sábado, 19 de novembro de 2011

Chevron assume culpa. Ela escondeu o vazamento

Este senhor, Charles Buck, sabe há dez dias porque o petróleo vazou

por Brizola Neto, no blog Tijolaço

A nossa grande imprensa “papou mosca”, de novo. E de novo em um assunto de imensa gravidade.

O presidente da Chevron no Brasil, Charles Buck, disse ontem à noite que a empresa foi culpada pelo vazamento, por não aplicar técnicas adequadas de cimentação do revestimento da coluna de perfuração .

A perfuração foi feita com uma cimentação insuficiente para proteger a rocha em torno dos tubos de revestimento do poço e o petróleo subiu por este espaço, infiltrando-se na rocha e subindo à superfície do solo oceânico.

A revelação está no portal Energia Hoje:

“O presidente da Chevron no Brasil, George Buck, afirmou nesta sexta-feira (18/11) que a petroleira foi responsável pelo acidente que provocou o vazamento de óleo na última semana no campo de Frade, na Bacia de Campos. Segundo o executivo, a companhia subestimou a pressão do reservatório, provocando o acidente.

“É nossa culpa. Nós subestimamos a pressão do reservatório”, afirmou Buck. “O problema é que a pressão na formação foi maior do que a lama de perfuração poderia suportar. A modelagem do reservatório nos deu a informação incorreta sobre a pressão.”

O poço horizontal de avaliação foi perfurado em lâmina d´água de 1.211 m. O reservatório foi encontrado no dia 7, a 2.279 m de profundidade. Quando a broca perfurou a formação, houve um kick, levando o óleo para dentro do poço em alta pressão.

O poço estava revestido até os 567 m de profundidade. No caminho restante até o reservatório, a rocha tinha fendas, que levaram o óleo até à superfície.

Um dia depois, a Petrobras informou à Chevron que havia identificado uma mancha, confirmada na noite seguinte pela companhia norte-americana. A petroleira levou três dias para identificar o vazamento abaixo do revestimento e, no dia 13, fechar o poço com lama de perfuração de alta densidade. No dia 14, começou a cimentação.

De acordo com Buck, a fonte do vazamento foi fechada no último dia 17, com a cimentação de 350 m de poço. O executivo afirma que o óleo que ainda está chegando à superfície foi liberado antes dessa data.”

Ou seja, a Chevron cometeu erros técnicos básicos, conduzindo a perfuração por uma extensão grande demais antes de noca cimentação. E esse erro tem uma básica razão: redução de prazos e custos da operação.

Mas a Chevron cometeu outro erro, mais grave, imperdoável.

A narrativa do presidente da empresa mostra claramente que a Chevron sabia, desde o dia em que foram avistadas as manchas de óleo, a razão do vazamento.

Se é que não sabia antes, porque as manchas foram avistadas pelo pessoal da Petrobras e, aí, não dava mais para ter segredo.

Como não houve vazamento direto pela cabeça de poço, o que é evitado pelo equipamento chamado Blowout Preventer, pode – pode, insisto – ter havido a tentação de imaginar que o fluxo de óleo externo ao tudo fosse ficar retido pelas paredes de rocha e ou não alcançasse a superfície ou vazasse muito lentamente, sem grandes evidências.

Há um erro técnico que deve ser avaliado pelos peritos. Mas há um crime indiscutível de omissão de informações – com a indulgência da nossa mídia – , crime que é imperdoável, porque evidencia má-fé.

Caio Toledo: Folha reabilita o ideólogo da ditabranda

Sugado do blog vi o mundo - Luiz Carlos Azenha

por Caio Navarro de Toledo

Os editores da Folha de S. Paulo sempre se regozijam com os resultados de pesquisas que asseguram que, do ponto de vista de sua formação escolar, os leitores do jornal seriam “altamente qualificados” (74% teriam cursado o ensino superior e 24% o ensino médio).

É possível afirmar também que, desde o final da ditadura militar, o jornal passou a abrir suas páginas para uma colaboração regular de acadêmicos e intelectuais críticos (a “campanha das diretas já” talvez tenha se constituído em momento privilegiado do congraçamento com esses setores). Creio que os vínculos com a academia se acentuaram quando os editores e colunistas do jornal (com cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado) passam a ser recrutados nas várias unidades de ensino e pesquisa das universidades públicas paulistas, em particular da USP.

Por meio de seus editores, alguns intelectuais e acadêmicos – vários deles de esquerda e alguns, inclusive, de convicções marxistas – são convidados a escrever colunas semanais enquanto outros têm artigos, entrevistas e depoimentos publicados nas diferentes seções do jornal (economia, política nacional e internacional, cultura, educação etc.); igualmente, escrevem cartas, têm seus livros resenhados, pedem que abaixo-assinados com fins acadêmicos e políticos sejam divulgados etc.(*)

Na inexistência de jornais ou revistas definidamente de esquerda e ampla circulação nacional – que poderiam servir de canal alternativo à grande mídia –, uma parte dos acadêmicos críticos e intelectuais socialistas acredita que é imprescindível travar o combate ideológico dentro dos meios de comunicação da burguesia. Embora possam ser críticos da linha editorial da Folha, muitos intelectuais e acadêmicos de esquerda não deixam de assinar o jornal e alguns destes colaboradores sentem-se prestigiados quando vêem seus textos ali reproduzidos. Assim, publicar na Folha ou ter seu livro ali discutido passa a ser uma prova de reconhecimento intelectual mais apreciada do que, inclusive, ver um texto ou uma resenha de livro divulgada em algumas revistas acadêmicas dirigidas por seus próprios pares.

Mas nem todos pensam assim. Sob uma outra perspectiva, existem aqueles, dentro das esquerdas, que são críticos da colaboração com a grande imprensa, particularmente com a Folha de S. Paulo posto que isso implicaria legitimar os aparelhos de hegemonia das classes dominantes. Em seu blog, a jornalista Eliane Tavares foi categórica:

“No que diz respeito aos jornalões nacionais como Globo, Folha de S. Paulo e Estadão, nunca houve dúvidas sobre o que eles defendem. Por isso sempre me causou espécie ver a intelectualidade brasileira de esquerda render-se ao feitiço da Folha, que insistiam em dizer que era o `mais democrático´ ou que `pelo menos abria um espaço para a diferença´” .

Embora o duradouro namoro entre a Folha e os acadêmicos de esquerda tenha sofrido um relativo abalo com o episódio do malfadado editorial “Limites a Chavez” (25/2/2009) – que denominou de “ditabranda” o período do regime militar pós-1964 –, alguns acadêmicos e intelectuais socialistas, talvez hoje em menor quantidade, continuam colaborando regularmente com o jornal. Importante lembrar também que o “episódio da ditabranda” provocou intensos protestos pela internet e uma expressiva manifestação de leitores, militantes sociais e blogueiros diante da sede da Folha; versões informam que centenas de assinaturas do jornal foram canceladas a fim de expressar o repúdio pela falsificação histórica e ofensa à memória de brasileiros e brasileiras mortos pela ditadura militar. (Um relato circunstanciado e analítico do episódio pode ser consultado AQUI)

Acredito que o recente caso da militarização do campus da USP poderá contribuir para lançar novas luzes sobre a ambivalente relação entre os intelectuais/acadêmicos e a Folha. Além da publicação de vários artigos de colunistas do jornal apoiando a presença da PM no campus da USP, deve-se destacar um fato: numa edição dominical, a Folha tomou a iniciativa de publicar um artigo de autoria de um jornalista que o conjunto da grande imprensa brasileira, nos últimos anos, havia decidido “colocar de quarentena”. Sabe-se que as editorias de O Globo, JB, O Estado de S. Paulo, Zero Hora, Veja, Época etc., hoje, dispensam os “bons serviços” do sr. Olavo de Carvalho. [Atualmente o ultradireitismo desse publicista é difundido em suas páginas na internet e reproduzido em blogs e sites inequivocadamente anti-esquerda (“Terrorismo nunca mais”, “Mídia sem Máscara” e outros), em artigos e livros de militares etc.]

Embora de orientação conservadora ou liberal, os maiores veículos de comunicação do país, entre outras razões, afastaram o “filósofo” pelos problemas criados por seu estilo de intervenção; além de substituir a argumentação racional pela desqualificação pessoal dos autores dos quais diverge, sempre adota em seus textos uma linguagem desabrida e utiliza a verrina como arma contra os adversários políticos e ideológicos.

Não cabe aqui examinar o caráter e o significado do panfletarismo arqui-conservador desse senhor. Temos nítida consciência da pertinente questão crítica que a nós seria feita caso cometêssemos este desatino: examinar os trabalhos do “filósofo de Campinas” não seria pura vacuidade intelectual ou “render-se ao seu jogo”? Isto posto, cabe sublinhar que apenas nos interessa aqui indagar as razões da Folha reabilitar um autor que outras publicações da grande imprensa brasileira, de forma sensata, hoje ignoram.

