ 3 mil. Cachoeira diz que vai mandar um auxiliar quitar a dívida e imediatamente encomenda um serviço especial ao parlamentar. 


- Deixa eu te falar. Aquele negócio (processo) tá concluso aí, aquele negócio do desembargador Alan, você lembra? A procuradora entregou aí para ele. Podia dar uma olhada com ele. Você podia dar um pulinho lá para mim? – diz Cachoeira. 


O senador pergunta sobre um detalhe do caso e aceita a missão. 


- Tá tranquilo. Eu faço – diz Demóstenes. 


Os dois já tinham acertado formas de interferir no processo em conversas anteriores. 


Nos diálogos, em que Demóstenes chama Cachoeira de “Professor” e é tratado pelo amigo de “Doutor”, o senador relata ao contraventor o resultado de uma reunião que tivera pouco antes com o magistrado. 


- Fala, Professor. Acabei de chegar lá do desembargador. O homem disse que vai olhar o negócio e tal – confidencia o senador, numa conversa interceptada às 16h39m de 6 de abril de 2009. 


Cachoeira quer saber se o julgamento será rápido, e o senador confirma. 


- Vai julgar rápido. Mandou pegar o papel, já pegou o… negócio lá. Diz que vai fazer o mais rápido possível – avisa Demóstenes. 





De fato, o problema do Brasil são as minorias com seus privilégios. 


Ainda bem que temos senadores que não se intimidam com as patrulhas. 


E respondem rápido aos seus patrões. 


Que tempos! Cada época! 


Juremir Machado da Silva – Blogs – Correio do Povo | O portal de notícias dos gaúchos


postado por Gilmar Crestani

domingo, 1 de abril de 2012

Fidel Castro: A necessidade de enriquecer nossos conhecimentos

As cenas cinematográficas da matança na Líbia, que começaram a ser conhecidas, indignam pela ausência total de humanismo e as grosseiras mentiras que serviram de pretexto para invadir e apoderar-se dos recursos naturais daquele país.

Por Fidel Castro


Com mais de 25 mil missões de combate, a aviação militar da Otan apoiou o monstruoso crime.

Afirmaram que o governo da Líbia possuía fundos no exterior que superavam os 200 bilhões de dólares. Ninguém sabe neste instante onde está e o que foi feito com esse dinheiro.

Um processo eleitoral fraudulento garantiu a entrega da presidência do país mais poderoso a favor de George W. Bush, um alcoolatra sem tratamento médico nem os mais elementares princípios éticos, o qual ordenou os formandos de West Point a estarem prontos para atacar de surpresa e sem aviso prévio 60 ou mais obscuros rincões do mundo.

Semelhante alienado, através de uma maleta, podia decidir sobre o uso de milhares de armas nucleares; com uma percentagem mínima das mesmas podia pôr fim à vida humana no planeta.

É triste recordar que no lado oposto à superpotência ianque, outro alienado, com três garrafas de Vodka no estômago, proclamou a desintegração da URSS e o desmantelamento de mais de 400 sítios nucleares a cujo alcance estavam todas as bases militares que ameaçavam esse país.

Aqueles acontecimentos não constituíram uma surpresa. Ao longo de muitos anos de luta, a experiência adquirida, o contato com os acontecimentos, as ideias e os processos históricos não davam lugar a surpresa alguma.

Hoje os dirigentes russos tratam de reconstruir aquele poderoso Estado que tanto esforço e sacrifício custou criar.

Quando o Papa João Paulo II visitou nosso país em 1998, mais de uma vez antes de sua chegada conversei sobre variados temas com emissários seus. Recordo particularmente a ocasião em que nos sentamos para jantar em uma pequena sala do Palácio da Revolução com Joaquim Navarro Valls, porta-voz do Papa, sentado diante de mim. À direita estava um sacerdote amável e inteligente que vinha com o porta-voz e acompanhava João Paulo II nas missas.

Curioso pelos detalhes, pergunto a Navarro Valls: Você crê que o imenso céu com milhões de estrelas foi feito para o prazer dos habitantes da terra quando nos dignamos a olhar para cima à noite? “Absolutamente” – respondeu-me. “É o único planeta habitado do Universo”.
Dirijo-me então ao sacerdote e lhe digo: O que você pensa disso, padre? Ele me respondeu: “A meu juízo, há 99,9 por cento de possibilidades de que exista a vida inteligente em algum outro planeta”. A resposta não violava nenhum princípio religioso. Mentalmente multipliquei não se sabe quantas vezes a cifra. Era o tipo de resposta que eu considerava correta e séria.

Depois aquele nobre sacerdote foi sempre amistoso com nosso país. Para compartilhar a amizade não é necessário compartilhar as crenças.

Hoje, quinta-feira, como ocorre com frequência crescente, uma entidade europeia de conhecida solvência sobre o tema expresa textualmente:

“Poderia haver bilhões de planetas não muito maiores que a Terra orbitando débeis estrelas em nossa galáxia, de acordo com uma equipe internacional de astrônomos.

