A lembrança do fatídico 1º de abril de 1964, data do golpe militar no Brasil, traz à mente recente editorial da Folha que rotulou a sanguinária ditadura de “ditabranda”. O jornal da famíglia Frias clamou pelo golpe, deu apoio ao setor linha dura dos generais e, inclusive, cedeu suas peruas de transporte do jornal para levar os presos políticos à tortura. Hoje, é um dos principais veículos golpistas do país. O seu deplorável neologismo jamais poderá ser esquecido.
Para azucrinar o jornal FSP (Força Serra Presidente), reproduzo o belo poema de Chico Buarque em homenagem à estilista Zuzu Angel, morta em condições misteriosas quando tentava descobrir o paradeiro do seu filho, Stuart Angel Jones, torturado e assassinado pela ditadura militar:
Angélica
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse estribilho?
Só queria embalar meu filho
Que mora na escuridão do mar
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse lamento?
Só queria lembrar o tormento
Que fez meu filho suspirar
Quem é essa mulher
Que canta sempre o mesmo arranjo?
Só queria agasalhar meu anjo
E deixar seu corpo descansar
Quem é essa mulher
Que canta como dobra um sino?
Queria cantar por meu menino
Que ele não pode mais cantar
Fonte: Blog do Miro
Nenhum comentário:
Postar um comentário