Por que, agora, a Folha de S. Paulo – que exalta a sofisticação e o refinamento intelectual de seus colaboradores – reabilitou um jornalista cujos escritos não seriam aceitos por qualquer direção de jornal orientado por um criterioso manual de redação? No artigo que o jornal acaba de publicar (seção “Tendências e debates” , 13/11/2011), por exemplo, afirma-se a USP está controlada pelas esquerdas: ontem, “stalinistas, trotskistas, maoístas etc.”; hoje, “pela estratégia gramsciana, que integra como instrumentos de guerra cultural o ´sex lib´, a apologia das drogas e a legitimação da criminalidade como expressão do “grito dos oprimidos”. Tendo em vista que, hoje, “não existe direita no jornalismo brasileiro” (1964. 31 de março, p. 122), a conclusão desta catilinária não pode ser outra: o ideário presente na USP é, “a ideologia, em suma, da própria Folha de S. Paulo. Em suma, ficamos sabendo que a Folha de S. Paulo é um periódico de esquerda tal como o conjunto da elitista Universidade de São Paulo!

Deixando de comentar esta autêntica peça de ficção, é de se indagar se as razões da iniciativa da Folha não se explicariam em virtude das afinidades hoje existentes entre a direção do jornal e o “filósofo paulista” quando ambos examinam o regime de 1964. Como se desconhece uma autocrítica séria e consistente feita pela Folha sobre o emprego da noção “ditabranda” no editorial citado, deve-se reconhecer que continuariam existindo concordâncias entre a direção do jornal e o publicista sobre o assunto. Vejamos o que o jornalista, em várias ocasiões, escreveu:

“muita gente na própria esquerda já admitiu (…) a contribuição positiva do regime militar à consolidação de uma economia voltada predominantemente para o mercado interno – uma condição básica da soberania nacional. Tendo em vista o preço modesto que esta nação pagou, em vidas humanas, para a eliminação daquele mal (a ameaça totalitária representada pelo comunismo no pré-1964, CNT) e a conquista deste bem, não estaria na hora de repensar a Revolução de 1964 e remover a pesada crosta de slogans pejorativos que ainda encobre a sua realidade histórica?” (O Globo de 19/1/1999) (negrito meu).

É também esclarecedora uma alocução dele dirigida aos militares brasileiros em livro editado pela Biblioteca do Exército,

“Não temos que nos (sic) envergonhar do que foi feito de bom durante todo o período militar, e, sobretudo, ninguém que tenha participado do regime de 1964 tem que abaixar a cabeça perante esses criminosos (comunistas brasileiros, CNT) que são cúmplices do genocídio (…) Não devemos permitir que essa gente julgue ninguém, pois eles não têm autoridade. Nosso dever é mostrar exatamente como eles têm sido e como estão comprometidos com o mal”. 1964. 31 de março, 2003. p. 144.

Provavelmente, nenhum editorial da FSP – com exceção do trecho do “mal menor” ou do “preço modesto” – endossaria os candentes termos presentes nas citações acima. Mas a questão persistiria: conhecendo as radicais opiniões desse autor – apoiador incondicional dos (modestos!) “crimes da ditadura” –, por que a Folha apela para esta voz justamente numa conjuntura na qual acadêmicos e intelectuais pedem a desmilitarização do campus da USP? Por que a Folha de S. Paulo apela para a voz deste proeminente ideólogo civil do regime militar de 1964, justamente numa conjuntura em que amplos setores da sociedade brasileira se mobilizam para que a Comissão da Verdade e Justiça consiga revelar e promover a verdade histórica sobre todo o período da ditadura militar, o esclarecimento dos fatos e as responsabilidades institucionais, à semelhança do que em ocorrendo no âmbito internacional?

Ao publicar o frágil e inconsistente “A USP e a Folha” – uma imposição de setores da ultra-direita brasileira (ou uma estratégica argumentativa visando reforçar a versão do “pluralismo das idéias” praticado pelo jornal) ? –, a pergunta se imporia: quem a Folha buscaria iludir?

Por último, é cedo para se saber se está em curso uma inflexão ainda mais à direita na Folha de S. Paulo. Pode-se, no entanto, concluir que a sistemática crítica aos estudantes e docentes da USP que resistem à militarização do campus – agora reforçada com a colaboração de um dos ideólogos da ditabranda – não é um bom sinal para os leitores progressistas e intelectuais de esquerda que aceitam colaborar com o jornal.

* Destaque-se, a este respeito, que, em setembro de 2005, sob o título “Intelectuais de esquerda criticam blindagem de Lula”, a FSP divulgou amplamente um abaixo-assinado organizado por acadêmicos marxistas da USP e da Unicamp. O caráter polêmico do abaixo-assinado residia no fato de que ele admitia – logo no início do debate sobre o chamado “mensalão” – a hipótese da instauração de um processo de impeachment contra Lula da Silva. Sabe-se que outros intelectuais e acadêmicos de esquerda não apoiaram o abaixo-assinado; criticava-se o fato desta iniciativa pouco se distinguir da “campanha neoudenista” orquestrada por partidos e mídia conservadora.

Caio Navarro de Toledo é professor aposentado do Departamento de Ciência Política, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, da Unicamp.

Americana Chevron é suspeita de ir além do permitido e tentar atingir pré-sal

pescado no blog Os Amigos do Presidente Lula

A Polícia Federal investiga se a petroleira Chevron teria perfurado além dos limites permitidos no campo de Frade, no litoral fluminense. Na tentativa teria ocorrido o acidente que deu origem ao vazamento de petróleo que já dura 11 dias. A possibilidade de a Chevron estar tentando alcançar indevidamente a camada pré-sal é discutida internamente na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), já que foi utilizada sonda com capacidade para perfurar a até 7.600 metros. A PF também investiga a suspeita de que a Chevron empregue estrangeiros em situação irregular no País

Ambiente

. Delegado confirma suspeita, também levantada por técnicos da Agência Nacional de Petróleo (ANP), após vazamento do Campo de Frade, em Campos, que já dura 11 dias; empresa também é investigada por empregar estrangeiros sem autorização no País - As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

A Polícia Federal está investigando a possibilidade de a petroleira norte-americana Chevron estar tentando indevidamente alcançar a camada pré-sal do Campo de Frade. Na tentativa, teria ocorrido a ruptura de alguma estrutura do poço perfurado, dando origem ao vazamento de petróleo na Bacia de Campos (RJ), que já dura 11 dias. Técnicos da Agência Nacional do Petróleo (ANP) admitiram ontem que discutem internamente essa possibilidade.

O delegado Fábio Scliar, titular da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da PF e responsável pelo inquérito, disse que "uma das hipóteses com as quais trabalhamos é a de que o acidente pode ter ocorrido pelo fato da empresa ter perfurado além dos limites permitidos". Os especialistas da ANP suspeitam de que o emprego pela Chevron de uma sonda com capacidade para perfurar a até 7.600 metros, quando o petróleo em Frade aparece a menos da metade dessa profundidade, é um indicativo de que a companhia poderia estar burlando seu plano de prospecção do campo.

Além de investigar a hipótese de que haveria em curso, antes do acidente, uma ação exploratória em direção ao pré-sal, a ANP pretende apurar falhas na construção do poço, o emprego de material inadequado e a falta de realização de testes de segurança antes do início da perfuração.

A Chevron tem quatro poços autorizados no Campo de Frade. O site da ANP informa que um deles está concluído e os outros três (6CHEV4ARJS, 9FR47DRJS e 9FR49DPRJS), em fase de perfuração, em lâminas d"água que variam entre 1.184 metros e 1.276 metros de profundidade.

Ex-presidente da Associação Brasileira dos Geólogos de Petróleo, Nilo Azambuja afirma que as conjecturas que surgem em relação às causas do vazamento na Bacia de Campos, até mesmo as que vêm sendo investigadas pela ANP, não podem ser consideradas definitivas.

Segundo ele, a Chevron poderia estar tentando alcançar o pré-sal, sem que isso represente uma irregularidade. "A área é dela, se quiser pode ir ao Japão", afirmou ele, acrescentando que a empresa deve, com até 20 dias de antecedência, avisar a ANP sobre seus planos de perfuração, com detalhes da profundidade.


Estrangeiros.

A Polícia Federal também investiga a suspeita de que a Chevron empregue estrangeiros em situação irregular no País. Segundo o delegado Fábio Scliar, há indícios de que até pessoas que não deram entrada oficialmente no Brasil estejam trabalhando em plataformas localizadas no litoral brasileiro.

"Trata-se de um ilícito administrativo. Mas é algo sério. Se isso for comprovado e esses estrangeiros em situação irregular estiverem recebendo salários no exterior, por exemplo, já se configura crime de sonegação fiscal e de sonegação previdenciária", explicou o delegado responsável. Um porta-voz da empresa negou essa possibilidade

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que a prioridade, no momento, é conter o vazamento. "Estamos agindo neste sentido. Depois, vamos passar para a fase de apuração de responsabilidades e penalidades. Teve dano ambiental, tem multa, a legislação é clara. A área técnica vai produzir relatórios e, depois, vamos dar satisfação à sociedade", disse.