“Este número estimado de ‘super-Terras’ - planetas com até dez vezes a massa da Terra - se baseia em detecções já feitas e logo extrapoladas para incluir a população das chamadas ‘estrelas anãs’ da Via Láctea.

“‘Nossas novas observações con Harps mostram que cerca de 40% das estrelas anãs vermelhas têm uma ‘super-Terra’ orbitando-a em sua zona habitável, onde pode existir água em estado líquido na superfície do planeta’, disse Xavier Bonfills, chefe da equipe do Observatório de Ciências do Universo de Grenoble, França.

“‘Devido a que as anãs vermelhas são tão comuns - há cerca de 160 bilhões delas na Via Láctea - isto nos leva aos surpreendentes resultados de que há dezenas de milhões desses planetas somente em nossa galáxia’.”

“Seus estudos sugerem que há ‘super-Terras’ nas zonas habitáveis em 41% dos casos, com uma classificação de 28 a 95%.

“‘40% das estrelas anãs vermelhas têm uma ‘super-Terra’ orbitando-a em sua zona habitável, onde pode existir água em estado líquido’.”

“Isso leva à pergunta óbvia, sobre se algum desses planetas não somente é habitável mas se tem vida.”

“Mas estas estrelas são dadas às erupções estelares, que podem banhar os planetas próximos com raios X ou radiação ultravioleta, o que pode fazer menos provável a existência da vida.

“‘Temos ideia de como encontrar traços de vida nesses planetas’, disse o pesquisador do Observatório de Gênova, Stephane Udry.”
“‘Se podemos ver traços de elementos relacionados com vida como oxigênio nessa luz, então poderíamos obter indícios sobre se há vida nesse planeta’.”

A simples leitura destas notícias demonstra a possibilidade e a necessidade de enriquecer nossos conhecimentos, hoje fragmentados e dispersos.

Talvez isso nos leve a posições mais críticas acerca da superficialidade com que abordamos problemas tanto culturais como materiais. A mim não me resta a menor dúvida de que nosso mundo muda muito mais aceleradamente do que somos capazes de imaginar.

Fidel Castro Ruz, 29 de março de 2012, 20h15

Fonte: Cubadebate
Tradução da redação do Vermelho

Civita e Cachoeira quase derrubam Lula. Que Governo é esse ?

Via blog Conversa Afiada


Cachoeira filmou a corrupção nos Correios para vingar o Demóstenes e derrubar o Lula.

O detrito de maré baixa do Robert(o) Civita publica, a Folha (*) dá guarida ao grande estadista Thomas Jefferson, o Ali Kamel dá a máxima visibilidade, instala-se o “mensalão” (que ainda está por provar-se, como diz o Mino), o Supremo vota com a faca do pescoço do PiG (**) e o Governo Lula ia cair.

Um dos motivos por que  não caiu foi a “Teoria do Sangramento”, que entrará para a biografia do Fernando Henrique  – tente aqui entender por que o FHC saiu na foto ao lado do Lula – ao lado da “Teoria da Dependência (eterna aos EUA)”.

Quando o Duda Mendonça disse à CPI dos Correios que tinha recebido “lá fora”, o PiG (**) só não decretou o impeachment do Lula, por causa da Teoria do Sangramento.

O Farol de Alexandria convenceu o Agripino Maia – cuja batata está assando – de que não valia a pena impeachar o Lula.

Era melhor fazê-lo sangrar.

Sangrar para derrotá-lo nas eleições e voltar o poder.

(Só que o Padim Pade Cerra ia providenciar um dossiê e seria ele e, não o FHC, o candidato.)

Não deu certo.

Entre outros motivos porque o Feijóo não deixou.

E o Lula e o Feijóo sabem do que se trata.

Mas, quase que o Governo cai.

Que Governo é esse ?

Tão frágil, a ponto de quase cair porque o Demóstenes, o Cachoeira, o Robert(o) Civita, a Globo e o … quiseram.

Não basta botar a culpa no PiG (**), na Veja, na Globo e no …

Que Governo é esse que passa 30 anos na oposição, que passa trinta anos a se preparar para governar e chega lá e não se protege ?

E não cria os mecanismos institucionais para enfrentar uma conspirata de quinta categoria com meliantes de décima.

O Robert(o), o Demóstenes, o Cachoeira e o … se reúnem na calada da noite e subjugam o Legislativo.

Mobilizam o Judiciário, que submete o Presidente da República eleito pelo povo ao constrangimento de um “chamar às falas” e  “queremos cabeças” !

E agora se descobre que era uma conjura udenista como a Carta Brandi do Lacerda para derrubar o Jango.

E o Governo inerte, no canto, nas cordas.

Até o PT fugiu e deixou o Lula falando só, como um cão danado.

Mas, o PT, nesse entrecho, é irrelevante.

