quarta-feira, 14 de abril de 2010

Os BRIC e a globalização da pobreza

Do Portal Vermelho.org

Os mais recentes indicadores a respeito da evolução da pobreza global revelam uma crescente desconexão entre o que o mundo poderia ser e o que realmente é. Em grande medida, a maior fragilidade da governança global conduzida pelas nações ricas durante as duas últimas décadas tem apontado para maior polarização social entre riqueza e pobreza.

Marcio Pochmann*

Em parte, essa polarização se deve ao agravamento da questão social em quase dois terços da população do planeta. Não fosse o desempenho de alguns poucos países como Brasil e China, por exemplo, na redução da quantidade de miseráveis e pobres, o retrocesso poderia ser ainda mais grave. Na comparação de 2005 com 1981, percebe-se, por exemplo, que o universo de miseráveis do mundo com renda mensal per capita atual de até R$ 61,20, passou de 1,9 bilhão (52,2% da população em 1981) para 1,4 bilhão de pessoas (25,7% da população em 2005). A diminuição de 26,8% na quantidade de miseráveis globais (meio milhão de indivíduos) ocorreu fundamentalmente pelo fator China, com a saída de 627,4 milhões de pessoas da condição de miseráveis entre 1981 (835,1 milhões) e 2005 (207,7 milhões).

Essa fantástica queda de 75,1% no número de miseráveis chineses foi acompanhada pelo aumento da quantidade de pessoas na condição de miseráveis no resto do mundo. Ou seja, sem a China, o mundo apresenta uma adição de 114 milhões de pessoas miseráveis, tendo em vista o aumento de 1,1 bilhão de pessoas nessa condição em 1981 para 1,2 bilhão em 2005. Mesmo com o aumento médio anual de quase 5 milhões de miseráveis no mundo sem a China, a taxa de miseráveis caiu 29%. Entre os anos de 1981 e 2005, a taxa de miseráveis do mundo baixou de 40,4% para 28,7% da população, sem a China, em virtude do crescimento demográfico para o segmento fora da condição de miserabilidade.

Se avançar no conceito de miserável para o de pobreza mundial, o que significa ter como parâmetro a insuficiência de renda per capita para viver com até R$ 122 mensais atuais, a quantidade de pobres pulou de 2,7 bilhões (74,8% da população em 1981) para 3,1 bilhões (57,6% da população em 2005). Embora a taxa de pobreza no mundo tenha caído 23%, a quantidade de pobres aumentou em cerca de 402 milhões. A China registrou a queda de 342 milhões de pobres entre 1981 e 2005. Isso não foi suficiente para compensar a elevação do número de pobres na parte restante do mundo em 743 milhões de indivíduos.

Em 24 anos, o mundo, sem a China, teria mantido seis a cada grupo de dez pessoas na condição de pobreza. Em 2005, a taxa de pobreza foi de 60,1%, enquanto em 1981 era de 65,6%, com medíocre redução acumulada de 8,4%.

Esse conjunto de dados sintetizados na evolução dos miseráveis e pobres globais merece ser analisado à luz dos principais acontecimentos políticos, econômicos e sociais a partir do final da década de 1970. O esgotamento do padrão de desenvolvimento do segundo pós-guerra foi acompanhado pela desgovernança mundial. O fim da bipolaridade (EUA e URSS), a queda do muro de Berlim e a decadência mais recente dos Estados Unidos foram acompanhados simultaneamente pela expansão inédita do poder econômico da grande corporação transnacional e pela perda de eficiência do sistema das Nações Unidas (ONU, Bird, FMI, OMC) na administração dos conflitos e construção de grandes e efetivas convergências globais. Por consequência, há maior polarização entre ricos e pobres. O ciclo de expansão econômica, comercial e tecnológica parece ter sido muito bem aproveitado por grandes corporações transnacionais e pela superelite global. Enquanto as 500 maiores corporações já respondem por mais de 40% do PIB mundial, com força econômica superior à de países, 1,2 milhão de clãs de famílias apropriam-se de 55% da riqueza do planeta.

Reorganizar a governança global tornou-se tarefa inequívoca do esforço de construção de uma nova realidade que permita aproximar o mundo superior que se pode ter do que atualmente existe. A medida de miseráveis e pobres não deixa de ser um indicador que poderia ser perfeitamente revertido, dados os ganhos fantásticos de riqueza, conforme a experiência de países como a China e, mais recentemente, o Brasil. Uma nova globalização precisa ser reinventada, com espaço crescente da liderança das nações que constituem os Bric (Brasil, Rússia, Índia e China).

*Marcio Pochmann é presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), professor licenciado do Instituto de Economia e do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O artigo foi publicado originalmente no jornal Valor.

Oposição é infantil e mimada

Por Eduardo Guimarães, no Blog Cidadania.com

As pesquisas ainda não refletem totalmente um fato que os oposicionistas irão descobrir em alguns meses: eles não têm chance. Menos pela disposição da sociedade em relação à forma como o país está sendo conduzido do que pelo discurso capenga de quem acredita que irá substituir os atuais condutores do país simplesmente porque quer.

Sim, a oposição (Serra e FHC, sobretudo) é mimada pela mídia. Acha que pode conseguir o que quiser fazendo beicinho e pirraças. Mas a direita também tem uma estratégia, além de ser voluntarista.

A aposta na burrice popular já foi uma boa estratégia eleitoral para os conservadores, para os que não querem estender o século XXI a todos os brasileiros, aos que não aceitam dividir os aeroportos com a classe C, aos que não suportam vê-la comprando carros zero quilômetro ou ingressando em universidades. Mas não é mais.

Dirão que “O povo continua tão estúpido quanto sempre foi” simplesmente porque continua não recebendo educação de qualidade. Não discordo de que são poucos os que têm acesso a boas escolas e universidades e de que ainda são raros os que se informam. Além do quê, temos uma cultura conservadora, refratária a mudanças, cravada na alma nacional durante séculos pelo topo da pirâmide.

Contudo, a grande arma da direita sempre foi dizer ao povo que tudo que ele está alcançando não seria possível alcançar. Pobre na universidade? Porteiro de prédio comprando carro zero? Salários e nível de emprego aumentando sem parar? O Estado investindo? Tudo demagogia ou “populismo”, diziam.

A tese da direita era a de que se o brasileiro caísse na loucura de votar na esquerda, o país viraria uma Cuba, teríamos volta da inflação, enfim, o Brasil sucumbiria e depois levaria muito tempo para consertar o estrago “dos comunistas”.

Isso tudo foi dito em 2002. Não dá para apagar essa memória da sociedade, por mais que a lembrança do fato esteja adormecida. Será preciso apenas avivar a memória das pessoas. Bastará a campanha de Dilma pôr na tevê o que dizia Regina Duarte sobre Lula no programa eleitoral de Serra.