Já o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), reforçou sua posição de que os Estados produtores de petróleo têm de receber uma maior parte dos royalties pois são afetados pela operação. "Esse acidente é a demonstração clara do que significa um dano ambiental em um Estado produtor de petróleo. É uma prova de que eles devem receber uma parte maior dos royalties.". Leia também:

WikiLeaks mostra telegramas em que José Serra queria entregar Pré-Sal para os americanos

Nos telegramas, é claro o entusiasmo dos americanos com José Serra e com o pré-sal, chamado pela ex-cônsul Elizabeth Lee Martinez de "nova excitante descoberta" e "oportunidade de ouro" para as empresas americanas oferecerem tecnologia para a exploração. Leia aqui

Episódio de Os Simpsons defende democratização da comunicação

por Eduardo Guimarães, no blog da cidadania

Uma das anomalias mais graves da comunicação social no Brasil reside na escandalosa concentração de propriedade de meios de comunicação, anomalia essa que vem sendo combatida na América Latina após ter sido ao menos controlada nos países desenvolvidos.

Este país, porém, corre o risco de continuar a ter oligopólio escandaloso na comunicação porque seus beneficiários usam a censura para impedir que o povo conheça conceitos que nos países desenvolvidos são amplamente aceitos como inerentes à democracia. Aqui, os donos da mídia dizem que democratizar a comunicação é “censura”.

Para combater a desinformação midiática, este blog exibe agora um episódio específico da longeva série de tevê americana “Os Simpsons”. O episódio explica, de forma leve e divertida, os malefícios da concentração de propriedade de meios de comunicação como a que detém a Globo.

O 22º episódio da 15ª temporada – a série já está na 22ª temporada – explica como é importante não haver essa concentração e mostra como a luta de um pequeno comunicador pode mudar toda a comunicação de massas.

Nesse episódio, o magnata Montgomery Burns, dono de uma usina nuclear, decide “comprar a mídia” para melhorar a própria imagem naquela sociedade após descobrir que é odiado pelo povo de Springfield, cidade fictícia da família Simpson.

Burns compra tevês, rádios e jornais, concentrando propriedade de meios de comunicação no melhor estilo da nossa velha conhecida Globo. No entanto, alguém decide enfrentá-lo em uma luta absurdamente desigual.

Lisa Simpson, uma simples garotinha, começa a imprimir um jornal estudantil para combater o império de comunicação de Mr. Burns, que trata de sufocar o pequeno concorrente de todas as formas, chegando a lhe cortar a luz que vinha de sua usina nuclear.

Lisa persiste, passando a imprimir o jornal em um mimeógrafo à manivela, que dispensa luz elétrica. Contudo, diante de novas investidas do império de comunicação de Mr. Burns, a jovem idealista acaba desistindo.

Ao fim do episódio, porém, a luta da pequena Lisa dá frutos ao gerar um efeito naquela comunidade que lembra o que vem acontecendo na blogosfera brasileira, o que torna imperdível o episódio “Guerra da Imprensa”, que o leitor pode conferir logo abaixo.


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Marcio Pochmann: Como pode o mesmo trabalho receber a metade devido à terceirização?


Marcio Pochmann, publicado no Valor Econômico, mas lido no Blog Limpinho e Cheiroso

Na virada do século 20, a avalanche neoliberal atingiu praticamente todos os países, cada um a seu modo. No âmbito do trabalho, por exemplo, o neoliberalismo atacou o desemprego gerado pela ausência do dinamismo econômico por meio da desregulamentação do mercado de trabalho.

Naquela época, difundiu-se equivocadamente que a solução única para o desemprego seria a ocupação da mão de obra com salário menor e direito social e trabalhista a menos. Ou seja, uma alternativa inventada que procurava substituir o desemprego pela precarização do trabalho.

No Brasil, a onda neoliberal a partir do final da década de 1980 não se traduziu em reforma ampla e profunda do marco regulatório do mercado de trabalho, ainda que não faltassem propostas nesse sentido. Mesmo assim, o fenômeno da terceirização da mão de obra terminou tendo efeito inegável, com remuneração reduzida à metade dos que exercem a mesma função sem ser terceirizados e rotatividade no posto de trabalho superior a mais de duas vezes.

Em síntese, a terceirização do trabalho ganhou importância a partir dos anos de 1990, coincidindo com o movimento de abertura comercial e de desregulação dos contratos de trabalho. Ao mesmo tempo, a estabilidade monetária alcançada a partir de 1994 vigorou associada à prevalência de ambiente competitivo desfavorável ao funcionamento do mercado interno. Ou seja, baixo dinamismo econômico, com contida geração de empregos em meio à taxa de câmbio valorizada e altas taxas de juros. Frente ao desemprego crescente e de ofertas de postos de trabalho precários, as possibilidades de atuação sindical exitosas foram diminutas.

Atualmente, o trabalho terceirizado perdeu importância relativa em relação ao total do emprego formal gerado no Brasil, embora seja crescente a expansão absoluta dos empregos formais. Por serem postos de trabalho de menor remuneração e maior descontinuidade contratual, os empregos terceirizados atendem fundamentalmente à mão de obra de salário de base. Dessa forma, as ocupações criadas em torno do processo de terceirização do trabalho tendem a se concentrar na base da pirâmide social brasileira. O uso da terceirização da mão de obra tem se expandido fundamentalmente pelo setor de serviços, embora esteja presente em todos os ramos do setor produtivo.

Na passagem para o século 21, o País perseguiu duas dinâmicas distintas na terceirização do trabalho. A primeira observada durante a década de 1990, quando a combinação da recessão econômica com abertura comercial resultou no corte generalizado do emprego. Na sequência da estabilização monetária estabelecida pelo Plano Real, que trouxe impacto significativo na redefinição da estrutura de preços e competição no interior do setor produtivo, o Enunciado 331 do Tribunal Superior do Trabalho estabeleceu os setores cabíveis à terceirização da mão de obra, concedendo segurança jurídica às empresas.

Nesse contexto, a taxa de terceirização registrou patamar inédito, passando de cerca de 10% do saldo líquido dos empregos gerados no estado de São Paulo no início da década de 1990 para mais de 90% no começo da década de 2000. Com salário equivalente à metade do recebido pelo trabalhador normal, os terceirizados avançaram sobre os poucos empregos formais gerados, sem que ocorresse redução da taxa total de desemprego – a qual saiu de 8,7%, em 1989, para 19,3%, em 1999, na Região Metropolitana de São Paulo.

Não obstante o apelo à redução do custo do emprego da força de trabalho estimulado pela terceirização, inclusive com o aparecimento de empresas sem empregados, em meio às condições da estabilidade monetária com altas taxas de juros reais e valorização do real, o sindicalismo reagiu evitando o mal maior. Mesmo diante de competição interempresarial mais acirrada, houve elevação da taxa de sindicalização, com avanço das negociações coletivas de trabalho e inclusão na legislação social e trabalhista.

A segunda dinâmica na trajetória da contratação de empregos formais ganhou importância a partir da década de 2000. Entre os anos de 2000 e 2010, a taxa de terceirização passou de 97,6% para 13,6% do saldo líquido de empregos formais gerados no estado de São Paulo. Nesse mesmo período, a taxa de desemprego caiu 28,5%, passando de 19,3%, em 1999, para 13,8%, em 2009, na Região Metropolitana de São Paulo. Apesar disso, o salário recebido pelo terceirizado continuou equivalendo apenas à metade daquele do trabalhador não terceirizado.

Os sindicatos tiveram conquistas importantes, com maior organização na construção dos acordos coletivos de trabalho. A Justiça do Trabalho, o Ministério Público do Trabalho e o Ministério do Emprego e Trabalho assumiram papel fundamental. Mas sem regulação decente da terceirização, parcela das ocupações permanece submetida à precarização no Brasil. Como pode o mesmo trabalho exercido receber somente a metade, por conta de diferente regime de contratação? Caso mais grave parece ocorrer no interior do setor público, que licita a contratação da terceirização da mão de obra pagando até 10 vezes mais o custo de um servidor concursado para o exercício da mesma função.

O País precisa virar a página da regressão socioeconômica imposta pelo neoliberalismo no final do século 20. A redução no grau de desigualdade na contratação de trabalhadores terceirizados pode ocorrer. Com a regulação decente a ser urgentemente estabelecida poderia haver melhor cenário para evitar a manutenção das enormes distâncias nas condições de trabalho que separam os empregados terceirizados dos não terceirizados.

Número de empregos formais em 2011 atinge 2,24 milhões

Pescado no blog do Trabalho

Com o desempenho de outubro do CAGED (veja post abaixo), a geração de empregos formais em 2011 atingiu 2.241.574 postos de trabalho, uma expansão de 6,24% em relação ao estoque de empregos de dezembro de 2010.

O resultado deste período foi o terceiro melhor da série do CAGED aferido entre os anos de 2003 e 2011, “perdendo” apenas para os desempenhos ocorridos em 2010 (+ 2.742.001) e 2008 (+2.337.161).

