Do blog do Eduardo Guimarães, Cidadania.com
Leiam, abaixo, a nota oficial do PSDB emitida hoje (20 de janeiro de 2010) e assinada pelo presidente do partido, o senador tucano por Pernambuco, Sérgio Guerra.
"Dilma Rousseff mente. Mentiu no passado sobre seu currículo e mente hoje sobre seus adversários. Usa a mentira como método. Aposta na desinformação do povo e abusa da boa fé do cidadão.
Mente sobre o PAC, mente sobre sua função. Não é gerente de um programa de governo e, sim, de uma embalagem publicitária que amarra no mesmo pacote obras municipais, estaduais, federais e privadas. Mente ao somar todos os recursos investidos por todas essas instâncias e apresentá-los como se fossem resultado da ação do governo federal.
Apropria-se do que não é seu e vangloria-se do que não faz.
Dissimulada, Dilma Rousseff assegurou à Dra. Ruth Cardoso que não tinha feito um dossiê sobre ela. Mentira! Um mês antes, em jantar com 30 empresários, informara que fazia, sim, um dossiê contra Ruth Cardoso.
Durante anos, mentiu sobre seu currículo. Apresentava-se como mestre e doutora pela Unicamp. Nunca foi nem uma coisa nem outra.
Além de mentir, Dilma Rousseff omite. Esconde que, em 32 meses, apenas 10% das obras listadas no PAC foram concluídas – a maioria tocada por estados e municípios. Cerca de 62% dessa lista fantasiosa do PAC – 7.715 projetos – ainda não saíram do papel.
Outra característica de Dilma Rousseff é transferir responsabilidades.
A culpa do desempenho medíocre é sempre dos outros: ora o bode expiatório da incompetência gerencial são as exigências ambientais, ora a fiscalização do Tribunal de Contas da União, ora o bagre da Amazônia, ora a perereca do Rio Grande do Sul.
Assume a obra alheia que dá certo e esconde sua autoria no que dá errado.
Dilma Rousseff se escondeu durante 21 horas após o apagão. Quando falou, a ex-ministra de Minas e Energia, chefe do PAC, promovida a gerente do governo, não sabia o que dizer, além de culpar a chuva e de explicar que blecaute não é apagão.
Até hoje, Dilma Rousseff também se recusou a falar sobre o Plano Nacional de Direitos Humanos, com todas barbaridades incluídas nesse Decreto, que compromete a liberdade de imprensa, persegue as religiões, criminaliza quem é contra o aborto e liquida o direito de propriedade. Um programa do qual ela teve a responsabilidade final, na condição de ministra-chefe da Casa Civil.
Está claro, portanto, que mentir, omitir, esconder-se, dissimular e transferir responsabilidades são a base do discurso de Dilma Rousseff. Mas, ao contrário do que ela pensa, o Brasil não é um país de bobos."
Ao contrário do que alguns podem ter pensado, não pretendo responder ao senador tucano. Por que? Simplesmente porque não sou porta-voz nem advogado de defesa de Dilma Rousseff.
Se eu estivesse no lugar dela, desmontaria cada afirmação do tucano. Ele confunde fatos, mente, inventa, omite, exagera, minimiza, enfim, faz tudo o que o modus operandi dessa direita incapacitada latino-americana manda fazer ao atacar.
A questão nem é essa, portanto. É saber o que irá acontecer. É num momento como este que se percebe se um partido tem ou não estratégia. O PT está se defendendo ou está atacando? Creio que quem começou a briga, no nível em que está, foi Guerra nas Páginas Amarelas da Veja. Creio, não tenho certeza.
Sinceramente, confesso que não ficaria batendo boca com Sergio Guerra. Eu o desafiaria para um debate público, ou a quem ele indicasse. Ou, então, não responderia mais aos ataques. Na verdade, nesta segunda opção não teria respondido desde a primeira vez... Ou adotaria a opção anterior.
Enfim, só quero lamentar que seja nesses termos que a campanha eleitoral acontecerá no Brasil. Sabem quem ganha com isso? Ninguém. Se um dos lados, de partida, já criminaliza o outro, chama-o de mentiroso, insulta-o de todas as formas, pouco restará ao debate das propostas para o país. Como debater assunto de tal importância nesse clima?
É evidente que não há criminosos pretendendo disputar a eleição presidencial deste ano. Nem mitômanos. Não dá para travar o debate político nesse nível. Isso é briga de rua. O eleitor não quer saber se Lula enche a cara ou se Dilma é mitômana ou se Guerra é um débil mental; quer saber como influirão na vida dele.
Acho que, neste momento, cabe a todos os que têm um pingo de responsabilidade e desejo de ver este país progredir chamarem a atenção de tucanos e petistas exigindo respeito a nós, eleitores. Não é isso o que espero ver durante este ano.
Também à mídia, quero dizer que não estou interessado em denúncias de última hora sobre Dilma ou sobre Serra. Passamos os últimos sete anos e tanto sendo bombardeados com denúncias-bomba contra um na grande mídia e contra outro na mídia alternativa. Agora queremos saber o que eles pensam sobre cada assunto que nos interessa.
Acho que chegou o momento de este país exigir daqueles que debatem em larga escala os seus rumos que respeitem a platéia, pois esta, ao final, repleta de eleitores que está, irá se pronunciar em definitivo sobre o “espetáculo” que lhe foi oferecido.
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