O jornalista Nélson Rodrigues, que cunhava frases geniais, criou a expressão “os idiotas da objetividade”. Às vezes fico pensando nisso quando leio o noticiário de economia. A maneira que os dados são apresentados, em nome de uma suposta objetividade é a melhor maneira de desinformar o leitor.
Quer ver?
Manchete de economia do Estadão, dia 2 de fevereiro: Produção industrial cai 7,4% em 2009, maior queda desde 1990.
Título da Folha Online, hoje: Produção industrial cresce 1,5% em fevereiro e 18,4% sobre 2009
Apresentar dados estatísticos desta maneira, sobretudo, é mais que irresponsabilidade. È desinformação.
Nem em fevereiro havia o caos, nem agora há o paraíso. É simplesmente a comparação de dados isolados, que não refletem realidades dinâmicas.
Logo no início deste blog, chamei a atenção para a manipulação que se fazia com a ideia de que o Brasil estava em recessão.
Um jornalista com inteligência e responsabilidade sabe que seu trabalho repercute na sociedade. sabe que estas impressões, de crise ou de euforia, criam estados de ânimo na opinião pública. e estes estados de ânimo.
Pode ter certeza de que, como antes havia a intenção de minar a confiança dos ag~entes econômicos – e quando se trabalha com o mercado interno, o povo é o maior dos agentes econômicos – agora há a intenção de “vender” a ideia de que há um crescimento explosivo, que precisa ser contido com a alta dos juros.
Repito: não há nem crescimento explosivo, nem escalada inflacionária. Há elevação de produção, emprego e consumo e isso sempre repercute sobre preços.
Mas os “viúvos do Brasil que não crescia” ficam loucos com isso.
Do Blog TIJOLAÇO.COM
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