O ministro Lupi ao anunciar o CAGED/Renato Alves MTE

O ministro Lupi ao anunciar o CAGED/Renato Alves MTE

Belo Monte e o pensamento binário

por Eduardo Guimarães, no blog da Cidadania

Na matemática, sistema binário é um sistema de numeração posicional em que todas as quantidades se representam com base em dois números, zero e um (0 e 1). Os computadores, por exemplo, trabalham internamente com dois níveis de tensão, pelo que o seu sistema de numeração natural é o binário (ligado e desligado).

A metáfora é perfeita para ilustrar o que está acontecendo nessa discussão sobre a Usina de Belo Monte: ou se é contra ou a favor. Não há meio termo. Só preto ou branco, nenhum tom cinzento.

Mas esse pensamento binário só se aplica aos que militam contra ou a favor da obra, porque o conjunto da sociedade está perdido nessa enxurrada de dados e argumentos técnicos e, assim, pelo que percebi na primeira postagem que fiz sobre o caso essa maioria esmagadora ainda não conseguiu formar opinião, o que obriga muitas pessoas a se posicionarem contra ou a favor da obra com base em suas posições políticas pró ou contra o governo.

O primeiro post que este blog publicou sobre o assunto, na última quinta-feira, recebeu uma enxurrada de contribuições de alta relevância, com links diversos para estudos eminentemente científicos pró ou contra a obra, dados levantados pelos leitores e transcritos na própria caixa de comentários. Li cada um dos mais de 300 comentários, além de outros nas redes sociais Twitter e Facebook, e posso garantir que ao menos a caixa de comentários daquele post tem tudo o que se pode precisar para entender a questão.

O que mais falta nesse assunto, portanto, não são dados, mas tradução para uma linguagem simples que estabeleça os pontos de divergência e o que está em jogo.

Antes, porém, uma explicação. Como usei uma linguagem forte para me referir a vídeo em que atores e atrizes da Globo simplificam exageradamente o assunto, além de fazerem distorções e até de mentirem, militantes contrários à construção da usina trataram de distorcer o que escrevi, ao que oponho, agora, esclarecimento que antecede o relato do que apurei sobre o assunto com base nesse belo monte de dados que recebi dos leitores.

Eis a base das acusações:

Acusaram-me de usar argumento “ad hominem”, ou seja, quando se responde a uma crítica atacando quem a fez e não ao seu argumento. É uma bobagem porque argumentei, entre outras coisas, que houve má fé das celebridades do vídeo ao venderem energia eólica ou solar como alternativa à energia hidrelétrica.

Acusaram-me de qualificar como mal-intencionados todos os que são contrários à construção de Belo Monte, o que é outra bobagem porque critiquei exclusivamente os artistas da Globo que mentiram descaradamente, o que não significa que não existam aqueles que têm boas intenções e que usam argumentos aceitáveis contra a obra.

As críticas a Belo Monte se fundamentam exclusivamente em dois pontos: dano ambiental e dano às populações da região em que a usina será construída. Há também críticas absurdas, como a do vídeo das celebridades globais que diz que a obra sairá “do seu bolso” (do contribuinte) e que esgrime com o custo de bilhões para chocar as pessoas pela quantidade de dinheiro, mas esse não é um argumento sério. Parece até que o governo pegará esses bilhões e não colocará nada no lugar, sendo que construirá uma gigantesca usina hidrelétrica.

Então vamos aos argumentos sérios:

1 – Para o governo, Belo Monte é fundamental para assegurar o fornecimento de energia nos próximos anos, em um quadro em que a imprensa já noticiou fartamente como estamos no limite da capacidade de geração e distribuição de energia elétrica, o que pode gerar escassez no futuro próximo.

2 – Governantes das cidades no entorno da hidrelétrica creem em desenvolvimento e progresso, pois receberão investimentos dos empreendedores da obra e da União em uma região paupérrima e esquecida em que certas populações vivem ainda no século XIX.

3 – Liderança dos empresários locais afirma que obra pode trazer desenvolvimento e geração de emprego; novos negócios podem se formar na região.

4 – Engenheiros, biólogos e sociólogos ouvidos destacam que obra deve provocar seca na Volta Grande do rio Xingu e, com isso, prejudicar população local.

5 – Movimento de mulheres e entidades ambientais avaliam que o impacto da obra na região terá custo alto para a população local, já que alguns serão retirados de suas casas e índios e ribeirinhos podem perder navegabilidade.

6 – Agricultores de área que será alagada queixam-se de falta de informação. Alguns temem não receber indenização porque não têm documentos das suas terras.

7 – Moradores de casas de palafitas, na periferia de Altamira, acreditam que obra possa gerar empregos. Ficam preocupados, porém, sobre como serão as indenizações e a retirada daqueles que estão em áreas a serem alagadas.

8 – Comunidades indígenas como a Arara, na Volta Grande do Xingu, temem seca naquele trecho do rio. Afirmaram que vão resistir à obra e podem acampar no local da barragem.

9 – Comunidades de ribeirinhos, grupos que moram à margem do rio, também temem seca e perder a possibilidade de pesca, meio de sobrevivência de muitas famílias.

Além de Altamira, a hidrelétrica ocupará parte da área de outros quatro municípios: Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu. Altamira é a mais desenvolvida e tem a maior população dentre essas cidades, com 98 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os demais municípios têm entre 10 mil e 20 mil habitantes.

A região discute há mais de 30 anos a instalação da hidrelétrica no Rio Xingu. Belo Monte será a segunda maior usina do Brasil, atrás apenas da binacional Itaipu, e custará pelo menos R$ 19 bilhões, segundo o governo federal. Esse debate, portanto, não é novo e a obra foi planejada pelo governo Lula, na década passada, tendo todas essas questões presentes.

O vídeo abaixo trata das demandas contrárias a Belo Monte e exprime bem o sentimento contra a obra. Deve ser visto para que se entenda a base de apoio sólida que gera esse sentimento.



Aqui entra em cena o pensamento binário, essa verdadeira praga nas relações sociais e institucionais que dificulta, retarda e às vezes até impede que se chegue a soluções aceitáveis por todas as partes.

Por que você tem que ser meramente contrário ou favorável à obra, in limine (preliminarmente)? Por que não se pode ser favorável a uma obra necessária, mas desde que determinadas condições sejam cumpridas?

Não aceito discutir a inevitabilidade da matriz energética hidrelétrica. É uma falácia dizerem que é possível substituí-la por energia eólica ou solar. Essa não é uma discussão séria. O país está crescendo e precisa de energia, muita energia, e não encontrei nenhum estudo sério sobre ser possível substituir a atual e preponderante matriz energética brasileira a curto prazo. O governo dispõe de dados incontestáveis.

Não dá para discutir que o governo Dilma ou até mesmo o seu antecessor sejam malvados que querem maltratar as populações e o meio ambiente por divertimento ou que são corruptos que estão vendendo a região de Belo Monte para se locupletarem ou para apenas cederem ao grande capital.

Há uma questão clara em pauta: vai faltar energia no Brasil e não vai demorar, a menos que se construam hidrelétricas a tempo.

Há um país real que quer crescer e se desenvolver. A construção de Belo Monte imporá sacrifícios e causará danos ambientais, sim, mas é um preço que este país terá que pagar para se desenvolver e desenvolver, sobretudo, regiões subdesenvolvidas em que a pobreza e a ignorância imperam. É uma questão de custo versus benefício.

Não se pode, porém, construir essa obra sem garantir que as populações atingidas sejam colocadas no topo das prioridades e que compensações ambientais sejam formuladas. Mas a obra tem que ser feita. Não dá para levar a sério quem acha que pode impedir que o progresso chegue àquelas regiões, até porque um dos problemas deste país é a desigualdade de desenvolvimento regional.

O grande erro de ambos os lados, portanto, é não tentarem negociar esses pontos, pois não é possível que as idiossincrasias e até as razões sólidas de um pequeno grupo social se sobreponham ao interesse maior do país.

Por fim, quero esclarecer que votei em Dilma Roussef e não em Marina Silva. Esta última deixou o governo Lula e disputou a Presidência com Dilma porque discorda, por exemplo, de projetos como o de Belo Monte. Dilma ganhou a eleição, é quem governa e o projeto aprovado pela esmagadora maioria dos brasileiros contempla Belo Monte. Ponto.

Tenho confiança em que o governo saberá avaliar e promover as compensações sociais e ambientais, mas é prerrogativa de quem vence a eleição e ganha o governo implantar o projeto vencedor daquele pleito.

Este país tem Poder Judiciário e Poder Legislativo. Tudo que estiver em desacordo com o direito das populações atingidas e com a compensação ambiental possível pode ser contestado. Agora, não se pode estabelecer uma ditadura da minoria.

Fazer vídeos acusando o governo de estar jogando bilhões no lixo porque quer, pois haveria outras formas de gerar energia – será que as energias eólica ou solar sairiam de graça? –, e acusá-lo de estar querendo produzir uma catástrofe ambiental, é má fé, é desonestidade, é mentira e tem que ser denunciado.