Não será preciso nem lembrar ao país como ele melhorou contra as previsões do mesmo Serra que, apesar de não ter acertado no que previu, virá dizer que desta vez acertará e, assim, fará mais do que fez aquele que disse, há oito anos, que não faria nada além de “transformar o Brasil numa Argentina”.

À época, o país vizinho afundava numa crise decorrente de política econômica extremamente parecida com a do Brasil de então. Mas, já naquele tempo, o PSDB e o PI apostavam na burrice. Achavam que, como o brasileiro seria burro e medroso, poderiam fazer com que acreditasse que o Brasil NÃO podia mais e que Lula prometia o impossível.

Mais uma vez a direita apostará na burrice, como em 2002 e em 2006. Continua desprezando a sociedade ao se apresentar como mais qualificada mesmo que os fatos berrem o contrário. E aposta na amnésia popular, em que o povo já tenha esquecido como era sua vida na época de FHC.

Mas a aposta mais estúpida do PSDB e do PI é a de acharem que podem convencer a população de que tudo que aconteceu de bom no Brasil depois que deixaram o poder é mérito deles e não de quem assumiu o governo. É quase como se achassem que os brasileiros têm tanta raiva de Lula que estão doidinhos para crer na primeira teoria maluca contra ele que surgir.

É por isso que repito o que venho dizendo há cerca de um ano, que acredito tanto na vitória de Dilma quanto acreditava que a crise seria mesmo uma marolinha, que Serra seria candidato de qualquer forma, que a pesquisa Datafolha cheirava mal e em tudo mais que disse e que acabou se confirmando.

É chute do Eduardo, dirão, como disseram tantas vezes. E não me oponho. Acho até bom. Mas, como eu fazia já em setembro de 2008 – quando a crise aportou por aqui –, só peço que não se esqueçam de mais este prognóstico, que, como os anteriores, baseia-se apenas na lógica, que não se abala com pirraça de conservadores mimados.

A capa mentirosa e colonizada da Folha




Na manchete da Folha de hoje, a mentira dos que babam para o império e odeiam Lula. Na foto, a verdade.

Fonte: Blog do Miro

terça-feira, 13 de abril de 2010

MST diz que Jornal Nacional prepara denúncia “fake”

Via Paulo Henrique Amorim

Caros amigos,

Recorremos nesse momento a vocês, porque vocês sabem como acontecem as coisas na Globo.

Vejam como usar nas páginas de vocês da melhor forma possível.

Em torno das 18h30, ligou uma produtora da TV Globo para o nosso escritório de Brasília, dizendo que a Kátia Abreu, da CNA, tinha entregado ao Ministério da Justiça um DVD com vídeos e fotos de suposta tortura praticada por militantes do MST.

De cara, a nossa assessora em Brasília pediu as tais imagens. Como comentar imagens sem vê-las? De início, eles se negaram.

Eu liguei para a tal produtora e pedi para que me explicasse se era isso mesmo: o Jornal Nacional ia colocar no ar um vídeo de supostas imagens contra o MST que não tinham nenhuma credibilidade se não uma entidade de classe, a CNA? Tem algum sentido o MST dizer que é o vídeo é falso, depois de 10 segundos das imagens de tortura?

Depois de insistir, resolveram nos mandar o vídeo.

Logo depois, ligou uma repórter – a produtora que estava em contato saiu de circulação. A repórter queria uma posição do MST. Respondemos que a posição do MST era a seguinte: passar imagens sem ter a confirmação da autenticidade era uma irresponsabilidade?

Aí a repórter disse que não iam mais passar as imagens. Que de fato não tinham a confirmação da autenticidade. Depois de um pouco de conversa, ela disse o seguinte: que eu poderia ficar tranqüilo, que as imagens estavam com baixa qualidade (ou seja, foi falta de comprovação de autenticidade ou qualidade?).

Vamos ao vídeo. Vejam em http://www.cna.org.br/email/CNA/MST.zip

Na primeira parte, as denúncias são contra o MLST (podem reparar que dizem MLST). Logo depois, um homem dá um depoimento em frente a uma bandeira que não é do MST (podem reparar com atenção).

Depois, proprietários dão depoimentos sobre destruição. Sem nenhuma prova de que é o MST. Sem nenhum elemento. Apenas a palavra do depoente.

Em seguida, atacam o Incra. Aparece apenas a palavra do proprietário. Não há provas.

Depois, imagem de um caminhão carregando toras de madeira. E nada que prove que é o MST.

Em seguida, a fala do Joao Pedro sobre os inimigos do MST – e qual o problema?

Na parte posterior, pichações. E só.

Aí está toda a história. Denunciem no blog de vocês e, como o Paulo Henrique nos ensinou, com dinamismo

Espero que vocês nos ajudem na luta contra o Jornal Nacional da Globo e pela Reforma Agrária.

Saudações,

Igor Felippe Santos
Assessoria de Comunicação do MST
Secretaria Nacional – SP

Em tempo: Ah, e para completar, para não deixar dúvidas: o MST defende e respeita os direitos humanos, não tem entre seus procedimentos tortura e qualquer prática contra a pessoa humana e, nesses 25 anos, quem foram torturados e morreram nesse país foram os trabalhadores rurais sem terra (mais de 1500 de 1984 pra cá).

A EUROPA CIVILIZADA E A ESCRAVIDÃO ÉTICA



















Strawberry fields forever

Os homens europeus descem sobre Marrocos com a missão de recrutar mulheres. Nas cidades, vilas e aldeias é afixado o convite e as mulheres apresentam-se no local da selecção. Inscrevem-se, são chamadas e inspeccionadas como cavalos ou gado nas feiras. Peso, altura, medidas, dentes e cabelo, e qualidades genéricas como força, balanço, resistência. São escolhidas a dedo, porque são muitas concorrentes para poucas vagas. Mais ou menos cinco mil são apuradas em vinte e cinco mil. A selecção é impiedosa e enquanto as escolhidas respiram de alívio, as recusadas choram e arrepelam-se e queixam-se da vida. Uma foi recusada porque era muito alta e muito larga. São todas jovens, com menos de 40 anos e com filhos pequenos. Se tiverem mais de 50 anos são demasiado velhas e se não tiverem filhos são demasiado perigosas.

As mulheres escolhidas são embarcadas e descem por sua vez sobre o Sul de Espanha, para a apanha de morangos. É uma actividade pesada, muitas horas de labuta para um salário diário de 35 euros. As mulheres têm casa e comida, e trabalham de sol a sol. É assim durante meses, seis meses máximo, ao abrigo do que a Europa farta e saciada que vimos reunida em Lisboa chama Programa de Trabalhadores Convidados. São convidadas apenas as mulheres novas com filhos pequenos, porque essas, por causa dos filhos, não fugirão nem tentarão ficar na Europa. As estufas de morangos de Huelva e Almería, em Espanha, escolheram-nas porque elas são prisioneiras e reféns da família que deixaram para trás. Na Espanha socialista, este programa de recrutamento tão imaginativo, que faz lembrar as pesagens e apreciações a olho dos atributos físicos dos escravos africanos no tempo da escravatura, olhos, cabelos, dentes, unhas, toca a trabalhar, quem dá mais, é considerado pioneiro e chamam-lhe programa de "emigração ética". Os nomes que os europeus arranjam para as suas patifarias e para sossegar as consciências são um modelo. Emigração ética, dizem eles.

