O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordenou, nesta terça-feira (28), a retirarada de seu embaixador na Colômbia, Gustavo Márquez, anunciando um novo congelamento nas relações com o país. As medidas são uma reação às acusações de que armas suecas compradas pela Venezuela teriam sido capturadas em poder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
''Alvado Uribe (presidente da Colômbia) ligou outra vez o ventilador'' de acusações ''irresponsáveis contra nossa pátria'', afirmou Chávez. ''Já basta, acabou, não vamos tolerar mais isto'' e, a partir de agora, ''congelamos as relações'', completou o governante.
Segundo ele, Uribe deveria investigar os fatos antes de fazer acusações ''irresponsáveis''. Além disso, indicou que é possível observar, por imagens divulgadas, que as Farc possuem armas norte-americanas, insarelenses e russas.
Chávez declarou que fará uma revisão completa das relações com o país vizinho e começará a substituir as importações que vêm da Colômbia. Para ele, as relações comerciais com os colombianos '' não são imprescindíveis '' para a Venezuela e o país poderá importar os produtos que necessita de outros países, como Brasil, Equador, Bolívia e da América Central.
Ele deu ordens para seu gabinete levantar um relatório com as estatísticas comerciais entre os dois países, já que pretende repensar o comércio bilateral. ''Que fique (em Bogotá) o funcionário do mais baixo nível (...); vamos congelar as relações e advirto: a próxima vez que houver uma agressão'' deste tipo, ''romperemos as relações'', completou Chávez, alertando que, nesse caso, poderá, inclusive, analisar a expropriação empresas colombianas em seu país. Estranhamento antigo
De acordo com o venezuelano, os Estados Unidos querem que a Colômbia "seja a Israel da América Latina" e, da mesma forma que o Estado judeu impede a unidade árabe, os colombianos bloqueiam a "união do mundo latino-americano". Chávez concluiu: "A Colômbia é um braço do império".
A tensão entre a Venezuela e a Colômbia não é um problema que surge de forma isolada agora. Ela atingiu seu clímax em março do ano passado, quando o continente esteve à beira de um grave conflito, após o ataque colombiano contra um acampamento das Farc em território do Equador.
As relações entre os dois países, que compartilham uma fronteira de 2.219 quilômetros, pareciam ter melhorado no início deste ano, depois que Chávez e Uribe reuniram-se para discutir questões de energia e comércio bilateral.
Embora Chávez tenha manifestado a possibilidade de cortar de vez o relacionamento com Colômbia, uma entrave a isso pode ser o fato de que o país governado por Uribe é o segundo maior exportador de alimentos para a Venezuela, depois dos Estados Unidos, com o comércio alcançando 7,4 bilhões bilhões em 2008.
Com agências
Postado originalmente no site Vermelho.org
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