Às vezes, portanto, a gente tem que usar recursos de retórica para chamar atenção e racionalidade. Sem qualificar esse debate, não chegaremos a lugar algum. Esse clima de fla-flu em nada contribui.

Quem é contra Belo Monte tem que entender que há um país que clama por desenvolvimento, ainda que alguns já contemplados pelas facilidades da vida moderna achem que já temos todo o desenvolvimento de que precisamos. Todavia, quem é a favor tem que ficar de olho para ver se os direitos que serão atingidos serão, também, respeitados.

O vídeo dos artistas da Globo, porém, induz a uma reflexão rasa. Por isso foi duramente criticado, aqui. Isso não significa que não existam pessoas sérias e razões concretas contra Belo Monte, mas que devem se submeter ao preceito democrático de que o interesse de todos prevalece sobre o de poucos, desde que resguardados os direitos destes.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A defesa do pré-sal e a mensagem da Líbia

Tudo indica, na caserna entendeu-se com mais realismo a Mensagem da Líbia, enviada pelo império, consumidor viciado em petróleo. Não devem as forças progressistas agendar concretamente, sob a sua ótica, o debate da sinistra Mensagem da Líbia?

Se quiser de fato ter soberania nacional sobre o petróleo pré-sal, o Brasil deve investir, até 2030, nada menos que 223,5 bilhões de reais para dotar o país de poder naval do porte das riquezas a defender. Foi esta a tônica de audiência pública realizada na Comissão de Relação Exteriores do Senado, nesta semana, com depoimentos de autoridades militares. O tema: “Como defender o pré-sal?”, Despertou vivo interesse corpo diplomático, lá presente. Mas, não teve cobertura da
mídia convencional à altura da envergadura dos temas ali tratados, afinal, decisivos para os destinos da Nação, mesmo para quem tem reservas, políticas ou filosóficas, a temas militares.

Vale constatar: defesa nacional não é debate prioritário na sociedade brasileira hoje, para o que contribui, em boa medida, o não fornecimento de informações objetivas por parte da mídia à sociedade, em contraste do estardalhaço sensacionalista da overdose de coberturas sobre violência e criminalidade, sob clichê de segurança pública.
Tampouco é tema com presença regular na agenda das forças progressistas, muito embora o Governo Lula tenha dado uma boa mexida na Política Nacional de Defesa.

As autoridades militares deram o tamanho do problema: o Brasil precisa ter 20 novos submarinos convencionais e pelo menos seis nucleares.
Precisa ainda de uma segunda esquadra. Sem esquecer, a continuidade do Programa Nuclear, que recebeu novos aportes durante o governo Lula.
Enfatizou-se: isto não é megalomania, mas indispensável poder de dissuasão em tempos de paz para evitar o conflito armado. Leia-se, tempos em que o mundo dispõe de reservas petrolíferas para apenas mais 45 anos e os EUA para apenas mais 10 anos. Tempos em que os EUA estão
tomando na marra as riquezas energéticas de quem as possui, invadindo o Iraque, o Afeganistão e agora, com carnificina selvagem, a Líbia.

Um dos expositores, o professor da Escola Superior de Guerra, Simon Rosental, desenvolveu um pouco mais o quadro internacional em que deve ser programada e planejada a forma mais adequada para garantir a soberania nacional sobre as riquezas do pré-sal. “ O Brasil descobriu o pré-sal quando no mundo as reservas declinam. O que devemos fazer?
Utilizar as três Forças conjuntamente para garantir poder de dissuasão sobre toda essa área e defender a soberania e a integridade do país. É comum ouvir que não há necessidade de recursos para as Forças Armadas, pois estamos no Atlântico Sul, o lugar mais tranquilo do planeta. Há
certa verdade nisso, mas o erro é o foco. A ameaça vem da linha do Equador para cima” — alertou o especialista.

Área sensível
Ampliando este raciocínio, o presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate, ­brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior, sustentou em sua exposição que a região onde estão localizadas as reservas do pré-sal será uma "área sensível" do território brasileiro, e que o país precisará estar preparado para garantir "pronta resposta" a qualquer ameaça externa.

“O pré-sal é e será ponto de cobiça. Trata-se de uma riqueza que precisa ser defendida, por isso a dissuasão deve ser permanente” ressaltou Baptista.

Informando que na região será construído um dos mais modernos sistemas de controle de tráfego aérea do mundo, o Brigadeiro, destacou que Aeronáutica aguarda ansiosa a decisão sobre a compra dos jatos supersônicos. Recentemente, em entrevista á TV Senado, Ozires Silva, fundador da Embraer, disse que estes contratos para a compra de aviões devem ser dados não a estrangeiros, mas àquela indústria aeronáutica nacional, assegurando que ela teria plenas de fabricar aqui mesmo os caças indispensáveis. “A Boeing também terceiriza parte do que produz. Nenhuma empresa produz todos os componentes fundamentais, Se derem a oportunidade a Embraer dá conta do recado”, assegurou. Construir aqui gera emprego, tecnologia e, especialmente, independência tecnológica.

“Armas, o último argumento” ?
Diante da magnitude do volume de recursos mencionados para de verdade organizar uma defesa soberana do petróleo do fundo do mar, o senador Cristovam Buarque, que presidiu a audiência pública, assinalou que, se os investimentos para defesa dos recursos do pré-sal forem maiores do
que os previstos para a defesa do país, isso deve ser feito com recursos provenientes dessas próprias riquezas e "não da nação brasileira como um todo. Nenhuma menção foi feita ao fato de Brasil esterilizar, anualmente, uma verdadeira montanha de recursos para o pagamento dos encargos da dívida - já chamada de a Bolsa Selic, regiamente paga aos que odeiam o Bolsa Família - muito embora problemas cruciais continuem a ser não enfrentados, entre eles o da defesa do país. Isto é, o Brasil se dá ao luxo de direcionar enorme fluxo de recursos orçamentários para os rentistas, em que pese não ter recursos para controlar o tráfico de armas e, pior ainda, em que pese a gravidade do cenário internacional hoje, com crescentes intervenções militares imperiais, de multiplicação de seus orçamentos bélicos.

Assim, o que se pode dizer pode-se dizer após uma audiência com duros alertas de especialistas é que , diante do porte do país e das riquezas a defender, o Brasil ainda anda desarmado. A audiência foi encerrada com citação de provérbio romano: “Nossa soberania termina onde finda o alcance de nossas armas”. Tudo indica, na caserna entendeu-se com mais realismo a Mensagem da Líbia, enviada pelo império, consumidor viciado em petróleo. Não devem as forças progressistas agendar concretamente, sob a sua ótica, o debate da sinistra Mensagem da Líbia? Ao participar, em julho, de uma reunião ampliada na Escola Superior de Guerra, quando estava em curso o bombardeio sobre a Líbia, Lula sintetizou numa frase: “se fizeram com a Líbia, podem fazer com outro país depois”.

Afinal, convém lembrar que face ao seqüestro do Conselho de Segurança da ONU pelos poderes imperiais, atropelando qualquer vestígio de legalidade e arrancando resoluções na marra, o que pode estar sendo colocado em prática é outro provérbio romano: “Armas, o último argumento”.


Jornalista, Membro da Junta Diretiva da Telesur.

Chevron, enfim, vira caso de polícia

Pescado no blog do Miro

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:


Agora a mídia não vai poder mais varrer para debaixo do tapete as circunstâncias do acidente que está causando um imenso desastre ambiental, sob seu silêncio, há uma semana.


Como havia determinado a presidenta Dilma Rousseff, iniciou-se a investigação oficial sobre o vazamento de petróleo provocado pela Chevron no Campo de Frade, a 370 km da costa do Rio de Janeiro.

E é com a Polícia Federal, sem muita “gracinha”.

O delegado Fábio Scliar, da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Polícia Federal, já mandou agentes lá – onde a imprensa não se interessou em ir – e é bem objetivo em suas declarações no G1:

“(…)técnicos da PF estiveram na plataforma nesta quinta-feira (15) e encontraram divergências sobre o que foi informado pela Chevron sobre o vazamento. Entre elas estão a quantidade de navios que recolhem o óleo no local (a empresa afirmou que são 17 e a PF encontrou apenas um, de acordo com o delegado), o tempo para a selagem do poço e o tamanho da mancha de óleo. “Eles disseram que a mancha vem diminuindo e ela vem aumentando”.

Meu Deus, e a gente perguntando aqui quais eram os navios, onde estavam, como é que se estava medindo a mancha, caçando fotos de satélite, enquanto o nossa mídia ficava inerte!

Agora que não podem mais esconder, anotem o que digo, vão fazer o possível para jogar responsabilidades sobre a Petrobras, que não tem qualquer envolvimento nas operações desenvolvidas no campo.

O golpismo da mão invisível da imprensa


Pescado no blog O Terror do Nordeste

Gilson Caroni *

O reino dos céus, de acordo com a tradição cristã, será dos homens de boa fé. A eles já pertencem, na sua íntegra, os conteúdos noticiosos do dispositivo midiático nativo.