Os homens são os empregadores. Dantes, os homens eram contratados para este trabalho. Eram tão poucos os que regressavam a África e tantos os que ficavam sem papéis na Europa que alguém se lembrou deste truque de recrutar mulheres para a apanha do morango. Com menos de 40 anos e filhos pequenos. As que partem ficam tristes de deixar o marido e os filhos, as que ficam tristes ficam por terem sido recusadas. A culpa de não poderem ganhar o sustento pesa-lhes sobre a cabeça. Nas famílias alargadas dos marroquinos, a sogra e a mãe e as irmãs substituem a mãe mas, para os filhos, a separação constitui uma crueldade. E para as mães também. O recrutamento fez deslizar a responsabilidade de ganhar a vida e o pão dos ombros dos homens, desempregados perenes, para os das mulheres, impondo-lhes uma humilhação e uma privação. Para os marroquinos, árabes ou berberes, a selecção e a separação são ofensivas, e engolem a raiva em silêncio. Da Europa, e de Espanha, nem bom vento nem bom casamento. A separação faz com que muitas mulheres encontrem no regresso uma rival nos amores do marido.

Que esta história se passe no século XXI e que achemos isto normal, nós europeus, é que parece pouco saudável. A Europa, ou os burocratas europeus que vimos nos Jerónimos tratados como animais de luxo, com os seus carrões de vidros fumados, os seus motoristas, as suas secretárias, os seus conselheiros e assessores, as suas legiões de servos, mais os banquetes e concertos, interlúdios e viagens, cartões de crédito e milhas de passageiros frequentes, perdeu, perderam, a vergonha e a ética. Quem trata assim as mulheres dos outros jamais trataria assim as suas. Os construtores da Europa, com as canetas de prata que assinam tratados e declarações em cenários de ouro, com a prosápia de vencedores, chamam à nova escravatura das mulheres do Magreb "emigração ética". Damos às mulheres "uma oportunidade", dizem eles. E quem se preocupa com os filhos? Gostariam os europeus de separar os filhos deles das mães durante seis meses? Recrutariam os europeus mães dinamarquesas ou suecas, alemãs ou inglesas, portuguesas ou espanholas, para irem durante seis meses apanhar morango? Não.

O método de recrutamento seria considerado vil, uma infâmia social. Psicólogos e institutos, organizações e ministérios levantar-se-iam contra a prática desumana e vozes e comunicados levantariam a questão da separação das mães dos filhos numa fase crucial da infância. Blá, blá, blá. O processo de selecção seria considerado indigno de uma democracia ocidental. O pior é que as democracias ocidentais tratam muito bem de si mesmas e muito mal dos outros, apesar de quererem exportar o modelo e estarem muito preocupadas com os direitos humanos. Como é possível fazermos isto às mulheres? Como é possível instituir uma separação entre trabalhadoras válidas, olhos, dentes, unhas, cabelo, e inválidas? Alguns dos filhos destas mulheres lembrar-se-ão. Alguns dos filhos destas mulheres serão recrutados pelo Islão. Esta Europa que presume de humana e humanista com o sr. Barroso à frente, às vezes mete nojo.




No dia 15/11/2009 o jornalista Noblat publicou em seu blog que o apartamento que o FHC usava para os encontros amorosos com a jornalista Mirian Dutra,

No dia 15/11/2009 o jornalista Noblat publicou em seu blog que o apartamento que o FHC usava para os encontros amorosos com a jornalista Mirian Dutra, era o apartamento do Serra em Brasília. Nessa época Serra era deputado federal pelo PSDB, não ficou explicado no texto do Noblat se o apartamento era o funcional pago com o dinheiro do contribuinte, ou particular.A irmã da jornalista Miriam Dutra, Maggi, era ex acessora do Arruda quando esse era senador pelo PSDB também servia como ponte ao casal FHC- Miriam Dutra. O Serra em seu discurso no lançamento da candidatura falou da "amiga" Ruth Cardoso, muito cínico da parte dele chamar de "grande amiga" Serra agiu como um alcoviteiro, cínico, dissimulado. A mídia, os jornalistas dos jornais de SP não vão perguntar para o Serra se afirmação que está no blog do Noblat procede? Serra e o PSDB tão ávidos em usar o STF não vão processar o Noblat alegando calúnia e difamação? Não, eles não vão fazer nada, eles seguem o ditado que diz: "merda quanto mais mexe mais fede". Cadê o Sergio Guerra para falar sobre o assunto?
Bomba! FHC vai reconhecer filho que teve com jornalista


Míriam (à direita) entrevista Adriana Galisteu (06/05/1994)

A edição dominical da Folha de S. Paulo, que começou a circular, traz a informação, apurada pela jornalista Mônica Bergamo, que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso reconhecerá em breve que é pai do filho da jornalista Míriam Dutra, funcionária da Rede Globo de Televisão, atualmente lotada no escritório da emissora em Londres.
Esta é a primeira vez que um veículo da chamada grande imprensa brasileira trata do caso do filho que Fernando Henrique teve fora do seu casamento com a socióloga Ruth Cardoso.
A revista Caros Amigos abordou o assunto em sua edição de abril de 2000. Na época, Míriam se negou a confirmar que Fernando Henrique era o pai do filho dela.
Atualização das 01h35 - O menino foi batizado com o nome de 'Tomás Dutra Schmidt. Nasceu no dia 26 de setembro de 1991 à 0h15 em uma maternidade de Brasília. Foi batizado pela avó materna e registrado na mesma cidade somente no nome de Míriam.
Dona Ruth Cardoso, mulher do ex-presidente que morreu em 24 de junho do ano passado, sabia que seu marido havia tido um filho com Míriam. Foi ele quem lhe contou durante uma viagem a Nova Iorque antes de ser candidato a presidente pela primeira vez.
Atualização das 01h53 - Ao longo de todos esses anos, o ex-presidente mandou dinheiro para que Míriam sustentasse o filho. E o visitou várias vezes. Míriam mora na Europa desde então. Morou primeiro em Portugal, depois em Barcelona e agora está em Londres.
Atualização das 02h05 - Foi no apartamento de Brasília de José Serra que Fernando Henrique e Míriam se encontraram várias vezes. Ele, presidente. Ela, funcionária da TV Globo na Europa.
Maggi, irmã de Míriam, e ex-assessora do atual governador de Brasília José Roberto Arruda, na época senador, foi outra pessoa que serviu de ponte entre o ex-presidente e a mãe do seu filho.


