Enquanto os principais ministros de economia se reúnem para tentar articular uma solução política para o problema da dívida soberana dos países da Zona do Euro, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, busca resolver o impasse que permeia a turbulência financeira: de onde virão os recursos para salvar grandes economias europeias, como Espanha e Itália? Depois de visitar o México e o Peru, a representante do FMI desembarcará amanhã no Brasil para conversar com a presidente Dilma Rousseff. Na pauta, estará o pedido de novo aporte do banco central brasileiro, que já injetou US$ 10 bilhões na primeira rodada da crise, em 2009.
A conversa entre Dilma e Lagarde acontece em meio às discussões na Zona do Euro sobre a possibilidade de obter ajuda financeira emergencial para Roma e Madri dos bancos centrais nacionais, que seria repassada ao FMI. O motivo por trás dessa articulação é a Alemanha que se opõe à ideia de que o Banco Central Europeu (BCE) atue como fiador de última instância......
"Se a Itália se complicar, os países da região podem decidir aumentar os recursos do FMI para oferecer dinheiro, e eles podem fazer isso pelos bancos centrais nacionais, que simplesmente imprimiriam dinheiro", disse uma fonte a Reuters. "Essa ideia foi discutida, mas não é o cenário principal com o qual trabalhamos." Uma segunda fonte disse que os empréstimos poderiam ser realizados pelo FMI por meio de novos acordos de crédito, e o ministro holandês das Finanças, Jan Kees de Jager, afirmou que também poderiam envolverum aumento nos direitos especiais de saque (SDR, na sigla em inglês), usados nas reservas dos bancos centrais.
Moeda de troca A importância brasileira na economia mundial - que fez com que o país passasse de devedor a credor do FMI - dá poder de barganha à Dilma. "Quando nós éramos os problemáticos, as linhas de financiamento eram pouco flexíveis. Houve flexibilização por causa da urgência por respostas na Zona do Euro, mas nada vai adiantar se o FMI não tiver dinheiro. Por isso, é tão necessária a ajuda dos grandes emergentes", afirma Mônica de Bolle, sócia da Consultoria Galanto e ex-economista do FMI. "O problema é que o fundo aprovou um mecanismo que permite levantar dinheiro sem alterar a participação das cotas dos países. Mas acho impossível que os emergentes aceitem dar recursos sem ganhar em troca representatividade." A excursão de Lagarde pela América Latina tem, portanto, o intuito de sondar qual é a margem de manobra que o FMI tem com esses países e intermediar as exigências dos países desenvolvidos e emergentes. "No entanto, essa solução não será imediata, e, sim, de médio a longo prazo", afirma Rafael Cortez, cientista político da Tendências Consultoria. "A ideia é coordenar as agendas dos países e fazer política de boa vizinhança", acrescenta. Hoje, o Brasil detém 1,79% do SDR e apenas 1,72% dos votos totais do FMI. ■ Com Reuters
Do blog Amigos do Presidente Lula
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