No momento em que a Comissão Europeia prevê um forte freio na atividade econômica em 2012 e não descarta a hipótese de uma longa e profunda recessão, editoriais e os conhecidos representantes do jornalismo de mercado pregam como "medidas de cautela contra o contágio" a mesma agenda que quase nos levou ao colapso nos oito anos do consórcio demotucano.

Fingindo ignorar que se rompeu uma coisa que já estava rompida, homens e mulheres de "boa fé," de prestigiosas redações, voltam a aplicar a estratégia do terrorismo econômico, na expectativa de gerar uma profecia que se auto-cumpre. Enquanto o Banco Central, acertadamente, revê medidas de restrição ao crédito, depois de ter iniciado a redução das taxas de juro em agosto, os oráculos da grande imprensa sonham em ver reinstalada a política fundamentalista que, de 1994 a 2002, implementou radical mecanismo de decadência auto-sustentada, marcada por crescentes dívidas e desemprego, e anemia da atividade econômica.

O Brasil ideal seria aquele com juros elevados, maior dificuldade de financiamento, menor mercado para exportações e a volta a negociações duras com bancos e organismos multilaterais. A nostalgia cega qualquer possibilidade de análise séria. Se a liberdade de imprensa é tanto mais ampla quanto maior for a responsabilidade ética dos que a fazem diariamente, podemos afirmar, ancorados em um razoável número de citações jornalísticas, que só a regulamentação da mídia pode salvar a esfera pública por ela ameaçada.

No capítulo das mentiras complexas que se arrastam há décadas, há que se arremeter com energia demolidora contra o sequestro da moral pública pelos critérios que definem a lógica do mercado. Está em curso uma ação que não tem outro objetivo senão o do esvaziamento da essência da política.

Não há mais como transigir, em nome da diversidade de opiniões, com a velha ortodoxia assimilada pelos jornalões, portais e emissoras de televisão como "exemplo de racionalidade econômica". O receituário se repete como mantra: liberalização do comércio; ênfase no setor privado como fonte de crescimento, incluindo a privatização de empresas estatais; redução geral de todas as formas de intervenção governamental no mercado de capitais e no câmbio; precarização dos direitos trabalhistas e sucateamento do Estado. Já aprendemos demais com a tragédia para vê-la rediviva como farsa.

Sabemos que a desregulamentação dos mercados financeiros resultou numa explosão da dívida privada, numa especulação nunca vista anteriormente e abusos sórdidos do capital financeiro. O fundamento religioso de mercado está na base do estancamento da economia global e da crise que afeta a zona do Euro. Por que reeditá-lo por aqui? São inocentes os consultores e jornalistas de plantão? Não.

Eles sabem que a repercussão de alguns destes problemas vão bem além da esfera econômica. A capacidade de sobrevivência de governos democráticos como os do Brasil, Argentina, Uruguai, entre tantos outros, frente a contínuas reduções do nível de vida, seria discutível. Das redações o mercado articula o golpe. São insanas as corporações midiáticas? Não, são ávidas de poder, riquezas e inimigas juradas da democracia. O desprezo com que se referem às instituições representativas revela o autoritarismo que embasa sua estrutura discursiva. É preciso dar um basta aos que se inclinam, siderados, a qualquer aventura antidemocrática. A "mão invisível" se move implacável em edições diárias.

É professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil

As investidas dos Estados Unidos e de Israel não tem limites.















Do blog do Professor Jeovane
Será que a Rússia e a China conseguirão vetar possível tentativa , com todo o teor e ciência da ONU, de invasão no Irã? Se tal possibilidade vir a ser, terá a ONU moral para respeitar e implementar tal conclusão e decisão?

As relações que os Estados Unidos e Israel mantém , e alimentam com os países da Liga Árabe, que são grandes produtores de petróleo e aliados de Washington, deixam poucas dúvidas com relação a tal cenário. A expectativa de uma invasão,exatamente como aconteceu com a Líbia, crescem a cada dia.

Muitos daqueles que observam os acontecimentos no Oriente Médio e suas relações históricas com os EUA e países da Europa Ocidental, têm anunciado preocupações a propósito da tentativa do governo fascista dos EUA de destruir o Irâ.


As vozes de Mahmoud Ahmadinejad cada vez mais incisivas e objetivamente diretas, alcançam cada vez mais ouvidos que, outrora, impregnados pela grande mídia imperialista, eram impedidos de inquirir as causas afim de poder formar juízo sobre acontecimentos diversos que, com isso não lhes seriam dado conhecer.












A capacidade de Washington e de Telavive de criarem problemas e fomentarem conflitos e guerras não pode ser jamais subestimado. O fascismo, como alguém muito bem frisou, não pode ser desdenhado. Lembremo-nos da ascensões fulminantes de Mussolini e de Hitler, assim como de seus expedientes mais notáveis e desprezíveis na direção de seus projetos.

A história do oriente médio envolvendo os semitas e a questão da Palestina assaltada pelos sionistas com a complacência de seus conhecidos e assíduos cúmplices, remonta há séculos e está longe de uma solução justa. A imperdoável obstinação dos sionistas , exemplo de insondável frivolidade, vem prolongando essa batalha desleal e profundamente genocida que atravessa séculos e séculos. Há quem aponte, com doses consideráveis de lucidez, que não estamos livres de uma hecatombe nuclear que seria então provocada pelos sionistase seus colaboradores do IV reich.

A ONU , desmoralizada há muito, provavelmente não conseguirá conter o maquiavelismo sionista e fascista que forçarão e invectivarão outros povos, na ânsia desenfreada de seus projetos ardis, assim como o fizeram recentemente no caso líbio. Ficam, ao que parece, felizmente, algumas insondáveis dúvidas. Será que China e Rússia poderão detê-los?

fotos: fonte Reuters.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Armação contra governador Agnelo é desmascarada



Do blog desabafopais

A gênese comunista do senador Roberto Requião; veja o vídeo

A fundação do Partido Operário no Brasil

O senador Roberto Requião releu no plenário, nesta segunda-feira, 14, trechos do manifesto de lançamento do Partido Operário, fundado por seu bisavô, Justiniano de Mello e Silva, em junho de 1890. De cunho libertário e socialista, o Partido Operário foi organizado simultaneamente em Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Ele antecede em algumas décadas a organização de partidos socialista de profissão marxista, explicou Requião.

O Partido Operário defendia, por exemplo, a reforma agrária, a educação integral, o juízo arbitral, o controle externo do Judiciário, a proteção do trabalho, a limitação do direito à herança e uma vigilância rigorosa da administração pública.

Com idéia e propostas adiante de seu tempo, o manifesto do Partido Operário terminava com estas palavras: “Sairemos vitoriosos desta luta? Não é grande infortúnio perder a batalha quando se tem a consciência do próprio valor. Mais desgraçada é a sorte de quem não luta porque não tem coragem, que se deixa esmagar porque não possui a alma livre e perde foros de cidadão”.

O texto e o vídeo são do site do senador Requião.

Sete perguntinhas sobre a Rocinha que a Globo não responde

Pescado no blog ConversaAfiada

A Globo agora resolveu transformar a Rocinha num theme park.

Uma Disneylandia.

Daqui a pouco fará um reality show com a moderação do Bial.

Antes, a Globo defendia a remoção das favelas do Rio, como nos bons tempos do Carlos Lacerda.

O prefeito Eduardo Paes chegou a acenar com umas remoções, para acalmar os filhos do Roberto Marinho – levar os pobres para bem longe.

Ia ser difícil.

Melhor foi fazer a UPP e tornar a favela irreversível.

Na derrota, a Globo vai em busca dos vitoriosos – os moradores da Rocinha.

Mas, este ansioso blogueiro não resiste a fazer umas perguntinhas.

Que a Globo provavelmente não quer responder.

1) Nem disse que 50% da grana ia para policiais – quem ? ;

2) Edu, caixa do Nem, tem um notebook com o nome dos clientes – cadê o note book do Edu ? Que nomes estão lá dentro ?

3) Por que a delegacia de Maricá queria levar o nem para Maricá, que fica 60 km fora do Rio ?

4) Por que o Beltrame quer tanto que o Nem se beneficie da “delação premiada” ?

5) Quem são e onde estão os PMs que iam dar fuga a um dos traficantes ?

6) Qual a garantia de que não vão queimar o arquivo e matar o Nem na cadeia ?

7) Por que a Polícia só distribui as imagens à Globo e, não, numa entrevista coletiva a todos os cidadãos ?


Paulo Henrique Amorim

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Cumplicidade escandalosa

LinkDo blog Tijolaço - O blog do Brizola Neto

As duas fotos aí de cima foram publicadas pelo blog SkyTruth ,especializado em interpretação de foto de satélites com fins ambientais, mantido pelo geógrafo John Amos, e registram em dois momentos o que é identificado como sendo a mancha de óleo provocada pelo vazamento provocado pela Chevron-Texaco e que está sendo mantido na sombra pela imprensa.

Cheguei até elas pela dica do leitor Henrique, que parece ser mais eficiente que toda a imprensa brasileira reunida.

