terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Toda a imprensa brasileira vibra e aproveita a greve da policia na Bahia para atacar o PT e a repórter propõe um alastramento da greve por todo o Brasil. É o partido da imprensa corrupta em ação!


Nas entrelinhas

Por Denise Rothenburg
deniserothenburg.df@dabr.com.br

 (Maurenilson/CB/D.A Press)

Próxima parada: Brasília

O sonho dos policiais é que o Fundo Constitucional do DF sirva para lhes conceder um salário melhor e mais estrutura de trabalho em Brasília. Mas, na visão dos políticos, debater esse fundo acende o desejo de outros estados por esses recursos.

A greve dos policiais militares se alastra pelo Brasil, tirando o sono dos governadores e da sociedade. O movimento promete chegar à capital da República às vésperas do carnaval. Mais precisamente em 15 de fevereiro. O governador Agnelo Queiroz faz o possível para ver se escapa dessa enrascada, mas ainda não há acordo. Nem poderia, dada a situação nos outros estados. Nos demais pontos do país, a paralisação tem um objetivo síntese: levar os governadores a desistirem de pressionar o Congresso pela não aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 300, a famosa PEC 300.

A PEC eleva os salários dos policiais e bombeiros do país justamente aos valores pagos pelo Distrito Federal. Na avaliação de setores do governo federal, aumentar esses vencimentos na capital da República pode transformar essas greves numa bola de neve sem precedentes. Isso porque, enquanto todo o país tenta chegar aos valores pagos pelo DF, os de Brasília pressionam para ganhar mais.

Nos meandros dessa ameaça de paralisação da polícia brasiliense, há outros dois pontos — além da segurança da população, é claro — que deixam de cabelo em pé não só os parlamentares do Distrito Federal como também o governo local. Hoje, o DF recebe recursos de um fundo constituído exatamente para financiar parte dos seus gastos.

A Lei nº 10.633/02, que instituiu o fundo, diz que a finalidade desse aporte é prover os recursos necessários à organização, manutenção das polícias Civil, Militar e do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, com segurança, saúde e educação, além de prestar assistência financeira para execução dos serviços públicos de saúde e de educação.

Desde o ano passado, os sindicatos dos policiais reclamam que a lei deu prioridade às áreas de segurança, mas o fundo vem sendo quase que dividido meio a meio. Metade para segurança e outra para saúde e educação. Na avaliação dos policiais, um percentual maior deveria ficar com a área de segurança. Pelo menos, 70%.

Isso certamente será colocado no movimento que eles planejam para este mês.

E é aí que mora o receio dos políticos locais, que não tiram os olhos do movimento pela distribuição equitativa dos royalties do petróleo, que está a um passo de comprometer parte do orçamento do Rio de Janeiro, do Espírito Santo e de São Paulo.

Há quem diga que a pressão da maioria dos governadores e prefeitos pela distribuição equitativa dos royalties do petróleo começou justamente quando parte dos congressistas dos estados produtores bateram o pé e disseram que eles deveriam ter uma participação maior do que seria arrecadado com o pré-sal. Afinal, eram produtores. Em maior número, os estados não produtores levaram a melhor.

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