O que neste blog já foi publicado sobre o filho de FHC com Míriam:
Mais sobre o filho de FHC e a notícia do caso (10/5/2004)
A imprensa e a vida privada dos presidentes (10/5/2004)

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/default.asp?a=111&cod_blog=129&ch=n&palavra=&pagAtual=23 &periodo=200911

Do Blog Desabafo Brasil

Lula, Obama e a mídia golpista

Do Blog do Miro

Em recente entrevista ao diário O Globo, Maria Judith Brito, presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ) e diretora executiva do Grupo Folha, escancarou o jogo: “Obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada”. A confissão descarada só confirma o que muitos já sabiam. A mídia hegemônica é hoje a principal força da oposição de direita, neoliberal e conservadora, do Brasil.

Como alertou o intelectual italiano Antonio Gramsci, ainda na década de 20 no seu “Cadernos do cárcere”, quando as instituições das elites dominantes estão em crise, a imprensa burguesa ocupa o papel de “partido do capital”. Conforme ensinou, “enquanto aparelhos político-ideológicos que elaboram, divulgam e unificam as concepções de mundo, jornais e revistas cumprem a função de organizar e difundir determinados tipos de cultura”. Só os ingênuos ainda acreditavam na neutralidade da mídia, o que a presidente da ANJ agora confessa que nunca existiu nem existirá.

A falsa “liberdade de imprensa”

Diante desta confissão do crime, qual reação esperar do presidente Lula, cujo ouvido vai virar penico neste ano de cruel guerra sucessória? Até hoje o principal mandatário do país, eleito por milhões de brasileiros e gozando de popularidade recorde, sempre agiu com tolerância diante das “posições oposicionistas” da mídia. Apesar das bravatas de Maria Judith Brito – “a liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado” – nunca houve censura ou perseguição aos veículos “privados” de comunicação. Não há qualquer risco à liberdade de expressão no Brasil.

Num editorial recente, intitulado “devaneio autocrático”, o jornal Folha de S.Paulo – o mesmo da “ditabranda”, da fraudulenta ficha policial de Dilma Rousseff e dos ataques rancorosos à moral do presidente – rotulou o governo Lula de autoritário. Sugeriu que a luta contra a censura fosse uma das principais bandeiras da oposição de direita. Uma lista com sete conflitos com a mídia – em longos seis anos de mandato – foi apresentada como prova do autoritarismo. Pura choradeira de quem promove milhares de crimes editoriais sem ser processado ou molestado.

A reação do conciliador Lula

Apesar deste jogo sujo, o presidente Lula mantém a calma. Nem mesmo as emissoras da rádio e televisão – que são concessionárias públicas e deviam respeitar a Constituição e as leis – são alvo de represália. Elas ainda são palanques eletrônicos para âncoras e comentaristas desclassificados, como Boris Casoy, Arnaldo Jabor, Miriam Leitão e outros direitistas convictos. Ainda recebem milhões em anúncios publicitários do governo. No caso dos jornais e revistas, que não são concessões públicas, o presidente ainda tem a paciência de dar entrevistas que parecem pugilato.

No máximo, o conciliador Lula apenas lástima “as posições oposicionistas” da mídia. Há poucos dias, ele rotulou os jornais de “tablóides” que não enxergam a realidade. No ato político de apoio do PCdoB à pré-candidata Dilma Rousseff, na semana passada, ele ironizou os “editores de política” que não entendem porque a população apóia o governo. Estas suaves alfinetas irritam os barões da mídia, que demonizam seus adversários, destroem suas reputações, mas não aceitam críticas.

Freio de arrumação na mídia golpista

Não dá para esperar uma mudança de atitude do presidente diante das “posições oposicionistas” da mídia. Uma das marcas mais fortes do governo Lula é a da conciliação. Sob o pretexto da governabilidade, ele firmou pactos – explícitos ou não – com a ditadura financeira, os barões do agronegócio e os donos da mídia. Seu governo não adotará a mesma postura de Hugo Chávez, Evo Morales ou Rafael Correa, que denunciam explicitamente o terrorismo midiático e investem em meios alternativos de comunicação. A convocação da 1ª Confecom foi até surpreendente.

No mínimo, porém, o presidente Lula poderia se precaver diante das baixarias da imprensa neste ano de batalha sucessória. Poderia por um freio de arrumação, evitando o pior nas eleições. Uma atitude um pouco mais ousada limitaria as “posições oposicionistas” – na verdade, golpistas – da mídia. Já que não adotará o caminho “radical” de Chávez, Morales ou Correa, ele poderia seguir o exemplo do seu amigo, Barack Obama. No final do ano passado, o presidente dos EUA simplesmente se recusou a dar entrevistas à poderosa Fox News, do magnata Rupert Murdoch.

Annita Dunn, diretora de comunicação da Casa Branca, explicitou o motivo: “A rede Fox News opera, praticamente, como o setor de pesquisas ou de comunicações do Partido Republicano... A rede Fox está em guerra contra Barack Obama e a Casa Branca, e não precisamos fingir que o modo como ela trabalha seria o modo que dá legitimidade ao trabalho jornalístico. Quando o presidente fala a Fox, já sabe que não falará à imprensa, propriamente dita. O presidente já sabe que estará num debate com o partido de oposição”.

Israel é a sexta maior potência nuclear, afirmam analistas britânicos


Foto: http://thumbs.dreamstime.com/

IAR Notícias (*)

Num contexto de crescente pressão para que Israel declare seu arsenal nuclear, analistas de defesa da agência britânica Jane estimam que o Estado judeu tem entre 100 e 300 ogivas nucleares, colocando-os entre os estados mais avançados em termos de armamento nuclear, junto com o Reino Unido.

Segundo a agência, o poder estratégico de Israel concentra-se no míssil Jericó 2, que tem um alcance de até 4.500 km, ou Jericó 3, que atinge até 7800 km. Também se acredita ser capaz de implantar o armamento por via aérea, utilizando caças F-16, e até mesmo por mar, através da sua frota de submarinos, fornecendo uma oportunidade para um segundo ataque, se os seus sistemas de terra forem atacados.

“Alguns analistas acreditam que Israel tem provavelmente a maioria, se não todo o seu arsenal nuclear desmontado”, segundo a última conferência da agência de defesa britânica, acrescentando que “em questão de dias pode ter armas em pleno funcionamento”.

A londrina International Institute for Strategic Studies (IISS) estima que Israel tem “até 200 ogivas”, entre mísseis de curto alcance em terra (Jericó 1) e mísseis de médio alcance (Jericó 2). A Nuclear Threat Initiative, um grupo de defesa norte-americano co-criado por Ted Turner, fundador da CNN, estima que o total é de 100 a 200 ogivas.