Aliás, os próprios releases dizem que há 18 navios trabalhando no combate ao vazamento. Devem ser navios-fantasmas, como é a direção da Chevron. Não têm nome, não têm comandante, não tem tripulação, não têm coordenadores. Não há uma pessoazinha que seja, com nome e sobrenome, que diga: “olha, as coisas aqui estão assim ou assado”.

Ninguém tem uma máquina fotográfica, uma filmadora, um reles celular que tire fotos. Internet, então, nem pensar.

Será que vamos ter que esperar que coloquem uma mensagem na garrafa, para que a nossa imprensa publique algo além de notas oficiais?

OAB irá à “marcha contra corrupção”?


Sugado do blog do Miro

Por Altamiro Borges

Nesta terça-feira, 15 de novembro, Dia da Proclamação da República, estão previstas manifestações em 36 cidades brasileiras na terceira edição da chamada “marcha contra a corrupção” – o primeiro protestou ocorreu em 7 de setembro e o segundo em 12 de outubro. A exemplo dos anteriores, os objetivos da marcha são genéricos e seus promotores são difusos, diversificados.


Em alguns estados, como em São Paulo, a “marcha” conta desde o início com o apoio da Juventude do PSDB. No twitter, caciques demotucanos, mais sujos do que pau de galinheiro, procuram direcionar os protestos contra o governo Dilma na atual operação “derruba-ministro”. Na maioria dos locais, porém, a marcha é agitada nas redes sociais por pessoas que se dizem apartidárias.

R$ 1,5 milhão dos cofres públicos

Entre as entidades que assumem abertamente a convocação da marcha encontra-se a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Na semana passada, porém, apareceu uma denúncia que pode complicar o engajamento desta entidade, que já teve no passado um papel de destaque nas lutas por democracia e justiça social. De quebra, o escândalo pode abalar alguns planos golpistas.

Ophir Cavalcante, presidente nacional da OAB, foi acusado de receber R$ 20 mil reais mensais sem trabalhar do Estado do Pará. A denúncia foi feita por dois advogados paraenses em meio a uma crise que envolve a entidade e a sua seccional. Eles afirmam que, em 13 anos de licença remunerada, Ophir abocanhou R$ 1,5 milhão dos cofres públicos e exigem a devolução dos recursos.

Entidade vira alvo dos protestos

O presidente da OAB retrucou as acusações. Alegou que os vencimentos recebidos por ele estão dentro da lei. Mas parece que alguns dos organizadores da “marcha contra corrupção” não concordam com a sua desculpa. Receber sem trabalhar pode até ser legal, mas é imoral – afirmam. Segundo o sítio Brasil 247, eles pretendem utilizar o protesto para criticar Ophir Cavalcante:

“Os manifestantes vão estender o coro das cobranças e críticas à instituição que mais se posiciona em debates sobre a ética e que tem apoiado, inclusive, as marchas contra a corrupção. A Ordem dos Advogados do Brasil vai ser o novo alvo dos protestos, depois de revelado que o atual presidente da entidade recebe gordo salário há 13 anos como procurador federal sem trabalhar”.

O Brasil está de olho na OAB

“Se tiver corrupção dentro do movimento contra a corrupção, a gente vai buscar e acabar com isso”, garante Carla Zambelli, uma das fundadoras do movimento Nas Ruas, que organiza o ato de São Paulo. “Todas as denúncias têm que vir à tona. Temos que cortar o mal pela raiz”, afirma Cristina Maza, da entidade Todos Juntos Contra a Corrupção, que organiza a marcha no Rio de Janeiro.

No sítio Observatório da Corrupção, criado pela OAB, Ophir Cavalcante afirma que o observatório “será um instrumento para que a sociedade exerça seu insistente interesse no rápido julgamento de casos de corrupção, acompanhando os andamentos e pleiteando os julgamentos em todas as instâncias. A Ordem dos Advogados está de olho no Brasil”.

Mas, como acertadamente ironiza o sítio Brasil 247, “o Brasil é que está de olho na Ordem dos Advogados, Ophir”.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O olhar real sobre Fortaleza - #blogmundofoz


pescado no blog A Justiceira de Esquerda
Luiz Edgard Cartaxo de Arruda Jr.
Memorialista e editor do Blog da Dilma em Fortaleza - cartaxoarrudajr@gmail.com
"A gestão popular tem o seu foco voltado para os subúrbios e periferia o terceiro maior destino turístico do país"
É necessário o debate público acerca das políticas desenvolvidas na cidade. Mas essa discussão precisa ser qualificada, os argumentos devem ser substantivos e nunca farelos adjetivados.
O sociólogo João Arruda, mordido pela mosca azul, tem propalado em artigos que a administração de Fortaleza nada planeja e realiza. Se fosse uma tese acadêmica, seria fulminada por desconhecer fatos que se encontram ao olhar e tato de qualquer flanar pela cidade. É certo que o olhar professoral espelha o senso das elites incomodadas. A gestão popular tem o seu foco voltado para os subúrbios e periferia; a população mais carente que hoje começa a ser reconhecida como cidadãos de direitos.

Essa clareza de análise deveria ocupar as mentes sociológicas; e não teorizar em nevoas freudianas. O Fortalezense não anda a delirar quando reconhece os feitos realizados pela administração popular de Luizianne: o Cuca não é uma miragem babilônica; a Vila do Mar não é uma ilha deserta inalcançável; a política de habitação popular não é impalpável; a renovação da frota do transporte coletivo e a tarifa social das passagens não é um trem bala japonês; o hospital da mulher em fase de conclusão não é inexistente; nem a ampliação dos postos de atendimento médico e contratação de equipes de saúde da família podem se traduzir em um filme de ficção. A ampliação da rede pública de educação; a duplicação das creches, com alimentação exemplar; a informatização, instalação de bibliotecas e qualificação dos professores não é algo que possam vedar aos olhos.
E até a alegria e o lazer popular foi revigorada, com adoção da valorização histórico-cultural, tendo marcos como a revitalização do centro histórico da cidade, o resgate da Praça dos Mártires no Passeio Público, a restauração do Palácio do Bispo. A urbanização dos parques e das lagoas que adornam a cidade e a preservação ambiental das dunas e mangues. E sem falar na festa das luzes e fogos do Réveillon da Fortaleza Bela até então inexistentes.
Talvez muito do que foi realizado venha a explicar as razões de Fortaleza ser hoje a cidade brasileira com o terceiro maior destino turístico do país; solução econômica que gera emprego e renda, utilizada como prioridade por vários países do mundo .
Agora, doutor, falar em violência, na crise da saúde pública e do alastramento das drogas e criminalidade, vai muito além dos horizontes da gestão municipal. Essas são as chamadas questões nacionais. E, para passar longe de delírios, me poupo em falar da nova paisagem arquitetônica projetada para a Beira-Mar e Praia de Iracema.Publicado no Jornal O Povo.

Pré Sal e a Onda Separatista

O Petróleo é do Brasil!

Pescado no blog O Cachete
Me desculpem os amigos do Sul. Principalmente os que moram em estados produtores de petróleo. Mas estes protestos para que não haja divisão dos royaltes do Pré Sal, para mim, nada mais são que parte de uma onda separatista absurda que está tomando conta do Brasil. A medida que o País se desenvolve, mais cresce esta onda! Já imaginaram se em Pernambuco começarem os protestos contra a captação de mão de obra externa para a Refinaria, Estaleiros e fábricas de SUAPE?
Nas catástrofes que atingiram o Sul e Sudeste houve grande empenho do Governo Federal em ajudar os estados atingidos. No instante em que os recursos passam a crescer, os estados não querem dividi-los. Socializam os prejuízos (toda união paga por isso), mas capitalizam os lucros! Me desculpem, mas isso é separatismo! E isso é lamentável!

Coincidência ou guerra suja contra o Irã?

Sanguessugado do blog do Gilson sampaio

Kaveh L Afrasiabi, Asia Times Online

Iran reels from twin blows

Traduzido pelo Coletivo da Vila Vudu

Teerã – Explosões que deixaram 17 mortos numa base militar a 60 km ao sudoeste de Teerã, que coincidiram com a morte suspeita do filho de um ex-comandante do Corpo de Guardas Revolucionários Islâmicos [ing. Islamic Revolutionary Guards Corps (IRGC) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, dispararam especulações, no Irã, sobre se os dois eventos estão ou não conectados às recentes ameaças, pelos EUA, de que podem recorrer a execução sumária de altas figuras do IRGC.

O general Hasan Moghaddam, figura chave do programa iraniano de mísseis, morreu, com outros 16 membros do IRGC, no sábado, num prédio militar. Os Guardas Revolucionário disseram que a explosão foi acidental, quando militares transportavam munições.

IRGC - Iranian Revolutionary Guards Corps (poster)

O Corpo de Guardas Revolucionários Islâmicos elogiou o general Moghaddam, dizendo, em declaração, que não esqueceriam “sua efetiva contribuição para o desenvolvimento das defesas do Irã (...) e seus esforços para implantar e organizar as unidades de artilharia e mísseis do IRGC”, principal eixo do aparelho de defesa e contenção do Irã, segundo notícias semioficiais distribuídas pela agência de notícias Fars.