O que se precisa estudar é por que uma Democracia, da quinta Economia do mundo, se ajoelha diante de meliantes desse naipe.

Como se permite construir uma Democracia de pés de barro ?

A Argentina mandou os Civita embora, que tinham a sua Veja, a “Panorama”.

Os Kirchner trocaram os Ministros da Suprema Corte do Menem.

E fizeram a Ley de Medios para enfrentar a Globo.

Não é preciso buscar as instituições que preservaram a democracia inglesa do Murdoch.

Basta dar um pulo a Buenos Aires.

Quando Deng assumiu, ele podia botar a culpa de tudo no Mao, na Revolução Cultural e no Grande Passo à Frente.

Não, ele deve ter pensado, a culpa está em nós mesmos.

E criou as instituições que mantiveram a essência do sistema político (se fosse uma Democracia seria melhor, claro) e  permitiram que a China se torne a maior potência econômica do mundo, com inclusão e distribuição de riqueza.

O Brasil é uma sub-democracia também porque meia dúzia de meliantes pode derrubar o Presidente da República.

E nada muda.

O Demóstenes e o Cachoeira podem ir em cana.

Mas, o Robert(o) Civita e o … sobreviverão.

E contratarão outros beleguins.

E o Governo tremerá.

Sempre alerta, Feijóo !


Paulo Henrique Amorim


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Veja alega que “não sabia” dos crimes de Carlinhos Cachoeira

Do blog da Cidadania




por Eduardo Guimarães

A edição desta semana da revista Veja comete uma contradição escandalosamente evidente para qualquer um que possua quociente de inteligência ao menos mediano: apesar de manter intensos contatos com uma imensa organização criminosa, a publicação, que se notabilizou por realizar intrincadas investigações, alega que “não sabia” das atividades dela.
Informações extraídas da investigação da Polícia Federal que prendeu dezenas de integrantes da quadrilha do bicheiro goiano Carlinhos Cachoeira mostram que expoentes da publicação da Editora Abril trocaram centenas de telefonemas com o criminoso. Em sua última edição, a revista admite esses e outros tipos de contato com ele e apresenta gravações da PF em que membros da quadrilha reclamam do editor da revista Policarpo Jr.
A revista não explica concretamente a razão de se relacionar tão intensamente com criminoso que chefiava uma quadrilha que, segundo inquérito judicial em curso, reunia “43 agentes públicos, distribuídos entre 6 delegados da Polícia Civil, 30 policiais militares, 2 delegados da Polícia Federal, 1 servidor administrativo da Polícia Federal, 1 policial rodoviários federal, 2 agentes da Polícia Civil e 2 servidores públicos municipais”.
Ao reproduzir diálogo de membros da quadrilha que reclamam do editor Policarpo Jr por não ter atendido uma solicitação que fizeram, a revista permite inferir que aquela solicitação (para que atacasse alguém que incomodava a organização criminosa) não foi atendida, mas que outras podem ter sido.
Afinal, se um bandido pede uma matéria a um órgão de imprensa, certamente o faz achando que poderia ser atendido. Certo?
Mas o pior só chega agora: uma organização criminosa do tamanho dessa que revelou a Operação Monte Carlo agia de maneira escandalosa em Goiás e uma revista que se especializou em denunciar escândalos, apesar dos intensos contatos com os criminosos, não notou nada?!
Supõe-se que a Veja e o resto da mídia tampouco notaram relações de Demóstenes Torres com Cachoeira, relações que o próprio senador anunciou, da Tribuna do Senado, que eram de amplo conhecimento público…
Sim, porque não se tem notícia de matéria alguma da Veja – ou do resto da grande mídia – sobre as atividades de Cachoeira até que a Polícia Federal desbaratasse a quadrilha.
A revista também faz uma afirmação no mínimo polêmica: afirma que seus jornalistas mantinham contato com Cachoeira e seus asseclas tanto quanto todos os jornalistas de outros grandes veículos. No entanto, até o momento só se tem informações sobre um grande meio de comunicação que se relacionava com os criminosos: a Veja.
Aliás, o blog já ouviu vários jornalistas de renome e nenhum deles reconheceu ter mantido qualquer tipo de contato com Cachoeira e companhia limitada, apesar de a revista Veja afirmar que “todos” os jornalistas de “todos” os grandes veículos falavam ou se encontravam fisicamente com ele o tempo todo, como os seus.
Se isso fosse verdade, a investigação da Polícia Federal deveria ter detectado esses outros contatos entre os bandidos e jornalistas, mas, até agora – repito –, só um grande meio de comunicação apareceu conversando ou se encontrando com a quadrilha e com seu chefe.
Supõe-se que outros jornalistas de renome e outros grandes meios de comunicação sairão a campo para confirmar ou negar a informação da Veja, pois ela envolve a todos eles com uma organização criminosa.  E se todos tinham tais relações, resta explicarem por que jamais desconfiaram de nada, pois jamais publicaram matéria alguma denunciando.