Os países vizinhos, como Egito e Turquia, também exigiram que Israel seja colocado sob o controle da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O governo Netanyahu teme que a demanda reapareça e que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apoie a iniciativa de alguma forma.

Em uma atitude de desafio e de impunidade, a primeira potência militar do Oriente Médio se recusa a participar da cúpula convocada pelos Estados Unidos em Washington. Assim, o estado sionista evita revelar seu poderoso arsenal nuclear não declarado ou sujeitá-lo a qualquer controle internacional.

Em vez do chefe do Governo, participará da cúpula israelense em Washington o Vice-Primeiro-Ministro e Ministro dos Serviços de Inteligência, Dan Meridor, e o diretor israelense da Agência para a Energia Atômica, Shaul Horev, além do conselheiro de Segurança Nacional de Netanyahu, Uzi Arad.

“Nos últimos dias tivemos informações de que alguns estão interessados em usar a cúpula para atacar Israel e por isso o primeiro-ministro decidiu não aderir”, disse uma fonte do governo israelense citado pela imprensa judaica.

A decisão foi tomada sexta-feira por Netanyahu, após parecer de sua equipe em uma reunião de última hora. Verificou-se que vários países árabes e muçulmanos são igualmente convidados a Washington. Eles pretendem exigir a inclusão de Israel no Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP).

(*) Agencia Matriz del Sur via Portal Rebelion. Tradução: Gustavo Barreto.

A grande imprensa está fechada com o tucano José Serra


Pode não vir a ter o impacto que desejavam os petistas, mas a participação da pré-candidata do PT a presidente da República, Dilma Rousseff, na reunião das entidades sindicais que debateram o emprego e a profissionalização, realizada em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, com a presença de Lula, no mesmo dia do pré-lançamento da candidatura presidencial de José Serra, em Brasília, serviu para avaliar a repercussão dos dois atos na imprensa. E tudo indica que Serra levou a melhor, até porque a grande imprensa está fechada com o tucano.

O corvo da rua Chile

Da Agência Carta Maior

Emir Sader foi muito feliz ao criar o prêmio "O Corvo do Ano 2010", numa homenagem ao jornalista Carlos Lacerda, extremado líder golpista dos anos cinquenta e parte dos sessenta. Lacerda soube usar como ninguém a mídia da época, aliando-se aos militares para derrubar governos democráticos. É preciso destacar que nenhum dos jornalistas dos tempos modernos chega aos pés de Carlos Lacerda, um traidor convicto mas dotado de rara capacidade de polemizar. O artigo é de Eliakim Araújo.

Artigo publicado originalmente em Direto da Redação

Emir Sader, colunista da Carta Maior, foi muito feliz ao criar o prêmio “O Corvo do Ano 2010”, numa homenagem ao jornalista Carlos Lacerda, extremado lider golpista dos anos cinquenta - e parte dos sessenta - que soube usar como ninguém a mídia da época e aliou-se aos militares para derrubar governos democráticos. Sader lembra que nos tempos modernos há jornalistas e colunistas que seguem a cartilha lacerdista e promovem abertamente o golpe de estado contra as instituições democráticas em frontal desrespeito à vontade popular, usando o espaço que lhes é concedido por empresas midiáticas que comungam os mesmos pontos de vista.

Sader deu o pontapé inicial e arriscou o nome de Otavio Frias Filho, “pela “ditabranda”, pelas acusações falsas, pelo silêncio sobre o que não lhe agrada”. E deixou a critério dos leitores a indicações de nomes dentre os quais o mais votado fará jus ao prêmio.

Neste domingo eram 216 mensagens de leitores indicando nomes para a premiação. Tantos que a gente até pode pensar que eles são maioria. Numa rápida passada de olhos, observei que os nomes que mais aparecem são os de Jabor, Boris e Mainardi. Nomes que dispensam apresentação. Com certeza, qualquer um deles presidiria “maxima cum laude” o Partido da Imprensa Golpista (PIG), a criação do Paulo Henrique Amorim que é um verdadeiro achado, sobretudo depois que a presidente da Associação Nacional de Jornais, Judith Brito, confirmou recentemente em alto e bom som que “na situação atual, em que os partidos de oposição estão muito fracos, cabe a nós dos jornais exercer o papel dos partidos, por isso estamos fazendo”.

Mas voltando ao prêmio “Corvo do Ano” é preciso destacar que nenhum dos jornalistas dos tempos modernos chega aos pés de Carlos Lacerda, um traidor convicto mas dotado de rara capacidade de polemizar. Ganhou a eleição para governador do recém criado Estado da Guanabara, em 1959, numa disputa acirrada com Sergio Magalhães e Tenorio Cavalcanti. Naquele ano, eu tive o privilégio de, quase aluno da Faculdade Nacional de Direito, estar presente no dia em que Lacerda debateria com os estudantes do CACO (Centro Acadêmico Cândido de Oliveira).

Aqui é bom explicar que o prédio da FND, no Campo de Santana, no Rio, tem história. Ali funcionou a primeira sede do Senado da República (1826 a 1924) e, talvez por esse motivo, havia regras específicas para o uso salão nobre, que só era aberto para ministros de Estado ou para o presidente da república. Palestras ou debates com outras personalidades eram realizados em um anfiteatro no terceiro andar. Assim foi com Tenório e Sergio.

Com Lacerda, entretanto, não foi assim. Lacerda era tipicamente aquela figura contraditória, amada ou odiada. Naquele ano, a direita, através da Aliança Libertadora Acadêmica, embora estivesse no poder no CACO, estava enfraquecida e sua derrota na próxima eleição era previsível. A maioria dos alunos votaria com o Movimento de Reforma, como de fato aconteceu em outubro do ano seguinte. Portanto, naquele ano eleitoral os progressistas, que repudiavam o golpismo representado por Larcerda, eram maioria. E aí deu-se uma passagem histórica que eu tive o privilégio de testemunhar.

Uma hora antes da chegada do Corvo, o apelido de Lacerda, líderes do Movimento de Reforma se reuniram numa sala fechada para examinar duas propostas: se impediam a entrada de Lacerda no chamado “território livre da FND”, o que certamente redundaria em pancadaria, pois Lacerda andava cercado por uma tropa de choque composta por lutadores, ou se permitiam sua entrada para o debate com estudantes. Não estou certo quanto ao número de presentes nessa reunião, mas sei que por um voto de diferença venceu a proposta de que ele deveria entrar e enfrentar o debate.

Ocorre que o anfiteatro ficou pequeno para receber a multidão que queria aplaudir ou vaiar Lacerda. A diretoria viu-se então obrigada a transferir o debate para o salão nobre, onde Lacerda não conseguiu falar, porque quando lá chegou o auditório já estava tomado pelos alunos que portavem cartazes e gritavam em coro “ladrão da rua Chile”, numa referência à Avenida Chile que seria aberta no centro do Rio e para a qual seria transferido o jornal de Lacerda, Tribuna da Imprensa, o que lhe renderia uma compensação financeira milionária que a Prefeitura lhe pagaria.