Praticamente no mesmo momento, Ahmad Rezai, filho mais moço de Mohsen Rezai, que comandou os Guardas Revolucionários Islâmicos na guerra Irã-Iraque dos anos 1980s, influente conselheiro do aiatolá Khamenei e candidato à presidência nas próximas eleições no Irã, foi encontrado morto num hotel em Dubai, em “condições ainda não esclarecidas”, segundo relatos oficiais.

“Se mãos sujas de governos estrangeiros forem encontradas em qualquer desses incidentes, o governo iraniano passará a ser fortemente pressionado pela opinião pública para que vingue a morte desses dois mártires” – disse um cientista político da Universidade de Teerã, que pediu para não ser identificado.

Antes, em resposta às ameaças dos EUA, de que assassinariam líderes iranianos, o general Amir Ali Hajizadeh, também comandante do IRGC, já dissera que os norte-americanos passariam a ser caçados na região, se os EUA realmente fizessem o que ameaçaram fazer.

A depender do que seja revelado nas investigações que o Irã já iniciou sobre os dois incidentes, há graves possibilidades de que estejamos à beira de uma terrível nova fase nas difíceis relações entre EUA e Irã, com agravamento da instabilidade regional.

Outro desenvolvimento que preocupa as autoridades iranianas é o recente aumento no número de ataques contra peregrinos iranianos que viajam ao Iraque, principalmente em ataques de beira de estrada contra ônibus de passageiros, como o que ocorreu no domingo, ferindo 13 iranianos, na área de Kadhmiyah, norte de Bagdá.

Não faltam, no Irã, comentaristas e analistas que conectam entre si todos esses incidentes, como parte do mesmo esforço, pelos EUA, para desestabilizar o Irã, de um modo ou de outro.

Embora a explosão na base militar tenha acontecido a cerca de 60 km da capital, as ondas de choque sacudiram a capital, o que só fez aumentar a ansiedade, depois das inúmeras ameaças, por Israel, de iminente ação militar contra o país, por conta do programa nuclear iraniano.

Segundo o jornal Jame Jam, “O primeiro efeito da explosão na opinião pública iraniana foi lembrar as ameaças dos últimos dias, questão muito presente nas conversas de rua, em Teerã”.

Mapa geopolítico do Irã

O Irã tenta manter estado de normalidade, não de emergência, mas há sinais de preocupação nas ruas de Teerã, Isfahan, Meshed, Tabriz, Shiraz e outras cidades e vilas pelo país, sobretudo entre os mais jovens, que cada vez mais se sentem ameaçados por governos estrangeiros.

Nas palavras de um analista político, de um dos think-tanks em Teerã, “os inimigos do Irã estão empenhados em guerra psicológica total, agora tentando ferir a economia iraniana. As mais recentes ameaças israelenses provocaram algum pânico (não foi grave) na Bolsa de Valores, e pequena queda do valor do rial [moeda iraniana] contra o dólar norte-americano”.

Em outras palavras, o Irã está sob ataque de uma guerra econômica, movida, também, pelas ameaças de ataque militar por EUA e Israel.

Não se sabe por quanto tempo a atual situação poderá ser mantida, sem que se converta em grave crise econômica, problema importante que se liga aos programas nucleares e à diplomacia iraniana, à luz do mais recente relatório divulgado pela Agência Internacional de Energia Atômica da ONU, que acusa o Irã de prosseguir em seus planos para proliferação nuclear – acusação que o Irã rejeita de forma absoluta.

Mas, apesar de o relatório não ter conseguido induzir novas sanções contra o Irã – a Rússia contestou o relatório, sobretudo o que a AIEA diz do envolvimento de um cientista russo, que comprovadamente nada jamais teve com o programa nuclear iraniano – os vários golpes de guerra suja contra o Irã, na forma de ameaças cada vez mais claras de ataques militares iminentes e a possível ação de grupos de agentes clandestinos, podem forçar o Irã a adotar uma nova doutrina militar. Nesse caso, o país pode ter de abandonar a posição atual, de postura exclusivamente defensiva, para adotar posição mais ofensiva.

“Até agora, Teerã tem-se mantido em atitude de máxima autocontenção, mas, se os inimigos continuarem com múltiplas agressões contra o país, acredito que todos veremos aparecer uma nova estratégia militar, de investirá mais no músculo militar, e que não se limitará a reagir às contingências que os inimigos do Irã insistem em criar contra o país” – disse o professor da Universidade de Teerã.

A morte do jovem Rezai em Dubai está sendo investigada. Se se comprovar que resultou da ação de agentes estrangeiros, o assassinato terá forte impacto na opinião pública no Irã, que exigirá retaliação exemplar contra os assassinos.

As maiores suspeitas recaem hoje sobre o Mossad israelense, que já se sabe que esteve por trás do assassinato, recentemente, de um líder do Hamás, em Dubai. Alguns analistas especulam que Israel jamais deixou de tentar desestabilizar o Irã, empurrar o país para a radicalização e enfraquecer as vozes moderadas, como a do general Mohsen Rezai, defensor empenhado da descentralização econômica.

Ao assassinar o filho do general Rezai, provocando “dano colateral”, a intenção dos assassinos poderia ser empurrar os Guardas Revolucionários Iranianos para posição de confronto declarado, o que poderia levar a fuga de investimentos, de capitais etc.

Evidentemente, até agora, nada permite que se descarte a possibilidade de simples coincidência entre a morte de Rezai (que pode não ter sido resultado de ação de agentes estrangeiros clandestinos) e o que também pode ter sido simples acidente, na explosão na base militar iraniana. Mesmo assim, nada impede que os dois eventos sejam usados como instrumentos para fazer crescer a especulação e os boatos, o que vai tornando cada dia mais difícil o ambiente da guerra psicológica que EUA e Israel movem hoje contra o Irã e enfraquece a posição dos moderados, dentro do Irã.

Esse ambiente vai-se deteriorando rapidamente, o que tem levado muitos analistas, em Teerã, a prever desenvolvimentos cada dia mais graves e mais indesejáveis.

O Caldeirão do Huck e o Bolsa Família


Sugado do blog O Terror do Nordeste
Aqui e acolá a gente vê a classe média podre, imunda, mesquinha, tacanha, hipócrita, ridícula criticar o Bolsa Família.Já vi Xuxa, Regina Duarte, Maitê Proença, Danuza Leão, Cristiane Torloni, Luciano Huck criticarem esse vitorioso Programa criado por Lula, que é modelo para o mundo todo.Hoje, de passagem na casa de uma irmã minha, aqui no interior do Estado de Pernambuco, assisti a um trecho do quadro Lar Doce Lar, do Programa de Luciano Huck, que chega dar nojo.Esse mesmo sujeito que critica o Bolsa Família usa as pessoas pobres para aumentar uns pontinhos de audiência.È vergonhoso ver aquelas cenas de senhoras, de senhores chorando de emoção só porque ganharam uma casa mobiliada do Caldeirão do Huck.Mas, como diria Zeca Baleiro, "nada vem de graça, nem o pão nem a cachaça". Por trás da bondade de Huck tem o patrocínio da Brasilit, da Tok Stok, da Santista, da ITAUTEC.Graças a essas empresas o quadro Lar Doce Lar distribui benesses para parte da população carente. E udo isso é feito na maior festa, com direito a palmas e a fogos de artifício.Ah! e com o aplauso da classe média idiotizada, que acha Huck o máximo.

Charge Online do Bessinha

domingo, 13 de novembro de 2011

Expressão Nacional debate os 10 anos das cotas raciais

Parte I


Parte II


O Ensino superior ainda é privilégio para poucos brasileiros. Entre os negros, o acesso à universidade é ainda mais difícil. Dados do IBGE de 2010 indicam que enquanto 15% da população branca tem Ensino Superior completo, somente 5% da população negra consegue terminar um curso universitário. Para contornar essa desigualdade, em 2001 o Rio de Janeiro foi o primeiro estado brasileiro a garantir reserva de vagas para vestibulandos negros nas universidades estaduais. Hoje chega a 158 o número de instituições públicas de ensino superior que adotam algum tipo de cota em seus processos seletivos e destas, 89 implantaram a política de cotas para negros.
Mas mesmo em um país com maioria de cidadãos pardos ou negros, o sistema de cotas raciais ainda não é consenso. Em 2010 foi sancionado o Estatuto da Igualdade Racial, que não fala diretamente da adoção das cotas. A favor das cotas, levantamentos feitos pelo Ipea, pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro e por organizações do movimento negro afirmam que o desempenho dos alunos cotistas tem surpreendido e em alguns casos chega a ser melhor do que a performance de alunos não cotistas.
Passados os dez primeiros anos das cotas, esse modelo ainda é o mais eficaz para diminuir as diferenças de oportunidades entre brasileiros negros e brancos?

Fonte: TV Câmara - Programa Expressão Nacional