domingo, 2 de agosto de 2009

Itamar sobre FHC: "mais falso que nota de três"

por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador

Um bom amigo carioca, quando quer se referir a gente pouco confiável, costuma dizer: "esse aí é mais falso que nota de três".

Lembro-me da frase quando penso em Itamar Franco e FHC.

Itamar olha pra FHC e deve pensar: "esse aí é mais falso que nota de três"

Durante algum tempo, FHC fingiu ser amigo de Itamar. Deu ao mineiro uma boa sinecura: a embaixada de Roma. Mas, nos bastidores, espalhava que Itamar era um paspalhão, um bobo da corte. Em tempo: foi Itamar - como presidente da República - quem transformou FHC em Ministro da Fazenda. Foi Itamar quem bancou o Plano Real. Foi Itamar quem "inventou" a candidatura de FHC à Presidência da República.

A soberba fernandista nunca permitiu que o tucano reconhecesse os méritos de Itamar.

Em relação a FHC, Itamar bem que poderia usar outra expressão: "esse aí é mais falso que assinatura em nota de real".

O leitor Jorge Albino envia-me a entrevista em que Itamar acusa Fernando Henrique de ter assinado as cédulas de real (logo após o lançamento da moeda, em 1994), mesmo depois de já ter deixado cargo de Ministro da Fazenda.

A entrevista foi ao "Jornal do Brasil", no ano passado - http://jbonline.terra.com.br/editorias/pais/papel/2008/03/10/pais20080310008.html.

Vejam o principal trecho da entrevista de Itamar:

"(...) Eu não me arrependo, apesar de ter passado por bobo da corte. Nós queríamos ganhar a eleição, e se não fosse assim, não ganharíamos. Acabou-se cometendo até um desatino perante a Justiça Eleitoral pois mesmo depois de deixar o cargo de ministro da Fazenda, o Fernando Henrique era quem assinava as primeiras cédulas de Real. E o mais grave é que eu fingi que não vi.

O senhor se arrepende disso?

- Eu me arrependo é de ter escolhido ele candidato. Tenho o maior respeito pela inteligência dele, mas ele errou. Ele já não era mais ministro (da Fazenda) e, mesmo assim assinou cédulas (de Real). Isso é a primeira vez que eu estou revelando. Isso é grave porque só poderia ter assinado a cédula o ministro Ricúpero (Rubens Ricúpero, que substitui FH de março a setembro de 1994, durante a implementação do Plano Real). O ministro Ricúpero foi o sacerdote do Plano Real. Mais até do que o FHC.

O ex-presidente FH assinou essas cédulas propositalmente, sabendo que não era ministro?

- Eu vi. Mandei verificar. Ele assinou, sem poder assinar. Ele sabia que sem o autógrafo, sem ele na cédula do real, ele não ganharia.

Quando apareceu a cédula do Real ele já não era ministro?

- Não. O Real começou a circular em 1º de julho. "

FHC contestou a versão de Itamar. Publicou uma nota em que explicou: a assinatura nas primeiras cédulas de Real foi feita meses antes do lançamento do Plano Real porque as cunhas (espécie de forma para impressão) foram preparadas com antecedência - http://www.ilheusamado.com.br/?q=node/7155.

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