O resto é fácil de deduzir. O pau quebrou entre alunos e a tropa de choque lacerdista em pleno salão nobre do que foi outrora o primeiro Senado brasileiro onde Rui Barbosa brilhou. Lacerda ganhou a eleição e tornou-se o primeiro governador do Estado da Guanabara, que durou apenas 16 anos, de 1960 a 1975, quando foi incorporado ao Estado do Rio de Janeiro.

Bem, depois dessa divagação histórica, é hora de voltar ao blog do Emir Sader e indicar o seu candidato ao prêmio “Corvo do Ano 2010”. Copie o link abaixo em sua URL e participe.

http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=443

(*) Editor do site Direto da Redação.

Venezuela lança guerrilha de comunicação contra mentiras da mídia

Do Portal Vermelho.org

De colete e bonés verde-oliva, 75 jovens venezuelanos juraram nesta segunda (12), diante dos ministros de Comunicação e Educação, integrar os Comandos da Guerrilha Comunicacional para contrapor a mentira e a desinformação difundidas pelos meios de comunicação privados do país.

"Há oito anos, enquanto estavam massacrando o povo, os meios privados de comunicação estavam calados. Então o povo saiu às ruas e decidiu tomar a palavra para pedir a restituição do presidente Hugo Chávez (...) Oito anos depois, estamos tratando para que isso não volte a ocorrer, pois existe uma nova geração com mais ferramentas de comunicação", disse a ministra de Comunicação e Informação, Tania Díaz. A referência é à tentativa de golpe frustrado que, em 2002, tirou Chávez do poder por três dias.

Os adolescentes formados ontem fazem parte de um programa piloto de um colégio público de Caracas e serão distribuídos em grupos de 25 combatentes. De acordo com o governo Hugo Chávez, eles receberão formação integral nas áreas de vídeo e televisão, rádio e produção de conteúdos sonoros, comunicação visual, web, multimídia e jornalismo popular, assim como educação para a percepção crítica de mensagens.

A partir de setembro, a formação será atividade extracurricular voluntária para alunos da rede pública entre 13 e 17 anos --equivalente a quatro horas acadêmicas.

A ministra Tania Díaz destacou que a intenção do programa é democratizar o espaço comunicacional, "porque não pode ficar definido que o ato de informar só existe dentro do meio de comunicação tradicional".

Já a chefe de governo do Distrito Capital, Jacqueline Faría, informou que a ideia é se contrabalancear o grande poder dos meios privados. Nesse sentido, o governo resolveu ir à raiz e educar as crianças e os jovens nas escolas para semear-lhes a curiosidade sobre a nova comunicação.

Ela indicou que o objetivo é fomentar a liderança estudantil nos colégios, a fim de que os jovens assumam os processos comunicacionais em suas comunidades de forma permanente e sustentável. O governo também avaliou que o programa rompe com o monopólio midiático.

Guerrilha na internet

A guerrilha já está na internet. No Facebook, a comunidade do programa contava com 33 fãs na noite de ontem. Há também conta no twitter e um blog (guerrillacomunicacional.blogspot.com). Um dos responsáveis pela página, Juan Miguel Hernández, 23, explica que o projeto não abarca só estudantes. Ele é um dos agentes do Ministério das Comunas (organizações de base ligadas ao governo) para a formação de multiplicadores do programa.

Ele rejeita a ideia de que a "guerrilha" sirva apenas como "reação à conjuntura dos meios de comunicação". "Trata-se de dar instrumentos e ferramentas de expressão às pessoas", diz ele, que garante que temas delicados para o governo, como a crise energética, também podem ser abordados, desde que "partam da comunidade".

Com agências

domingo, 11 de abril de 2010

Em busca da imparcialidade perdida

(o mesmo autor do post anterior, cujo nome ainda tenho que recuperar)


Por Miguel do Rosário, no Blog Oleo do Diabo

Tem hora que sinto saudades da imparcialidade que nunca tive. Gostaria de analisar por aqui os discursos de Serra e Dilma sem que vocês soubessem, de antemão, que eu vou sentar o cacete no tucano e dar loas à ministra. Mesmo que os leitores identificassem em meus textos um toque esquerdista, eu poderia manter um certo mistério. Seria relativamente fácil. Bastava fazer umas críticas ao Lula de vez em quando.

Mas só parece fácil, como aquelas bolas encostadas na boca da caçapa, de um jeito que é quase impossível botá-las para dentro. Primeiro porque o Lula não erra uma. Pode falar umas besteiras de vez em quando, mas na essência está - irritantemente - sempre certo. Nessa última polêmica, por exemplo, sobre as multas a ele aplicadas. A imprensa e oposição tem perseguido Lula implacavelmente. Qualquer fala sua é cerceada e taxada de propaganda eleitoral. Ora, Lula é um animal político. Ele pensa em política 24 horas por dia. E falar em política é também falar em eleições. É bater papo com o Brasil sobre as perspectivas de futuro.

A mesma mídia que vive reclamando de uma campanha pobre em debate político tenta tolher o direito do presidente em dar sua opinião sobre o processo eleitoral. O judiciário tem sido fortemente pressionado a adotar uma atitude policialesca em relação a Lula. Já cansei de ler editoriais claramente ameaçadores contra juízes eleitorais que não condenaram o presidente por propaganda antecipada. E a idéia de que o presidente deve ser um "magistrado" imparcial é ridícula partindo de forças políticas que patrocinaram mudanças na lei eleitoral que beneficiavam a si mesmas. E sem consulta popular, não se esqueçam (afinal, o povo que coma brioches...).

Políticos tem mesmo que fazer uma reforma política, e lutar por sua liberdade de expressão. E não se submeterem a essa nova "lei Falcão" (essa história de Lei Falcão eu peguei lá no Brizola Neto) que imprensa e juízes eleitorais querem impor a representantes eleitos democraticamente justamente para isso, para expressarem suas opiniões e protagonizarem o debate político. A maneira como o presidente se expressou pode ter sido um erro político, produzindo um noticiário negativo que prejudicou Dilma Rousseff, mas foi um gesto de coragem em defesa da liberdade, contra uma política baixa e medíocre, baseada apenas em chicanerias e ameaças jurídicas, como é a que a oposição vem fazendo, com ajuda meticulosa da grande imprensa.

A propaganda antecipada a ser proibida não são manifestações espontâneas do presidente. É inconstitucional pretender violar a liberdade política do principal representante do povo brasileiro. Deve-se proibir a circulação de panfletos, cartazes, a veiculação de anúncios televisivos, antes da hora. Mas não silenciar a voz do presidente, que queira ou não a mídia, é voz do povo, que votou nele e adora ouvi-lo falar.

