Alvo de ação do Ministério Público paulista por suspeita de irregularidades na inspeção veicular, Gilberto Kassab é citado também nos autos da operação Sinal Fechado, do Rio Grande do Norte, que resultou anteontem em 12 prisões relacionadas a um esquema bilionário de desvio de recursos no Detran. Lá também a inspeção aparece entre os serviços fraudados.
Em conversas telefônicas de maio deste ano captadas com autorização judicial, o lobista Alcides Fernandes Barbosa, um dos detidos, diz negociar com o prefeito paulistano Gilberto Kassab o afastamento da Controlar, concessionária do serviço na capital, de licitação congênere no RN.
Sabe com quem...
Em um dos telefonemas, quando lhe perguntam se poderia ser identificado como uma pessoa que "tem ligação com Kassab", Alcides responde: "Não precisa, mas pode dizer que é um cara que já trabalhou com o Kassab quando ele foi secretário do Pitta. E pede que não deixe isso vazar para ninguém".
...está falando?
Segundo os promotores, Alcides ligou em 25 de maio para o gabinete de Kassab, identificando-se como "a pessoa que tem a concessão da inspeção veicular no Rio Grande do Norte". No dia seguinte, o lobista disse a um interlocutor que conseguira falar com o prefeito e que a conversa fora "muito boa".
Q.I.
Quem viu de perto a articulação que colocou João Faustino, preso na operação Sinal Fechado, na suplência do senador José Agripino (DEM-RN) afirma: José Serra trabalhou intensamente para que isso ocorresse.
Segue preso Em liminar, foi negado ontem o pedido de habeas corpus de Faustino.- Coluna Painel, para assinantes
A notícia que a imprensa paulista “esqueceu” de publicar foi manchete no site "Brasil 247"
Homem forte de José Serra está preso em Natal
Enquanto a imprensa nacional acompanha os desdobramentos da ação deflagrada pelo Ministério Público Federal que bloqueou os bens do prefeito Gilberto Kassab, em razão de um contrato supostamente fraudulento na área de inspeção veicular, uma ação paralela – e muito mais explosiva – foi deflagrada simultaneamente no Rio Grande do Norte.
Amigo e braço direito de José Serra está preso em Natal
Serra/Kassab, com a Controlar, substitui Arruda na coleta de grana púiblica para o DEM. Agora, é a caixinha bilionaria do PSD
Uma notícia que não foi manchete nos jornais e nem destaque no Jornal Nacional, é a da prisão de um amigo do ex governador de São Paulo, José Serra (PSDB), o João Faustino Ferreira Neto (PSDB),ex-senador e atual suplente de senador Agripino Maia (DEM-RN).
A notícia que a imprensa paulista “esqueceu” de publicar foi manchete no site "Brasil 247"
Homem forte de José Serra está preso em Natal
Enquanto a imprensa nacional acompanha os desdobramentos da ação deflagrada pelo Ministério Público Federal que bloqueou os bens do prefeito Gilberto Kassab, em razão de um contrato supostamente fraudulento na área de inspeção veicular, uma ação paralela – e muito mais explosiva – foi deflagrada simultaneamente no Rio Grande do Norte.
Nela, foram expedidos 14 mandados de prisão na última quinta-feira. Um dos presos na operação "Farol Fechado" é João Faustino Neto (PSDB), suplente do senador Agripino Maia (DEM-RN) e uma figura muito, mas muito próxima do ex-presidenciável tucano José Serra. Enquanto Serra foi governador de São Paulo, Faustino despachava no Palácio dos Bandeirantes, como subchefe da Casa Civil, sendo diretamente subordinado ao então chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, que hoje é senador. Quando Serra se tornou presidenciável, João Faustino passou a coordenar as atividades da campanha – inclusive a arrecadação de recursos – fora de São Paulo. O que Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, fazia em São Paulo, João Faustino fazia em outros estados.
Uma nota publicada neste sábado na coluna Painel, da Folha de S. Paulo, revela que Serra trabalhou intensamente para que João Faustino fosse escolhido como suplente na chapa de Agripino Maia. Serra e Faustino são tão próximos que o político potiguar conseguiu até nomear pessoas da sua mais estrita confiança em cargos comissionados no governo de São Paulo.
As operações do MP em São Paulo e da Polícia Civil, no Rio Grande do Norte, aconteceram de forma absolutamente coordenada. Se, na capital paulista, o MP conseguiu bloquear os bens do prefeito Gilberto Kassab, dando repercussão nacional ao fato, em Natal é que foi desferido o golpe mortal.
Negócio da China
Nas duas cidades, o caso investigado diz respeito à inspeção veicular, num esquema que teria sido criado pela empresa Controlar, do empreiteiro Carlos Suarez, ex-dono da OAS. Em São Paulo, a Controlar teria fechado negócio na gestão Celso Pitta, mas o contrato só foi validado, 12 anos depois por Kassab. Assim, Suarez conseguiu vender a empresa para a CCR, das empreiteiras Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez. Na transação, segundo o MP, Suarez teria lucrado R$ 170 milhões. Em Natal, por sua vez, o contrato de inspeção veicular, também feito de forma irregular, renderia R$ 1 bilhão aos empreiteiros durante o prazo de concessão.
Não será surpresa se, nos próximos dias, as duas ações – a de São Paulo e a de Natal – se aproximarem mais e mais do ex-governador e ex-presidenciável tucano, José Serra.
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