Enquanto Serra passa noites no Twitter dizendo que gosta do seriado americano X, Lula vai ao encontro de trabalhadores e pratica a velha e boa comunicação direta, olho no olho, corpo a corpo, com a sociedade civil. Fala de coisas reais e importantes, pratica um debate constante, rico, inteligente, enquanto Serra exercita seu eterno silêncio midiático, e seus cães de briga, como Roberto Freire, e blogueiros de esgoto, dedicam-se a latir e babar furiosamente.

Hoje Serra deu entrevista ao Globo. É lamentável. A matéria já abre (veja o fácsímile abaixo) dizendo que o governador não quis falar de programas de governo ou campanha. Apenas de seus "gostos pessoais".


Não é triste isso? O cara se lança candidato e não quer falar de seu futuro governo? Repare que a abertura da matéria, na falta de densidade e melhor conteúdo, reproduz recadinhos idiotas de Serra no Twitter. É isso que a mídia defende? Quando Lula dá entrevista, temos sempre 4 ou 5 páginas inteiramente tomadas com opiniões densas sobre política externa, programas sociais, mercado interno, eleições, projeções futuras. Com Serra, é uma página só, e apenas com ninharias bestas, como eu mostro aí abaixo:



Nem que isso não seja uma informação importante. Até é. Mas como complemento. O que interessa ao Brasil é saber o que Serra pretende fazer em termos de governo. Ah, não sabe? Ainda não discutiu com os marketeiros? E aquelas declarações de Guerra sobre acabar com o PAC, mudar o câmbio, os juros, intervir em tudo?

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Merval Pereira informou hoje que vai tirar férias de algumas semanas. Tá fugindo de mim, Merval? Só porque agora eu tô te marcando?

Bem, a análise mervaliana de hoje ancora-se integralmente na última pesquisa Datafolha. Para isto ela serviu. Foi muito mais importante do que eu imaginei. A pesquisa serviu para estimular a militância, sobretudo aquela das redações.

Merval esnoba Dilma Rousseff. Apresenta-a como alguém sem personalidade ou carisma. Mas o pior é apresentar um cenário pessimista em função de conjecturas levianas, como a de pretender saber o que Lula está pensando. Confira esse trecho:



É um tal de "pode indicar" para lá, de "podem ser sinais" para lá, sem a mínima preocupação com a realidade. Que sondagem eleitorais? Tenho analisado aqui a fundo os relatórios completos das pesquisas, vocês sabem, e detectado números extremamente favoráveis à ministra Dilma. Ela já lidera disparado nas espontâneas, empata na estimulada, tem rejeição baixa, ganha entre os homens, e sobretudo vem apresentando um crescimento acelerado e firme. Enfim, o conjunto dos números é amplamente positivo, ao contrário do que Merval dá a entender em sua coluna.

O colunista, ao fim, dá uma informação interessante, de que, na urna eletrônica constará a foto do vice. A sugestão é clara: mais uma razão para Aécio aceitar a vaga.

Sem desconsiderar a força de Aécio Neves, provada nas eleições de 2006 e reforçada por uma popularidade descomunal em Minas Gerais, gostaria apenas de ressaltar que esta força ainda não se mostra nas pesquisas de intenção de voto. Segundo o último Datafolha, Aécio Neves marca apenas 1% na espontânea, sendo 1% em todas as regiões, inclusive no Sudeste, e com traço no Nordeste.



Isso no Datafolha, que arrendodou tudo para 1%. No Vox Populi, Aécio figura entre os que tem menos de 0,5% de voto espontâneo.

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Em seu discurso, Dilma foi direta. Não vai privatizar. Não vai reprimir sindicatos ou movimentos sociais. Serra apenas disse generalidades doces ao ouvido da mídia.

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Blogs tucanos linkados no site do PSDB estão às moscas.

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O site Amigos do Serra tem uma seção chamada Blogueiros. Só dá Reinaldo Azevedo, Noblat e Gente que Mente. Isso que é classe! Isso que é trabalhar pela união!

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Sabe uma coisa que me incomoda deveras no PSDB? Eu vi algumas fotos do lançamento da candidatura Serra e aquilo me lembrou uma reunião da Ku Klux Kan. Não tem um moreno. Negro nem pensar. Quase não tem mulher. E o Brasil é, por excelência, o país dos morenos, dos negros e das mulheres. Ainda chamam a Ana Hickman para apresentar o evento. Acho-a linda, tudo bem, mas apenas acrescentou mais uma ariana pura ao tucanato reunido.

Não gosto dessa história de politicamente correto. Não é nada disso. É só uma constatação de como o PSDB estagnou-se como um partido da elite branca. De como ele nunca sequer se esforçou em popularizar-se, em representar a população trabalhadora.

OS HORRORES DA GUERRA - NO IRAQUE, CIVIS SÃO MORTOS COVARDEMENTE METRALHADOS POR UM HLICÓPTERO AMERICANO "APACHE" - JORNALISTA É UMA DAS VÍTIMAS

As imagens são fortes, e mostram a brutalidade da guerra, onde os limites da insensatez e animalidade são ultrapassados por todos os lados envolvidos no conflito. Pode-se dizer que, não é uma matéria agradável de ser vista numa manhã de Domingo, mas, convém não esquecer a dura verdade que para milhões de pessoas no palco onde as guerras se desenrolam, não existe dia de trégua.
Reproduzimos o texto completo que acompanha o video. E faço um alerta: Talvez ver esse video estrague seu Domingo, me perdoem, ocultar esse fato, me calar diante dele, estragaria todos os meus dias.
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OCULTTA — 10 de abril de 2010 — A Wikileaks, uma organização que publica documentos de fontes anônimas que evidenciam a má conduta do governo e de corporações, publicou um vídeo mostrando um helicóptero Apache dos Estados Unidos atirando contra civis desarmados no Iraque.
A Wikileaks afirmou que o video, filmado do cockpit do helicóptero, mostra um ataque de metralhadora calibre 30mm em um quarteirão no subúrbio de Bagdá, em Julho de 2007.
A Wikileaks afirmou, ainda, que 12 civis foram mortos no ataque, incluindo 2 jornalistas, Namir Nour El Deen, e Saeed Chmagh, que trabalhavam pela agência de notícias Reuters.
A Wikileaks existe para nos ajudar a divulgar e revelar materiais importantes para o mundo, mantendo o devido sigilo e anonimato de suas fontes.
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Dois videos com imagens completas e legendados
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Do Blog 007BONDeblog - Dói publicar, dói menos não omitir.

Dilma: "Acabou o tempo dos exterminadores de emprego e de futuro"

Do Porta Vermelho.org

A pré-candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, voltou a defender neste sábado (10), em evento realizado na sede do Sindicato dos Metalúrgicos no ABC, Grande São Paulo, um Estado forte, a serviço do “interesse nacional”. Apresentando-se como contraponto à oposição, Dilma desconstruiu o slogan da campanha de José Serra, que se lançou neste sábado como pré-candidato à presidência pelo PSDB.

“O Brasil pode mais porque nós pudemos mais”, provocou a ex-ministra. “É a diferença entre nós e eles. Eles podem e nós fazemos”, afirmou Dilma, em referência ao slogan da campanha de Serra, “O Brasil pode mais”. Sem citar nomes, Dilma disse que não pediria para as pessoas esquecer o que ela fez. “Vocês não me verão pedindo que esqueçam o que afirmei ou escrevi”, afirmou, em referência ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que teria dito a frase.

A pré-candidata também fez um ataque indireto a Serra ao dizer que pode apanhar, mas não sucumbe. “Não fujo quando a situação fica difícil. Eu não tenho medo da luta. Posso apanhar, sofrer, ser maltratada, mas estou sempre firme com minhas convicções. Em cada época da minha vida, fiz o que fiz por acreditar no que fazia. Só segui o que a minha alma e o meu coração mandavam. Nunca me submeti. Nunca abandonei o barco.”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também participou do evento, partiu para o ataque. Mostrando-se bem informado sobre o evento realizado em Brasília para lançar a pré-candidatura de Serra, Lula disse que “o momento auspicioso foi quando o ex-governador de Minas [Aécio Neves] disse que é preciso reforçar as privatizações. Foi o momento de maior aplauso na festa dele”.

“Se não fosse o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, o BNDES, nós teríamos sucumbido na crise”, declarou Lula. “Foi preciso um metalúrgico, socialista, para ensinar esse povo como fazer o capitalismo”.

Já Dilma referiu-se às privatizações ao afirmar que não deixaria que o patrimônio nacional “dilapidado e partido em pedaços.” “Não vou destruir o Estado, diminuindo seu papel a ponto de tornar-se omisso e inexistente”, disse, voltando a chamar a oposição de “viúvas da estagnação”.

Confira abaixo a íntegra do discurso de Dilma aos sindicalistas

Companheiros e Companheiras do ABC.

Estou aqui hoje e quero aproveitar este momento para me identificar com maior clareza. Os da oposição precisam dizer quem são. Vocês sabem quem eu sou, e vão saber ainda mais. O que eu fiz, o que planejo fazer e — uma coisa muito importante — o que eu não faço de jeito nenhum. Por isso gostaria de dizer que:

1) Eu não fujo quando a situação fica difícil. Eu não tenho medo da luta. Posso apanhar, sofrer, ser maltratada, mas estou sempre firme com minhas convicções. Em cada época da minha vida, fiz o que fiz por acreditar no que fazia. Só segui o que a minha alma e o meu coração mandavam. Nunca me submeti. Nunca abandonei o barco;

2) Eu não sou de esmorecer. Vocês não me verão entregando os pontos, desistindo, jogando a toalha. Vou lutar até o fim por aquilo em que acredito. Estarei velhinha, ao lado dos meus netos, mas lutando sempre pelos meus princípios. Por um país desenvolvido com oportunidades para todos, com renda e mobilidade social, soberano e democrático;

3) Eu não apelo. Vocês não verão Dilma Rousseff usando métodos desonestos e eticamente condenáveis para ganhar ou vencer. Não me verão usando mercenários para caluniar e difamar adversários. Não me verão fazendo ou permitindo que meus seguidores cometam ataques pessoais a ninguém. Minhas críticas serão duras, mas serão políticas e civilizadas. Mesmo que eu seja alvo de ataques difamantes;

4) Eu não traio o povo brasileiro. Tudo o que eu fiz em política sempre foi em defesa do povo brasileiro. Eu nunca traí os interesses e os direitos do povo. E nunca trairei. Vocês não me verão por aí pedindo que esqueçam o que afirmei ou escrevi. O povo brasileiro é a minha bússola. A eles dedico meu maior esforço. É por eles que qualquer sacrifício vale a pena;

5) Eu não entrego o meu país. Tenham certeza de que nunca, jamais me verão tomando decisões ou assumindo posições que signifiquem a entrega das riquezas nacionais a quem quer que seja. Não vou destruir o Estado, diminuindo seu papel a ponto de tornar-se omisso e inexistente. Não permitirei, se tiver forças para isto, que o patrimônio nacional, representado por suas riquezas naturais e suas empresas públicas, seja dilapidado e partido em pedaços. O Estado deve estar a serviço do interesse nacional e da emancipação do povo brasileiro;

6) Eu respeito os movimentos sociais. Esteja onde estiver, respeitarei sempre os movimentos sociais, o movimento sindical, as organizações independentes do povo. Farei isso porque entendo que os movimentos sociais são a base de uma sociedade verdadeiramente democrática. Defendo com unhas e dentes a democracia representativa e vejo nela uma das mais importantes conquistas da humanidade. Tendo passado tudo o que passei justamente pela falta de liberdade e por estar lutando pela liberdade, valorizo e defenderei a democracia. Defendo também que democracia é voto, é opinião. Mas democracia é também conquista de direitos e oportunidades. É participação, é distribuição de renda, é divisão de poder. A democracia que desrespeita os movimentos sociais fica comprometida e precisa mudar para não definhar. O que estamos fazendo no governo Lula e continuaremos fazendo é garantir que todos sejam ouvidos. Democrata que se preza não agride os movimentos sociais. Não trata grevistas como caso de polícia. Não bate em manifestantes que estejam lutando pacificamente pelos seus interesses legítimos.

Companheiras e companheiros,

Aquele país triste, da estagnação e do desemprego, ficou pra trás. O povo brasileiro não quer esse passado de volta.

Acabou o tempo dos exterminadores de emprego, dos exterminadores de futuro. O tempo agora é dos criadores de emprego, dos criadores de futuro.

Porque, hoje, o Brasil é um país que sabe o quer, sabe aonde quer chegar e conhece o caminho. É o caminho que Lula nos mostrou e por ele vamos prosseguir. Avançando. Com a força do povo e a graça de Deus.

Um tucano, um lobo, um cordeiro ou um blefe?

Da Agência Carta Maior

A candidatura Serra representa o estuário do que há de pior no conservadorismo brasileiro. Um verdadeiro cavalo-de-tróia pintado com palavras de um difuso 'progressismo' para edulcorar o verdadeiro projeto por trás das rédeas: derrotar o avanço popular obtido a duras penas com o governo Lula nos últimos anos, mas sobretudo agora no segundo mandato; trazer a direita de volta ao comando do Estado brasileiro (de onde nunca saiu, mas perdeu a hegemonia absoluta da era FHC). E, estrategicamente, impedir que a continuidade desse processo possa aprofundar a democracia social no país. O artigo é de Saul Leblon.